Selma era
uma menina mimada, que se perdeu num parque de diversões com seu balão de gás
hélio e seu ursinho, e resolveu entrar numa carroça que encontrou pelo caminho,
sem pensar. Lá ela conheceu os estranhos Molambolengos, que mais pareciam marionetes,
e possuíam características bem peculiares. Tudo estava correndo bem até que
algo acontece com ela, que logo mostra sua verdadeira personalidade, tendo
certeza de que conseguiria reverter a situação para benefício próprio. Mas nem
sempre as coisas acontecem como a gente deseja...
Esta obra tem
toda aquela beleza por conta das ilustrações, mas não se engane acreditando que
é uma história toda fofinha que vai te deixar sorrindo à toa, porque não é. A
trama é breve, mas tem seu nível de intensidade e um ar sombrio. E é justamente
por isso que ganha destaque no meio de tantas outras semelhantes. O texto é
ágil, fácil para o público a que se destina, e todo cheio de rimas, deixando a
leitura mais sonora, poética e agradável.
O mais
bacana de tudo é a moral que a historinha passa ao leitor, já que a
protagonista não era alguém muito admirável, pelo contrário, era uma mimada sem
escrúpulos, mesmo com pouca idade, e no final recebe uma punição pelo seu modo
de agir. Como o Martin Bayton, autor de livros infantis e ilustrador, comentou
no final deste exemplar e eu concordo, esta trama assemelha-se aos contos de
fadas de antigamente, que as coisas nem sempre eram positivas e os finais
felizes com o intuito de ensinar lições aos pequenos.
Este é o
primeiro livro escrito por Evangeline Lilly, atriz que ficou mais conhecida por
seu papel como Kate na série de televisão Lost, de J. J. Abrams, e interpretou
papéis grandes no cinema, como na trilogia “O Hobbit” e em “Homem-Formiga”. Sua
paixão pela escrita já vem de muito tempo e uma curiosidade é que esta história
já tinha sido pensada por ela vinte anos antes de, enfim, ser publicada.
As
ilustrações ficaram por conta do talentosíssimo Johnny Fraser-Allen e
complementaram perfeitamente o texto, dando vida às palavras com seu ar
assustadoramente gracioso. Ele é escultor e designer conceitual, e já trabalhou
no cinema em títulos de grande bilheteria como “As Crônicas de Nárnia”, “As
Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne” e a trilogia “O Hobbit”.
A Aleph mais
uma vez surpreende com a qualidade de suas publicações. A edição nacional está
simplesmente magnífica. A começar pela capa, que é semelhante à original, mas o
fundo é da cor azul, diferente da outra que o foco é no vermelho, e tem uma
moldura com os Molambolengos em volta da Selma, enquanto na de lá eles não
aparecem na capa. E eu considero a daqui muito mais bonita. O papel do miolo é
de alta gramatura, e a impressão de ótima qualidade. A capa é dura e possui
verniz localizado na ilustração e na foto da autora que está na quarta capa.
Apesar do ar
tenebroso com pitadas de mistério, essa trama não deixa de ser voltada para o
público infantil. Afinal, encanta ao mesmo tempo em que os deixa aflitos para
saber o fim e ainda serve de lição para ajudar alguns a não conquistarem
personalidades ruins desde cedo. Recomendo para todos os pequenos e os mais
velhos que gostam deste tipo de fábula infantil, que sai do padrão e encontra
sua essência no lado sombrio e excêntrico das travessuras.
Avaliação
Quando eu vi que a Evangeline Lilly tinha escrito um livro infantil, claro que fui comprar. Sou fã da atriz há muitos anos e tinha que reconhecer mais este seu trabalho. A história é muito bacana e os traços do ilustrador são demais. E a edição da Aleph ficou perfeita mesmo.
ResponderExcluirjoana.gabrielledealmeida@gmail.com