Objetos Sobrenaturais - Stacey Graham

Eu não me lembro quando foi que a paixão nasceu, na verdade eu nem sequer me lembro de algum momento da minha vida que eu não amasse o dia das bruxas e tudo que está relacionado a ele. Eu fui uma criança que se fantasiava de bruxa no Carnaval, e que chegou a ganhar o apelido de bruxinha por isso. Então fazer essa resenha especial para o Halloween hoje é mais do que seguir o tema, é celebrar um dia que reúne muito de mim, não só do ponto de vista da cultura pop, mas também do paganismo. Para comemorar esse dia tão incrível escolhi conversar sobre o livro Objetos Sobrenaturais, da autora Stacey Graham, publicado em uma edição linda pela Darkside Books.

Stacey é uma investigadora do paranormal e reúne em seu livro informações sobre objetos que tem relacionado a sua existência a situações paranormais que vão desde aparições e barulhos até situações que envolvam a morte dos portadores. Com o objetivo de explorar o tema a autora inicia seu livro com um capítulo de onde encontrar esses artefatos sombrios. E pode parecer difícil, mas a verdade é que ele pode estar em qualquer lugar desde a casa de algum parente falecido, passando por vendas de garagem chegando a anúncios na internet que vendem os objetos como sobrenaturais com provas (diz a autora que estes objetos são bem caros, e me pergunto quem gostaria de um fantasma como decoração na sala!).

Depois ela explica de maneira breve e superficial quais são os sinais de que um objeto seja sobrenatural e quais os tipos de espíritos, orientações de investigação e assombrações que existem. E aqui que fiquei chateada porque gostaria que a autora perdesse pelo menos um capítulo com estas informações, tanto a título de conhecimento, quanto para informar mais os desavisados que podem achar divertido a ideia de ter um objeto destes! Achei tudo muito raso.

Depois deste capítulo introdutório até o penúltimo capítulo o tema gira em torno de relatos em torno destes objetos. A autora organiza cada capítulo por temas, começando com bonecas, onde o famoso caso de Annabelle é explorado. E ao longo destes relatos existem diversas ilustrações que casam muito bem com o tema, trazendo um clima todo mórbido ao livro e aos relatos.

Na sequência os ossos são os escolhidos, e acredito que seja um dos objetos mais óbvios de encontrarmos resíduos, afinal pertenceram a um ser humano que não necessariamente aceitou bem sua morte, ou morreu de forma tranquila, gerando muita vezes uma energia que circunda seus restos e não os abandona. Não podiam faltar claro as famosas casas mal assombradas e seus móveis. Achei interessante que a autora traz tanto relatos bem conhecidos de quem estuda o tema quanto de histórias menos conhecidas.

Outros temas analisados são casos em pontes, navios, cidades e lugares talvez não tão óbvios, já que qualquer coisa pode ser assombrada ou guardar resíduos de seu dono ou de situações que ocorreram no local (como mortes coletivas e crimes violentos). Por fim, relatos em hotéis e que envolvam estrelas de Hollywood são lembradas. Achei marcante a história do carro do ator James Dean, este veículo tinha um gênio forte e não aceitava ser domado, é inacreditável em quantas mortes ele está envolvido.

O último capítulo trabalha com proteção, e aqui também poderia ter tido maior profundidade e cuidado da autora que foi muito, muito rasa ao sugerir maneiras de lidar com a vida após a morte que são usadas ao redor do mundo.


Quando Ela Desaparecer – Victor Bonini


Desde que li “ O Casamento” deste autor, virei fã de sua escrita ágil e envolvente, que consegue surpreender. Sendo assim, quando tive esse novo título em mãos, devorei a história bem rápido, pois não conseguia largar.
Conhecemos Kika, uma jovem muito bonita de 16 anos que já passou por muitas coisas na vida, perdeu seu pai, sofreu bullying e 2 anos antes esteve à beira da morte. Até que ela desaparece durante uma excursão escolar e a única pista que a polícia encontra é um colar quebrado achado no meio da mata.
Agora, anos depois, vemos a história do seu desaparecimento contada por Sarah, uma jovem jornalista que estudava no mesmo colégio que Kika, e resolveu contar a verdade sobre o caso que chocou Guarulhos. E assim conhecemos os acontecimentos através de recortes de jornal, posts de Facebook, trocas de e-mail, etc.
A trama foi muito bem construída e é cheia de reviravoltas. Durante a investigação vamos elegendo possíveis suspeitos e criando várias teorias para o caso. Com uma trama bem estruturada, cheia de segredos e mentiras, esse livro nos conquistar do início ao fim com capítulos curtos, que vão intercalando entre o presente e o passado em uma narrativa direta, rápida e fluida.
Com um verdadeiro plot twist a obra nos surpreende e Victor Bonini prova mais uma vez que consegue bagunçar com as nossas cabeças e nos confundir. Nem tudo o que parece é verdade. O final teve um desfecho avassalador, foi realmente de tirar o fôlego.





Mulherzinhas – Louisa May Alcott


Já escutei inúmeras pessoas falando sobre esse Clássico e sempre tive vontade de conhecer, porém ainda não tinha tido a oportunidade. Quando a @editorazahar lançou essa edição maravilhosa Comentada e de Capa Dura, resolvi que já estava mais do que na hora de mergulhar nessa trama e passei na frente dos demais títulos da minha pilha, lendo no mesmo dia que recebi de tão ansiosa que estava.
A história começa em Dezembro de 1861, em Massachusetts – EUA, e conhecemos a vida das quatro irmãs March, Meg (16 anos), Jo (15), Beth (13) e Amy (12), que moram com a mãe, enquanto o pai está servindo na Guerra Civil. Acompanhamos então as aventuras dessas irmãs adoráveis que se metem em confusões e vivenciam vários conflitos emocionais e morais, tendo como pano de fundo a convivência familiar.
Com o pai longe, a mãe precisa sustentar a família, e vemos como as irmãs tiveram que amadurecer cedo. Mesmo sendo unidas, cada uma tem sua personalidade bem distinta da outra, o que foi maravilhoso, pois o livro trabalha visões femininas variadas da época, uma vez que nos apresenta meninas totalmente diferentes entre si, inclusive a Jo acaba com o estereótipo de mulher delicada que quer se casar.



A história é repleta de lições para a vida e valores, tornando-se atemporal e encantando gerações, mesmo tendo sido escrita há mais de 150 anos. Com uma linguagem simples e leve, esse volume consegue nos conquistar trazendo um pouco do papel da mulher na sociedade e provocando no leitor várias reflexões, inclusive para quem leu na época.
Essa edição #ClassicosZahar traz o Texto Integral, Ilustrações Originais lindíssimas e várias Notas de Rodapé, que ajudam no entendimento da história e também da época. Amei a oportunidade de ler essa obra! E torço para que muitas pessoas também queiram embarcar nessas páginas.






Volte Para Mim - Paola Aleksandra


Eu confesso, eu tenho meus dois pés atrás de livros de youtuber e blogueiro, não que estas pessoas não tenham capacidade de escrever, mas sim pelo que eles resolvem escrever. Mesmo com meus preconceitos eu não me permito não ler esses livro, e volta e meia eu escolho algum para ler. Com a Paola Aleksandra eu fui com mais credibilidade já que acompanho o canal Livros e Fuxicos e sabia que ela tinha conhecimento suficiente para escrever. Seu primeiro livro Volte Para Mim, publicado pela editora Planeta, pelo selo Essência, foi o escolhido.

Brianna Hamilton é filha de um Duque e vive com sua família na Inglaterra sem maiores problemas, até que ela precisa debutar e descobre que já existem planos para o seu futuro. A jovem, no entanto, não quer o futuro que seus pais desejam, e resolve fugir para a Escócia para resgatar suas origens. Muitos anos depois sua mãe está muito doente e ela volta para casa, e com ela arrependimentos, tristezas e culpa. Ela agora precisará se reconciliar com quem deixou e aprender a si perdoar, mas será que ela é capaz?

Bem feito para mim que mordi a língua feio com essa leitura que não só foi ótima como deixou meu coração em pedacinhos bem pequenos! Narrado em primeira pessoa alternadamente através de Brianna e de Desmond, com cartas escritas pelos personagens entre os capítulos, a narrativa é muito emocionante e carregada de sentimento. Tudo é muito intenso e verdadeiro, e foi inevitável não sofrer com os personagens.

A narrativa é tão bem descrita que a tristeza e dor dos personagens é palpável, e passei horas muito triste com ela. Os personagens se amam tanto e de forma tão intensa que não tem como não padecer com eles. Agora neste momento só de lembrar dá uma sensação de desamparo e dor no peito. Teve o famoso quentinho dos romances de época, mas menos do que eu esperava pelo sofrimento que tive com a personagem. Isso tudo é reforçado pela possibilidade de saber o que os dois protagonistas pensam na mesma cena muitas vezes.

Brianna é uma mulher forte e decidida, mesmo quando não tem informações suficientes sobre uma situação ela impulsivamente age. Mas do mesmo modo que age também é capaz de amar profundamente e perdoar. É capaz de ver o melhor de cada um, e quer o melhor de cada um. Mas jamais consegue ser uma mulher submissa ou que siga as regras. É muito ligada a natureza e a família.

Desmond é o melhor amigo de infância de Brianna, e também seu primeiro amor. Nutre um amor tão forte e denso por ela que todos os seus passos são guiados por ele, sem nunca conseguir deixar de pensar nela. Tenta ser durão e grosso, mas é um homem de empatia, coração grande e grande paixão.

Adorei toda a família Hamilton, eles na verdade me lembraram muito os The Hathaways da Lisa Kleypas, já que são pessoas que estão na sociedade, mas que não seguem seus comportamentos, muito pelo contrário, têm comportamentos bastante distintos e de personalidade.

Já li muitos romances de época e o foco costuma ser no casal, aqui temos muitas páginas deles, mas a grande estrela é a família de Brianna, a relação de cada um dos personagens e como cada um vai se resgatando e perdoando. A relação da família que gerou problemas para o casal. Com isso não existem cenas de sexo, apenas breves cenas sensuais, já que o enfoque é na relação e no sentimento. Essa ênfase diferente me agradou bastante, além de me fazer ler o livro muito, muito rápido!


Poldark – Poldark #01 – Winston Graham


Depois de ficar anos fora, Ross Poldark volta de uma guerra na América. Era para ser um retorno agradável, porém seu pai está morto, a propriedade abandonada, estragada e com empregados bêbados, e a mulher que ama, que ele pensou que lhe esperaria, está noiva do primo dele.
Mesmo abalado com os percalços, Ross decide mudar sua realidade, consertando as coisas, inclusive tenta fazer isso com o coração partido, e trazendo uma nova esperança. Com sua personalidade empática e compaixão por todos, inclusive os menos afortunados, ele se envolve em algumas intrigas. Principalmente quando resgata uma jovem e seu cachorro de uma briga de rua. Poldark só não imaginava que a sua vida também mudaria.
Confesso que não esperava gostar tanto assim de Ross porque ele é um homem da nobreza rural inglesa do Século XVIII em um livro escrito por um homem no período da 2ª Guerra Mundial. Esperava alguém frio ou que não se importasse com as pessoas. E fui pega totalmente desprevenida, porque ele é o oposto! Que homem incrível e honrado! Ele sempre tenta ser e fazer o melhor para todos, não importa quem seja. Há um ou outro comentário ruim (pois eram pensamentos da época), mas ele não agia de tal forma.
Os personagens são bem construídos. Vemos o crescimento de Demelza, a personalidade delicada e adorável de Verity, Jud e Prudie com jeitos peculiares, o cachorro Garrick, a égua Darkie, e outros.





A Casa dos Novos Começos - Lucy Diamond


Não sou o tipo de pessoa que gosta de chick-lit, já tentei alguns e em geral os acho superficiais demais para o meu gosto. E sempre que escolho alguns livro fora da minha zona de conforto da fantasia, eu me pergunto se não vou acabar me deparando com algum chick-lit. Essa pergunta me rondou durante a leitura de A Casa dos Novos Começos, da autora Lucy Diamond, publicado pela editora Arqueiro, na coleção Romances de Hoje.

Na cidade inglesa litorânea de Brighton três mulheres com diferentes estórias se mudaram para o mesmo apartamento elegante. Nenhuma delas se conhece, mas todas estão no mesmo processo de recomeçar, seja por relacionamentos perdidos, seja por um emprego do namorado ou por um luto. Todas elas estão perdidas quanto seus lugares no mundo, mas quando suas jornadas convergem seus lugares ao sol começam a ser trilhados.

Rosa já é bem sucedida em Londres e estava em um relacionamento que a satisfazia até esbarrar em um segredo que a faz mudar não só de cidade como de carreira. Seu segredo no entanto embora demore a ser dito com todas as letras logo fica claro para quem lê, e sua mudança de carreira foi o modo como ela conseguiu se sentir útil ao mundo e sublimar o que aconteceu. Seus trechos no restaurante são terríveis já que ela possui um péssimo chefe, e senti falta de maior descrição dos alimentos que rondam a personagem. Normalmente quando um protagonista se envolve com comida a fome é despertada, não foi esse o caso.

Georgie é uma jovem que mora com o namorado até que ele resolve passar seis meses no Sul para um projeto de arquitetura. Meio que sem convite ela segue junto com o namorado, e se vê sem emprego ou dinheiro em um lugar que não conhece ninguém. Um pouco impulsiva ela parte em busca de um trabalho que sonhava em ter, escrever para uma revista, e para tanto acaba sendo desleal com quem ama. Não me entrou na cabeça como ela teve tantas falhas com o namorado! Eu só pensava: "não fala com ele, isso vai terminar mal!".

Por fim conhecemos Charlotte que marcada por um tragédia tenta recomeçar. Seus capítulos são os mais tristes, mas ao mesmo tempo alguns dos trechos mais legais por conta de sua vizinha idosa Margoth que com um espírito aventureiro e despojado guia Charlotte para caminhos que jamais imaginou.

A narrativa em terceira pessoa alterna capítulos focados em cada uma das personagens, até o ponto em que elas se conhecem e passam a aparecer nos capítulos uma das outras. A estória se desenrola de forma rápida, mas muito previsível, não tem surpresa em momento algum. A autora não tem um jeito envolvente de escrever, embora até diga como um lugar é, não o faz de forma a envolver e nos fazer querer conhecer o lugar.

Quando um personagem surge fica logo evidente seu papel e como ele termina na trama. Isso foi um pouco frustrante, e acabou com qualquer possibilidade de densidade. Isso porque o livro tem uma atmosfera marcante de chick-lit mesmo com temas mais densos, e estes temas nunca se aprofundam o suficiente para serem dramas, ou ainda trazerem algum mistério para prender. Tudo é como esperado.


Teto Para Dois – Beth O'Leary


Depois de acontecimentos que fazem Tiffy encarar sua realidade de outra forma, ela sente que chegou a hora de se mudar da casa do ex-namorado e encontrar um lugar para morar. Como não quer passar mais dias onde está, aceita um acordo inusitado: dividir um apartamento de um quarto com um homem em horários alternados sem que eles se encontrem.
Leon quer resolver algumas questões e precisa de dinheiro. Por ser enfermeiro no turno noturno e passar os finais de semana com a namorada, seu apartamento fica livre nesses horários. E é assim que dividem o espaço, sem nunca terem se encontrado pessoalmente.
Para se comunicarem, trocam recados por meio de Post-Its espalhados pela casa. Primeiramente são apenas trivialidades, depois as coisas passam a ficar mais sérias e eles passam a se conhecer melhor. O esquema funciona... até que uma situação comprometedora abala as estruturas de ambos. Resta saber se o que funcionou no papel pode ganhar vida em carne e osso.
AMO Romances Contemporâneos e estava com expectativas altas! Fiquei MUITO feliz pela obra tê-las ultrapassado e se tornado uma das favoritas do gênero e uma das melhores leituras do ano!
Os mais marcantes são os protagonistas. O fofo Leon e a alegre Tiffy são incríveis, com personalidades bem desenvolvidas e cativantes. São opostos que se completam de forma deliciosa e nos deixa com um quentinho no coração – e que final fofo! Os secundários e participações também são sensacionais. PRECISO de um livro com Richie e Rachel como casal! Espero que esteja nos planos da autora!






Low Carb - A Dieta Cetogênica: 125 Receitas - Leanne Vogel


Alguns meses atrás, li e resenhei o outro livro da autora, publicado também pela @faroeditorial, onde Vogel fala sobre a Dieta Cetogênica e o motivo de ter sentido necessidade de encontrar algo que se adaptasse a ela e que pudesse emagrecer de uma forma ideal. Depois de pesquisar e testar muito, chegou a um método que traz equilíbrio na alimentação sendo saudável e cumprindo com seus objetivos.
Agora, Leanne apresenta nada menos do que 125 Receitas incríveis de pratos deliciosos, saudáveis e que ajudam a emagrecer. Além disso, ela apresenta dicas, técnicas, estratégias de como fazer, que utensílios, eletrodomésticos e ingredientes podemos usar, traz explicações sobre diversos temas dentro do assunto, planejamentos, listas de compras, etc., tudo isso de maneira direta, leve e de fácil entendimento.
Todas as receitas possuem fotografias do prato finalizado, o que eu acho necessário, porque detesto quando não sei como a receita deve ficar quando eu concluir, e uma pequeno texto explicativo com dicas, além de legendas, inclusive com opções para dietas especiais (o que você pode substituir caso tenha alguma alergia, por exemplo) e até informações nutricionais por porção.






The Risk – Briar U #02 – Elle Kennedy


Brenna Jensen é destemida, tem forte opinião e sabe o que quer. Sendo filha do técnico de hóquei da Briar, entende que não pode ter relação com nenhum dos jogadores rivais, mas, como diversas outras meninas, não consegue resistir ao capitão do time de Harvard, o arrogante e lindo Jake Connelly.
Para conseguir um estágio na HockeyNet, ela acaba mentindo para o entrevistador dizendo que Jake é seu namorado e, com isso, consegue chamar sua atenção. E Jake, que também não resiste a Brenna, acaba aceitando fingir que isso é verdade, contanto que ela aceite sair em encontros reais com ele. O fingimento talvez seja mais real do que ambos admitem. E esse amor proibido acaba se fortalecendo, mas eles ainda precisam lidar com distrações, confiança e aceitação.
Gosto bastante da Elle Kennedy e estava empolgada para conhecer melhor esse casal desde sua participação em The Chase. Há uma química bem evidente e gostosa entre os dois, que combinam bastante, afinal ambos são bem resolvidos e com ótima autoestima. Gostei das personalidades, com destaque para Brenna, que é independente e forte.
Achei o livro legal e a história interessante, porém esperava mais. Achei morno, sem grandes emoções e o que me incomodou bastante foram os detalhes. Não há realmente um grande problema na trama, mas pequenas situações ou comentários que me chateavam.
E penso que a autora tinha muito assunto para explorar por conta das situações misóginas e machistas que a protagonista vivenciou devido ao seu sonho de se tornar uma jornalista esportiva – área infelizmente dominada por homens. Queria vê-la dando a volta por cima e lidando com tudo aquilo, mas na verdade ela só se deixou levar, aceitando as situações (até ficou chateada e com raiva, mas engoliu tudo).





Vozes do Joelma - Marcos DeBrito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira e Victor Bonini


Desde a minha infância eu ouço meus pais contarem sobre o incêndio do edifício Joelma, para eles foi muito impactante ver o prédio em chamas e pessoas se jogando das janelas. Mais velha, a cerca de três anos no enterro do meu avô eu passei pelo túmulo das treze almas no cemitério onde ele fica, que por sinal é bem perto da minha casa. Assim esse assunto acabou sendo familiar a mim e fiquei muito curiosa com a proposta do livro Vozes do Joelma, com contos dos autores Marcos DeBrito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira e Victor Bonini, publicado pela Faro Editorial.

Antes de falar sobre cada conto preciso contextualizar o acidente. O edifício Joelma foi construído em 1971 na região central da cidade de São Paulo. E já em fevereiro de 1974 sofreu um incêndio que deixou 187 mortos e mais de 300 feridos. Este é considerado o terceiro pior incêndio em arranha-céu por vitimas fatais do mundo. Após todo o incidente diversas lendas, boatos e estórias surgiram tanto quanto ao local onde o prédio foi construído, quanto de barulhos e aparições no prédio na atualidade, assim como vozes e aparições na região do túmulo das treze almas. São baseados nesses relatos que os autores se inspiraram para criar seus contos.

O livro apresenta quatro contos com apresentação dos mesmos pelo autor Tiago Toy em uma narração em primeira pessoa com se fosse a morte. Gostei bastante de suas introduções que provocam o leitor sobre sua própria natureza. O primeiro conto é do autor Marcos DeBrito, um dos meus autores nacionais favoritos, sua estória se chama Os Mortos não Perdoam, nela ele relata o crime do poço em uma versão mais assustadora. O crime do Poço foi um crime que ocorreu em 1948, onde um químico matou sua mãe e suas duas irmãs e as escondeu em um poço.

Minha maior expectativa era com o conto deste autor, já que tinha gostado do que tinha lido anteriormente, mas narrado em terceira pessoa seus escritos não me empolgaram. Não trata-se de uma narrativa ruim, mas sim bastante branda e básica. Acostumada com uma escrita mais visceral, sangrenta e criativa de DeBrito, achei o conto sem sal e sem tanta criatividade. Ele pouco ousou além dos fatos reais do crime. E uma curiosidade a residência onde aconteceu o crime é muito próxima ao edifício Joelma, mas não é o mesmo terreno.

Seguimos com Nos Deixem Queimar do autor Rodrigo de Oliveira, que narra em detalhes o momento do incêndio criando uma versão do porque o incêndio se iniciou. Devo dizer que ele conseguiu me enganar bem durante todo a narrativa em terceira pessoa, e não imaginava pela virada final. Assim ele me agradou mesmo me fazendo sentir que estava para ser queimada a qualquer momento com os personagens, já que ele não nos poupa da violência ou realidade que os personagens vivenciam. A protagonista Samara passa por momentos terríveis e vamos ao seu lado até o final!

O meu conto favorito foi o terceiro, Os Treze, que se passa aqui perto no cemitério São Pedro, onde as Treze Almas foram enterradas. A narrativa em primeira pessoa ajuda muito na empatia com a experiência do protagonista, Amilton, que após maus bocados na vida acaba por trabalhar no cemitério e teve experiências sobrenaturais depois que recebeu os treze corpos em seu terreno. Tanto do ponto de vista do personagem que teve uma vida sofrida muito próxima da realidade quanto da trama dos espíritos em si, Marcus Barcelos conseguiu despertar a curiosidade e o suspense onde a jornada terminaria.

O Homem na Escada, do autor Victor Bonini, fecha o livro. Não é baseado em nada da realidade além de se passar no prédio do incêndio, na verdade é uma versão alternativa onde o edifício ao invés de ser reformado, é invadido e vira uma ocupação, onde um espírito estranho parece ser responsável por crimes. Uma das ocupantes vê sua filha sofrer na mão de seu namorado e toma atitudes estranhas.


Ele – Him #01 – Elle Kennedy e Sarina Bowen


Wes e Jamie se conhecem há anos num acampamento de hóquei e uma amizade logo surgiu entre os dois, que se fortaleceu porque todos os verões treinavam juntos. Wes notou que tinha sentimentos mais fortes por Jamie, mas não sabia como lidar com isso muito bem. Depois de uma aposta, algo acontece e ele se afasta, cortando o contato.
4 anos se passam e eles se encontram porque podem se enfrentar no campeonato de hóquei em times opostos. Wes se surpreende quando vê que não consegue se afastar de novo e acaba confessando algumas coisas a Jamie. O que ele não esperava era a reação do rapaz. Será que Wes pode se permitir ter alguma esperança?
Gosto bastante da escrita de Elle e já tinha lido 5 de seus livros publicados no Brasil, então estava com expectativas para essa duologia. Porém, fiquei um pouco decepcionada com a história. 1º porque na minha opinião teve cenas excessivas de sexo. Como já comentei em outras resenhas, prefiro quando o foco do livro é no desenvolvimento dos sentimentos e do relacionamento e as cenas de sexo sejam consequência disso, não ganhando mais destaque do que o resto.
2º porque acho que as autoras tinham muito potencial para trabalhar com vários assuntos neste livro, como o fato de Jamie se “descobrir” bissexual, sendo que nunca antes tinha realmente parado para refletir sobre o assunto. Então queria ver esse tema melhor trabalhado. E 3º porque o enredo poderia ser mais desenvolvido.
Por outro lado, a escrita das autoras é gostosa, leve, envolvente e flui muito bem. A gente logo se vê preso na trama querendo saber o que vai acontecer em seguida no relacionamento desse casal carismático.







20 Mil Léguas Submarinas – Jules Verne


Como estou adorando me aventurar em Clássicos, sempre tento adicionar livros desse estilo na minha lista de leituras. Por já ter lido três obras de Verne, também publicadas pela coleção #ClassicosZahar, e adorado, escolhi este, que era o último que faltava, como minha leitura da vez.
Nesse volume, vemos que várias embarcações estão sendo “aterrorizadas” por um monstro que ninguém consegue desvendar. Sendo assim, a marinha resolve mandar uma tripulação a bordo do navio Abraham Lincoln para desvendar esse mistério. Após o navio ser atacado, vemos que o professor Aronnax, junto com seu criado e com o arpoador Ned Land caem no mar. Eles são resgatados pelo capitão Nemo e feitos de prisioneiros em seu Submarino Náutilus. Então acompanhamos as aventuras vividas por nosso protagonista durante o período que eles estiveram a bordo desse submarino.
Enfrentando criaturas das profundezas e conhecendo o fundo do mar e a exuberância de sua fauna e flora, vamos entrando em várias aventuras, seja para caçar pérolas ou atravessar o Mar Vermelho para o Mediterrâneo. Com muitos detalhes, esse livro tem a narrativa um pouco mais lenta do que os outros títulos do autor. E é uma aventura futurística que consegue conquistar a gente com toda a criatividade de Verne. Se lembrarmos que esse volume começou a ser escrito em 1866 e várias das invenções citadas não existiam na época, podemos afirmar que é muito é muito à frente do seu tempo.




O Enigma de Blackthorn - Kevin Sands

Não tem nada pior do que ler um livro com tempo para acabar em mente, isso acontece, as vezes temos metas pessoais a cumprir e nos colocamos nessas ciladas, mas também não tem nada mais gostoso do que devorar um livro rápido e nem se dar conta das suas páginas. O Enigma de Blackthorn, escrito pelo autor Kevin Sands, publicado pela editora Leya, é um destes livros que devoramos sem perceber!

Christopher Rowe é um aprendiz de boticário, por três anos ele tem aprendido com seu mestre não só o ofício de criar poções como também a resolver enigmas e códigos complexos. Mas uma misteriosa seita ameaça os boticários de Londres, o rastro de mortes chega muito próximo a botica Blackthorn, e Christopher terá que usar seus dons e habilidades para descobrir o grande segredo por trás destes assassinatos.

Sands foi muito feliz em sua narrativa em primeira pessoa através de Rowe, tudo se desenvolve de maneira muito rápida e inteligente, e a leitura passa muito ligeira sem esforço. O mistério e as maneiras como ele se esconde através de pistas e enigmas também ajudam a prender a atenção, e fazer com que a leitura nos prenda e também querer chegar logo ao fim. Mas essa mesma característica que fez tudo fluir bem acabou pecando ao seu final. Sim o desfecho acontece e nele faltam dados para explicar como o jovem conseguiu chegar a suas conclusões de quem era o mentor dos assassinatos.

Christopher é órfão, viveu até os onze anos fugindo de tapas e trabalhando na cozinha do orfanato até ser aceito pela guilda dos boticários, e ir trabalhar com o mestre Blackthorn. Muito esperto e inteligente ele aprende rápido o que seu mestre o ensina, além daquilo que não é dito ou proibido. É essa perspicácia que o ajuda a sobreviver e desvendar o mistério. Por ainda ser jovem ele ainda não teme de forma muito realista por sua vida, apenas quer desvendar o mistério que lhe foi confiado.

Seu melhor amigo, Tom, é filho de um padeiro, e é seu fiel escudeiro em todas suas aventuras, mesmo depois que ele fica com sua cabeça a prêmio. A lealdade entre os meninos é muito legal, e é a partir das divagações de Tom que Rowe acaba conseguindo chegar a muitas conclusões, além de suas ajudas factuais.

O Mestre de Rowe tem breve atuação, e lamento por isso, porque adoro personagens sábios e mais velhos que tem muito a transmitir. Gostaria muito que ele tivesse tido mais espaço, embora ele acabe por aparecer indiretamente durante todo o livro. E temos até uma personagem pomba, Bridget, é uma das pombas que moram na casa de Rowe e que sempre aparece para ajudar o garoto.

Os demais boticários e aprendizes que aparecem não ficam tempo suficiente para nos apegarmos a nenhum deles, seja positivamente ou negativamente. A narrativa é bem focada em Christopher e Tom, e claro a todo o enigma que é o carro chefe do enredo.

A edição da Leya está bem interessante, com muitos símbolos em toda parte, ficou bem bonita. Durante a narrativa os enigmas que aparecem através de símbolos também aparecem desenhados, isso nos aproxima do mistério, e nos convida a desvendá-lo junto com Christopher.


Graça e Fúria – Graça e Fúria #01 – Tracy Banghart


Em Viridia as mulheres são reprimidas e não têm direitos. Uma das posições mais importantes que uma jovem pode alcançar é ser escolhida para ser uma das Graças dos governantes – obediente, elegante e bela, que faz TUDO o que ele manda. Serina Tessaro tem uma beleza exuberante e sempre foi treinada para se tornar uma Graça, assim sua vida e a de sua família poderia mudar para melhor.

O Herdeiro está pronto para escolher suas Graças, então faz uma seleção, da qual Serina participa com grandes chances de êxito. Porém, com uma reviravolta do destino, é Nomi, sua irmã rebelde, que chegou ao local como sua criada, que ganha uma vaga. Nomi sempre rejeitou o modo como as mulheres são tratadas, diferentes dos homens, e se rebelava em pequenas coisas, inclusive aprendeu a ler escondido, o que era considerado um grande crime.

Depois de Nomi aprontar uma rebeldia e sua irmã ser pega no flagra em seu lugar, ela precisa lidar com sua nova vida sozinha como Graça, o que a deixa meio desesperada, já que Serina é punida sendo enviada para Monte Ruína, uma prisão que fica numa Ilha, completamente perigosa e onde as mulheres precisam lutar pela sobrevivência, pois se matam para garantir comida e divertir os homens.

Distantes uma da outra, as irmãs lidam com suas realidades, tentando encontrar a melhor forma de sobreviver e salvar a outra. No processo, encontram pessoas importantes e inclusive podemos ver o poder da sororidade nascendo. Mas será que meia dúzia de mulheres pode mudar uma realidade tão restrita, machista e dominada por homens?

Esse enredo se assemelha a MUITAS fantasias e distopias. E tem clichês do começo ao fim. Inclusive conseguimos desvendar o plot twist no início. Porém, gostei bastante de como Tracy desenvolveu sua trama e mais ainda da mensagem feminista e de sororidade, que foi bem trabalhada. Mesmo que algumas coisas sejam bem óbvias, ela aborda temas importantes e algumas reflexões. O pano de fundo foi bem construído e plausível.





O Farol e a Tempestade – Romulo Felippe


Nesse livro conhecemos a história de Samuel Jones, um autor best-seller que perdeu a família em um acidente de carro e desde então se isolou com o seu gato Charles e vive recluso na ilha Farethon, que fica situada no Atlântico Norte.
Certo dia, quando ele já não vê nada de bom em sua vida e resolve ir até o Farol dar um fim em tudo, acaba reparando em uma pequena aeronave com a cauda em chamas caindo nas águas e resolve ir ajudar e também descobrir se tinha algum sobrevivente nesse acidente. Assim, ele encontra Anne Crawford, uma renomeada fotógrafa nova-iorquina e a única sobrevivente desse terrível acidente.
Quando Anne acorda, não se lembra de nada e aos poucos vai recuperando sua memória vendo algumas fotos e outras coisas de seu celular, mas ainda há muitas lacunas em branco. Como o rádio estava quebrado e nosso protagonista não conseguia avisar sobre o acontecimento, ele esperava que a ajuda chegasse, enquanto ambos iam desbravando a ilha.
Aos poucos vamos conhecendo a história desses dois personagens e entendemos tudo o que ambos já passaram na vida. Narrado em terceira pessoa e com um enredo surpreendente, vamos nos envolvendo nesse enredo apaixonante com um romance dramático e cheio de reviravoltas.
Os capítulos são curtos e a obra conta com uma narrativa rápida, intensa e fluida, com personagens encantadores e reais em uma trama deliciosa que aborda temas importantes como perdas, superação, relacionamentos abusivos, recomeços, etc.






Ano Um – Crônicas da Escolhida #01 – Nora Roberts


Nessa obra conhecemos um mundo diferente do nosso, onde uma epidemia dizimou mais da metade da população mundial e as leis e o sistema do governo entraram em colapso. Alguns humanos adquiriram poderes especiais e são chamados de incomuns. Há incomuns que querem o bem, assim como os que querem o mal. Também encontramos um novo grupo que se formou com o objetivo de aniquilar os incomuns, sejam eles bons ou ruins.
É nesse cenário que conhecemos as seguintes pessoas que resolveram deixar Nova York: Lana e Max, que estudavam magia antes da catástrofe; alguns jovens que acabaram vazando informações secretas e agora precisam se esconder: Chuck, um gênio da tecnologia, Arlys, uma jornalista que quer ir atrás da verdade, Fredinha, uma jovem cheia de otimismo; além de Rachel e Jonah, médica e paramédico que estão determinados a ajudar Katie e seus três bebês.
Com uma ótima ambientação, acompanhamos os personagens em suas trajetórias e eles são inseridos em muitas aventuras, na luta pela sobrevivência e na busca de um lugar que ainda não foi devastado, sempre correndo muito perigo. O livro é dividido em 4 partes e a narrativa traz para a gente um pouco do que cada personagem está vivendo.
Confesso que no início fiquei confusa com a quantidade de protagonistas, mas conforme vamos lendo e a trama ganha mais fluidez e vai se desenrolando, vamos nos acostumando e conseguindo identificar todo mundo facilmente.
Esse é o 1º volume da trilogia, então muitas coisas ainda não foram reveladas, mas já entendemos o desenrolar do que vem aí, e que as escolhas que tomamos são muito importantes. Cheio de mistérios e com uma narrativa rápida, fácil e fluida, a obra mexe com nossas emoções trazendo uma história eletrizante sobre perda, sobrevivência, escolhas, etc.