Lady
Caroline Linford está prestes a se casar com o belo e galante marquês de
Winchilsea, homem por quem sua família nutre um grande carinho e admiração, já
que ele foi o grande responsável por salvar a vida do irmão de nossa
protagonista quando o mesmo levou um tiro e ficou à beira da morte. Ela está
feliz com essa união e se sente animada com a perspectiva de futuro, já que
gosta bastante do noivo, apesar de ele não balançar com seu coração ou deixar
suas pernas bambas.
Até que ela
se depara com uma cena nada agradável: flagra seu futuro marido em um momento
extremamente íntimo com outra mulher, ninguém menos do que Lady Jacquelyn
Seldon, fazendo coisas que a própria Caroline ainda está bem longe de fazer. Como
ela é uma mulher de classe, sai do ambiente como se nada estivesse acontecendo
e decide pensar no assunto sozinha e com calma.
Certa de que
ele não a ama e que vai terminar o compromisso com ela, Caro segue em frente
esperando seu contato. Só que isso não acontece, já que o noivo, Hurst, age
normalmente como se nada tivesse acontecido. Indignada, nossa protagonista
decide que vai dar um fim a tudo, mas sua mãe mostra que essa é uma atitude errada,
porque traria má imagem a própria Caroline, visto que a família tinha uma
grande “dívida” com o marquês por ele ter salvado o irmão dela.
Sem saber o
que fazer ou como se comportar com um homem da mesma forma como Jacquelyn, Caro
decide, então, procurar ajuda de um libertino para melhorar seu desempenho na
arte da sedução e fazer com que seu noivo se apaixone por ela. Porque assim,
quem sabe, ele desista de procurar outras mulheres para se satisfazer e só
tenha olhos para Caroline.
E é aí que
Braden Granville entra na jogada. Caroline descobre um segredo relacionado a
sua noiva, que vai lhe ajudar muito a cancelar o casamento com ela, coisa que
ele quer fazer, afinal desconfia que ela nutre um amante. Sem provas
conclusivas, porém, ele não pode agir da maneira que deseja. Mas, com a ajuda
de Caro e de seu papel na sociedade, tudo dará certo no final. Em troca desse
favor, Braden, então decide ajudar nossa protagonista lhe dando aulas e dicas.
Mas o que ninguém poderia prever é que um grandioso sentimento fosse surgir
daquele contato. E ele logo percebe que é vítima de um sentimento que jamais
pensou que iria nutrir: o amor.
Sou fã de
Meg Cabot há muitos anos e venho acompanhando seus livros ao longo deste tempo
– a maioria eu já li, mas ainda há alguns títulos e séries que estão na minha
pilha de obras a serem lidas. Uma delas era “Aprendendo a Seduzir”, um de seus
trabalhos com o pseudônimo Patricia Cabot, que ela utilizava para escrever
romances de época, um dos meus gêneros preferidos atualmente. Então, como
resolvi ler pelo menos uma obra do gênero por mês, a da vez foi essa, e fiquei
completamente apaixonada.
Amei este
livro, como outros títulos de época da autora e também diversos contemporâneos.
Meg sabe escrever histórias e ponto final. Até hoje fico me perguntando os
motivos de ela não continuar a escrever romances de época, visto que o último
foi publicado em 2002. Sua trama é leve, envolvente e bem construída, ela
consegue interligar cada ponto, e os detalhes são bem explorados e explicados
de uma forma incrível e interessante, daquele tipo que a gente mergulha na
leitura e não quer parar até chegar ao final.
Quando soube
dessa sinopse, pensei que era um absurdo a protagonista flagrar seu noivo com
outra em uma situação bem íntima e decidir continuar com ele como se nada
tivesse acontecido. E, pior, fazer aulas sobre como seduzir alguém para
conquistá-lo depois daquilo, com a esperança de que ele iria desistir de
qualquer outra mulher nesta altura do campeonato só porque agora você sabe as
artes da sedução. Só que, como tudo na vida, há muito mais por trás deste
enredo do que podemos saber inicialmente, então dá para entendermos esta
atitude de Caroline melhor, e os motivos que a fazem buscar aulas para melhorar
suas técnicas para seduzir um homem, e também o que ela vai perceber durante
esta jornada.
Adorei
Caroline do fundo do meu coração. Algumas vezes ela era muito inocente e em
outras aceitava com certa facilidade a opinião alheia, mas eu a entendo por
conta da época em que vivia. Era bastante difícil mudar os pensamentos, porque
era tudo o que conhecia e como todos ao seu redor agiam, e depois ela ainda
tinha que lutar contra isso para escolher o que queria, independentemente das
outras pessoas. Ela pode ter demorado um pouco para conseguir fazer tudo isso,
mas, quando finalmente agiu, não poderia ter sido melhor e mais admirável. Fora
que curti muito sua personalidade, e o fato de adorar e proteger os cavalos.
Achei muito
interessante que Caro tenha tido a ideia de fazer com que o maior libertino de
Londres lhe ajudasse a desenvolver seu jogo de sedução, mas ele tenha recusado
a proposta de início, voltando atrás em sua decisão de aceitá-la porque ela possuía
uma informação muito importante que poderia ajudá-lo.
Curti muito
o mocinho, Braden, que não é rico de berço, de família renomada, dono de
títulos ou alguém muito próximo a isso (como filho, irmão, primo, etc. de um
marquês, duque, ou outro título), como geralmente acontece nos títulos de
romances de época, pelo menos na grande maioria que li. Achei isso ótimo porque
pudemos ver alguém batalhador, inteligente e que sabe os dois lados da
sociedade, o da pobreza e o da riqueza. Com certeza admirei o personagem,
inclusive porque ele é dono de uma personalidade maravilhosa e apaixonante.
Gostei muito
do romance entre o casal principal, que foi bem desenvolvido e aconteceu aos
poucos, fazendo com que o leitor consiga sentir junto com os personagens, e
apreciar seus sentimentos, que vão evoluindo conforme passam mais tempo juntos
e se conhecem melhor.
Sua melhor
amiga, Emily, é uma feminista para a época, e também faz greves, manifestações,
etc., lutando por tudo o que acha certo. E eu achei isso ótimo, principalmente
porque a vemos em ação, tanto participando de coisas em prol de alguma causa,
quanto deixando de usar espartilhos, por exemplo, porque era a maneira que ela
encontrava para brigar pelos seus direitos e contra o que achava errado. E, por
mais que muitas das mocinhas dos livros também sejam contra alguma coisa,
dificilmente colocam seus planos em prática, fazendo com que Emmy seja ainda
mais admirável.