Branca é uma
mulher independente, que vive a vida do seu jeito, é uma ótima advogada, e não
se apega a ninguém, afinal relacionamentos são complicados e ela sabe muito bem
disso já que conheceu, se apaixonou e, entre idas e vindas, se casou com Lex,
mesmo que nunca antes havia pensado em ter um relacionamento neste nível assim
tão cedo. Mas as coisas deram errado e eles logo se divorciaram.
Rodrigo
sempre teve uma quedinha por Branca, mas ela sempre o considerou um moleque, e
ele sempre agiu como tal. Afinal, com seus vinte e três anos, o garoto não tem
responsabilidade alguma, frequenta o seu emprego quase nunca, vive em festas e
baladas e com uma ou várias mulheres sempre. E é assim que ele lida com seus
problemas e perdas, sem pensar neles e curtindo a vida o máximo que consegue.
Branca
começa a nutrir sentimentos por Rodrigo, quem nunca pensou que gostaria desse
jeito. E os dois passam a se relacionar mesmo sem estarem emocionalmente
preparados, o que pode acabar resultando em complicação.
Lex se mudou
para outra cidade pouco depois de se separar de Branca, e lá vive desde então,
longe da família e dos amigos, tentando seguir em frente e superando tudo o que
deu errado, como sempre fez. Com o casamento de dois amigos queridos, ele
decide voltar para a cidade e um grande turbilhão de acontecimentos surge com
isso.
Enquanto
Branca e Rodrigo não conseguem deixar o orgulho de lado e admirem que sentem
pelo outro mais do que uma relação puramente física poderia oferecer, Branca e
Lex não conseguem se afastar por muito tempo, já que parecem ser dois ímãs que
se atraem, ainda que a relação nunca dê realmente certo por inúmeros motivos.
Mas depois de muitas idas e vindas e situações vivenciadas pelos três, todos já
amadureceram o suficiente para perceber onde realmente seus corações estão,
basta que eles tenham coragem suficiente para aceitar isso e correr atrás de
seu amor.
A narrativa
é em primeira pessoa em capítulos curtos alternando os pontos de vista dos três
protagonistas, Branca, Rodrigo e Lex. E eu já comentei aqui algumas vezes (mas
é sempre bom reiterar) que essa é a minha forma preferida de narrativa e,
quando bem feita, só me deixa feliz. Tudo porque podemos acompanhar o que cada
personagem sente, então sabemos o que é verdade e o que é mentira, ainda que
eles guardem isso para si, ao mesmo tempo em que temos uma visão bem ampla,
pois acompanhamos diversos momentos e situações que, juntas, constroem um todo.
Os
personagens são humanos, cheios de defeitos e qualidades, medos e angústias,
problemas e tristezas. E também de alegria, amizade, amor, compreensão. E muito
mais de tudo, tanto coisas boas quanto ruins. Todo mundo vive seus próprios
problemas no mundo real, nenhuma vida é perfeita, mas cada um sabe a sua dor e
como fazer para lidar com ela. E Briones trabalha tudo isso com maestria em
seus livros, conseguindo transportar a vida real para o papel de uma maneira
muito bem feita e complexa.
Não posso
dizer que sou fã do Rodrigo, nem agora nem no outro volume que li. Sua
personalidade não me agrada muito e não seria o tipo de pessoa com quem eu me
envolveria romanticamente, porque não me atrai essa maneira dele de ser. E eu
também prefiro ver as pessoas evoluindo porque buscaram dentro de si e porque
desejavam amadurecer, mais do que quando as circunstâncias obrigam a pessoa a
tomar aquela atitude. Apesar de ser bem bacana de ver que, quando precisa
amadurecer, mesmo de forma meio obrigatória, a pessoa toma as decisões certas e
isso acontece.
E Rodrigo
também me incomodou em alguns momentos, principalmente em um que me marcou,
quando ele diz que não quer mais ser trouxa ou agir como um idiota, dando a
entender que é a Branca que não quer nada com ele, como se ele tivesse ficado
atrás dela o tempo todo e ela fugindo, como se não fosse ele quem toda hora
arranjasse uma mulher nova, mesmo depois de ter tido algo com Branca. A culpa é
dos dois e ponto final. Ele não é nenhum santo, assim como ela não é, mas o
fato de ele comentar isso me irritou.
Ainda que eu
só tenha lido dois livros de Bianca Briones, quero deixar claro a minha
admiração por seu trabalho. Sua forma de escrita é completamente maravilhosa,
encantadora e viciante. Quando começo a ler uma de suas obras, sei que vou
ficar presa naquele universo até fechar a última página (afirmo isso porque
aconteceu nas duas vezes e porque dá para notar que será sempre assim
baseando-me nelas). E o mais incrível de tudo é que ela é brasileira, então o
meu orgulho só consegue ficar ainda maior porque podemos dizer que esse talento
(ela) pertence ao nosso país.
Pode parecer
um triângulo amoroso ao olhar a capa, mas não sei se poderia realmente dizer que
há um foco muito grande nisso. Desde o primeiro momento fica evidente quem vai
fazer parte deste casal (principalmente para quem já leu os livros anteriores)
e quem só vai ter pequenas participações, sem significar algo tão grandioso
quanto parece. E fico aliviada com isso, afinal, não aguento mais triângulos
amorosos! Principalmente porque eu praticamente nunca torço pelo que vai ficar
com a protagonista no fim (acredito que nem dessa vez eu teria escolhido o
certo, para vocês entenderem meu dilema).
Mesmo com
suas pouco mais de quatrocentas páginas, e cento e vinte e cinco capítulos mais
epílogo, a história é tão gostosa, fluida e envolvente que, quando percebemos,
já estamos fechando a última página e desejando por mais. A alegria é saber que
realmente daqui a pouco tem mais vindo por aí.
Até o
momento esta série tem quatro volumes, sendo que o primeiro, "As Batidas
Perdidas do Coração", e o terceiro, “A Escolha Perfeita do Coração” focam
no mesmo casal, Vivi e Rafa. O segundo, “O Descompasso Infinito do Coração”
(clique para conferir a resenha deste amorzinho), foca em Clara e Bernardo, e
este quarto em Branca, Rodrigo e Lex. Eu não li as histórias de Rafa e Vivi,
então não posso opinar muito sobre a mesma, mas adorei a do segundo volume e
também curti bastante a desta quarto.
Teve cenas
reveladoras do volume dois (foi o único que li, então sei exatamente quais são
elas), então você vai acabar encontrando spoilers sobre o mesmo e também sobre
o primeiro e o terceiro livros, o que pode acabar afetando a experiência de
quem lê fora da ordem, inclusive porque são coisas importantes. Mas cada exemplar
é independente do outro, então possuem começo, meio e fim focados em um casal
cada (exceto pelo terceiro, como comentei acima).
E esta trama
bate com alguns trechos cronológicos de “O Descompasso Infinito do Coração”,
que a gente acompanhou lá sob o ponto de vista dos protagonistas e aqui através
de Branca, Rodrigo e Lex. Provavelmente isso aconteceu com os demais livros
também, mas, como não li, não posso afirmar. E já fomos introduzidos às tramas
dos personagens que serão protagonistas dos próximos exemplares, então Bianca
já começou a criar um suspense e aguçar nossa curiosidade para ler seus
respectivos livros também. E eu adoro esse recurso, sabe? O mais bacana é que
tudo está se interligando e podemos descobrir absolutamente todos os detalhes
da vida destas pessoas, que já se tornaram tão próximas que parecem que são de
verdade e meus amigos – eu realmente queria tê-los em meu ciclo de amizade.
Mas tenho
que confessar que às vezes preciso parar para relembrar quem é determinado
personagem que acabou de aparecer ou está sendo citado na trama (quando ele não
é um dos principais), tamanha a quantidade de pessoas que fazem parte deste
grupo de amigos e familiares.
Em toda a
leitura, ficava pensando que gostaria que a autora escrevesse um livro com a
história de Lucas (ele foi bastante citado) com uma pessoa que primeiro é
mantida sob sigilo para o leitor (os mais atentos percebem, claro) e depois
revelada sutilmente. E também de Flávia, uma nova personagem que surgiu neste
livro, e seu par romântico, o qual já sabemos que é aqui, mas não posso dizer, pois
seria um grande spoiler. Porque só a conhecemos superficialmente e em cenas
bastante curtas, apesar de sabermos que há muito mais por trás de toda aquela
fachada, como os próprios personagens já sacaram e comentaram. Principalmente
porque a pessoa com quem ela se relaciona viveu algo com ela, mas não pudemos
acompanhar nem mesmo um pedacinho. A melhor notícia é que, depois de terminada
a leitura da história de Branca, tem uma página denominada ‘Nota da Autora’
onde ela afirma que ambas vão, sim, acontecer. Só não sei qual volume ela vai
escrever primeiro, com a história do Lucas ou da Flávia. Mas também quero a
história de Mauricio e Paulo estendida, que ela ainda não falou se vai escrever
separado, mas estou na torcida para conhecê-la a fundo.
Adoro essa
capa, que possui semelhanças com as demais, fazendo-nos perceber facilmente que
pertencem a uma mesma série, inclusive por conta das tipografias e das cores
dos títulos, que são as mesmas e sempre terminam com a palavra “Coração”. A
diagramação está bastante confortável para a leitura por conta do tamanho
grande da fonte e dos espaçamentos. O exemplar ainda conta com páginas
amarelas. Só não gostei muito deste título, sei lá, achei meio sem graça. Se eu
não conhecesse a obra, a série ou a autora e só soubesse que existe um livro
com este nome, eu não teria a mínima vontade de lê-lo. Teve até uma explicação
a respeito dele durante a leitura, mas, ainda assim, não curti.
Tem romance?
Personagens espetaculares? Cenas felizes, outras emocionantes e outras
angustiantes? Nos deixa apreensivos e aliviados com a mesma intensidade? Nos
faz querer sacudir os protagonistas e depois abraçá-los? Sim, sim, sim para
todas as perguntas. E muito mais! Por favor, leiam esta obra de Bianca Briones,
mesmo se ainda não tiver lido nenhum livro dela, ou então escolha qualquer um
de seus livros e leia, porque tenho certeza de que você vai adorá-los tanto
quanto eu!
Avaliação
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