Ligeiramente Maliciosos - Os Bedwyns #02 - Mary Balogh

Empolgante, emocionante e... apaixonante. Não poderia descrever melhor o que estou sentindo neste exato momento que acabei de ler este romance de época de Mary Balogh, autora conceituada que, confesso, tinha vontade de ler suas histórias, mas ainda não tinha tido oportunidade. Agora que tive posso afirmar que adorei.
Em “Ligeiramente Maliciosos” conhecemos a protagonista, Judith Law, que é uma moça criada com muita ponderação, e é a segunda irmã de cinco filhos, com seus vinte e dois anos. Cassandra era a irmã mais velha, com vinte e três anos, a Pamela, mais nova que ela, era considerada a beldade da família, Hilary com seus dezessete anos era a caçula, e Branwell, o único homem da família, um bom vivant.
A maneira como Judith foi criada, fez com que acreditasse ser feia, principalmente por ter cabelos cor de fogo, ser esquisita e sonhadora. Porém, era sempre muito animada. Como a família dela estava passando por sérias dificuldades financeiras, seu pai resolveu escrever para a irmã dele pedindo ajuda, que aceitou receber uma de suas filhas com a condição de trabalhar no que fosse que ela solicitasse, como forma de agradecimento por morar com ela, pois casou-se com o viúvo Sir George Effingham, que tinha posses. E a moça que morasse lá também deveria cuidar da avó, que morava com a tia. Então Judith se ofereceu para ir no lugar das irmãs, sabendo que seria uma mudança radical em sua vida. Sendo assim, ela foi.
Só que, no caminho, aconteceram coisas inesperadas. A diligência que Judith estava, tombou, e ela começou a ajudar os companheiros de viagem que estavam machucados. Nisso, surgiu, no meio do nada, à cavalo, Lorde Rannulf Bedwyn, que estava a caminho de Grandmaison Park para encontrar com sua avó, pois ela o chamou, já que queria que ele cortejasse uma jovem, porque Rannulf já havia se tornado seu herdeiro e já estava na idade de se casar.
Ele parou para socorrer a diligência, e como não poderia levar todos consigo, escolheu nossa protagonista para acompanhá-lo à cavalo até a próxima cidade para buscar ajuda. Só que, na viagem, ela usou um nome falso e ele também. Pararam numa estalagem, e Judith decidiu aproveitar sua pequena liberdade, já que, em pouco tempo, estaria vivendo quase como uma empregada na casa de sua tia. Então, para ninguém saber que era ela, decidiu assumir outra personalidade e criou uma nova identidade, dizendo ser uma atriz famosa a caminho de York para interpretar um papel principal numa produção, inclusive porque seu pai nunca lhe permitiria fazer qualquer coisa do tipo, pois esta era uma profissão vulgar para as pessoas da época. Mas ela atuou muito bem, e ele acreditou, então passaram a noite juntos. Rannulf pensou que ela realmente fosse uma atriz famosa, amante de ricos e nobres, quando na verdade... bem, leiam e saberão o desenrolar desta história.
A narrativa é em terceira pessoa e acompanha ambos os protagonistas, Judith e Rannulf, e eu curti bastante essa forma de ler este livro, pois pude adentrar dois lados da trama e ainda tive a oportunidade de conhecer melhor cada um dos personagens, o que sentia, pensava, e como agia.
A escrita da autora flui muito bem e, assim que a gente começa a leitura, fica bastante difícil parar, já que ficamos cada vez mais interessados em tudo o que está acontecendo, querendo saber o que vai ocorrer em seguida, virando as páginas com pressa e desejando chegar logo ao final.
Adorei como Judith incorporou o alter ego de outra mulher tão bem, mesmo sem antes nunca ter vivenciado algo sequer parecido. Ela era uma jovem do bem, com uma personalidade correta e simples, mas com uma força muito grande em seu coração, que acreditava no amor, mas não fazia dele uma obsessão. Com muitas dúvidas por não se achar bonita, e que não teria um final feliz devido a suas condições, acreditou, naquele momento, que a felicidade seria só isso, já que sofria por ter que sair de sua casa para viver de favor.

Algo que achei muito interessante nela é que Judith queria aproveitar e viver aquele momento, mesmo sem dinheiro ou expectativas de um futuro melhor, e decidiu que deveria fazer o que estava com vontade, independentemente de sua família ou do que poderiam pensar sobre ela, ainda mais vivendo naquela época. Nossa protagonista não era bobinha, tinha uma pessoalidade forte e decidida e não se deixou abalar por nada, nem mesmo quando coisas ruins aconteceram em sua vida.
Também amei Lorde Rannulf, nosso protagonista masculino, que mesmo não querendo se prender a ninguém, descobriu o amor na simplicidade de uma jovem e por ela lutou até o fim. Ele tinha vinte e oito anos, cabelos claros, ondulados e longos, rosto moreno, sobrancelhas escuras, nariz grande e olhos azuis. Não era bonito, mas era másculo, e fez com que Judith se sentisse atraída. Ele possuía dois irmãos mais velhos e um mais novo, além de mais duas irmãs. Estes não vão participar muito desta história, mas serão de suma importância no decorrer da trama.
Vamos conhecer a avó dela, Gertrude, uma senhora maravilhosa e cheia de vida, apesar de, em sua cabeça, sempre achar que estava doente. Ela se vestia de forma exuberante, falava demasiadamente, ria alto, gostava de contar histórias e adorava os netos. Tinha por Judith um amor especial, pois lembrava de si mesma quando jovem, apesar de elas não se verem desde que nossa protagonista ainda era uma criança. Outro personagem que vale citar é seu pai, que tinha posses, mas era típico desta época, machista e rude, que fazia a filha acreditar que era feia, pois não queria que os homens a desejassem.
Também conhecemos a tia, Louisa, mulherzinha insuportável. Ela queria casar sua filha Juliane com um homem que tivesse dinheiro, usava muitos artifícios para conseguir o que queria, e sempre humilhava a sobrinha. Só que a avó sempre a protegia. Tinha um enteado que era cúmplice da madrasta e armou para cima de Judith sem dó nem piedade. Só que, com amor e determinação, tudo se esclarece.
Alguns acontecimentos que poderiam acabar com a vida de nossa personagem principal se desenrolaram, só que ela não ficou sentada esperando que a verdade fosse esclarecida, nem queria ser mandada de volta para casa e deixar sua irmã vir no seu lugar, já que sabia que era inocente e não gostaria de ter uma culpa que não era sua. Então a moça não aceitou esta situação e, para esclarecer as coisas, fugiu para resolvê-las. E, mais uma vez, alguém muito especial acabou ajudando, fazendo com que nossa protagonista tenha tido um final emocionante.
Quando Judith descobriu que era, sim, bela, passou a acreditar mais no amor e viu que não eram as condições sociais que a faziam melhor ou pior do que os outros.  Muitas lições aprendemos, pois quando existe amor, existe união, solidariedade, persistência para que tudo se concretize de forma boa e proveitosa. Amei!
Também adorei como a autora nos situou muito bem na época da regência, quando eram comuns festas e piqueniques, onde os jovens afortunados e suas famílias iam para diversão em casas, chalés ou chácaras.  E vamos acompanhar nossos personagens em cenários típicos do século XIX, vivendo situações e costumes daquele momento.
Uma história surpreendente que nos leva a momentos de descoberta de uma jovem que não havia vivido nem experimentado nada ainda, e de repente vivenciou uma grande mudança, que acabou sendo algo bastante positivo. Um romance fofo e apaixonante, que nos faz suspirar. E uma trama leve e envolvente, que com certeza vai conquistar todos que curtem romances de época, “Ligeiramente Maliciosos” está mais do que recomendado!
Avaliação



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2 comentários:

  1. Amando essa série e esse segundo livro é um dos meus favoritos, curto muito romance de época, acho a escrita da Mary Balogh excelente, estou super ansiosa pra ler o último livro e conferi o desfecho dessa série.

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  2. Nunca li nada parecido do gênero, mas tô fazendo uma listinha de desejados pra minha próxima compra e eu gostei do que você falou sobre a protagonista, espero gostar!

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