Elizabeth
viveu um ano terrível depois de perder seu marido em um acidente, e precisa
encontrar forças todos os dias para continuar vivendo. A sorte dela é que
existe sua pequena Emma, a amada filha, que a mantém sã e a faz seguir com a
vida, já que precisa fazer tudo parecer normal e deixá-la feliz. Durante este
período de luto, elas viveram na casa de seus pais, mas já está na hora de
voltar para seu lar, onde vivia feliz com o marido antes daquele fatídico acontecimento.
Quando
retorna à pequena Meadows Creek, percebe que tudo continua igual, a não ser por
ela mesma, que mudou muito neste ano, e por seu novo vizinho, Tristan Cole.
Dono de uma personalidade difícil, grosso, mal-educado e solitário, Tristan é o
alguém de quem todos querem manter uma grande distância. Mas Lizzie consegue
ter vislumbres do que há por trás de toda aquela fachada agressiva. Ele é
triste e sente uma dor semelhante à sua.
Desesperados
para encontrar uma saída para tudo o que sentem, Lizzie e Tristan começam a se
envolver, a princípio da maneira errada, só para se livrarem da dor e daqueles
sentimentos obscuros. Um usando o outro da pior maneira possível. Até que algo
muda. Eles não veem mais os fantasmas de seus ex, mas, sim, a própria Lizzie e
o próprio Tristan. Mas será que isso é o suficiente para fazer com que ambos
saiam da obscuridade e possam ser felizes de novo? Será que encontrarão forças
para lutar por isso, contra tudo e todos, os julgamentos, o que mais possa
aparecer em seus caminhos e, o mais importante, vão conseguir vencer a luta
interna contra eles mesmos?
Não é
segredo para quem me conhece ou acompanha o blog que meus gêneros literários
preferidos do momento são o new adult e o romance de época. Então, quando uma
obra de um destes dois estilos é publicada eu automaticamente sinto vontade de
lê-la. E só por isso eu já queria “O Ar Que Ele Respira”, primeiro volume da
nova série da autora Brittainy C. Cherry. Mas é claro que alguns fatores
fizeram com que minha expectativa só aumentasse: a sinopse misteriosa e
intrigante, a capa belíssima, e o fato de que eu queria ler algo desta tão
querida autora, coisa que eu ainda não tinha feito. Por conta de tudo isso, eu
obviamente comecei a leitura logo que tive meu exemplar em mãos. E posso dizer
que adorei, mas não amei o que encontrei aqui.
Acho que o
único ponto que realmente me incomodou foi que eu não senti tanta a conexão
entre os personagens principais no começo da história. Eles estavam ali,
sofrendo por conta de suas próprias perdas e, de repente, sem nem se conhecerem
direito, já estavam juntos. Senti como se eu tivesse piscado e perdido um
momento precioso onde tudo mudou, onde os sentimentos que ambos começaram a
nutrir passaram a ser algo maior, tivessem ganhado força suficiente para que
eles resolvessem começar a se envolver.
Depois, com
o passar das páginas, quando eu já fui me acostumando com o relacionamento,
quando eu consegui apreciar o que eles estavam sentindo, foi que comecei a
gostar mais. Mas isso é algo pessoal meu, eu sempre prefiro ver os sentimentos
nascendo e se desenvolvendo aos poucos, de um jeito que eu possa sentir tudo
aquilo.
Mais para o
final, quando tudo já foi melhor explorado e mais desenvolvido, me vi
completamente sugada por este romance arrebatador e torcendo para que Tristan e
Elizabeth finalmente pudessem ser felizes, largando suas amarras psicológicas,
e aproveitassem o momento e tudo o que nutriam pelo outro.
A narrativa
é em primeira pessoa sob os pontos de vista de ambos os protagonistas e, como
comentei antes, é a minha forma preferida de ler um livro, porque podemos saber
todos os sentimentos dos dois lados, entender o que os motiva, o que os faz
agir de determinada maneira, etc.
A escrita da
autora é total e completamente envolvente, e posso até mesmo dizer viciante.
Ela consegue nos inserir naquele contexto, naquele tempo e espaço de uma
maneira tão gostosa e crível que parece que fazemos parte das páginas dos
livros junto com os personagens, ou pelo menos que eles fazem parte da vida
real como nós mesmos, e, ainda mais, fossem pessoas com quem temos um
relacionamento próximo.
Apesar de
ter amado o Tristan, o achei perfeito demais
(eu sei que é uma redundância falar assim, mas vocês entendem). Ele é fofo,
romântico, gosta das melhores coisas, possui as tatuagens mais bacanas, sabe o
que dizer, o que sentir, tudo para nos fazer suspirar completamente – o que ele
sempre consegue fazer com facilidade. Mas eu gosto de imperfeições, acho que
elas tornam as pessoas mais especiais, por isso senti um pouco de falta de algo
assim nele.
Algo que
achei maravilhoso é que a autora nos faz pensar
com sua história, acrescentando pontos reflexivos sobre como julgamos o
próximo muitas vezes até mesmo sem percebermos, mas que devemos ter a mente
aberta para qualquer tipo de situação, afinal a vida da pessoa pertence apenas
a ela mesma e cabe a cada um de nós julgar o que devemos fazer, como agir e o
que sentir, independentemente do que os outros pensam ou como acham que
deveríamos agir. Se algo nos faz feliz, devemos aproveitar isso sem medo de
julgamentos.