Eu não costumo seguir lendo uma série
longa por muito tempo, isso porque eu gosto de variar a temática, o estilo de
narrativa e até mesmo o gênero, mas vez ou outra eu dou sorte de conseguir
vários da mesma série e não enjoar dos livros e seguir lendo, com Artemis Fowl
está sendo assim, e o terceiro volume da série Código Eterno escrito pelo autor
Eoin Colfer segue despertando atenção. Atenção contém spoilers de livros
anteriores.
Artemis Fowl está com seus dias
de crime contados já que seu pai está na reta final de recuperação e está esperando
mudanças do filho, como uma último plano ousado ele cria um supercomputador com
a tecnologia roubada das fadas, e espera conseguir com ele chantagear um
empresário com ligação com a máfia, mas o plano brilhante do garoto prodígio
não sai como esperado, e ele terá que lidar com perigos maiores do que o
esperado.
É muito grande a mudança que o
jovem Fowl teve desde as primeiras páginas do primeiro livro até este, de jovem
imprudente e sem sentimentos, ele passa a um pré-adolescente que quer vingar o
pai e tentar entrar na linha, mais do que isso ele se vê em uma situação de
vida ou morte que abala suas certezas e o deixa muito vulnerável. Gostei da
transformação que vem acontecendo no jovem, que não passa a ser exatamente o
mocinho ainda, mas também não ocupa o cargo de vilão.
A capitã Holly também está cada
vez mais ligada ao menino, embora ainda não totalmente assumida já o considera
como amigo e nutre carinho pelo mesmo, mas as tradições de seu povo a impede de
ter uma amizade propriamente dita com o mesmo. Embora soltem faíscas juntos a
dupla Fowl e Holly funciona muito bem junto, já que ambos são destemidos e
muito inteligentes.
Butler, o guarda-costas de Fowl
tem aparição curta na trama, e é sua irmã Juliet que tem mais espaço. Não gosto
muito dela, já que ela é um impulsiva demais e comete muitos erros pelo seu
comportamento. Já o anão Palha é admirador de Artemis e estabelece uma relação
um tanto inesperada de cumplicidade mútua, embora de índole duvidosa, já que
ele não resiste ao roubo e a acumular ouro. O anão é um personagem
interessante e engraçado que têm talentos peculiares e que muito ajudam na
missão principal do livro.
O empresário americano acaba
sendo um inimigo a altura de Fowl, e isso o faz ficar frente a um sentimento
que não costuma ter ou lidar que é a falha e a frustração. Isso também
acrescenta camadas na transformação do jovem que fica cada vez menos ambicioso.
O Mundo das fadas tem sua parcela
na estória, mas mais através da tecnologia que possui do que de seus seres,
como o foco é todo na missão de resgate, não existe quase nenhuma novidade
quanto a novas criaturas ou costumes dos habitantes debaixo, e senti um pouco a
falta da magia deste lado.
Embora totalmente explicável, eu não gostei muito do final da trama, que de certa forma faz com que a estória volte para trás em algumas evoluções, não sei quanto elas se manterão no próximo volume, A Vingança de Opala, mas por hora eu lamentei como tudo terminou.
A narrativa de Colfer é muito descomplicada,
constante e de maneira fácil de assimilar e de nos fazer seguir página após
página, sem nos dar conta. Ainda não migrou para uma estória mais séria, mas
como Fowl segue envelhecendo me pergunto se isso não vai acabar acontecendo.
Código Eterno nos brinda com uma
aventura nos limites, onde tudo pode dar errado e dá errado! Nos permite
acompanhar o crescimento deste pré-adolescente que é tudo menos normal, e que
tem meios estranhos de conquistar o que quer.
Avaliação
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