Minha Coisa Favorita é Monstro – Emil Ferris


Desde que li a respeito dessa HQ, que foi inteiramente desenhada com (pasmem! :O) Canetas Bic, fiquei louca para conhecer essa história e o traço da autora. Fiquei ainda mais maravilhada quando descobri que ela desenhava quando estava em seu processo de recuperação da febre do Nilo Ocidental, causada pela picada do mosquito Culex, que atingiu seu sistema nervoso central e, entre outros sintomas, causava delírio, paralisia, etc. Então essa obra demorou seis anos para ser concluída. Por todos esses motivos, resolvi embarcar na Chicago dos anos 1960 pelos olhos de Karen Reyes assim que me foi possível.
Nessa HQ conhecemos Karen Reyes, uma menina de dez anos que vive com a mãe e o irmão e que ama histórias de terror. Em seu diário, ela se desenha como uma jovem lobismoça, e narra sua vida cotidiana, contando um pouco sobre as coisas que acontecem ao seu redor, e também suas aventuras como uma detetive que está tentando desvendar o mistério sobre quem assassinou a bela e enigmática Anka, vizinha do andar de cima.
Conhecemos então um pouco mais sobre nossa protagonista, que queria se tornar um monstro para todos os seus problemas desaparecerem. Acompanhamos ela em sua rotina, suas dificuldades na escola e com amigos, os segredos que sua mãe e seu irmão guardam, pedaços do cotidiano de diversas pessoas que moram na região, etc. Tudo o que ela passa, vivencia, descobre e escuta, incluindo cenas e objetos, desenha nas páginas de seus cadernos, assim como capas de revistas de terror.
E também temos a oportunidade de conhecer melhor o passado e Anka através de fitas que Karen escuta, nas quais entendemos sua vida, as dificuldades e coisas terríveis que enfrentou na época da Segunda Guerra Mundial e do holocausto. São trechos fortes, que mexem bastante com nossas emoções, principalmente porque sabemos que tudo aquilo realmente era baseado em fatos reais, e muitas pessoas enfrentaram coisas terríveis e abomináveis na época.
Além disso tudo, a autora também aborda diversos assuntos importantes, como orientação sexual, sexualidade, bullying, doenças, traição, racismo, crimes, violência, crueldade, discriminação, abuso infantil e sexual, entre muitos outros. Tudo foi bem construído e surgiu no enredo de forma natural. É uma leitura pesada, que mexe com nossos sentimentos e muitas vezes temos que parar para respirar. Acompanhamos tudo na visão de uma menina ingênua de 10 anos, que ainda não conhece muito da vida, mas relata o que vê, então ela não entende tudo o que descobre (ainda que nós, sim – e dói).
Na minha opinião, o mais fantástico de tudo é a parte gráfica da obra (ainda que o enredo, obviamente, também seja). Como comentei no início da resenha, foi completamente escrita e desenhada em Caneta Bic e podemos afirmar que se tem algo que Emil Ferris tem é talento de sobra. Suas ilustrações são perfeitas, completas e bem estruturadas. Em diversos momentos fiquei abismada com tamanha capacidade de criar algo tão bonito e bem feito assim com um material tão simples. Até reproduziu quadros famosos magnificamente!
Com certeza indico muito essa leitura para todos aqueles que curtem obras excepcionais, completas, bem desenvolvidas e que prendem o leitor de uma maneira incrível. Foi bem bacana ver a trama crescer a ficar cada vez mais profunda e reflexiva conforme as páginas eram avançadas. Não foi uma leitura que fiz direto, porque me sentia esgotada e triste em diversos momentos, mas foi bem interessante acompanhar essa história, principalmente por conta da protagonista, essa menina encantadora, inteligente e curiosa, que tem um ótimo coração e uma grande força dentro de si.
Avaliação





O Homem de Lata - Sarah Winman

Quando eu li a sinopse desse volume pela primeira vez, fiquei encantada com a premissa do enredo e sabia que eu precisava ler o quanto antes para saber um pouco mais sobre Ellis e Michael. Sendo assim, quando foi possível, comecei esse volume. E agora venho compartilhar com vocês as minhas opiniões a respeito dessa obra escrita por Sarah Winman e traduzida para o português pela Faro Editorial.
Nesse exemplar conhecemos a história de Ellis e MichaeL, dois jovens que se conheceram no final da década de sessenta e logo criaram uma grande amizade, uma vez que ambos tinham problemas em casa e não eram compreendidos pelos pais. Juntos, descobriram autores e livros, ensinaram um ao outro a nadar, e andavam pelas ruas de Oxford construindo sonhos, fazendo descobertas, etc.
Através das memorias de Ellis, vemos sua amizade com Michael se transformar em algo mais, em amor. Depois de uma década, vemos que Ellis agora é casado com Annie, e que Michael não faz mais parte de sua vida. E, no lugar dele, ficou aquela tristeza e melancolia das coisas que não pôde viver. Ele se tornou um adulto solitário e dedicado ao trabalho, e é um personagem totalmente humano com quem conseguimos nos identificar. São seus medos e falhas que nos aproximam ainda mais dele. E sabendo sobre seu ambiente familiar, conseguimos entender algumas de suas decisões, mesmo sem aceitá-las. Em todos os momentos, vamos descobrindo sobre o que aconteceu para esses dois terem os seus destinos separados e para entendermos como Anne surgiu na vida de nosso protagonista.
Também temos a parte da narrativa de Michael, um homem que viveu a sua vida ao máximo. Em sua parte, temos uma leitura mais leve, mais fluida. E também conseguimos entender o romance e a amizade entre os dois de forma mais clara, já que em sua parte as lacunas que ficaram em abertas são preenchidas. Foi nessa parte que precisei de um lenço – ou de um pacote inteiro.
Um enredo simples que consegue nos envolver com sua trama emocionante, melancólica e intensa, que fala sobre preconceito, amizade, amor verdadeiro, aceitação pessoal e coragem, que nos conta uma história de amor, que teve um rumo um pouco diferente por conta das escolhas da vida. Prepare o seu lenço nessa leitura, pois, apesar de não ser muito extenso (tem menos de duzentas páginas), esse volume é grande em questão de emoção.


Fogo & Sangue - Fogo & Sangue #01 - George R. R. Martin

Não poderia ter sido em melhor momento a leitura de Fogo & Sangue, do autor George R. R. Martin, lançado pela Suma de Letras, já que a última temporada de Game of Thrones está no ar, e acompanhar esse mundo em dois momentos distintos é muito interessante e complementar.
Trezentos anos antes da guerra dos tronos acontecer a família Targaryen conquistou os sete reinos através de Aegon, O Conquistador. Ele forjou o trono de ferro, e liderou gerações desta casa que lutou para manter no poder os únicos senhores capazes de serem cavaleiros de dragões. Através de diversos relatos de reis, e a trajetória dos dragões e seus humanos é narrada, algumas verdades são contadas, mentiras forjadas e dúvidas colocadas, mas verdade seja dita até o fim os Targaryen tem um único objetivo: estar no trono, alguns pela paz outros pelo sangue.
Este é meu primeiro contato com a narrativa de Martin, embora possua os livros das crônicas de gelo e fogo, ainda não havia as lido, apenas acompanho o seriado, que por sinal muito me agrada! Embora se passe trezentos anos do que é narrado nos livros de guerra dos tronos este livro é repleto de informações que vão de encontro com o que se passa em guerra dos tronos, isso porque todos os eventos narrados culminam no futuro. A narrativa é feita em terceira pessoa de forma universal, ou seja, acompanhamos ao mesmo tempo diversos personagens acessando seus pensamentos e emoções, e compartilhando diversos pontos de vista. Para construir seu relato este narrador utiliza como fonte relatos e livros de meistres e outros, chegando a apresentar até mais de uma possibilidade para o evento narrado.
Caso você não seja familiarizado com os territórios de Westeros e além, ou conheça as famílias que as habitam não é através deste volume que isso acontecerá, ele complementa o que já foi dito, mas não introduz. O foco é nos sucessivos governos e fatos familiares do clã Targaryen. Ou seja, ele destrincha em minúcias como era determinado rei, com quem casou, quem foram os filhos, os aliados, os inimigos, e etc.

Através destes detalhe é possível compreender a evolução comportamental destes senhores de dragões que sempre foram donos de muita personalidade, e aos poucos foram desenvolvendo características que chegaram até Daenerys no momento 'atual'. Características como o costume de casar seus integrantes entre parentes para manter a pureza de sangue explicam o comportamento estranho do irmão de Daenerys, por exemplo. A relação que eles estabelecem com os dragões também é amplamente explorada.

Embora de forma mais superficial comparado ao Targaryes, outras famílias também podem ser acompanhadas ao longo do tempo, os Stark sempre foram um povo isolado, desconfiado, mas sempre mostrando bom discernimento, enquanto os Lannisters sempre estiveram em busca de quem oferecesse mais dinheiro e poder. Dorne nunca se dobra, e os Greyjoys são pessoas de quem pode se esperar tudo.

Desde Aegon, o Conquistador até o fim do reinado de Aegon III, cada personagem é explorado em sua importância para os altos e baixos desta família, que ora está unida, ora está em guerra. A escrita de Martin não tem como objetivo ser um romance, os diálogos são breves, e o livro mais parece um livro de história. Isso pode para algumas pessoas ser cansativo, mas de modo algum o autor tem problemas narrativos. Mesmo assim não foi uma leitura rápida, já que o livro conta com quase seiscentas páginas e com uma diagramação bem apertada.

Cada capítulo contém um foco, e é repleto de ilustrações em preto e branco. Estas ilustrações são lindas e trazem riqueza a estória, já que transmite detalhes dos personagens e seus dragões. Com o toque já conhecido por todos que acompanham Martin, neste volume a morte é companheira, e muito sangue é derramado. Além de explicar a gênese de toda a conquista dos Targaryens que teve como objetivo reunir reinos que só estavam em guerra em um único reino de paz. O primeiro rei era fascinante e alguns de seus herdeiros também, enquanto outros eram melhor nunca terem saído do ovo!


Reinações de Narizinho – Monteiro Lobato


Cresci escutando, assistindo e adorando as histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, principalmente por conta das adaptações para a televisão. Por esse motivo, me considerava uma apreciadora do trabalho de Monteiro Lobato. Então resolvi ler a obra “Reinações de Narizinho”, recentemente publicada pelo selo infantojuvenil Companhia das Letrinhas, que me traria uma coletânea com onze histórias escritas por Lobato nesse universo e a oportunidade de relembrar uma época da minha infância que eu gostava muito.
Porém, quando comecei a ler esse título fiquei horrorizada com algumas atitudes do autor, ele claramente era um homem racista, e podemos perceber isso em algumas falas e atitudes dos personagens. Até entendo o contexto da época, quando as pessoas tinham pensamento diferentes e horríveis, mas isso não diminui o fato de que ele falava coisas bem desnecessárias, que realmente não precisavam ser escritas e muito menos propagadas para leitores de qualquer idade, menos ainda para as crianças. Fiquei muito decepcionada em ver que um autor que eu admirava não era nem um pouco da imagem que eu pintava em minha cabeça.
Por outro lado, fiquei extremamente feliz por ter lido essas histórias pela edição da Companhia da Letras, que fez questão em colocar explicações sobre o certo e o errado, para que, quando alguma criança leia, entenda que essas palavras e xingamentos são super errados e ofensivos. Podemos pegar como exemplo a frase dita por Emília na página 168: “Nasceu preta e ainda mais preta há de morrer.”. Mas, logo no final da página temas o comentário “Puxa, Emília! Você não tem o direito de desrespeitar ninguém porque está brava. E desde quando cor de pele é xingamento?”
A coletânea de historinhas seria ótima, se não fossem essas ressalvas, e daria para nos divertir enquanto acompanhamos as aventuras dos personagens. Porém, eu particularmente não consigo distanciar uma obra do autor com tanta facilidade, e não consegui me divertir sem ficar irritada com comentários maldosos e ofensivos.
Monteiro conseguiu utilizar muita imaginação em seus personagens e criou histórias memoráveis, por isso, indico apenas a leitura do volume da Companhia das Letras, que teve o trabalho de mostrar e falar sobre o certo e o errado, não apenas publicar como foi na época. E ainda nos trouxe um texto de apresentação explicando o contexto cultural da época e comentando as questões polêmicas que o autor apresentou em suas tramas.
A edição merece atenção. Com Capa Dura, tamanho maior do que o padrão nacional com 27,6 cm x 20,2 cm, páginas grossas, alta qualidade de impressão e diversas ilustrações magníficas e muito coloridas da artista nacional Lole, que casaram muito bem com as histórias por serem divertidas e bem relacionadas ao enredo. A folha de guarda também está belíssima!
Indico para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre esses personagens tão memoráveis que fizeram parte da infância de grande parcela da população brasileira, mas também recomendo que ao ler para uma criança explique como é feio e errado alguns pensamentos.
Avaliação





O Verão Que Mudou Minha Vida - Verão #01 - Jenny Han

“O Verão Que Mudou A Minha Vida” conta a história de Belly, uma menina que está na fase de amadurecimento quando as garotas deixam de ser inocentes e começam a se transformar em mulheres. É quando os garotos começam a notá-las não apenas como uma amiga, mas, sim, com outros interesses.
Belly desde pequena passa todas as férias de verão com a mãe, Laurel, e seu irmão, Steven, na casa de veraneio da melhor amiga de sua mãe, Susannah, com ela e seus dois filhos, Jeremiah e Conrad, por quem sempre foi apaixonada.
Mas esse ano tudo parece diferente para Belly. Ambos começam a notá-la como algo mais do que apenas a irmãzinha de seu amigo. Além disso, ela conhece um outro garoto que acaba balançando seu coração também.
No meio de alguns acontecimentos, muita confusão e sentimentos à flor da pele, podemos vivenciar e relembrar alguns momentos da nossa própria vida, daquelas viagens de verão quando éramos mais novas e o mundo parecia algo bem diferente do que parece hoje.
É uma leitura leve, divertida e prazerosa, mas não foi marcante, além de ser monótona. Uma coisa incômoda nisso tudo é que eu estava com altas expectativas sobre esse livro porque amei a trilogia “Para Todos os Garotos Que Já Amei” (clique no título para ler as minhas três resenhas dessa obras) da autora com todo o meu coração. Porém, esse primeiro volume da Trilogia Verão não alcançou nenhuma delas. Então, mesmo tendo gostado da leitura, não adorei. Para mim ficou faltando um algo a mais na história, que não foi suprido em momento algum. Não estou dizendo que o livro é ruim, eu até apreciei a leitura, mas a mesma não se tornou apaixonante.
Achei alguns personagens bem fúteis, principalmente a Belly, que agora que cresceu e ficou “bonita” e acha que pode conseguir qualquer coisa, e, se não consegue, fica chateada. E meus personagens preferidos foram o Jeremiah e a mãe dele, Susannah, super alto astrais, mesmo no meio de diversos problemas, amigos de verdade e amorosos.
Outro ponto que achei bem legal foi que a autora intercalou os capítulos com passagens do presente e do passado, durante os vários verões que passaram naquela casa, e isso nos ajudou a entender mais algumas ações dos personagens.


Artemis Fowl - Código Eterno - Artemis Fowl #03 - Eoin Colfer

Eu não costumo seguir lendo uma série longa por muito tempo, isso porque eu gosto de variar a temática, o estilo de narrativa e até mesmo o gênero, mas vez ou outra eu dou sorte de conseguir vários da mesma série e não enjoar dos livros e seguir lendo, com Artemis Fowl está sendo assim, e o terceiro volume da série Código Eterno escrito pelo autor Eoin Colfer segue despertando atenção. Atenção contém spoilers de livros anteriores.

Artemis Fowl está com seus dias de crime contados já que seu pai está na reta final de recuperação e está esperando mudanças do filho, como uma último plano ousado ele cria um supercomputador com a tecnologia roubada das fadas, e espera conseguir com ele chantagear um empresário com ligação com a máfia, mas o plano brilhante do garoto prodígio não sai como esperado, e ele terá que lidar com perigos maiores do que o esperado.

É muito grande a mudança que o jovem Fowl teve desde as primeiras páginas do primeiro livro até este, de jovem imprudente e sem sentimentos, ele passa a um pré-adolescente que quer vingar o pai e tentar entrar na linha, mais do que isso ele se vê em uma situação de vida ou morte que abala suas certezas e o deixa muito vulnerável. Gostei da transformação que vem acontecendo no jovem, que não passa a ser exatamente o mocinho ainda, mas também não ocupa o cargo de vilão.

A capitã Holly também está cada vez mais ligada ao menino, embora ainda não totalmente assumida já o considera como amigo e nutre carinho pelo mesmo, mas as tradições de seu povo a impede de ter uma amizade propriamente dita com o mesmo. Embora soltem faíscas juntos a dupla Fowl e Holly funciona muito bem junto, já que ambos são destemidos e muito inteligentes.

Butler, o guarda-costas de Fowl tem aparição curta na trama, e é sua irmã Juliet que tem mais espaço. Não gosto muito dela, já que ela é um impulsiva demais e comete muitos erros pelo seu comportamento. Já o anão Palha é admirador de Artemis e estabelece uma relação um tanto inesperada de cumplicidade mútua, embora de índole duvidosa, já que ele não resiste ao roubo e a acumular ouro. O anão é um personagem interessante e engraçado que têm talentos peculiares e que muito ajudam na missão principal do livro.

O empresário americano acaba sendo um inimigo a altura de Fowl, e isso o faz ficar frente a um sentimento que não costuma ter ou lidar que é a falha e a frustração. Isso também acrescenta camadas na transformação do jovem que fica cada vez menos ambicioso.


O Signo dos Quatro - Sherlock Holmes #02 - Sir Arthur Conan Doyle

Quem me conhece sabe o quanto gosto desse famoso detetive chamado Sherlock Holmes. Adoro os livros, filmes, séries e até mesmo jogos que trazem um pouco sobre a vida desse personagem criado por Sir Arthur Conan Doyle. Com isso, sempre que é possível leio alguns dos seus livros e me encanto cada vez mais. Alguns de seus títulos trazem vários contos, enquanto outros são romances completos, que é o caso desse.
Dessa vez, vim falar para vocês as minhas opiniões sobre “O Signo dos Quatro”, que apresenta para o leitor um Holmes mais confiante do que nunca e que, junto com Watson, conquista a nossa atenção do início ao fim.
Quando a bela e jovem Mary Morstan aparece em sua casa munida de um bilhete misterioso que recebeu, vemos que nosso protagonista se anima com um novo caso, ainda mais porque ela fala que seu pai faleceu dez anos atrás e desde então ela recebe pérolas preciosas por correio. A jovem estava desconfiada de que a pessoa que envia as pérolas possa ser a mesma que escreveu esse bilhete. Holmes e Watson acompanham então Mary nesse encontro intrigante e lá ela é informada por Mr. Thaddeus Sholto que é dona de um tesouro tão grande que a deixa muito rica.
Acontece que seu pai, Mr. Morstan, e seu amigo, Major Sholto, eram donos desse grande tesouro. Porém, com a morte do pai da dama, o pai de Thaddeus acabou desfrutando de tudo sozinho. Agora, ambos estavam mortos e tudo estava com Thaddeus e seu irmão. Então, ele iria levar Mary até a casa do seu irmão gêmeo para pegar a sua parte do tesouro, porém, chegando lá, eles encontram o seu irmão morto e o tesouro desaparecido.
Sherlock fica sendo a peça principal para desvendar esses mistérios, devido ao seu grande e vasto conhecimento e também a toda a sua percepção. Então o vemos adentrar nesse caso e analisar o crime para prender os criminosos.
Como sempre, essa trama é incrível e mais uma vez me deixou impressionada em como Arthur Conan Doyle conseguiu escrever uma obra tão boa e com tantos detalhes que ainda eram desconhecidos ou pouco falados em uma época distante da nossa. É quase impossível conseguir largar essa obra antes de chegar ao fim.





Xeque-Mate da Rainha - Elizabeth Fremantle

Sempre gostei de estórias com princesas, reis e rainhas, mas depois da minha viagem para Londres eu virei fã de carteirinha da monarquia inglesa. Ver a monarquia atuante é o tipo de experiência que transforma, e surtiu uma grande conexão comigo. Desde então procuro conhecer a história pregressa dessa família, Xeque-Mate da Rainha, da autora Elizabeth Fremantle, publicado pela Paralela, foi uma chance de conhecer a vida de Katherine Parr a sexta e última esposa do rei Henrique VIII.

Henrique VIII está em busca de uma nova esposa, e Katherine Parr acaba de perder o marido muito doente, após uma visita a corte o rei passa a cortejá-la, e decide que ela será sua nova esposa. Katherine não pode dizer não mesmo quando seu coração já tem outro dono. Cercada por intrigas, traições e disputas de poder, ela terá que ser a rainha e ainda manter sua fé a prova da inquisição.

A primeira coisa que precisa ficar clara ao ter esse livro em mãos é que trata-se de um livro histórico, ou seja, por mais que tenha sido escrito em terceira pessoa em forma de romance, ora através da própria Kat ora através dos olhos de Dot. Os fatos narrados foram retratados em cima de muita pesquisa por parte da autora, ela inclusive lista ao final do livro uma lista bibliográfica de suas fontes de pesquisa. Suas maiores liberdades se deram com apenas dois personagens, Dot a criada pessoal da rainha e seu médico Huicke, já que embora ambos tenham existindo não existem dados aprofundados sobre os mesmos.

A narrativa é bem feita, mas não prende desde o início. Ela desperta sim curiosidade, mas não tem um ritmo rápido e pode demorar a desenrolar para algumas pessoas. Fica claro que o objetivo é fazer um relato histórico, e não romancear o que ocorreu.

Katherine foi uma mulher a frente do seu tempo, isso fica muito claro nas atitudes que têm. Primeiro mesmo depois de rainha ela não trata seus empregados ou qualquer outra pessoa abaixo dela (ou seja, todo mundo menos o rei) com superioridade, ao contrário, gosta de conhecer as pessoas e tratá-las com respeito. E de tão diferente que é de todas as damas ela tem que constantemente controlar suas opiniões e atos para no chamar atenção demais para si. A atenção do rei por ela inclusive foi despertada pela capacidade dela de ser autêntica e honesta.

Henrique VIII foi um homem de personalidade extremamente forte, demonstrando especialmente a todos seu lado genioso e agressivo, que faz o que quer e quando quer, não importando o que isso signifique para seu povo ou os que o cercam. Prova disso é que quando não estava satisfeito com seus casamentos ele dava um jeito de terminar com suas esposas seja com divórcio- que gerou sua separação da igreja católica romana- seja as enforcando ou cortando suas cabeças por supostas traições (não fica claro no livro se de fato foram verdade as traições). Um lado muito pequeno e breve de sua personalidade era interessado em agradar a esposa dando-lhe presentes diários, depois de noites de sexo agressivo.

Dot, a criada da rainha está com ela desde o casamento anterior de Kat. E Katherine a vê como uma filha, já que não consegue engravidar dos maridos. Dot embora venha de uma origem bastante humilde e não saiba nem ler e escrever, é muito esperta, gentil e prestativa, e viver tão próxima da realeza a fez aprender como agir, e descobrir as intrigas comentadas por todos, já que ninguém a via como uma pessoa, era como se não estivesse nos ambientes, e logo a mocinha acaba sabendo de tudo.

Existem diversos personagens secundários, como Meg, a enteada de Kat, garota gentil e tímida que sentiu demais a morte do pai, a ponto de nunca se recuperar; Will Parr irmão de Katherine, tem como objetivo galgar degraus para colocar sua família em lugares de destaque;  Anne Parr, irmã mais nova da rainha, já casada é uma das damas de companhia da irmã, e uma das poucas pessoas que pode contar.

Um traço forte e muito marcante na narrativa é a questão religiosa, por conta do rompimento do rei com a igreja romana a Inglaterra estava migrando para o protestantismo, mas indeciso quanto sua decisão o rei volta atrás e não rompe seus laços de vez com a igreja que tem dois representantes muito próximos de Henrique a influenciá-lo. Para não perder poder a igreja faz uma caça as bruxas de todos que estão de acordo com as ideias dessa nova fé, sem missas em latim ou itens como incenso e velas nas missas, um a um eles criam maneiras de pegar essas pessoas. O problema é que a rainha é uma delas, e todo momento ela tenta manobras para não ser descoberta.


Pôr do Sol No Central Park - Para Nova York, Com Amor #02 - Sarah Morgan

Depois de ler e me apaixonar por “Amor em Manhattan” (clique no título para ser redirecionado para minha resenha), fiquei viciada na escrita de Sarah Morgan e pelos personagens criados por ela. Como no primeiro volume dessa série conhecemos os protagonistas dos próximos livros, já criamos uma certa identificação com todos eles, o que acho bem legal. Quando vi que a Harlequin já havia lançado “Pôr do Sol No Central Park” aqui no Brasil, fiquei bem empolgada pela leitura e, assim que me foi possível, comecei a ler essa história. Agora, venho compartilhar com vocês as minhas opiniões a respeito dessa obra.
Nesse volume, vemos que Frankie e suas duas amigas estão indo muito bem na empresa que abriram juntas. E estão cada vez mais com novos trabalhos, fazendo com que a vida profissional delas esteja indo muito bem. Já no amor, Frankie continua sendo uma negação, isso porque, quando era mais nova, seu pai traiu a mãe e acabou saindo de casa. No início, sua mãe ficou muito triste e chorava pelos cantos, mas, certo dia, resolveu dar um basta e começou a sair com vários homens, até mesmo um casado. A ilha que moravam era muito pequena, então nossa protagonista percebeu que todos os moradores falavam sobre ela, e passou por um mau bocado quando era mais nova por conta de um menino ridículo com quem resolveu sair, e que achou que ela estaria na mesma vibe que a mãe estava naquele momento.
Frankie, então, se mudou da ilha de Puffim assim que foi possível, e nunca mais retornou para aquele local. Ela queria ficar bem longe de todos ali e da sua antiga história. Tudo isso fez com se fechasse para o amor e não acreditasse mais em homem nenhum. Para ela, casamento é uma mentira e não existe final feliz. Ela construiu uma barreira em si e não deixa mais ninguém entrar.
Já Matt está cada vez mais está interessado em Frankie. Apesar de conhecê-la desde muito jovem, cada vez mais descobre algo novo sobre ela, fica ainda mais interessado, porém, nossa protagonista não confia em ninguém e diminuir as barreiras que ela criou é realmente bem difícil. Porém, ele tem seus planos para conseguir conquistar o coração e a confiança de nossa Frankie.


Quando precisa da ajuda dela em um dos seus projetos, ele tem a oportunidade de ficar mais perto e aos poucos ir ganhando sua confiança. A tensão sexual entre os dois é bem notável e, quando ele finalmente consegue beijá-la, tem a certeza de que é a mulher que ama. Mas Matt não quer assustá-la revelando os seus sentimentos, já que sabe que ela iria fugir. Mas será que alguém conseguiria ter um relacionamento sem muito compromisso quando sabe que realmente ama uma pessoa? Será que Frankie vai fugir quando ele revelar esse amor ou vai ser capaz de aceitar algo que sempre foi contra?
Esse exemplar traz uma história leve e divertida que consegue conquistar a gente em todos os momentos com personagens maravilhosos. É um romance fofo, um pouco clichê, mas, ainda assim, delicioso e viciante. Me peguei torcendo diversas vezes por Matt e querendo que ele conseguisse conquistar o coração de nossa protagonista o quanto antes.


A Maldição - As Aventuras do Caça Feitiço #02 - Joseph Delaney


Aproveitando a minha recente leitura do primeiro volume da série As Aventuras do Caça Feitiço, do autor Joseph Delaney, publicado pela Bertrand Brasil, segui para a leitura do segundo volume A Maldição, para que a leitura não caísse no esquecimento.

Tom continua seu treinamento para ser um caça feitiço, após a morte do irmão de seu mestre eles partem para uma cidade onde as trevas estão dominado através de uma criatura que habita as catacumbas, e o passado de Gregory ganha vida através de estórias que vem a tona. Ward terá que ir além de seu conhecimento e seus medos para salvar inocentes e esta grande ameaça que ganha força a cada dia!

Delaney segue com o mesmo estilo de escrita do primeiro livro da série, não melhorou e nem piorou do ponto de vista literário, apenas aprofundou a personalidade de seus personagens, especialmente sobre seus passados. Passamos a conhecer, por exemplo, o passado dos pais de Tom, e um pouco mais do passado de seu mestre. A história de seus pais, em especial sua mãe é interessante, mas ainda não está completa.

O livro já começa na ação com o jovem aprendiz lutando contra um ogro, e até o fim de suas páginas são poucos os momentos de tranquilidade na narrativa. Com voz mais ativa e frente a ameaças maiores Thomas tem menos tempo para aprender na teoria do que na prática, isto porque seu mestre está inicialmente se recuperando de uma doença, e depois se vê impossibilitado de lutar. Assim ele segue crescendo nas suas responsabilidades e atitudes, seguindo sua intuição.

Gregory, o mestre, não consegue seguir os caminhos que havia determinado para o jovem já que ele segue antes de mais nada aquilo que acredita ser certo, mesmo que para isso arrisque sua vida. A teimosia do aprendiz o desconcerta, mas ao mesmo tempo mostra o potencial que ele tem.

Alice, a jovem feiticeira que já acompanha Tom no primeiro livro é fundamental para o desenvolvimento da trama, ela representa com muita riqueza a famosa guerra interna entre fazer o certo e o errado, e no caso dela fazer o errado visando um resultado certo. Ela é uma personagem dúbia, mas que mostra ser fiel a quem ela gosta.


As Viúvas - Dolly Rawlins #01 - Lynda La Plante

Depois de ter lido algumas resenhas positivas e a sinopse maravilhosa desse livro e saber que tinha uma adaptação cinematográfica com ninguém menos do que Viola Davis como uma das protagonistas, fiquei bem encantada com o que parecia esse volume e louca para tirar minhas próprias conclusões. Queria saber um pouco mais sobre essas três viúvas e o assalto que estavam planejando dar andamento, e, por esse motivo, assim que foi possível comecei essa leitura e agora venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões.
Nessa obra, conhecemos Dolly Rawlins, Linda Pirelli e Shirley Miller, três mulheres que acabaram de se tornar viúvas após o assalto a um carro blindando que o marido de cada uma delas estava planejando ter saído de forma errada. Isso porque, na hora de concretizar o plano, houve um imprevisto e os três foram carbonizados e encontrados dois dias depois.
Agora, as três mulheres que nunca foram amigas e que são bem diferentes entre si acabam se unindo porque Dolly tem acesso a todos os documentos e planos executados pelo seu marido, e sabe exatamente onde ele errou. Assim, com a ajuda das outras viúvas, elas planejam dar continuidade ao assalto e sair milionárias.
Mas o que não poderiam contar é que os irmãos Arnie e Tony (criminosos da cidade) desejam o caderninho do Harry, já que lá tem todas as informações que eles precisam, e para isso vão fazer de tudo para consegui-lo.
Adoro essa capa, que mesmo simples é linda e passa o clima da história. A diagramação da Intrínseca como sempre está bem confortável para a leitura e as páginas são amarelas.
Narrado em terceira pessoa, o que foi bem legal já que assim conseguimos acompanhar tudo o que estava se passando de uma forma mais ampla, esse volume traz uma história leve, divertida e empolgante, recheada de ação, mistérios, suspense e personagens incríveis.
É sempre maravilhoso ver como as mulheres unidas conseguem alcançar muito mais. Esse título realça nosso Girl Power! Agora preciso assistir ao filme. Recomendo para todo mundo a leitura!!
Avaliação





Espero Por Você - Wait For You #01 - Jennifer L. Armentrout

Avery Morgansten vivenciou algo terrível em seu passado que acabou mudando drasticamente a sua vida, tanto pelo trauma que viveu quanto pelas pessoas da sociedade onde vivia, que fizeram com que ela passasse por momentos angustiantes e sofresse ainda mais com as consequências dos atos alheios. Por não aguentar mais viver ali, ela decide mudar para o outro lado do país e começar uma nova vida como anônima, já que ninguém ali a julgaria ou lhe apontaria o dedo.
Nova no local, Avery não quer chamar a atenção de ninguém. Porém, quando esbarra no rapaz mais bonito da universidade, as coisas podem não ficar tão simples. Afinal, ele logo se encanta pela garota e decide que quer conhecê-la melhor. Nossa protagonista decide fugir dele, pois não quer ter sua vida entrelaçada a de ninguém. Porém o destino parece não aceitar sua decisão e faz com que eles se encontrem diversas vezes, sejam colocados como duplas para produzir um trabalho de uma aula que fazem juntos, e ainda por cima sejam vizinhos de porta no prédio onde moram.
Cameron Hamilton é lindo. Maravilhoso, popular, inteligente e dono de uma personalidade carismática que conquista a todos por onde passa, decide que quer se aproximar mais da misteriosa Avery. Então visita-a todo domingo de manhã para preparar um café da manhã delicioso, se aproxima dela aos poucos e vai conquistando sua confiança, transformando-se num grande amigo dela.
A química entre eles é intensa e os sentimentos vão ficando cada vez mais fortes. Avery pode estar começando a confiar mais em Cam, mas sente que seu passado não vai permitir que seja feliz. E é por isso que ele decide esperar por ela o tempo que for e, quando estiver preparada, poderão vivenciar um relacionamento intenso, real e muito bonito. Mas será que esse dia vai chegar?
Desde que a Novo Conceito publicou esse título aqui no Brasil, em 2017, tenho vontade de conferi-lo. Porém, ainda não tinha conseguido fazer isso. Até que esse mês finalmente tive a oportunidade! De modo geral, curti a leitura, mas talvez minhas expectativas estivessem muito altas ou a minha forma de encarar a vida e os romances tenham mudado um pouquinho nesses últimos anos, então não amei a experiência. Porém, continuo recomendando a obra.


Apesar de ser uma história bonitinha com um desenvolvimento agradável e personagens carismáticos, acho que ficou faltando algo realmente maravilhoso ou arrebatador (no sentido de nos deixar vidrados) para me conquistar totalmente. Acredito que pelo fato de ele ser um livro comum, como diversos outros encontrados por aí, sem algo que realmente fizesse com que tivesse um grande destaque para mim, foi o que acabou me entristecendo um pouquinho.
Mas tenho certeza de que pessoas que não leram tantos livros de romance como eu ou que forem mais novas provavelmente vão curtir ainda mais a leitura. Eu mesma, quando era adolescente ou no início dos meus vinte anos, provavelmente teria adorado a obra. É por isso que eu continuo indicando-a para todos que se encaixam em um dos dois perfis (com essa idade ou com menos livros de romances na pilha de lidos durante a vida).
Já tinha tido a oportunidade de ler outra obra escrita pela autora anteriormente e gostei bastante da experiência. E posso afirmar que sua narrativa continua deliciosa, envolvente, fluida e interessante. Ela sabe explorar os personagens bem e desenvolve o drama de uma forma que nos deixa curiosos para saber o que aconteceu, ao mesmo tempo em que não fica maçante esperar pela revelação (inclusive porque há indícios que são mostrados aos poucos).
Os protagonistas são pessoas fortes e agradáveis e gostei bastante de conhecê-los. Avery sofreu muito no seu passado e suas cicatrizes e traumas são bem evidentes e nos fazem enxergar algumas coisas da vida sob outra perspectiva. Ver seu crescimento foi muito bonito e até confortante, pois é sempre bom ver alguém conseguindo reviver depois de algo assim e conseguindo encontrar seu lugar no mundo, uma força para continuar a vida e até mesmo a felicidade.
Cam foi outro destaque. Aquele tipo de homem que sempre esteve em falta no mundo. Amável, fofo, compreensivo, que sempre fez com que Avery se sentisse bem, tratando-a da melhor forma e entendendo o seu lado, apoiando-a e impulsionando-a a renascer.