A Rosa e a Adaga - A Fúria e a Aurora #02 - Renée Ahdieh

Depois de enfrentar situações perigosas e ter ficado à beira da morte, Sherazade descobre os segredos por trás das terríveis atitudes de Khalid, o califa de Khorasan, e percebe que ele não é o monstro que sempre achou que era. Porém, ele realmente foi o responsável pela morte de sua melhor amiga, Shiva, então ela precisou lutar internamente consigo mesma para decidir o certo e o errado, se sua vingança deveria ir até o fim, e se seu coração estava correto em se apaixonar por este menino-homem.
Só que uma grande mudança ocorre na cidade com uma tempestade destruidora, fazendo com que Shazi precise ir embora com Tariq, seu primeiro amor. Vivendo no deserto com sua família e algumas das pessoas mais importantes de sua antiga vida, Shazi sabe que corre perigo, assim como Khalid e todo o seu povo. Por isso, ela precisa tomar muito cuidado enquanto bola um plano para salvar a todos de uma guerra iminente.
Com a ajuda de um tapete mágico e de um garoto muito poderoso, porém rebelde, Sherazade vai descobrir que seu plano precisa de aperfeiçoamento e de mais ajuda do que ela gostaria. Mas ela não vai desistir de encontrar uma forma de quebrar a maldição para salvar vidas, libertar Khalid de seus tormentos, evitar a guerra e viver seu amor. Só que precisa ter cuidado em quem deseja colocar sua confiança, afinal, a traição pode estar a apenas um passo de distância, ainda mais se magia negra e poder estão em jogo.
Quando a Globo Alt publicou o livro “A Fúria e a Aurora”, fiquei bastante empolgada para lê-lo, principalmente por se tratar de uma releitura de “As Mil e Uma Noites”, que eu já conhecia, mas não a fundo, e por trazer uma cultura e um tempo diferentes dos nossos. Minhas expectativas, então, estavam altas, e Renée Ahdieh conseguiu superá-las, trazendo uma obra completa, com ação, magia, uma protagonista feminina forte, destemida e determinada, elementos de fantasia e romance. Fiquei completamente apaixonada por tudo e precisava ler a continuação o quanto antes para saber o desfecho. E, como esta é uma duologia, não precisei esperar muito para descobrir o fim.
Nem preciso dizer que fiquei muito ansiosa para começar minha leitura de “A Rosa e a Adaga” o quanto antes e, assim que consegui meu exemplar (os Correios fizeram o favor de extraviar meu pacote, então fiquei mais de um mês depois do lançamento vendo as pessoas recebendo e eu, não), mergulhei nessa obra tão bem narrada pela autora. E não é que ela fechou a trama com chave de ouro, me deixando ainda mais apaixonada por todo o universo que criou? Já quero mais livros escritos por Ahdieh para ontem!
Quem leu o primeiro volume e/ou minha resenha de “A Fúria e a Aurora” (clique no título para conferi-la), sabe que Sherazade é uma protagonista forte e uma figura feminina admirável. Eu adoro quando as escritoras nos apresentam alguém tão destemida e importante como personagem principal. Neste volume ela continua de cabeça erguida e não se deixa abalar por nada, por mais que tudo esteja difícil e ela passe por inúmeras coisas terríveis, continua lutando e sendo resistente e impressionante.


Além de Shazi, também tivemos a oportunidade de conhecer mais a fundo outras personagens femininas fortes, que tiveram seus momentos de importância, valentia e inteligência, e só posso dizer que fiquei muito contente de vê-las aqui. Uma das que teve bastante (e bem-vindo) destaque nesta continuação é a irmã de Shazi, Irsa, que, mesmo sendo bem jovem, teve que passar por diversas coisas ruins e conseguiu superá-las e se destacar na trama. Ela foi de suma importância em momentos cruciais e gostei de ver seu crescimento e desenvolvimento. E também curti que ela tenha tido a chance de experimentar o primeiro amor neste volume, que rendeu algumas cenas para lá de fofas.
A autora trabalha bastante com amor, não apenas de modo romântico, como também entre amigos e familiares, a força e importância deste sentimento, a lealdade que ele desenvolve nas pessoas, fazendo com que elas sejam mais destemidas e façam mais por quem amam. E nesse volume também tivemos a oportunidade de acompanhar fortes amizades, que enchem nosso coração de alegria e conforto. E Ahdieh ainda nos mostrou a redenção de um personagem muito importante num momento valioso, que mudou completamente os rumos das coisas. Ou seja, muitos sentimentos à flor da pele com o desenrolar do enredo.
Para quem espera um livro cheio de ação e aventura, já devo avisar que não vai encontrar isso neste exemplar. Na verdade, toda a trama é até bem calma, com mais planejamentos do que ação de fato, apesar de termos bastante movimento em alguns momentos. Porém, eu gostei disso, já que o primeiro volume seguiu algo semelhante, e também acho que combinou com a história.

Também achei interessante a exploração da magia feita por Renée, que optou por um uso bem maior da mesma neste segundo volume, sendo manipulada por diversos personagens diferentes, e com utilização de suma importância para o desenrolar dos fatos e também como “chave” para algumas das resoluções de coisas que iam ocorrendo. A magia, inclusive, foi vital para a trama ocorrer da forma como aconteceu, e eu adorei isso.


Dois a Dois - Nicholas Sparks

Eu sempre gostei bastante dos livros do Nicholas Sparks, e, por esse motivo, sempre que vejo um dos seus lançamentos fico morrendo de vontade de começar a ler. Por conta disso, assim que recebi seu novo livro em mãos, passei-o na frente de outros que tinha para ler e mergulhei nesta história.
Em “Dois a Dois” conhecemos Russell Green, um homem que tem uma vida de dar inveja aos outros, já que tem uma carreira bem-sucedida, uma linda esposa chamada Vivian e uma adorável filha de seis anos. Sua esposa, quando resolveu ser mãe, largou o trabalho e resolveu se dedicar a sua filha em tempo integral, fazendo com que Russell tenha que trabalhar cada vez mais, levando em consideração que ninguém diminuiu o padrão de vida e com a London, filha do casal, as despesas só foram aumentando ainda mais.
Ele trabalha em uma grande empresa de publicidade, e, para conseguir sustentar a família, passa mais tempo no emprego do que em outro lugar, se sujeitando a uma jornada de trabalho árdua e bem cansativa, sempre pensando em dar o melhor principalmente para a sua filha. Mas, quando ele fica cansado da vida que leva e resolve fazer algumas mudanças para seguir o seu sonho de ter o próprio negócio, sua vida muda drasticamente.
Descontente com as escolhas do seu marido, Vivian decide voltar ao mercado de trabalho e arranja um emprego como assessora de uma grande empresa, fazendo com que ela não tenha mais tanto tempo em casa, ainda mais que agora tem que fazer várias viagens pela empresa, ficando alguns dias fora e trabalhando em horário integral, deixando Russ como responsável para levar a filha dos dois para a escola e todas as suas outras atividades, já que, mesmo que esteja batalhando para conseguir um cliente, nos olhos de Vivian ele está sem fazer nada.
Com essa nova rotina, vemos que nosso protagonista acaba se aproximando mais de sua filha e criando cada vez mais uma conexão forte com a menina. O mesmo não se pode dizer do seu casamento, já que pequenas discussões viram grandes problemas, fazendo com que ambos acabem se distanciando aos poucos e vivendo uma rotina cheia de estresses.
Vemos como nosso protagonista começa a lidar com todos os seus novos compromissos de tocar uma empresa nova, além e cuidar de uma menina de sete anos, com uma agenda lotada de atividades. E, para piorar as coisas, sua esposa acaba se apaixonando por outra pessoa, largando Russ e fazendo com que ele enfrente um divórcio e a chance de perder a guarda de sua filha, que seria levada para outra cidade. Porém, com uma família bem estruturada, Russell tem o auxílio deles, principalmente de sua irmã, que sempre o apoia e o ajuda a passar por todas essas dificuldades.
O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de nosso protagonista, o que foi bem legal, já que assim conseguimos entender melhor tudo o que estava se passando com ele durante todas as mudanças que a sua vida teve, nos mostrando seus sentimentos e pensamentos.


A Melodia Feroz - Monstros da Violência #01 - Victoria Schwab

Quando surgiu a oportunidade de ler a prova antecipada de “A Melodia Feroz”, não me contive de felicidade, já que a sinopse me chamou muita atenção e só escuto elogios a Victoria Schwab, autora que ainda não tinha tido a chance de conhecer. Como gosto muito de livros que trazem uma história cheia de ação, misturada com fantasia, distopia e personagens incríveis, e a sinopse deste título prometia tudo isso e muito mais, tinha certeza de que iria adorar a obra. Por isso, assim que peguei meu exemplar em mãos, passei-o na frente da minha pilha de leituras, e, agora, venho compartilhar com vocês as minhas opiniões. Por esta ser a resenha de uma prova antecipada, não vou poder falar dos detalhes gráficos nem nada do tipo, apenas sobre a trama mesmo.
Neste volume vemos que, com o aumento dos crimes, a violência se tornou algo tão grande, que o universo sofreu um fenômeno, onde passaram a surgir demônios e sombras no mundo. Com isso, as cidades começaram a se fechar e ficar com medo de receber novos moradores, pois não sabiam se eram pecadores ou não, fazendo com que as pessoas começassem a se isolar. Esses demônios passaram a receber três tipos de classificação: os Corsais, que se alimentam da carne e ossos humanos, e vivem no submundo; os Malchais, que precisam de sangue para sobreviver e andam pelas ruas como pessoas. Ambos são terríveis, maldosos e traiçoeiros, uma grande ameaça para a raça humana, e representam o maior número de monstros.  E, por fim, os Sunais, monstros raros, capazes de saciar sua fome, tendo como o alimento a alma dos seres humanos que já são corrompidas pelo mal. Eles aparecem em crimes muito sombrios, que têm diversas vítimas. Eles são uma ameaça direta, não só à vida dos humanos, mas também aos Malchais e Corsais. São seres misteriosos, poderosos e enigmáticos.
É nesse ambiente que nossa história se passa, e conhecemos a cidade V. Ela é dividida entre o Norte e o Sul, e cada uma delas é comandada por um líder; no Norte temos Callum Harker, um bandido do pior tipo, que com o surgimento dos demônios passou a cobrar para proteger as pessoas, e do lado Sul temos Henry Flynn, que durante o Fenômeno criou uma Força-Tarefa com intuito de acabar com os demônios, reduzindo o seu número, e de deter os criminosos. Por conta de uma guerra que os dois líderes tiveram no passado, e que acabou causando um colapso na cidade, ambos resolveram firmar um tratado de paz, porém esse acordo está prestes a acabar.
Conhecemos, então, dois personagens muito importantes nessa trama, Kate Harker, que é a única filha de Callum Harker, e deseja fortemente seguir os passos do pai. Para isso, ela quer a todo custo provar que não é fraca como a sua mãe, e que pode, sim, dirigir a cidade com a mesma força que ele, tornando-se sua sucessora. Mas, todos os seus esforços muitas vezes são em vão, já que o pai sempre acaba evitando-a. E August Flynn, filho caçula de Henry Flynn, que deseja mais do que tudo ir para a força tarefa e ajudar seu pai, porém Henry e a sua esposa, Emily, são bem protetores e temem por sua segurança, apesar de ele nem sequer ser humano.
Certo dia, August recebe a missão de se aproximar da jovem Kate, já que ambos têm a mesma idade, para o caso de uma possível guerra vir à tona. Ele é Sunai, mas é cheio de sentimentos como um humano, e luta constantemente para não se levar pelo mal. Diferente de Kate, que quer mostrar para todos os alunos a sua força, August prefere ficar longe de toda aglomeração, passando despercebido pelas pessoas. Ele é complexo, sensível e, ao primeiro olhar, parece ser ingênuo e inocente. Disfarçado de um garoto comum, ele segue com a missão que lhe foi dada.
É nesse cenário que nossa trama se desenvolve e somos apresentados a esse universo bem diferente. Gostei bastante de tudo, já que nunca tinha lido um livro assim, por isso achei cada detalhe bem criativo. Como ainda é o primeiro volume de uma duologia, somos introduzidos nesse universo, mas já encontramos bastante do que podemos esperar do próximo e último livro, “Our Dark Duet”, que será publicado no exterior em junho (ainda sem previsão do lançamento nacional, mas não acho que vá demorar muito).


Num Piscar de Olhos - Heartbeat #01 - Teodora Kostova

A primeira coisa que me chamou bastante atenção neste título foi, definitivamente, a capa, que parecia trazer um romance, o que sempre me faz querer ler um livro. Aí, logo quando li a sinopse, vi que traria uma história cheia de superação e altos e baixos. Resolvi dar uma chance à leitura e não me arrependo nem um tiquinho, já que trouxe tudo o que prometeu e mais um pouco. Depois de ter lido, venho compartilhar com vocês as minhas opiniões sobre essa obra.
Em “Num Piscar de Olhos”, conhecemos a história de Stella, uma jovem de apenas dezenove anos, que acabou enfrentando algumas perdas bem cedo, já que, muito nova, perdeu o pai, o irmão e o tio em um trágico acidente de carro, o que fez com que a sua tia resolvesse ir embora e sair do país dois meses depois para recomeçar a vida em Gênova, na Itália, levando consigo Lisa, sua filha e melhor amiga de nossa protagonista.
Alguns anos depois, vemos que Stella acaba sofrendo um novo baque em sua vida, já que é diagnosticada com câncer no fígado. Passando por uma série de tratamentos e tendo parte do fígado removido, tudo o que nossa protagonista quer é respirar um pouco em um lugar novo, onde as pessoas não saibam de seus problemas. Ela tem três meses antes de fazer um novo exame para saber se o câncer pode voltar ou não, então resolve visitar sua prima Lisa na Itália, já que não vê a mesma há cinco anos, e aproveitar um pouco esse descanso. Chegando a essa cidade maravilhosa, ela acaba ficando alguns momentos sozinha, já que sua prima e sua tia têm coisas para fazer. E, em um desses momentos, ela resolve caminhar na praia, e é lá que acaba vendo um salva-vidas lindo.
Mais tarde, Stella descobre que ele se chama Max e é o melhor amigo de sua prima, e, com isso, ela fica receosa em querer algo com ele, já que, apesar da grande atração, tem medo de atrapalhar a amizade de Lisa com o rapaz quando for embora.
Max é um homem de vinte e dois anos, que também já passou por muita coisa na vida, chegando ao fundo do poço, mas conseguiu se reerguer. Bastante protetor, carinhoso, romântico e determinado, ele acaba se encantando com nossa protagonista e joga todo o seu charme para ela, e, ainda que a mesma queira apenas amizade, ele é bastante sedutor.
Então é nesse cenário que embarcamos em uma história cheia de fortes emoções, sendo um livro bastante sensível, que consegue nos prender em todos os momentos com uma narrativa rápida e fluida, fazendo com que a gente nem perceba quando chegamos ao fim de tão envolvidos que ficamos com a leitura. Não é um livro pesado, e, apesar de ter bastante drama, também possui cenas leves e até mesmo divertidas.


Agente do Caos - The X- Files Origens #01 - Kami Garcia

Não é novidade para ninguém que já leu alguma resenha minha que eu quando criança tinha pavor de ets, com isso só de ouvir a música do seriado Arquivo X um sinal de alerta já surgia, e o controle remoto corria. Hoje é até engraçado dizer, mas essa mesma série está entre as minhas favoritas, e que mais me desperta saudade de ver, já que eu vi ela todinha de uma vez não fazem muitos meses. Quando foi anunciado o lançamento dos livros da série pela editora Harper Collins Brasil eu me vi na chance de passar mais uma tempo entre estes personagens que eu amo! Agente do Caos ( The X- Files Origens) é um destes livros e foi escrito pela já conhecida autora Kami Garcia.

Fox Mulder é um adolescente de 17 anos, quando criança sua única irmã desapareceu, e embora já façam alguns anos ele segue com um único objetivo: encontrá-la! Mesmo que seu pai o cobre de entrar para faculdade, ele ainda não sabe por qual caminho seguir. Quando Fox inesperadamente esbarra em uma investigação policial de um homicídio infantil em um cemitério, ele acredita que investigar o crime o levará até o mesmo criminoso que levou sua irmã. Assim Mulder parte para uma investigação ao lado de seus melhores amigos, o que ele não sabe é que vai aprender a acreditar em mais do que acredita existir!

Tendo a série muito fresca na minha mente foi fácil estabelecer os pontos de encontro entre a trama realizada por Garcia e o seriado. O ponto de partida de sua escrita é o seriado, e o que ela se propõe com sua estória é dizer como Mulder escolheu se tornar um psicólogo formado em Oxford e trabalhar no FBI, e posteriormente  ser um pesquisador do paranormal. Até o início do livro ele não havia tido qualquer contato com teorias conspiratórias ou ets, e é a partir de uma visita a casa de seu amigo Gimble que ele conhece o pai do mesmo que o apresenta a este universo.

O Mulder adolescente já é um garoto muito inteligente, focado e determinado. Com uma capacidade única tanto de memória fotográfica, quanto de ligar teorias diversas. Estas capacidades surpreendem a todos que o conhecem. Como em sua versão adulta ele não tem medo do perigo, e se arrisca diante de situações fadadas ao final ruim. Sua paixão pela melhor amiga de infância, Phoebe, mostra que embora ele seja muito racional ainda não é maduro suficiente para se declarar a ela.

Phoebe a melhor amiga de infância, mora em outra cidade e vem visitá-lo embarcando com o mesmo nas investigações. É um ponto racional que tenta manter Mulder nos eixos, mas que ao mesmo tempo quer se aventurar com o amigo. Não faz o gênero mulher que precisa ser protegida, ao contrário é dona de uma personalidade muito marcante. E não lembra em nada Scully, futura parceria de Mulder, já que Scully demora a de fato entrar de cabeça nas conspirações de Mulder, coisa que Phoebe não hesita.

Já Gimble, melhor amigo atual de Mulder, é um garoto viciado em rpg e faz a leitura da realidade através dele. Tudo que acontece ele precisa estabelecer um paralelo com as estórias de rpg, o que pode irritar um pouco as pessoas ao seu redor. Depois da perda da mãe passou por maus bocados com o pai que não sai de casa, e para compensar a perda é que mistura tanto a realidade com a fantasia. É um pouco medroso, mas tem um humor leve e contribui para o equilíbrio do trio.


Rascunhos de Uma Vida - Antoine de Saint-Exupéry

A maioria das pessoas já ouviu falar no Pequeno Príncipe, que é um grande ícone literário e está presente na vida e nas estantes de muitos. E muita gente também conhece o seu criador, o autor francês Antoine de Saint-Exupéry (até hoje não sei pronunciar esse nome corretamente). Desejando poder mostrar mais de seu trabalho ao mundo, não apenas com “O Pequeno Príncipe”, a editora francesa Gallimard reuniu todos os seus materiais disponíveis e os reproduziu em um livro único, que nos dá a possibilidade de adentrar um pouco na mente deste tão querido escritor, talvez nos auxiliando a apreciar um pouco mais dessa alma cheia de sensibilidade e inteligência dele.
Como o próprio subtítulo nos diz, este exemplar é repleto de “Desenhos, Aquarelas e Anotações” do autor, que não gostava de outra coisa mais do que de desenhar ou cantar. Como resultado deste seu amor, ele produziu numerosos esboços, textos, desenhos, rascunhos, dedicatórias, ilustradas e obras, que foram publicadas anteriormente apenas de maneira espalhada, mas que foram todas unidas aqui em um só exemplar.

Este catálogo é dividido por temas, e são eles: “Desenhos de Juventude”, “O Caderno de Casablanca, 1921”, “Os Fólios da Condessa de Vogüé”, “Galeria de Retratos”, “À Margem dos Manuscritos, “Os Desenhos do Piloto” e “Gênese e Metamorfoses do Pequeno Príncipe”, que também são divididos por tópicos e reúnem quase 500 documentos de Saint-Exupéry.



Todo esse material, sendo páginas manuscritas de folhas avulsas, cadernos, cartas, etc. vieram de diversas fontes de colecionadores, inclusive muitas delas haviam sido enviadas diretamente para familiares e amigos, e encontram-se nas mãos de pessoas espalhadas por vários lugares do mundo, como Nova York e Paris. E alguns eram inéditos ao público geral.




Além disso, o exemplar ainda conta com uma lista de “Desenhos de Saint-Exupéry Postos à Venda”, Introdução de Delphine Lacroix, Nota do Editor e prefácio. Este último ficou por conta do japonês Hayao Miyazaki, premiado cineasta e roteirista que ganhou um Oscar por seu aclamado filme A Viagem de Chihiro, mas devo confessar que ainda não sei o quanto gostei de seu texto, ora sensível, ora nem tanto. Uma de suas frases que gostei muito e concordo é: “Esse homem (Antoine) era um diamante que se perdeu no mar antes de ser lapidado”. Pois, para quem não sabe, ele publicou “O Pequeno Príncipe” apenas alguns meses antes de morrer prematuramente com quarenta e quatro anos, quando o avião que estava pilotando para as Forças Francesas Livres foi atingido por um alemão.


Um Amor Conquistado - Amores #01 - Silvia Spadoni

Sophia Breteuil teve que sair fugida da França quando ainda era apenas uma criança, pois a Revolução Francesa estava em seu ápice e sua família era intimamente interligada à família Real e, por isso, sofreria graves consequências se permanecessem em sua casa. Porém, antes mesmo de fugirem, ela foi separada de seus pais, que voltaram ao palácio, enquanto sua madrinha foi encarregada de levá-la para a Inglaterra caso eles não voltassem a tempo.
Passados anos sem ter notícias dos pais e vivendo somente com sua madrinha, Sophia cresceu e virou uma bela mulher independente. Mas é quando a sua madrinha deixa esse mundo que ela realmente precisa encontrar um emprego para sobreviver, já que nunca revelou sua origem nobre a ninguém por medo.
Ela, então, vai concorrer à vaga de preceptora da jovem Louise, sobrinha de Edward Phillip, conde de Buckington, com quem ninguém mais quer trabalhar, pois não conseguem aguentar as travessuras da criança, que está sempre aprontado para chamar a atenção do tio, com quem vive depois de perder seus pais. A princípio Edward não quer contratá-la, já que tem seus próprios motivos para odiar a França e todos os franceses junto. Só que Louise acaba gostando de Sophia e ele não consegue encontrar outra moça apta ao trabalho que deseje fazê-lo e que, ao mesmo tempo, vá tratar sua sobrinha de uma maneira aceitável, então nossa protagonista acaba conquistando a vaga.
Ao mesmo tempo, lorde Buckington vai fazer um serviço de espionagem muito importante na França, e precisa de uma companheira jovem, bonita e esperta para lhe acompanhar como se fosse sua noiva, já que esse seria o disfarce perfeito para seus objetivos. Depois de muito procurarem em vão, acabam percebendo que Sophia é a mulher ideal para este serviço também e resolvem convidá-la.
Encontrando nesta viagem uma chance de poder buscar sua família às escondidas, Sophia decide aceitar o acordo que lhe é proposto e viaja à Paris com o conde de Buckington. Ele, por sua vez, ficará de cara com seu maior inimigo, e ainda por cima no país que mais abomina, precisando, também, enfrentar as dores e memórias que aquela terra lhe traz. E acaba percebendo que seus sentimentos por Sophia talvez sejam mais fortes do que ele poderia um dia prever. Mas será que ele será capaz de deixar uma francesa conquistar seu coração e lhe trazer a redenção que precisava?
Algum tempo atrás, vi os livros de Silvia Spadoni sendo vendidos pela Amazon em versão e-book, e, desde então, estava ansiosa para conferir suas obras. Ainda mais sendo romances de época, meu gênero preferido, e, melhor ainda, escrito por uma autora nacional. Então, quando a Pedrazul Editora anunciou a publicação da trilogia completa em edições físicas, fiquei realmente muito feliz. Amo quando os talentos brasileiros são reconhecidos, já que há tantas joias preciosas no mundo literário nacional, só esperando uma oportunidade de brilhar. Então, assim que tive meu exemplar em mãos, comecei minha leitura, e fiquei completamente encantada por tudo o que encontrei neste livro, que mistura ficção com fatos históricos de uma forma deliciosa.
“Um Amor Conquistado” é um livro curtinho, mas, com suas quase duzentas páginas, consegue conquistar o leitor, trazendo uma história completa, bem narrada e desenvolvida, e a escrita da autora é direta e flui tão bem que o leitor logo se vê imerso naquele enredo e naquela época e, quando se dá conta, já chegou ao fim, ficando com aquele gostinho de quero mais. A boa notícia é que esta obra pertence a uma trilogia, então podemos nos encantar por outra obra escrita pela autora em seguida.
Silvia Spadoni fez um bom trabalho de pesquisa para incluir fatos históricos na trama, transportando-nos a uma outra época com muita facilidade, e ainda deixando tudo parecer mais real, como se esta realmente fosse uma história verídica. Achei essa característica de seu texto muito bacana, porque nos situou num período que realmente existiu, sem soar forçado ou enfadonho.
Li há poucos anos uma biografia de Maria Antonieta, que, claro, trouxe diversas passagens sobre a Revolução Francesa, me fazendo entender melhor alguns pontos que antes não conhecia. Então foi maravilhoso poder ver algumas destes fatos introduzidos neste exemplar, o que me deixou ainda mais próxima da leitura e, principalmente, de Sophia.
Por falar na protagonista, gostei muito dela. Sophia é uma moça de garra, que vai atrás do que quer e não tem problemas em falar o que acha necessário, além de ser forte e dona de uma personalidade encantadora. Ela é decidida, adorável, determinada e dona de um bom coração. Eu admirei a personagem e adorei poder conhecê-la.


Joga Comigo - With Me in Seattle #03 - Kristen Proby

Will Montgomery é um jogador de futebol americano profissional bem-sucedido, que faz sucesso com as mulheres. Rico, bonito, e famoso, ele pode ter tudo o que quer. Ou quase tudo, porque quando se interessa pela sexy enfermeira, amiga de sua irmã, e ela não lhe dá a mínima, ele sente que precisa conquistá-la. E mais: provar que não é o babaca arrogante que ela tem certeza de que ele é.
Só que essa não vai ser uma tarefa nada fácil, afinal Megan McBride não vai entregar seu coração facilmente a ninguém, mesmo que ele seja maravilhoso, fofo e ótimo de cama. Afinal, ela já sofreu muito na vida e sempre que se deixa amar alguém, a pessoa vai embora, lhe deixando sozinha – foi o que aconteceu com sua família e amigo próximo.
Mas é claro que Will não vai desistir e fará de tudo para conquistar a bela Megan, dona de uma personalidade forte e encantadora, que arrebatou seu coração, sua mente e seu corpo. Mas será que nossa protagonista vai ser capaz de voltar a amar alguém um dia – e irá admitir isso para a pessoa e, mais importante, para ela mesma?
Kristen Proby escreve histórias picantes e divertidas com personagens incríveis, daquele tipo que desejamos ter como amigos. Eu gosto de seus livros, apesar de não amá-los, então sempre que um novo título da autora é publicado, já saio correndo para lê-lo.
“Joga Comigo” é o terceiro livro da série “With Me in Seattle”, cujos protagonistas, obviamente, vivem em Seattle, e pertencem a um grupo de amigos. No primeiro volume, “Fica Comigo”, conhecemos Natalie, uma fotógrafa profissional adorável. No segundo, “Luta Comigo” (clique nos títulos para conferir minhas resenhas), foi a vez de sua melhor amiga, Jules, vivenciar sua própria história de amor. Agora, temos a chance de conhecer uma amiga de faculdade das duas, Megan, que formava um trio inseparável na época, mas que havia se distanciado um pouco com o tempo. Seu par é Will Montgomery, um dos irmãos de Jules.
Vi bastante gente comentando super bem deste livro, que era ainda melhor do que os anteriores, então estava bastante ansiosa para conferi-lo, por isso, assim que tive oportunidade, corri para começar minha leitura. Eu gostei da obra, mas a primeira da série ainda é minha preferida.
As histórias ocorrem em tempos próximos, com algumas cenas simultâneas uns com os outros. No caso deste exemplar, tivemos a chance de ver Megan conhecendo Will em um momento no livro dois, e agora pudemos ver a cena sob a perspectiva dela, o que foi bem interessante – eu pelo menos adoro ver o que ambas as pessoas estão pensando sobre uma mesma interação, afinal podem ser pontos de vistas opostos, o que ocorreu aqui.
Algo que gostei muito foi que a autora explorou um passado dramático e intenso de Megan, fazendo com que a gente tenha a oportunidade de conhecer um lado triste da protagonista, mas também de superação, luta e força. Eu adorei conhecê-la mais a fundo, e a acho uma mulher incrível que eu gostaria mesmo de ter como amiga se ela existisse na vida real.
O romance entre o casal é fofo e apaixonante, só que o começo é rápido demais e a intensificação dos sentimentos ocorre também num período muito curto de tempo. Ainda gosto mais quando todo esse clima entre os personagens demora um pouco para resultar em algo físico, quando o autor explora mais os sentimentos antes de começarem um relacionamento. Mas quem gosta de ação o quanto antes, vai curtir como as coisas acontecem aqui – não tão rápido quanto em outros volumes, mas também não demora.
Uma coisa que me incomodou em Will é que, apesar de ter boas intenções em todas as coisas que fez, nunca parava para conversar com Megan sobre o que gostaria de fazer por ela. Ele simplesmente fazia, escondido, e depois só precisava remediar um pouco a situação (com sexo geralmente). Eu, particularmente, não gostaria de estar num relacionamento assim, porque iria sentir que ele poderia estar escondendo outras coisas de mim e também ia achar que ele não valorizava minha opinião, já que nunca a pedia. Mas sei que há pessoas que não se incomodam com isso, então essa característica do personagem me chatear é algo bastante pessoal mesmo.
Por outro lado, ele é um amor de pessoa, muito fofo, apaixonante, paciente, sempre preocupado em fazer o que estiver ao seu alcance para ajudar os outros, principalmente aqueles por quem nutre um carinho especial. E, tirando essa mania que citei acima, eu adorei o personagem completamente, que me fez suspirar em muitos momentos, e gostaria de ter alguém parecido em minha vida, definitivamente.


Lançamentos – Editora Charme


Oii, pessoas lindas! Como vocês estão? :D Sei que nossa frequência de posts diminuiu um pouquinho nos últimos meses, mas esse ano passamos por tantas coisas e mudanças, que as vezes não conseguimos sentar aqui para escrever. Desculpem-nos por isso, mas não vamos abandonar nosso espaço e, em breve, traremos muitas novidades a nossa frequência de posts será igual a antes. <3
Mas agora vamos falar dos lançamentos da tão querida Editora Charme. Esse mês elas estão publicando duas obras de uma autora super queridinha minha, Vi Keeland! Nem posso descrever o quão ansiosa estou para ler ambos os livros e depois vir contar para vocês o que achei, mas já tenho certeza de que vou amar, porque adoro tudo o que ela escreve – já li e resenhei a trilogia “MMA Fighter” completa e vocês podem conferir minhas opiniões dos três livros clicando no título.
E também vim falar de dois lançamentos (um de abril e um de junho) de autoras nacionais muito fofas e talentosas que eu também preciso ler o quanto antes! Tem tanto livro incrível que eu só fico pensando no dia em que vou ter a coleção completa com todos os livros da Charme na minha estante. <3
Deixados Para Trás – Vi Keeland & Dylan Scott (Skoob)
Duas histórias tão profundamente interligadas que você achará que sabe como as duas se conectam... mas estará errado.
Zack Martin
No dia em que conheci Emily Bennett, meu mundo mudou completamente. Sim, éramos apenas crianças, mas eu tinha idade suficiente para saber que minha vida nunca mais seria a mesma. Ela era minha melhor amiga. Minha sina. Meu destino... Eu só não imaginava quantas peças o destino era capaz de pregar.
Nikki Fallon
Depois da morte da minha mãe, ao sair do estacionamento de trailers sombrio e entediante para a ensolarada Califórnia, eu estava focada em apenas uma coisa: encontrar uma irmã cuja existência eu acabara de descobrir. Apaixonar-me por ele não fazia parte do plano, mas ele preenchia um vazio que eu nunca imaginei que poderia ser preenchido. Ele só podia ser minha sina. Meu destino. Até o dia em que finalmente descobri quem era minha irmã... e quantas peças o destino era capaz de pregar.
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O Jogador – Vi Keeland (Skoob)
Na primeira vez que encontrei Brody Easton ele estava no vestiário masculino. Foi a minha primeira entrevista como jornalista esportiva profissional. O famoso quarterback decidiu me mostrar tudo. E, por tudo, não quero dizer que ele me disse algum de seus segredos. Não. O idiota arrogante decidiu deixar cair a toalha quando fiz a primeira pergunta. Na frente da câmera. E o famoso ganhador do Super Bowl rapidamente adotou um novo hobby: me provocar.
Quando o afastei, ele desistiu de só me provocar e resolveu que queria transar comigo. Mas eu não saio com jogadores. E não é porque sou uma das poucas mulheres que trabalham no mundo do futebol profissional. Eu posso namorar um jogador. É outro tipo de jogador que eu não namoro. Você conhece o tipo: boa aparência, forte, arrogante, sempre querendo ficar com alguém.
Brody Easton era um verdadeiro jogador. Toda mulher queria ser a que iria mudá-lo. Mas a verdade era que tudo que ele precisava era de uma garota por quem valesse a pena mudar. De repente, eu era essa garota. Simples, certo? Vamos encarar, nunca é. Há uma história entre o era uma vez e o viveram felizes para sempre... E esta é a nossa.
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Bridget Jones: No Limite da Razão - Bridget Jones #02 - Helen Fielding

Depois de nos deixar ler seu diário anterior, Bridget Jones volta com mais cenas de fazer gargalhar. Agora que arrumou um namorado para lá de especial e vai poder se livrar das piadinhas sobre sua solteirice, ela ganhou mais confiança, mas também se mete em ainda mais enrascadas. Seja seguindo as dicas dos mais variados livros de autoajuda, enfrentando jantares com situações esquisitas, passando uma temporada numa prisão tailandesa ou participando de conversas desconfortáveis, Bridget sempre tenta lidar com cada situação da melhor maneira possível e transmitindo muito humor para todos ao seu redor. Em “Bridget Jones: No Limite da Razão”, podemos acompanhá-la em mais momentos inusitados e com muita diversão. E Mark Darcy está ali também para, claro, nos fazer suspirar!
Devo dizer que sou fã de Bridget Jones. Ela é uma personagem divertida e espirituosa que me fez rir em diversas situações. Acredito, inclusive, que o primeiro chick-lit que eu li na vida foi o volume anterior desta série, “O Diário de Bridget Jones” (clique no título para ler a resenha com minhas opiniões), muitos anos atrás. Lembro que tinha me apaixonado e ficado viciada na escrita da autora. Nessa releitura que fiz de suas obras, começando no ano passado, posso dizer que continuei adorando-as, então não poderia deixar de recomendá-las para todos os leitores que curtem livros despretensiosos, leves e com uma grande pitada de humor.
Confesso que, quando reli o volume inicial desta vez, algumas coisinhas me incomodaram, que não me recordo se tiveram o mesmo efeito naquela primeira vez que o li anos atrás. Esse segundo também não é perfeito, mas o achei ainda melhor do que o anterior, então estou muito feliz de saber que, mesmo depois de tanto tempo e de tantas coisas que vivenciei, essa personagem tão querida continua merecendo um espacinho nas personagens memoráveis que já conheci e gostei.
Esse exemplar também é mais divertido e engraçado. Bridget passa por diversas situações inusitadas que só ela mesmo poderia vivenciar. Em alguns desses momentos, ri bastante. Em outros, fiquei desesperada para que ela agisse com um pouquinho de mais maturidade, mas mesmo assim me peguei sorrindo.
Em alguns desses acontecimentos ela mesmo é a “culpada”, já que não consegue se concentrar em outra coisa ou então se mete em algo por livre e espontânea vontade. E em outras ela consegue tirar o melhor proveito da situação, mesmo que seja algo ruim, transformando circunstâncias péssimas em algo mais ameno e até mesmo conseguindo tirar algum divertimento ou ensinamento daquilo da melhor maneira. Admirei a personagem nessas horas e fiquei desejando ser igual a ela, podendo vivenciar momentos tensos, tristes ou desesperadores com mais leveza e menos preocupação.
Só achei que podia ter tido mais Mark Darcy do que de fato teve, principalmente porque o mal-entendido que rolou entre eles poderia ter sido facilmente evitado ou resolvido, mas isso só aconteceu lá nas últimas páginas, o que acabou sendo bastante frustrante. Ainda mais se levarmos em conta o quanto ela ficava falando/pensando nele o livro inteiro.
A trama é espirituosa e envolvente, a escrita da autora é bem gostosa e flui muito bem, daquele jeito que a gente nem percebe o tempo passar e não consegue parar de ler e, quando nos damos conta, já estamos fechando a última página com uma sensação deliciosa de ter passado aquele tempinho na companhia de personagens tão carismáticos, principalmente a protagonista meio maluquinha, Bridget, e o apaixonante Mark Darcy.


Uma Noite Como Esta - Quarteto Smythe-Smith #02 - Julia Quinn

Anne Winter não é quem diz ser. Por conta de um passado ruim, ela teve que recomeçar a vida com uma nova identidade, mas luta bravamente para se manter de pé e de cabeça erguida. Em seu atual emprego, seu preferido até o momento depois do fatídico acontecimento que mudou tudo, ela cuida de três meninas de uma família importante da alta sociedade. E está indo tudo bem, até que um certo conde surge em seu caminho para atrapalhar tudo e mexer com suas estribeiras.
Daniel Smythe-Smith é o conde de Winstead e estava longe de sua família há anos, desde que participara de uma situação perigosa que teve resultados lamentáveis. Por conta disso, ele ganhou um grande inimigo, que jurou matá-lo, e precisou se exilar. Agora que tudo passou, Daniel está de volta. E, logo no dia de seu retorno, vê a jovem Anne tocando no concerto anual de sua família e fica instantaneamente apaixonado por ela. E fará de tudo para colocar sua presença na vida da moça, mesmo que tenha que ser impertinente e participar de tudo que ela esteja presente, incluindo passeios com suas jovens priminhas e peças de teatro desastrosas.
Mas, por conta de toda a bagagem emocional de Anne, que não lhe permite confiar nos homens, muito menos nos que têm algum poder em mãos, além do fato de ele ter um título de nobreza, o que pode ser um ótimo argumento para as más línguas, ela quer e precisa mantê-lo afastado. Para seu próprio bem, o de seu emprego e de sua reputação, que não pode ser arruinada novamente. Só que Daniel não vai desistir até fazê-la ceder às suas vontades. E, no meio do caminho, eles acabam enfrentando alguns perigos que achavam estar adormecidos. Agora, Daniel precisará fazer de tudo para salvá-la de uma possível situação terrível e não vai hesitar em usar o que estiver ao alcance para isso.
Quem acompanha o blog sabe que eu sou apaixonada por Julia Quinn e suas obras. Tanto é que ela foi a principal responsável por meu amor e vício por romances de época, que hoje em dia se tornou meu gênero favorito. Por conta disso, todos os livros da autora que são publicados no Brasil automaticamente entram para a minha lista de desejados e, assim que consigo, começo minhas leituras.
Então fiquei em êxtase quando a Editora Arqueiro, sua casa em território nacional, anunciou a publicação das quatro obras que compõem a série “Quarteto Smythe-Smith” de forma simultânea e logo que pude comecei minhas leituras. Adorei o primeiro volume e estava com altas expectativas para o segundo, mas, infelizmente, elas não foram atingidas. E, pela primeira vez desde que comecei a ler títulos da autora, eu não gostei tanto do resultado final, chegando a uma leitura boa, mas não no nível das demais no meu ponto de vista. Não que isso tenha me feito desgostar de sua escrita ou ter tirado um pouco da minha vontade de continuar lendo seus exemplares, pelo contrário, já estou contando os dias para o próximo! Mas nesta resenha vou dizer o que não me conquistou tanto assim em “Uma Noite Como Esta”.
Acho que meu principal problema com este livro é que faltou uma química entre o casal protagonista. E isso me incomodou porque essa é sempre uma das melhores partes de suas histórias. Não senti faíscas, meu coração não se alegrou ou se empolgou e eu nem mesmo estava contando os segundos para ver os dois se acertarem e viverem um lindo romance.
O pior é que eu realmente, realmente adoro casais, a construção deles, o modo como vivem um amor bonito e que nos faz suspirar, então fiquei triste porque não encontrei essas características em Daniel e Anne. Além disso, não sou nem um pouquinho fã de amor instantâneo e o desse livro é assim. Se tivesse sido trabalhado de uma forma que me fizesse ficar apaixonada, eu poderia até gostar, só que não foi o caso. Achei chato, apelativo e rápido demais.
E devo dizer que não gostei da insistência obsessiva e inconveniente de Daniel, que queria fazer com que Anne o aceitasse em sua vida e também os seus sentimentos por ela (que foram fortes desde o primeiro momento em que a viu, sem nem ter trocado uma palavra com a moça). E considero até forçada a aproximação dos dois e o modo como ele se inseria na vida dela e em suas atividades. Não achei bonitinho, mas revoltante e inoportuno. Ainda mais levando em consideração o fato de que ela lhe pedia para não fazer isso, pois, por mais que sentisse algo de leve por ele, queria manter distância. Achei enervante e sufocante sua perseguição, além de indelicada.
Claro que a gente sabe que tudo vai dar mais do que certo entre os dois em algum momento, afinal eles são protagonistas de um livro de romance de época, mas senti que o relacionamento deles foi forçado só para ser diferente. Afinal, naquele tempo, as pessoas tinham um olhar diferente do que temos hoje e logo pensariam e tratariam a moça muito mal só porque ela é governanta e cativou a atenção de um conde. Isso era totalmente inadequado e, claro, a culpa sempre cairia na mulher, que, além de ser do sexo “frágil”, ainda era uma mera empregada, enquanto ele tinha um título importante e dinheiro. Ou seja, sua reputação com certeza iria sair ferida, ainda que eles realmente ficassem juntos no final, e quase ninguém aceitaria isso de bom grado. Mas aqui foi supertranquilo. Ou seja, soou irreal para mim.
Gostei da Anne, que merece muitos créditos por ter enfrentado a vida e a situação que vivia de cabeça erguida, ter dado a volta por cima e ter se saído muito bem com tudo o que tinha e com coisas horríveis que teve que enfrentar. Admiro a personagem, sua garra e coragem, e também a força que demonstrou mesmo que tivesse que vivenciar novas situações aterrorizantes.
Algo que sempre adoro nas obras de Quinn é a construção dos personagens. Ela consegue nos mostrar muito bem tanto o presente quanto o passado dos protagonistas, fazendo com que a gente entenda o que viveram e o que contribuiu para se tornarem o que são em suas vidas atuais. No caso de Daniel e Anne, ambos sofreram muito por conta de coisas que fizeram anteriormente e que tiveram consequências negativas em suas vidas até então.


Caraval - Caraval #01 - Stephanie Garber

Quem acompanha instagrans literários do exterior deve ter reparado que o livro mais postado é Caraval, da autora Stephanie Garber que vai ser publicado aqui no Brasil em junho pela editora Novo Conceito. E de tanto ver esse livro eu fiquei curiosa para lê-lo, e para tanto me obriguei a ler pela segunda vez na vida (sim!!) o livro através do kindle, e assim além de matar minha curiosidade também tentar novamente a me acostumar com um ebook.

Scarlett é filha do governador de uma pequena ilha de Dragna onde mora com a irmã Donatella. Desde muito nova ela sonha conhecer o Caraval, um espetáculo itinerante criado por Lenda. Para tanto por anos seguidos ela escreve para Lenda pedindo para que ele viesse a sua ilha, mas nunca obteve resposta, até que no ano em que vai se casar ela escreve sua última carta com esperança que diante da notícia do casamento Lenda a respondesse. Para surpresa de Scarlett ele responde enviando três ingressos., ao mesmo tempo em que sua irmã se envolve com uma marinheiro e tem um conflito com o pai na presença de Scarlett.

Depois do conflito com o pai Donatella quer mais do que nunca ir para o Caraval, mas Scarlett tem apenas alguns dias para ir e voltar antes de se casar. Diante de sua indecisão o que ela não sabe é que sua irmã já fez planos para seus próximos dias, e de repente ela se vê dentro do Caraval, e com um jogo em suas mãos que depende a vida de sua irmã!

Escrever uma sinopse que abarque o plote do livro é um certo desafio já que temos uma estória e uma narrativa extremamente onírica e pouco delimitada. Durante todo o livro não sabemos o que é verdade e realidade, o que é criação do jogo. O que de fato vai acontecer e o que vai deixar de existir quando o jogo acabar. Com isso fica muitas vezes difícil torcer pela protagonista que vê tudo ao seu redor como verdade, mesmo sendo constantemente avisada que não deve levar o jogo muito a sério.

O Caraval fica em uma ilha isolada, e nesse universo tudo é como o país das maravilhas de Alice, com regras sem pé nem cabeça. O jogo ocorre apenas de noite porque a magia se alimenta da energia noturna, além do fato que é no escuro que as verdadeiras facetas das pessoas surge. O fato é que a magia é pouco explicada, não sabemos em qual fundamento ela se baseia, apenas nos é dito que quem controla tudo é Lenda, uma figura que está constantemente nas páginas.

Por muitos momentos acreditei que a estória trabalhava com a ideia de transformar pessoas, de colocá-las diante de situações mais extremas e assim fazê-las se conhecer, e de fato isso acontece um pouco com Scarlett, mas dizer que isso é o foco do jogo não é uma verdade. Não fica claro qual é a afinal o objetivo do Caraval para seu criador, apenas do ponto de vista da protagonista que quer encontrar sua irmã e voltar para sua ilha para casar-se.

Scarlett é uma jovem que sofreu muito depois da perda da mãe já que seu pai é um homem cruel. Para sair de sua ilha até aceitou se casar com um conde que não conhece, imaginando que assim estaria longe das maldades do pai. A inocência é sua principal característica e também defeito, já que ela acredita em tudo que lhe é dito e feito, sem muito critério ou crítica. Sua maior preocupação é proteger a irmã, porque quem é capaz de fazer qualquer coisa, até morrer!. Quando ela percebe que também tem vontades e que as vezes sua irmã não estão entre elas, ela entra em choque e grande conflito.

Julian é o acompanhante de Scarlett, dizer que ele é mocinho é errado, porque não sabemos quem ele é até o fim do livro. A relação dos dois começa na base da ironia e evolui para outros sentimentos, mas assim como tudo no livro é baseada em névoa e mentira. Mesmo assim torci muito por ele, já que Scarlett merece ser amada e cuidada. Gostaria que ele fosse mais explorado, assim como Donatella, a irmã de Scarlett. Ela aparece brevemente no começo e no fim do livro, é uma personagem mais livre e destemida. Não tem muito a perder no fim das contas.


A Saga de Dois Irmãos - Wanda A. Canutti

“A Saga de Dois Irmãos” é narrado em terceira pessoa e conta a história de uma família de doze irmãos, oito homens e quatro mulheres, que viviam em uma propriedade rural. Eles perderam sua mãe cedo, e seu pai ficou no comando e na organização de tudo, sempre contando com a ajuda dos filhos, que o acompanhavam enquanto a mesma prosperava. Quando morreu, seus filhos continuaram a tocar a propriedade, sendo que Miguel, o irmão mais velho, ficou no lugar de seu pai. Alguns apoiavam, outros não. Sendo assim, o mal e o ódio tomou conta de seu irmão mais novo, Pedro, e, através dele, Miguel veio a falecer. E Pedro também acaba encontrando o mesmo caminho e também morre.  
Quando morreram, foram socorridos por espíritos de luz em momentos diferentes. No caso de Miguel, que foi o primeiro, a vida lhe foi tirada. Logo, ele precisava entender o porquê de tudo isso, e, o mais importante, precisava saber perdoar, então ele foi para um plano de assistência espiritual e aprendizado. Já Pedro demorou um pouco a ser socorrido, pois, já que não aceitava o que havia acontecido a ele, primeiro foi para o vale das sombras e pedia para sair de lá. Quando isso ocorreu, foi para uma colônia para aprender o porquê de ter feito tudo aquilo.
Miguel era um homem bom e pacífico, que desde cedo acompanhou o pai e muito aprendeu com ele. Já Pedro possuía características tão confusas quanto ele, que via as coisas como achava certo, mesmo que escolhesse o caminho errado.
A trajetória desses irmãos é dolorosa, mesmo porque Pedro culpava o irmão mais velho por um ato que foi dele próprio. E não para por aí, pois, quando reencarnaram, aconteceu tudo de novo. Mas não posso dar mais detalhes sobre isso, porque já que seria um spoiler.
O livro é maravilhoso, pois mostra os dois lados da vida, no corpo físico e também no mundo espiritual. E o que acontece com a pessoa que desencarna com a ajuda dos espíritos de luz, para que as pessoas possam perdoar, aceitar e entender. E, o mais importante, é que temos o livre arbítrio de mudar, aceitar e voltar para corrigir ou acertar na próxima reencarnação, já que nos são dadas muitas chances em um novo corpo, mas com o mesmo espírito.
A trama é muito bonita e bem desenvolvida, mas possui diversas pitadas de tristeza, o que nos emociona em vários momentos. Por outro lado, nos mostra a vida real, como ela é, com seus altos e baixos, pessoas boas e outras ruins, autoconhecimento, evolução e amadurecimento. Além de tudo isso, também encontramos romance, cenas felizes e respeito de alguns pelo próximo.
Uma das personagens que merece um comentário é a irmã deles, Clarice, que foi um dos grandes destaques do livro, pois era muito boa e atenta ao equilíbrio do lar, sempre tentava ajudar a todos e mantinha o equilíbrio da casa com muita dedicação e carinho, fazendo muitas vezes o papel de mãe.
Sempre me pergunto como nos são dadas tantas e tantas chances e porquê não as aproveitamos. Por que esquecemos? Acho que se não podemos lutar por nossas diferenças, por que não seguimos pelo caminho certo? Tudo se complica, mas Deus é infinito. E infinito também é seu amor por seus filhos. E devemos tentar sempre seguir em frente e seguir o nosso coração, para que o espírito possa progredir sempre.
“A sabedoria divina é perfeita. O ato do esquecimento de uma existência, para que inicie outra, como se um novo livro de uma imensa coleção que se forma com as existências que vão se acumulando, começasse a ser escrito. O que foi escrito na existência anterior já estava totalmente fechado, para que aquele acontecimento ali vivido não interferisse nas novas páginas que escreveria.”


Inesquecível - Unremembered #01 - Jessica Brody

Eu já acompanhava a autora Jessica Brody há alguns anos, inclusive tenho o seu autógrafo no meu exemplar de Karma Club da vez em que veio ao Brasil. Quando vi que ela iria lançar um livro pela Rocco, fiquei imensamente feliz. Gosto muito quando algum autor que curto publica mais títulos e, melhor ainda, quando eles são traduzidos no Brasil. Quando li a sinopse desta obra, fiquei encantada com a premissa da história e logo o passei na frente de outros títulos na minha pilha de leituras.
Neste volume conhecemos Violet, uma menina de dezesseis anos (idade que estipularam para ela), que foi encontrada ilesa e sem memória em meio aos destroços de um acidente de avião no oceano pacífico, do qual ela foi a única sobrevivente. Ela não se lembra de absolutamente nada sobre a sua vida, nem sua idade ou seu nome, e nem de onde veio. A única coisa que se lembra é do ano de 1609, e também não se recorda de coisas como escovar os dentes, lembrar do gosto da comida ou saber o que é uma televisão.
Violet é um grande mistério, já que, além de não saber nada sobre si, as investigações apontam que ela não estava na lista de passageiros do avião e também não aparece em nenhum sistema do governo. Era como se ela não existisse. Junto ao fato de ter uma beleza estonteante e diferente, já que tem lindos e belos olhos na cor violeta. Seu rosto passa a estampar todos os jornais e a menina vira a sensação da mídia.
Ela começa a descobrir coisas sobre si mesma, como falar perfeitamente outras línguas e resolver equações matemáticas consideradas bem difíceis, etc. Um menino que diz lhe conhecer aparece na vida de Violet, falando que seu nome na verdade é Seraphina, e que a mesma não deve confiar em ninguém já que está correndo um grande perigo. Ele menciona um medalhão, mas sempre some antes de dar mais respostas, fazendo com que nossa protagonista fique ainda mais cheia de perguntas.
Após o hospital fazer vários testes e constatar que ela não tinha nada, o governo resolve designá-la a uma família adotiva temporária. Sendo enviada para morar em uma cidadezinha com sua nova família, nossa protagonista começa a achar que pode ter uma vida normal, mesmo sem saber sobre o seu passado. E é Cody, o filho o casal para quem ela foi designada, que a ajuda a tentar descobrir mais sobre si mesma. Entramos, então, junto com nossa protagonista, em uma grande aventura em busca de respostas sobre tudo o que está ocorrendo em sua vida.
O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Violet, o que foi bem legal, já que assim conseguimos acompanhar tudo o que ela estava passando e sentindo, deixando a história ainda mais próxima do leitor. Gostei bastante desse tipo de narrativa, pois acho que combinou com o estilo da história, uma vez que vamos descobrindo tudo junto com Violet.


Conquistada por Um Visconde - As Irmãs Cynster - Nova Geração #01 - Stephanie Laurens

Heather Cynster estava decidida a encontrar um marido adequado que a arrebatasse e com quem pudesse ter uma vida agradável, ainda mais levando em consideração que ela já tinha vinte e cinco anos e já havia passado por algumas temporadas. Para isso, criou um novo plano em sua cabeça e foi, decidida, a um sarau da alta sociedade um pouco diferente dos que estava acostumada, frequentado por mulheres mais velhas e homens que poderiam até mesmo ser ideais, mas não queriam nada sério no momento, apenas diversão.
Só que seus planos foram por água abaixo quando ninguém menos do que o Visconde de Breckenridge, seu arqui-inimigo, a viu no local e a tirou de lá o mais rápido possível. Humilhada, ela decidiu voltar sozinha para seu coche, enquanto ele a observava, de longe, voltar para a segurança. Só que isso nunca aconteceu, já que, antes mesmo de alcançar o coche de sua família, outro chegou muito rápido e sorrateiro, de onde saíram homens que a capturaram e levaram imediatamente para longe.
Para conter o sequestro, Breckenridge correu para a carruagem dela e os seguiu, porém a uma certa distância, visto que não conseguiu alcançá-los tão rápido. Com um plano em mente, ele conseguiu dar ordens aos empregados para avisar a alguém, enquanto ia ele mesmo atrás de Heather. Mas será que conseguirá salvá-la das garras de quem quer que seja? E existe a possibilidade de o herói que Heather tanto quis encontrar estivesse o tempo todo mais perto do que ela poderia um dia imaginar?
Como uma apaixonada por romances de época de carteirinha, quero ler/ter todos os publicados no Brasil (porque se eu falasse no mundo não conseguiria ler tudo e iria ficar muito frustrada hahaha). Então faço coleções de livros do gênero e estou sempre incluindo um título na minha pilha de leituras, variando com outras, porque, caso o contrário, só leria isso todos os dias. Quando uma editora anuncia novas obras do estilo, já vou correndo conferir a sinopse e coloco na minha lista de desejados.
Então fiquei muito contente quando soube que a Harper Collins iria publicar essa trilogia da autora Stephanie Laurens, que vi muita gente falando super bem. Assim que tive a chance, peguei meu exemplar para começar a leitura, e agora, depois de lido, posso afirmar que foi uma experiência incrível que quero repetir mais vezes!
O que eu mais gostei deste livro é que o enredo é bem original, pelo menos para mim, que nunca antes havia lido algo semelhante em romances de época. Afinal, a mocinha é sequestrada por alguém que ninguém sabe quem é, nem o motivo de tê-lo feito com exatidão até a trama estar bem avançada e, mesmo assim, até o momento ainda não tivemos grandes informações. E a autora não fez isso de uma forma enrolada, pelo contrário, ela soube conduzir a trama de uma maneira que a gente ficasse ansiosa por respostas, mas também pela liberdade de Heather e pela sua chance de felicidade com Breckenridge. Como ela iria conseguir escapar de tudo aquilo? Seu plano daria certo no final? E eles conseguiriam se livrar do perigo de uma vez por todas?
Acho que os protagonistas se comportaram muito bem diante da situação que vivenciaram, apesar de Heather me irritar um pouquinho em alguns momentos por conta de sua grandiosa teimosia e orgulho. Sei que ela tinha boas intenções, ainda assim devo confessar que fiquei receosa de suas atitudes terem consequências terríveis e irreversíveis.
Mas Breckenridge não ficou atrás neste quesito por ter uma personalidade bastante similar à dela, e foi bem gostoso ter que acompanhar os dois nos papos escondidos, tentando decidir quais das opções era melhor e tendo que ceder um ao outro (com relação a maneira que deveriam agir) quando havia necessidade disto.
Porém, também devo admitir que, mais para o final da leitura, as atitudes dela foram muito semelhantes às que eu mesma teria se passasse por situação parecida com relação à Breckenridge. Acho que ela foi certa em não correr para os braços dele na primeira oportunidade, sendo que o próprio não admitia nem para si mesmo o que nutria por ela. Se fosse diferente e Heather ficasse igual uma louca apaixonada e ele, não, eu ficaria muito decepcionada com tudo. Então fico contente da maneira que foi. E ainda acho que ele deveria ter agido primeiro.
Gostei do desenvolvimento do romance, já que os protagonistas se conheciam há um tempo, mas não tinham pensado tanto em ter nada um com o outro (apesar de ela ter sentido algo por ele antes, mas nada tão sério ou que tenha sido correspondido), e foram começando a nutrir algo novo com o passar das páginas, aos pouquinhos. Era fofo vê-los descobrindo esses novos sentimentos e sabendo esperar o momento certo para fazer algo com relação a isso. E melhor ainda quando se acertaram e puderam viver aquele sentimento maravilhoso que tanto tinham receio de admitir.


Mitologia Nórdica - Neil Gaiman

Como uma amante dos livros de Neil Gaiman, sempre que um novo volume do autor é publicado no Brasil, eu saio correndo para conseguir ler. Isso porque ele é um dos meus autores favoritos e um dos maiores escritores de fantasia dos últimos tempos, trazendo sempre histórias encantadoras, que nos prendem do início ao fim. Quando vi que ele iria lançar “Mitologia Nórdica”, fiquei empolgada por esta leitura, uma vez que esse volume é inspirado pela mitologia antiga e o exemplar impresso tem um trabalho gráfico perfeito. Quando peguei esse título em mãos, fiquei impressionada com tamanha qualidade e capricho que a editora teve com o mesmo. Agora, depois de ter passado ele na frente em minha pilha de leituras, venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões.
Neste volume somos apresentados a quinze contos que narram, em ordem cronológica, desde a origem do mundo até ao Ragnarök, o chamado apocalipse dos deuses que irá levar ao fim do mundo. Lemos esses contos que trazem personagens como Thor, Odin, Loki, Balder, entre outros, e nos prendemos na forma de escrita de Gaiman, que consegue, com o seu jeito único, nos conquistar e surpreender em todos os momentos trazendo as características desses deuses de forma crua. Ou seja, ele nos mostra suas características como quer, trazendo até mesmo as que são menos citadas, como Thor com sua força imbatível, mas com sua inteligência um pouco desfavorecida, e  também sobre as ideias de Loki, e como as mesmas irritavam todos os Deuses, assim como descobrimos o porquê dos terremotos existirem, entre outras coisas que durante toda a leitura vão contribuindo para os leitores irem aprendendo um pouquinho mais.
“Mitologia Nórdica” nos desperta diversos tipos de sentimentos, como amor e ódio pelo mesmo personagem, fazendo com que a gente não consiga parar de ler nem por um segundo, já que, apesar de serem contos que podem ser lidos separados, juntos eles trazem uma grande história. Então, quando acabamos um, logo estamos loucos para ler o outro. Com uma narrativa rápida e fluida, acompanhamos os personagens centrais em uma trama repleta de traição, que conta com o humor ácido e natural do autor, que romantiza a trama de sua maneira.
Neil também consegue arrancar diversas gargalhadas, com cenas muito bem descritas e algumas até cômicas, e nesse volume encontramos muita ação, principalmente com Thor e seu martelo, nos trazendo uma leitura impossível de largar. Gostei bastante de como ele apresentou todos os personagens, cada um com o seu jeito de ser, deixando tudo ainda mais gostoso. Muitos dos personagens apresentados aqui eu já conhecia, mesmo que pouco, mas encontrei alguns novos, o que achei bem legal.


Só Garotos - Patti Smith

Há quase um ano atrás eu conhecia Patti Smith, e me apaixonaria por sua personalidade peculiar por motivos que a maioria que gostam dela talvez não se atenham, mas o fato é que eu adoro o modo como ela escreve e consegue falar a cerca de si mesma, fato que conheci através do seu livro mais recente Linha M, mas depois desta leitura descobri que seu livro mais conhecido é Só Garotos, publicado por aqui pela Companhia das Letras.

Neste livro Smith se propõe a contar sua história com Robert Mapplethorpe, fotógrafo e artista que ela conheceu da maneira mais inesperada quando ela resolve tentar a vida em New York deixando em New Jersey sua faculdade e família. Ao chegar na cidade ela procura por amigos, e ao chegar ao apartamento de um deles descobre que este se mudou, mas um jovem a leva em seu atual endereço.

Mais tarde este mesmo jovem a salva de uma situação arriscada, e depois disso foram mais de vinte anos de amor e amizade entre Patti e Robert. E quando falo em amor é daqueles verdadeiros e inspiradores! Com apenas vinte anos ela era muito aberta as possibilidades que a vida lhe davam, mas foi Robert quem a inspirou a ser ela mesma sempre, foi ele quem cultivou nelas as sementes que mais tarde renderiam árvores. E foi ela quem deu apoio condicional a ele para que sua obra prima nascesse. Arrisco dizer que nenhum dos dois seria o mesmo, e seria quem foi sem o outro!

O final dos anos 60 e começo dos anos 70 é o pano de fundo destas narrativas em primeira pessoa, e digo nunca mais aquela loucura vai ser vista como foi! Um hotel que hospedasse tantos indivíduos criativos e problemáticos como foi o hotel Chelsea, local onde o casal morou por um período. Jimi Hendrix e Janis Joplin foram alguns dos que surgiram nestas memórias. mas muitos outros músicos, poetas, artistas e etc são citados e personagens das situações narradas.

De aspirante a artista através de desenhos, passando por seu crescimento poético até chegar a cantora tudo está escrito nestas páginas. E não foram tempos fáceis, já que até dormir na rua e passar fome Smith foi capaz para alcançar seus sonhos, e tudo com resiliência de que dias melhorem viriam desde que Robert estivesse com ela. E isso durou mesmo quando eles não eram mais um casal. A ligação que eles tinham era muito estável e era como uma âncora que permitia que eles dessem mergulhos fundos sem medo.

Nesta época de sua história podemos conhecer alguns de seus primeiros contatos com o que seriam algumas de suas maiores características, como o café, a polaroid e os túmulos. E também com a incrível capacidade desta mulher de ser ela mesma, mesmo que as vezes fosse encarada como mais parecida com um homem do que uma mulher, ou que fizesse combinações de roupa suspeitas. Ela sempre bancou suas escolhas, sejam elas de vida ou atitude, e de tão autêntica e espontânea, sempre despertou carinho em que a conheceu.