O Ar Que Ele Respira - Elementos #01 - Brittainy C. Cherry

Elizabeth viveu um ano terrível depois de perder seu marido em um acidente, e precisa encontrar forças todos os dias para continuar vivendo. A sorte dela é que existe sua pequena Emma, a amada filha, que a mantém sã e a faz seguir com a vida, já que precisa fazer tudo parecer normal e deixá-la feliz. Durante este período de luto, elas viveram na casa de seus pais, mas já está na hora de voltar para seu lar, onde vivia feliz com o marido antes daquele fatídico acontecimento.
Quando retorna à pequena Meadows Creek, percebe que tudo continua igual, a não ser por ela mesma, que mudou muito neste ano, e por seu novo vizinho, Tristan Cole. Dono de uma personalidade difícil, grosso, mal-educado e solitário, Tristan é o alguém de quem todos querem manter uma grande distância. Mas Lizzie consegue ter vislumbres do que há por trás de toda aquela fachada agressiva. Ele é triste e sente uma dor semelhante à sua.
Desesperados para encontrar uma saída para tudo o que sentem, Lizzie e Tristan começam a se envolver, a princípio da maneira errada, só para se livrarem da dor e daqueles sentimentos obscuros. Um usando o outro da pior maneira possível. Até que algo muda. Eles não veem mais os fantasmas de seus ex, mas, sim, a própria Lizzie e o próprio Tristan. Mas será que isso é o suficiente para fazer com que ambos saiam da obscuridade e possam ser felizes de novo? Será que encontrarão forças para lutar por isso, contra tudo e todos, os julgamentos, o que mais possa aparecer em seus caminhos e, o mais importante, vão conseguir vencer a luta interna contra eles mesmos?
Não é segredo para quem me conhece ou acompanha o blog que meus gêneros literários preferidos do momento são o new adult e o romance de época. Então, quando uma obra de um destes dois estilos é publicada eu automaticamente sinto vontade de lê-la. E só por isso eu já queria “O Ar Que Ele Respira”, primeiro volume da nova série da autora Brittainy C. Cherry. Mas é claro que alguns fatores fizeram com que minha expectativa só aumentasse: a sinopse misteriosa e intrigante, a capa belíssima, e o fato de que eu queria ler algo desta tão querida autora, coisa que eu ainda não tinha feito. Por conta de tudo isso, eu obviamente comecei a leitura logo que tive meu exemplar em mãos. E posso dizer que adorei, mas não amei o que encontrei aqui.
Acho que o único ponto que realmente me incomodou foi que eu não senti tanta a conexão entre os personagens principais no começo da história. Eles estavam ali, sofrendo por conta de suas próprias perdas e, de repente, sem nem se conhecerem direito, já estavam juntos. Senti como se eu tivesse piscado e perdido um momento precioso onde tudo mudou, onde os sentimentos que ambos começaram a nutrir passaram a ser algo maior, tivessem ganhado força suficiente para que eles resolvessem começar a se envolver.
Depois, com o passar das páginas, quando eu já fui me acostumando com o relacionamento, quando eu consegui apreciar o que eles estavam sentindo, foi que comecei a gostar mais. Mas isso é algo pessoal meu, eu sempre prefiro ver os sentimentos nascendo e se desenvolvendo aos poucos, de um jeito que eu possa sentir tudo aquilo.
Mais para o final, quando tudo já foi melhor explorado e mais desenvolvido, me vi completamente sugada por este romance arrebatador e torcendo para que Tristan e Elizabeth finalmente pudessem ser felizes, largando suas amarras psicológicas, e aproveitassem o momento e tudo o que nutriam pelo outro.
A narrativa é em primeira pessoa sob os pontos de vista de ambos os protagonistas e, como comentei antes, é a minha forma preferida de ler um livro, porque podemos saber todos os sentimentos dos dois lados, entender o que os motiva, o que os faz agir de determinada maneira, etc.
A escrita da autora é total e completamente envolvente, e posso até mesmo dizer viciante. Ela consegue nos inserir naquele contexto, naquele tempo e espaço de uma maneira tão gostosa e crível que parece que fazemos parte das páginas dos livros junto com os personagens, ou pelo menos que eles fazem parte da vida real como nós mesmos, e, ainda mais, fossem pessoas com quem temos um relacionamento próximo.
Apesar de ter amado o Tristan, o achei perfeito demais (eu sei que é uma redundância falar assim, mas vocês entendem). Ele é fofo, romântico, gosta das melhores coisas, possui as tatuagens mais bacanas, sabe o que dizer, o que sentir, tudo para nos fazer suspirar completamente – o que ele sempre consegue fazer com facilidade. Mas eu gosto de imperfeições, acho que elas tornam as pessoas mais especiais, por isso senti um pouco de falta de algo assim nele.
Algo que achei maravilhoso é que a autora nos faz pensar com sua história, acrescentando pontos reflexivos sobre como julgamos o próximo muitas vezes até mesmo sem percebermos, mas que devemos ter a mente aberta para qualquer tipo de situação, afinal a vida da pessoa pertence apenas a ela mesma e cabe a cada um de nós julgar o que devemos fazer, como agir e o que sentir, independentemente do que os outros pensam ou como acham que deveríamos agir. Se algo nos faz feliz, devemos aproveitar isso sem medo de julgamentos.

Vi que muitas pessoas falaram que choraram bastante com este livro, mas isso não aconteceu comigo. Foi triste em alguns trechos, sim, mas não a ponto de fazer com que minhas lágrimas caíssem, talvez por conta da suavidade que a autora utilizou para tratar de temas mais fortes.
Duas características que eu curti demais é que ele é cheio de referências, e eu sempre adoro quando consigo reconhecer coisas citadas do mundo real, e possui um final muito fofo e feliz, que é uma das minhas partes preferidas sempre. E neste caso, o fim ganhou meu coração e um sorriso no meu rosto, o que é sempre um ponto bem positivo.
A série “Elementos” a princípio será composta por quatro volumes, cada qual representando um dos elementos, na ordem: Ar, Fogo, Água e Terra. Mas os leitores não precisam se preocupar em ler na ordem ou em ter todos na estante para entender a história, ou mesmo esperar o próximo para comprar este primeiro, já que a série é de obras standalone, ou seja, independentes, com seus próprios protagonistas e enredos com começo, meio e fim. O único fator que os conecta como uma série é que cada livro é baseado em um destes elementos. O segundo, “The Fire Between High & Lo”, já foi publicado lá fora e não vejo a hora de tê-lo em mãos, e o terceiro, “The Silent Waters”, tem previsão de sair no exterior em setembro.
Mas preciso confessar que não iria me importar que a autora escolhesse personagens daqui para desenvolver uma trama para eles, como, por exemplo, a melhor amiga de Lizzie, Faye, que é incrível e merecia ter sua própria história, principalmente porque já percebemos que ela tem um lado todo alegre, mas também nutre suas dores, e gostaria muito de vê-la sendo feliz no amor. Outra personagem que merece um comentário aqui é a filha de Lizzie, Emma (alguém mais logo pensou em Jane Austen por conta das duas, Lizzie e Emma? Hahaha <3). Eu amei a menina e suas cenas foram bem especiais, enchendo meu coração de muito amor.
Brittainy C. Cherry começou a publicar livros há apenas alguns anos, e no seu currículo há apenas seis títulos mais um conto em uma antologia com outros escritores. De todos, dois já foram publicados no Brasil, a continuação desta série deve ser traduzida em breve (ainda sem data) e os demais são "Art & Soul", "The Space in Between" e "Our Totally, Ridiculous, Made-up Christmas Relationship" (todos muito bem avaliados no Goodreads), que também ainda não possuem previsão de publicação nacional.
A autora já é conhecida pelos leitores brasileiros e adorada por muitos por dois motivos: seu livro “Sr. Daniels” foi publicado por aqui no ano passado e vem conquistando muitas pessoas desde então (eu ainda não o li, mas tenho muita vontade porque só ouvi elogios); e ela visitou algumas cidades nacionais e conquistou a todos com sua simpatia. Só fico torcendo para que ela volte para que dessa vez eu consiga ir prestigiá-la.
Adoro esta capa, pois além de linda representa muito bem o Tristan, e as cores ali presentes dão uma harmonia que a deixam ainda mais bonita. As páginas são amarelas e o texto está bem diagramado, proporcionando uma leitura mais prazerosa. E adorei este título, que tem seu significado exposto dentro do contexto da história.
“O Ar Que Ele Respira” é realmente encantador, e mistura tristeza e dor com felicidade e superação na mesma proporção, personagens incríveis, algumas reviravoltas, um romance arrebatador e muitos momentos para nos fazer suspirar. Para os leitores que curtem obras new adult esta é uma ótima e certeira opção.
Avaliação



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