Eu não me lembro quando foi que a
paixão nasceu, na verdade eu nem sequer me lembro de algum momento da minha
vida que eu não amasse o dia das bruxas e tudo que está relacionado a ele. Eu
fui uma criança que se fantasiava de bruxa no Carnaval, e que chegou a ganhar o
apelido de bruxinha por isso. Então fazer essa resenha especial para o
Halloween hoje é mais do que seguir o tema, é celebrar um dia que reúne muito
de mim, não só do ponto de vista da cultura pop, mas também do paganismo. Para
comemorar esse dia tão incrível escolhi conversar sobre o livro Objetos
Sobrenaturais, da autora Stacey Graham, publicado em uma edição linda pela
Darkside Books.
Stacey é uma investigadora do
paranormal e reúne em seu livro informações sobre objetos que tem relacionado a
sua existência a situações paranormais que vão desde aparições e barulhos até
situações que envolvam a morte dos portadores. Com o objetivo de explorar o
tema a autora inicia seu livro com um capítulo de onde encontrar esses
artefatos sombrios. E pode parecer difícil, mas a verdade é que ele pode estar
em qualquer lugar desde a casa de algum parente falecido, passando por vendas
de garagem chegando a anúncios na internet que vendem os objetos como
sobrenaturais com provas (diz a autora que estes objetos são bem caros, e me
pergunto quem gostaria de um fantasma como decoração na sala!).
Depois ela explica de maneira
breve e superficial quais são os sinais de que um objeto seja sobrenatural e
quais os tipos de espíritos, orientações de investigação e assombrações que
existem. E aqui que fiquei chateada porque gostaria que a autora perdesse pelo
menos um capítulo com estas informações, tanto a título de conhecimento, quanto
para informar mais os desavisados que podem achar divertido a ideia de ter um
objeto destes! Achei tudo muito raso.
Depois deste capítulo
introdutório até o penúltimo capítulo o tema gira em torno de relatos em torno
destes objetos. A autora organiza cada capítulo por temas, começando com
bonecas, onde o famoso caso de Annabelle é explorado. E ao longo destes relatos
existem diversas ilustrações que casam muito bem com o tema, trazendo um clima
todo mórbido ao livro e aos relatos.
Na sequência os ossos são os
escolhidos, e acredito que seja um dos objetos mais óbvios de encontrarmos
resíduos, afinal pertenceram a um ser humano que não necessariamente aceitou
bem sua morte, ou morreu de forma tranquila, gerando muita vezes uma energia
que circunda seus restos e não os abandona. Não podiam faltar claro as famosas
casas mal assombradas e seus móveis. Achei interessante que a autora traz tanto
relatos bem conhecidos de quem estuda o tema quanto de histórias menos
conhecidas.
Outros temas analisados são casos
em pontes, navios, cidades e lugares talvez não tão óbvios, já que qualquer
coisa pode ser assombrada ou guardar resíduos de seu dono ou de situações que
ocorreram no local (como mortes coletivas e crimes violentos). Por fim, relatos
em hotéis e que envolvam estrelas de Hollywood são lembradas. Achei marcante a
história do carro do ator James Dean, este veículo tinha um gênio forte e não
aceitava ser domado, é inacreditável em quantas mortes ele está envolvido.
O último capítulo trabalha com
proteção, e aqui também poderia ter tido maior profundidade e cuidado da autora
que foi muito, muito rasa ao sugerir maneiras de lidar com a vida após a morte
que são usadas ao redor do mundo.