Nesses dias de confinamento em casa uma das coisas que eu mais tenho feito é assistir a seriados policiais, desde os mais clichês até os mais desconhecidos, alias sou uma grande fã de seriados do gênero que sejam de origem escandinava =D! Então foi muito natural que minha última leitura também acompanhasse esse gênero. O Silêncio da Cidade Branca, Eva García Sáenz de Urturi, publicado pela editora Intrínseca foi essa leitura.
Em Vitoria no país Basco após duas décadas de uma série de crimes bizarros, o assassino parece ter voltado a ativa justamente quando Tasio Ortiz de Zárate, o homem quem foi atribuídos os crimes anteriores está prestes a sair da prisão. Unai López de Ayala é chamado para resolver os crimes, com um passado marcado pela tristeza, é também obcecado pelos crimes desde jovem. Seguindo seus instintos e determinado a proteger sua cidade este policial vai descobrir os segredos que estão escondidos na cidade.
Fiquei bastante satisfeita com a
leitura desse livro uma vez que a narrativa de Urturi é bastante rica e fluída,
conseguindo encadear fatos a cada nova descoberta até culminar na resolução do
caso que se dá apenas nos capítulos finais. Alternando capítulos em primeira
pessoa na voz do agente Unai no presente, e capítulos em segunda pessoa na década
de 70, a autora entrega todas as ferramentas para junto de Unai descobrirmos
não só quem é o assassino, como quais foram as motivações do crime.
Mais do que narrar crimes, a
autora foi muito fiel a cultura basca nos apresentando detalhes dos vilarejos,
os costumes tanto de sua mitologia antiga quanto da religiosa cristã, passando
por costumes até de alimentação. Assim é possível uma imersão na cultura basca
com bastante profundidade, o que até nos faz as vezes esquecer que trata-se de
um livro policial, porque ele vai mais fundo. Além disso ela também se ocupa
bastante dos personagens, de suas características psicológicas e de suas
histórias de vida.
Unai López é um policial jovem
que já tem uma carga emotiva muito alta, pois perdeu a esposa grávida dos
filhos de forma brutal e a tristeza pela perda ainda é muito presente.
Inclusive sua escolha de se transformar em um perfilador criminal vem desse
evento. É muito ligado a família, e determinado, o que faz dele um homem
inquieto e em constante movimento. Sua inquietação é que o move para além do
que é visível, e o ajuda encontrar respostas.
Sua parceira Esti é também sua
melhor amiga. Ela já conhece Unai e seus métodos de trabalho, assim sempre o
ajuda acobertando seus comportamento não tão bem vistos na corporação. Também
tem um passado triste junto de seu irmão. Alba Salvatierra é a subdelegada que
ora atrapalha, ora ajuda a dupla, com uma personalidade um pouco duvidosa acaba
se alinhando a Unai.