A Mulher Na Janela – A. J. Finn

Anna Fox viu sua vida mudar drasticamente quando começou a desenvolver agorafobia, transtorno de ansiedade que faz com que a pessoa tenha pânico ao frequentar lugares ou situações, fazendo com que ela possa começar a ficar reclusa em seu lar. Então vive seus dias no conforto de sua casa, sem conseguir sair ou ter uma rotina igual a que tinha anteriormente. Vivendo sozinha, já que está separada do marido e da filha, ela acaba passando seus dias em frente à televisão assistindo filmes em preto e branco, bebendo muito vinho e tomando remédios controlados.
Para se distrair, Anna também fica bastante tempo na internet, e frequenta um fórum, onde pode conversar e até ajudar pessoas que também sofrem de algum tipo de transtorno psicológico, e também pesquisa sobre pessoas com quem já teve algum tipo de contato anteriormente ou alguém novo na vizinhança. Além disso, ela gosta de espionar os vizinhos, vendo tudo o que fazem, sabendo até mesmo seus horários e muitos segredos.
Quando os Russells se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica completamente obcecada por aquela família aparentemente perfeita. Bisbilhotando o pai, a mãe e o filho com frequência, ela quer saber cada vez mais sobre eles. Até que um dia acaba assistindo um crime que a deixa aterrorizada.
Porém, com tamanho consumo de bebidas alcoólicas misturadas com remédios pode acabar resultando em alucinações. Quando ninguém acredita nela, Anna acaba se questionando até onde o que viu pode ser verdade ou apenas fruto de sua imaginação. Será que aquilo foi real e ela ou alguém mais pode estar em perigo? Ou a única que está verdadeiramente em perigo é a própria Anna devido ao jeito que está conduzindo a sua vida?
Esse livro foi publicado há alguns meses pela Editora Arqueiro e, desde então, só tenho escutado comentários muito positivos sobre ele, inclusive de algumas pessoas que o consideraram uma das melhores leituras do ano. A sinopse já tinha me interessado bastante, então com tantas opiniões tão boas a respeito desta obra, eu sabia que precisava conferi-la também. E foi o que fiz. E agora só tenho uma coisa a dizer: UAU!
Quando eu leio um thriller psicológico, tenho a tendência de pensar e questionar tudo o que está acontecendo, diferentemente de quando leio outros tipos de livros, o que eu acredito que aconteça com a maioria dos leitores também. Então é inevitável que a gente acabe criando diversas teorias em nossas cabeças, inclusive algumas que acabam se revelando verdades. Uma das coisas mais interessantes a respeito dessa obra de Finn é justamente o fato de nada ser tão evidente, como acontece com alguns outros autores. Então, por mais que a gente pense em algo, não temos certeza de que aquilo é realmente o que de fato aconteceu. E, no meio de tantas coisas, ele ainda conseguiu me surpreender em alguns momentos, o que foi realmente maravilhoso.
Devo dizer que achei Anna realmente fascinante e carismática. Gostei muito de poder acompanhá-la e vê-la lidando com sua nova realidade, ainda que as coisas fossem difíceis. E senti falta dela depois de terminada a leitura. Entendi o que a fez agir de determinadas formas e tomar as decisões que tomou, ainda que não fossem as melhores ou nem mesmo ideais, até porque essas foram as maneiras que encontrou de lidar com tudo aquilo, o que não é fácil. E isso é sempre algo muito individual. Não que eu esteja dizendo que ela realmente deveria beber e misturar remédios, mas nem tudo que todo mundo faz deveria ser feito. E ela é bem real. Vi alguns comentários a respeito de sua vida monótona ou que ela não tomava melhores decisões, mas na minha opinião foi exatamente o contrário. Ela tem um transtorno psicológico, então essa foi a melhor forma que encontrou para lidar com sua situação. O mundo precisa de pessoas mais empáticas para entender a realidade alheia, ainda que a sua seja totalmente diferente.
A narrativa flui muito bem, é envolvente, bem desenvolvida, realista, nos apresenta a personagens interessantes, que nos fazem questionar muitas coisas e ficar intrigados a respeito de suas participações na trama. Também nos faz refletir, questionar determinados pontos, e nos presenteia com reviravoltas e plot twists arrebatadores. Nem parece um livro de estreia, já que A. J. Finn construiu tudo com maestria e de forma bem agradável, nos mantendo presos na leitura com facilidade.
Algo na escrita do autor que eu achei muito interessante é que nos faz pensar muito sobre diversas questões. Entre as opções que tinha na minha mente sobre o desfecho desse livro, uma das que eu mais estava inclinada a acreditar era justamente a realidade do que foi, porém, como comentei acima, em nenhum momento eu tive certeza de que tinha acertado. E essa falta de certeza quando estamos lendo um thriller é uma das melhores sensações, já que nos deixa curiosos, empolgados e ansiosos para saber o que vai ser revelado, então só queremos ler rapidamente as páginas para alcançar o final o quanto antes e isso é maravilhoso – pelo menos para mim
Outro ponto que achei espetacular foi o que o autor fez com a pós revelação. Anna passou por muitas coisas em sua vida e, como resultado, tem agorafobia e outras questões psicológicas para resolver. E em nenhum momento A. J. Finn tratou isso de forma leviana ou sem importância, pelo contrário, ele mostrou que é algo sério e que uma ajuda para poder enfrentar tudo aquilo pode ajudar a alcançar o resultado esperado. Não posso comentar com detalhes sobre isso, pois poderia ser spoiler, só posso dizer que a cura na vida real não acontece de maneira fácil, como alguns livros que li fazem parecer, e ele mostra a realidade como é, não algo fantasioso e rapidamente solucionável, mas sim, lento, difícil e muitas vezes agoniante. Mas há esperança e tudo pode melhorar, ainda que não necessariamente volte a ser como antes.


Engano Irresistível - Vi Keeland

Rachel viu Caine West pela primeira vez num bar. Quando ele notou que ela o estava encarando, sorriu e veio conversar e a abordou com uma cantada fraca. Ela logo falou boas verdades para ele, colocando-o em seu lugar. Afinal, esse homem era o grande responsável pelo sofrimento de sua melhor amiga, já que tinha saído com ela, feito a moça gostar dele e a levado para cama sem nunca mencionar que era casado.
Como Rachel não poderia ficar calada, despejou tudo o que estava sentindo por ele. Até descobrir que na verdade aquele homem não era o verdadeiro responsável por ter saído com sua amiga e a enganado. Para não passar uma vergonha ainda maior, ela decide ir embora de fininho sem nem pedir desculpas, afinal nunca mais o veria novamente.
Mas parece que Rachel estava completamente enganada, afinal ele é ninguém menos do que o professor West, de quem ela vai ser assistente por conta de seu mestrado em Terapia Musical. É claro que esse envolvimento entre eles vai dar o que falar, principalmente depois que notarem que a química entre os dois é forte e a personalidade de um atrai muito o outro. Porém, se um segredo vir à tona pode acabar estragando tudo.
Desde o primeiro livro que li de Vi Keeland, fiquei apaixonada por sua escrita, trama e personagens. Desde então, sempre que um de seus títulos é publicado no Brasil eu já corro para adquirir meu exemplar para lê-lo o quanto antes. Com isso, Vi já entrou para a minha lista de autoras preferidas de todos os tempos! Esta já é a sexta obra que leio dela e, assim como as outras, fiquei encantada, suspirei e desejei por mais.
Primeiramente o que eu mais gosto em sua forma de contar uma história é que ela sabe se aprofundar nos acontecimentos, desenvolve bem os personagens, traz crescimento da trama e nos apresenta a protagonistas incríveis – os dois. E é tudo muito real, leve, divertido, com uma pitada de drama e superação. A construção da história é muito bem feita, você se sente inserido naquele universo e nas vidas dos personagens, consegue sentir junto com eles e também entende o que estão passando, sentindo e vivendo. Nada é forçado ou feito só para encaixar, pelo contrário, tudo ocorre de maneira bem natural.
O relacionamento do casal, por exemplo, é maravilhoso. Tudo acontece no tempo certo e de uma forma apaixonante. Eles não se amam perdidamente depois de se conhecerem pela primeira vez, não. O interesse existe, mas um começa a conhecer melhor o outro além da questão física. Eles passam a se interessar pela personalidade alheia, pela sua forma de encarar a vida e agir, pela sua individualidade. E isso é realmente muito gostoso de acompanhar.


Outro ponto que gosto de comentar é sobre a parte sexual da trama porque muitas pessoas necessitam saber sobre o assunto antes de começar uma nova leitura, já que atualmente existem inúmeras opções no mercado com cenas quentes e explícitas. Muitos leitores escolhem um livro justamente porque querem encontrar esse tipo de cena na história, enquanto outros fogem de obras assim. O que posso dizer sobre qualquer uma das obras de Keeland, incluindo esta daqui, é que os trechos sexuais ocorrem de forma natural e também não são frequentes, o que pode satisfazer os dois tipos de leitores. Os primeiros porque é bem sensual e romântico, e o segundo porque como são poucas páginas e não atrapalham em nada se a pessoa não quiser lê-las, basta pulá-las e avançar na leitura tranquilamente porque não vai perder absolutamente nada.
Mesmo que pareça que já lemos histórias semelhantes por aí, Vi consegue nos apresentar algo novo e interessante, que acaba mexendo com a trama e a vida dos protagonistas. Gostei bastante de como as coisas foram apresentadas nesse volume, fazendo com que a gente tivesse a oportunidade de conhecer melhor os passados dos dois personagens e assim entendê-los melhor no presente.
Também adorei o mistério da obra, que nos deixa curiosos para saber mais sobre tudo, e a maneira como ela interligou alguns detalhes, fazendo com que a gente fique ansiosa para saber mais sobre isso e o desfecho da questão, que não foi trabalhada e superada levianamente, assim como acontece na vida real.
Além disso tudo, o pano de fundo trabalhado pela autora é sensacional. Rachel trabalha com Terapia Musical e faz um projeto bem bacana para ajudar o próximo, assim como espera fazer mais nessa área no futuro. E ela também abordou alguns assuntos bem importantes, alguns deles pesados, assim como as consequências dos mesmos.


Firmin - Sam Savage

De vez em quando não faço ideia do que ler e eu simplesmente peço ao meu namorado para passear pelas minhas estantes e escolher um livro que chame sua atenção, foi assim que meio sem ter certeza li Firmin, do autor Sam Savage, publicado pela editora Planeta.

Nos anos 50 na cidade de Boston em um porão de um livraria nasce um pequeno ratinho, em meio aos livros ele não só se alimenta de suas páginas para encher sua barriga, quanto desenvolve um amor incondicional pela leitura, de tudo e qualquer assunto. Buscando um lugar no mundo entre o livreiro e o escritor já que sua família o renegou, ele se torna mais humano e menos rato, sem se dar muita conta das mudanças que o mundo sofre ao seu redor.

Ao ler a sinopse do livro e saber que o livro trabalhava a vida deste pequeno ratinho eu honestamente acreditava que a narrativa teria um tom infantil, mas a narrativa em primeira pessoa de Savage em nada lembra um livro infantil, menos ainda infanto-juvenil. De forma fluída, mas repleta de pensamentos profundos gerados pelas inúmeras leituras de Firmin, suas palavras são repletas de visões sobre a Boston da década de 50 em um bairro decadente, ao mesmo tempo em que desenvolve aos poucos através da observação e o que aprendeu com os livros, uma personalidade mais humana do que os personagens humanos da trama.

Firmin tem uma personalidade muito ingênua, e uma visão limitada da realidade. Seu maior desejo por boa parte da vida é ser amigo do livreiro, ajudá-lo com os clientes, já que ele acaba sozinho depois que sua família parte para vida. Mas ele não consegue compreender a visão humana para com os ratos, até o fim ele não compreende o asco que humanos sentem por estes animais. Mesmo assim ele consegue estabelecer um relação com um escritor, e por um breve tempo se realiza.

O livro tem um tom depressivo, primeiro pelo local (Rialto) que a estória se passa que aos poucos está sofrendo uma reurbanização, depois porque a solidão e uma depressão são constantes em Firmin que além da vida problemática e cheia de infortúnios que leva também se vê como um indivíduo feio e fora da sociedade dos ratos, como o rato mais desproporcional que conheceu.

São inúmeros os livros e autores citados já que o ratinho utiliza estes livros em seu discurso o tempo todo. E de forma muito inusitada alguns destes livros são do autor que ele faz amizade, digo inusitada porque a temática destes livros foge ao esperado, ambos falam sobre extraterrestres, e em um deles estes ets usariam corpos de ratos para fazer contato na terra. Parece não fazer conexão com o restante da estória, mas acreditem tudo é muito bem aplanado.


Sem Amor - Katy Regnery

Quando a Editora Charme anunciou a publicação deste livro, ainda no ano passado, fiquei empolgadíssima para conhecer a história assim que li a sinopse pela primeira vez, e morrendo de vontade de lê-lo o quanto antes. Então é claro que assim que tive a oportunidade, mergulhei nessas páginas intensas, e agora, depois de ter lido esse volume escrito por Katy Regnery, venho compartilhar as minhas opiniões sobre ele com vocês.
Em “Sem Amor” conhecemos Cassidy Porter, um jovem de vinte e sete anos que vive uma vida tranquila e isolada da sociedade porque há quase vinte anos, quando ele tinha apenas oito anos, o seu pai foi preso e condenado pelo assassinato de doze meninas. Por conta disso, ele cresceu sentenciado por todos, já que as pessoas achavam que era só uma questão de tempo até ele virar um psicopata. Sendo assim, ele cresceu com seu avô e sua mãe em uma cabana isolado de todos, e sempre aprendendo o quanto é importante ser uma pessoa boa. Ele cresceu sozinho e cheio de traumas, acreditando que deveria sempre viver longe das pessoas para não se tornar o mesmo monstro que era o seu pai.
Conhecemos também Brynn Cadogan, uma jovem web designer de quase trinta anos que perdeu o noivo, Jem, de uma forma muito brusca, e, por isso, nunca foi capaz de superar a sua perda, fazendo com que ela não tenha mais vontade de sair com os amigos, afastando-se de todo mundo, e só querendo ficar em casa com Milo, o gato que Jem lhe deu de presente. Ela só continuou com o seu trabalho de casa, pois não queria depender dos seus pais, e as poucas vezes que nossa protagonista sai é para ir à terapia.
Jem era um homem que amava o ar livre, acampar e as montanhas. Ele passou grande parte de sua adolescência como guia no Monte Katahdin, o pico da montanha mais alta do Maine. Então, quando nossa protagonista percebe que está na hora de conseguir dar um adeus para ele, ela resolve viajar para seguir a trilha até Katahdin, já que imaginou que era o que o seu falecido noivo gostaria que ela fizesse.
O que Brynn não imaginava é que ela iria acabar sofrendo um acidente e sendo salva por Cassidy Porter. Ele acaba ajudando-a a se recuperar, e com isso fica cuidando dela. Brynn se encanta por Cass com o seu jeito bondoso de ser, e, à medida que eles vão passando um tempo juntos, os seus sentimentos começam a surgir, mas Cass logo pede que, independentemente do que aconteça, assim que ela estiver curada, deve ir embora e nunca mais procurar por ele.


O livro nos prende do início ao fim com uma história maravilhosa, intensa, fofa, que nos encanta em todos os momentos e nos faz ficar torcendo pelos protagonistas. Gostei muito da escrita da autora, que conseguiu me despertar diversos sentimentos enquanto lia. Esse é um livro no qual a gente acompanha o crescimento dos nossos protagonistas juntos e é simplesmente incrível ver isso acontecendo.
O relacionamento entre eles também foi sendo construído aos pouquinhos, e isso é o que eu mais gosto num romance, quando primeiro a gente vê os dois criando uma amizade, um carinho, depois os sentimentos vão se fortalecendo, para, então, virar amor. Isso torna tudo mais bonito e inspirador, até porque ambos os protagonistas são cheios de cicatrizes e traumas vividos que precisam aprender a lidar.
A história tem várias partes bem emotivas, principalmente quando vemos a infância de Cass, e de como ele sofreu por conta sociedade quando descobriram sobre o seu pai. As pessoas fizeram muitas maldades, como se apenas uma criança tivesse culpa somente por trazer o mesmo sangue em suas veias. Realmente dá vontade de entrar no livro para poder abraçá-lo. E alguns trechos sobre o passado de Brynn também despertam vários sentimentos no leitor.


Se Não Houver Amanhã - Jennifer L. Armentrout

Lena Wise está se preparando para o futuro, já que vai começar o último ano do colégio e depois a faculdade, e adora passar um tempo com os amigos, então quer aproveitar bastante essa fase da vida. Talvez até mesmo consiga criar coragem para se declarar ao seu melhor amigo de infância e vizinho, Sebastian, de quem ela gosta há muito tempo. Com planos, um futuro promissor e toda a juventude a sua frente, Lena está bem e empolgada.
Até que um momento muda tudo. Ela não deveria ter feito a escolha que fez, mas acabou decidindo seguir em frente. Só que o destino nunca é certo e isso gerou um resultado irreversível e arrebatador. Agora Lena não é mais a mesma, ninguém ao seu redor é. Como ela vai conseguir seguir em frente se a culpa abateu sobre si? Como vai se perdoar pelo que fez e, mais ainda, como alguém mais vai conseguir perdoá-la depois que ela permitiu que aquilo acontecesse, aquele pequeno momento, uma decisão que trouxe consequências inimagináveis? A existência de todos ao redor foi completamente transformada e para seguir em frente ela precisa superar tudo, mas não sabe como será capaz, já que o futuro não tem garantia de que vai mesmo acontecer para nenhum deles.
Sempre escuto maravilhas a respeito das obras e da escrita de Jennifer L. Armentrout, mas até o momento ainda não tinha tido a oportunidade de conferi-las. Com o lançamento recente de seu novo título no Brasil, “Se Não Houver Amanhã”, pela Universo dos Livros, sabia que precisava mergulhar nessas páginas para verificar se também ia me apaixonar pela autora.
E agora posso dizer que realmente entendo tudo o que escutei sobre ela, afinal sua trama foi muito bem desenvolvida, construída de maneira verossímil – deu para notar que Jennifer fez uma grande pesquisa sobre culpa e superação, –  e com personagens cativantes e reais. Eu que não gosto muito de ler dramas ou histórias com um peso emocional de tristeza muito grande, ainda assim me vi encantada por esse livro, então quem realmente busca esse tipo de sentimento numa leitura vai gostar ainda mais da experiência.
Como comentei acima, esse é um livro com um ar bem triste em diversos momentos e também é angustiante e melancólico. Mas ao mesmo tempo é real, reflexivo e também tem seu lado motivador, pois mostra que por maiores que sejam nossos problemas e a culpa que carregamos, podemos dar a volta por cima, aprender a lidar com tudo e seguir com nossas vidas. É claro que não é fácil. Nunca vai ser fácil. Porém o ser humano tem o potencial para batalhar e continuar lutando a cada novo dia. Uma hora fica menos difícil e a vida pode voltar a ser pelo menos normal e bonita novamente, já que nunca se pode voltar a ser ou viver igual ao que era antes.
A narrativa é em primeira pessoa sob o ponto de vista de Lena, então temos a chance de conhecê-la muito bem e profundamente, o que é um ponto muito positivo, pois só dessa forma conseguimos entender melhor o que está passando e tudo o que sente dentro do seu coração e de sua mente.
Algo que achei realmente muito interessante foi que a autora construiu uma personagem complexa, real, que sente e tem dificuldades de superação. Alguém ferido que muitas vezes não quer continuar a seguir em frente porque a culpa e os sentimentos lhe atormentam, mas que em outros momentos sente uma pontada de esperança pela vida novamente. Uma vontade de seguir em frente, de entender e aceitar seus erros exatamente como eles são, erros.
Gostei bastante também de como ela trabalhou com essa questão e pudemos notar que esses erros nem sempre são culpa do indivíduo que o comete, que muitas vezes a vida nos leva a agir de certa maneira porque é o que todos fazem, porque é algo que parece banal e normal, mas que pode ter uma grave consequência porque em um momento aquela pessoa não teve sorte. Que muitas vezes as pessoas fazem as mesmas coisas, cometem os mesmos deslizes, mas não notam simplesmente porque não sofrem as consequências deles, e muitos depois ainda julgam os demais.
Mostra como é importante você saber lidar com suas escolhas, ainda que as mesmas não tenham sido pensadas de maneira racional ou que você tenha demorado algum tempo refletindo sobre o assunto, e as consequências delas.
Curti muito poder acompanhar o processo de superação da personagem. Como ela foi lidando com aquilo, passando por diversas etapas e sentimentos e buscando ajuda para conseguir superar ou suportar cada coisa que havia acontecido. Nada foi rápido, fácil ou leviano. Nada aconteceu de uma hora para a outra. Não aconteceu de ela simplesmente acordar um dia e perceber que estava tudo ótimo. Ou se apaixonou e o simples fato de ter um namorado fez com que ela melhorasse (já li livros assim, por incrível que pareça! Então fico feliz que aqui não ocorra isso). Em alguns momentos foi difícil e desesperador, em outros havia esperança e um motivo para sorrir. Tudo foi bem complexo, assim como o ser humano é na vida real.


Ed & Lorraine Warren: Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais - Gerald Brittle


Foram muitos meses desejando comprar Ed & Lorraine Warren: Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais, do autor Gerald Brittle, publicado pela Darkside Books, infelizmente ainda não consegui minha cópia física, mas consegui uma cópia para o kindle para matar minha curiosidade. Ainda quero ele na minha estante, porque ter ele virtual é como não ter, embora o espaço para novos livros aqui seja inexistente rs!

Brittle tem como objetivo em seu livro narrar a estória de vida do casal Warren ao mesmo tempo em que explora o universo de casas mal-assombradas e a rotina de um demonologista em casos variados. Assim utiliza uma linha do tempo quanto a história de vida dos Warren, e a cada capítulo vai prosseguindo com as explicações quanto ao trabalho dos mesmos, desde casos de casas habitadas por espíritos sem índole ruim, passando por espíritos travessos até casos de entidades não humanas que causaram grandes estragos.

Existem diversos pontos interessantes que merecem destaque no livro, o primeiro deles é que ao invés do autor dizer o que o casal pensa ou viveu, ele dá início a narrativa e trás em primeira pessoa através de diálogos originais do casal o que viveram ou como é a teoria da disciplina. Depois ele cria uma linha evolutiva dos casos que possibilita a assimilação das informações aos poucos, entretanto em dado momento depois que o enfoque se fecha apenas em entidades demoníacas a repetição das informações é frequente, e isso acaba cansativo, e impede que a leitura flua bem.

Em terceiro, é o que mais gostei no livro por sinal, é a maneira trabalhada pelos Warren para explicarem todo o processo, embora eles sejam católicos, e inclusive o livro tem um prefácio de um religioso, eles tem uma narrativa muito direta, sem misticismo ou religiosidade, ou seja, nada de Deus e Jesus para todo lado, ou ainda discurso espírita, ao contrário, tudo soa até científico e prático. As vezes o excesso de misticismo brasileiro me cansa porque perde a objetividade além de criar rixas, e ler algo que fuja mas mesmo assim trabalhe a verdade é interessante!

Ao fim é possível tirar a seguinte conclusão que por mais que estas entidades e espíritos não estejam agindo de maneira ética, no fim são as pessoas que abrem suas portas a eles, sejam através de rituais, sejam através de suas atitudes não éticas também. Nada acontece sem permissão, mas infelizmente nem sempre essa permissão é consciente, então a vigia deve ser constante!

Li algumas resenhas no skoob que dizem que os casos não são verdadeiros, e não posso afirmar se são ou não, afinal não os conheço, mas posso dizer que quase nada soou absurdo, já que já li e ouvi relatos suficientes para embasar os fatos ocorridos. Fatos estes que são fortes e pesados, e podem impressionar aos não acostumados as trevas e suas maneiras de agir.

Eu particularmente gostaria que o livro se demorasse mais na parte de fantasmas, já que são poucos os livros do tema, com o enfoque da dupla, mas isso não se deu justamente porque Ed foi um dos poucos demonologistas que existiram. Não é um trabalho para qualquer um, requer dedicação e disponibilidade total, a ponto de largar a família para atender aos necessitados, e até muitas vezes colocar sua vida em risco.



A Garota Que Não Queria Lembrar - Maggie Lehrman

Em “A Garota Que Não Queria Lembrar” conhecemos a história de Ariadne, uma jovem que está enfrentando o luto após perder o Win, seu namorado, e que não consegue suportar a dor. Por isso, ela resolve tentar esquecê-lo, e, para tanto, procura a ajuda de uma hekamista para lhe dar um feitiço de esquecimento. As hekamistas são como bruxas capazes de realizar feitiços, mas todos têm um preço a pagar. Quando a nossa protagonista consegue realmente esquecer o seu namorado, acaba esquecendo praticamente o ano anterior inteiro também, já que eles estavam sempre juntos, e com isso ela também não lembra o quão fofo, carinhoso e atencioso ele era, tendo que fingir em vários momentos que estava em um grande luto para aceitar todos com pena ao seu redor.
Conhecemos um pouco mais sobre nossa protagonista e do que ela teve que abrir mão para poder esquecer a dor que estava sentindo, assim como conhecemos também alguns dos seus amigos, como Markus, que era melhor amigo de Win, um menino que se sente deslocado de sua família, e que tinha o seu melhor amigo como um irmão daquele tipo bem inseparável, e Kay, amiga de Ari, que por ser insegura e não se achar tão bonita, acabou encomendando dois feitiços: um para ficar bonita e o outro de amarração, para que suas amigas não possam ficar longe dela e nem ficar sem falar com ela por mais de 3 dias, e o feitiço realmente cumpre isso, por mais que possa fazer algum mal para as meninas.
Também conhecemos mais sobre o Win, que era um namorado fofo e apaixonado, e, apesar de um pouco depressivo, ele amava muito sua namorada e melhor amiga. A parte dele com certeza é a mais difícil de acompanhar, pois o garoto realmente é um fofo que dá vontade de levar para casa.
Algo que despertou o meu interesse logo que descobri esse volume foi a capa, que, sendo muito linda, logo me deixou com um desejo de ler a sinopse. Assim que li sobre esse livro, fiquei super encantada e maravilhada com a premissa da história e louca para começar a lê-lo. Agora, depois de ter concluído essa leitura, venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões a respeito dessa obra escrita por Maggie Lehrman, e publicada no Brasil pelo selo Pavana.
Essa obra é dividida em quatro partes e em cada uma delas temos capítulos com a narração em primeira pessoa sob a perspectiva de um personagem diferente, são eles: Ari, Win, Markus e Kay. Isso foi bem legal, já que assim conseguimos entender melhor a história de cada um individualmente e saber o ponto de vista de cada um. O livro também aborda o passado e o presente, permitindo ao leitor conhecer melhor todo mundo, inclusive o Win, que como falei no início da resenha, infelizmente não está mais no presente, apenas no passado.


Uma Proposta e Nada Mais - Clube dos Sobreviventes #01 - Mary Balogh

Lady Muir, Gwendoline, se tornou viúva bem cedo e, por ter tido um casamento não muito agradável, decidiu seguir com sua vida tranquila sem ter vontade de se casar novamente. No entanto, agora se sente solitária e decide arranjar um marido agradável, calmo e inteligente.  Em um passeio solitário quando estava viajando para confortar uma conhecida que ficou viúva recentemente, ela acaba se machucando e, por conta de sua perna que já era manca, fica sem ter como agir. Até que conhece Hugo Emes, o lorde Trentham, que ganhou o título por conta de uma missão suicida que liderou, da qual saiu vivo na guerra. Ele lhe ajuda e eles começam a ficar mais próximos.
Hugo também quer um casamento porque seu pai faleceu deixando-o com uma grande riqueza e muitas responsabilidades, incluindo cuidar de sua irmã mais nova e de sua madrasta. Como ele é fechado e carrancudo, não sabe como agir e decide encontrar uma esposa boa para lhe ajudar a enfrentar determinadas obrigações. Porém, ele tem um pouco de preconceito com pessoas da aristocracia e, mesmo antes de conhecer Gwendoline muito bem, a julga superficial e mimada.
Mas como nem tudo acontece da maneira ideal que planejamos para nós mesmos, um acaba se sentindo cada vez mais atraído pelo outro, tanto física como psicologicamente, e agora eles precisarão decidir se isso basta para um casamento satisfatório, agradável e duradouro.
A autora, Mary Balogh, já havia sido publicada anteriormente no Brasil, também pela Editora Arqueiro, só que com a série de seis livros “Os Bedwyns”, que inclusive já teve diversos volumes resenhados aqui no blog (clique no título para conferir nossas opiniões). E dessa vez a editora escolheu uma de suas séries mais recentes, “Clube dos Sobreviventes”, cuja obra inicial é esta, “Uma Proposta e Nada Mais”. Como Romance de Época é meu gênero favorito, e eu ainda não tinha lido nada escrito por Mary e queria conhecer sua narrativa, resolvi me aventurar nela.
Com tantas opiniões muito positivas a respeito da autora e de sua escrita, eu estava esperando uma história maravilhosa de fazer suspirar. Então minhas expectativas estavam realmente bem altas. Mas confesso que não curti tanto assim. Achei o casal protagonista bem sem graça. Eles não tinham química e nem senti qualquer tipo de ligação, muito menos uma tão profunda que resultasse em amor. Não consegui senti-los se apaixonando e nem nenhuma emoção vinda de qualquer um dos dois e isso foi realmente a parte mais frustrante da leitura. Não é um livro ruim, porém também não foi empolgante ou que fez meu coração se animar ou se apaixonar. Só me senti normal lendo, nem odiando nem adorando qualquer coisa.
Por outro lado, gostei da escrita da autora, que é interessante e bem desenvolvida. Uma das minhas partes preferidas é que ela construiu muito bem a personalidade e o pano de fundo da vida de cada um dos protagonistas, trazendo profundidade e realidade à trama. Ou seja, nós temos a oportunidade de conhecer a fundo os personagens, seus passados, suas motivações e pensamentos.
E também pudemos conhecer o lado ruim de cada um, seus traumas, sequelas emocionais e dificuldades em superar determinadas questões. Afinal, o ser humano é complexo e sempre tem que trabalhar questões dentro de si, e ver que a autora soube transmitir isso tão bem em palavras, fazendo com que nos aproximássemos dos personagens, foi realmente muito gratificante.
Porém, algo que me incomodou também é que os protagonistas quase nunca conversavam! Praticamente em quase nenhum encontro eles tinham uma conversa mais duradoura. Geralmente um ficava ao lado do outro sem querer falar alguma coisa ou sem saber o que dizer, então só ficavam quietos. Inúmeras vezes a autora usava esses argumentos, fazendo com que eu sentisse muita falta de interação entre os dois. E até agora não sei quando o amor começou.
Quero dizer, nós, leitores, pudemos conhecer ambos muito bem. Inclusive porque eles não estavam falando um com o outro, mas estavam pensando bastante. Então tivemos a oportunidade de ouvir aquilo que eles não tinham coragem de dizer em voz alta. Claro que em determinados momentos um falava um discurso enorme para o outro, revelando algo de seu coração ou de sua vida, ou até contando algo de seu passado. Mas, quando algo assim acontecia, na maioria das vezes o outro só ficava ali ouvindo, sem comentar ou acrescentar nada na conversa, quase como se o outro estivesse fazendo apenas um monólogo, e depois mudava de assunto ou eles se separavam.
A obra tem um ritmo constante, mas é repleta de sentimentos, emoções afloradas (com relação aos personagens em si e seus passados) e muita sensibilidade. Com certeza consegue tocar o leitor em diversos momentos. Além disso, o texto é bem descritivo, fazendo com que tenhamos facilidade em mergulhar no enredo e também na época em que a trama se passa, como se realmente estivéssemos fazendo parte daquele cenário e naquele período e isso é muito agradável.


A Sombra do Vento - Cemitério dos Livros Esquecidos #01- Carlos Ruiz Zafón

Conheci Zafón através do livro Marina, e demorei muitos anos para finalmente ler A Sombra do Vento, primeiro volume da série Cemitério dos Livros Esquecidos, publicado pela Suma de Letras. Ele estava na estante me encarando todo esse tempo, e chegou o momento de ler o livro que fez o autor ser conhecido e reverenciado!

Após uma madrugada inusitada com uma visita inesperada Daniel Sempere tem em suas mãos um livro raro, A Sombra do Vento. Algumas horas depois o livro está lido, e o garoto tem apenas um objetivo: saber quem é o autor e onde encontrar seus demais livros. Uma busca que começa inocente, e atravessa o tempo se transforma em uma perigosa estória que coloca em risco que é mais importante para ele, ao mesmo tempo em que verdades guardadas a sete chaves vem a tona.

Zafón tem uma narrativa em primeira pessoa muito peculiar e única dele, ao mesmo tempo que soa simples e direta, evoca em suas ações críticas, especialmente políticas dentro da Espanha. Suas peculiaridades trazem uma atmosfera que beira sempre a fantasia, sem de fato se adentrar nela, com um toque gótico sutil. Você se imagina nas ruas de Barcelona na chuva perdido junto a Daniel tentando compreender quem é Julian Carax, esse autor que escreveu livros que foram queimados e não deixou rastro de sua existência, e mais do que no lugar de Daniel o autor desperta a curiosidade de saber o que aconteceu com Carax e seus livros.

A estória é desenvolvida em uma linha do tempo linear do ponto de vista de Daniel, mas não linear quando os diversos personagens contam suas vivências com Julian. É através desses relatos e descobertas que Sempere costura a estória de vida de Julian e termina na descoberta de sua verdadeira vida, e devo dizer é triste e é surpreendente!

Embora agradável o livro não permite um ritmo muito rápido de leitura, e isso porque o autor as vezes exagera um pouco em certos pontos da estória, e algumas páginas ao meu ver poderiam ter sido tiradas, já que não acrescentam muito a trama. Este ritmo ora lento, ora fluído pode desestimular a leitura para algumas pessoas acostumadas a narrativas mais acessíveis.

Daniel é um jovem determinado a descobrir a estória de Carax, mesmo que isso coloque em risco sua vida ou a de seu pai, com isso ele pode ter ações exageradas e destemidas. No fundo tudo é inocência, ele não consegue perceber a maldade das pessoas, e sempre tende a acreditar nelas. Ao mesmo tempo tem uma grande identificação com o autor.

O pai de Daniel é muito dedicado ao filho, e respeita o espaço do mesmo sem sufocá-lo, é uma relação bonita de acompanhar. Fermín Romero de Torres é um homem que Sempere tira das ruas para trabalhar com ele e o pai em sua livraria, dono de uma personalidade marcante, este homem se torna melhor amigo de Daniel, e embora carregue uma estória de vida muito triste é fonte de humor e leveza a narrativa.

Julian Carax é um jovem perturbado que é levado a caminhos estranhos na vida, sem se dar conta de quem está por de trás deles. Seus amigos de escola, Míquel Moliner companheiro até o fim de seus dias, e Jorge Aldaya não aparecem por muito tempo na narrativa, mas têm papéis fundamentais no andamento da trama.

Os demais personagens que surgem são muito variados e interessantes, Clara uma jovem cega e seu tio livreiro e boêmio, Fumero um policial sem qualquer ética e moral, Nuria uma mulher de caráter duvidoso, Beatriz a jovem que desperta o amor em Daniel, além dos vizinhos como o catedrático dramático e o relojoeiro que gosta de se vestir de mulher. Todos bem caracterizados e bem encaixados nessa estória repleta de detalhes e enigmas.


Era uma vez na Grécia Antiga... - Marília Vitral

Quando eu era criança, adorava as aulas de história em que a professora falava sobre Grécia, Roma e Egito. Inclusive alguns dos meus livros preferidos eram daquela coleção “Como Seria Sua Vida na(o) ______ Antiga(o)?”. Então, quando dei uma olhada no catálogo da Editora Letramento, fiquei encantadíssima por essa pequena obra chamada “Era uma vez na Grécia Antiga...”, que nada mais é do que um compilado de alguns mitos gregos explicados de forma direta e de fácil entendimento e voltado para o público infantil.
E eu simplesmente adorei esse exemplar!! A autora, Marília Vitral, trabalha com mitologia e filosofia na pré-escola há mais de 30 anos, então temos a chance de ver seu carinho com os pequenos e também com esses mitos traduzidos nesta obra adorável. Na Apresentação, ela fala um pouco sobre sua experiência e seu desejo de transmitir a visão poética e emocional dessas histórias gregas para as crianças, com a intenção de fazê-los se identificar com os textos e também com o que aqueles personagens estavam vivenciando.
Afinal, muitas crianças também criam muitas fantasias em suas cabeças para saírem da realidade em que vivem, e carregam dentro de si muitas questões, coisas que estão começando a aprender, dúvidas, sentimentos diversos e opostos, como alegria e tristeza, e, claro, incertezas.
Então, temos a chance de ler as histórias de Narciso, Ícaro, Andrógino, As Moiras, Pandora, Midas e A Caverna. Cada qual apresentada em páginas de uma cor com bordas de outra cor complementar, e com uma bonita ilustração.
A única coisa que na minha opinião ficou faltando foi mais ilustrações. Muitas crianças mais novas preferem ler obras que vêm com desenhos que despertam sua curiosidade ou fazem com que entendam melhor o que está sendo dito, mas infelizmente neste exemplar elas são bem poucas e também só retratam uma cena ou um personagem. Então acredito que chamaria mais a atenção se fosse mais ilustrada. Mas nem por isso deixa de ser interessante.
A edição impressa está bem bonita com capa dura, tamanho diferenciado de 20,2 cm x 20 cm, páginas em papel couché (aquele estilo folha de revista, porém bem mais grosso), diagramação bem confortável para a leitura por conta da fonte escolhida para o texto, que é bem grande, e também por causa dos espaçamentos ideais.
Um trecho que Marília disse e que eu concordo é “Acredito que tanto o texto quanto as ilustrações, devem ser capazes de transmitir às crianças o quão fascinante e divertido pode ser a aventura da leitura [...]. Principalmente de mitologia grega, que toca bem “fundinho” questões existenciais conhecidas de todos nós, desde o momento em que começamos a perceber que somos GENTE.”
Indico bastante a leitura e aquisição deste exemplar bem fofo para todos aqueles que gostam de reler os mitos gregos, para aqueles que ainda não os conhecem, mas querem aprender um pouco sobre eles de forma rápida e direta, e também para os que têm crianças por perto e querem inseri-las no mundo da literatura através de histórias das quais elas podem tirar algum ensinamento ou pelo menos passar algum tempo se divertindo.
Avaliação




Quando Escolheram por Mim - Lauren Miller

A primeira coisa que chamou bastante minha atenção nesse título foi a sinopse, que parecia trazer uma história incrível que com certeza eu iria amar. Além disso, a capa também despertou bastante meu interesse. E fazia muito tempo que eu não lia nenhuma distopia, e, como gosto muito do gênero, já estava na hora de ler algo desse estilo novamente. Sendo assim, logo que tive uma oportunidade, comecei a ler essa obra. Agora, venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões sobre esse volume escrito por Lauren Miller e publicada pelo selo Pavana.
Nessa obra conhecemos Rory Vaughn, uma menina de dezesseis anos que vive em um mundo onde ela não precisa tomar decisões, uma vez que a tecnologia é tão avançada que as pessoas utilizam um aplicativo chamado Lux, o qual diz para cada indivíduo o que deve comer, qual rota tomar, até mesmo como tomar várias decisões, das mais bobas até as mais importantes. Rory tem um futuro promissor, uma vez que acabou de ser aceita em Noveden, uma escola preparatória voltada para as melhores universidades do mundo, e a qual todos os seus ex-alunos têm carreiras promissoras e são bem-sucedidos.
Pela primeira vez, Rory se sentia bem em um lugar, onde realmente poderia ser ela mesma, uma menina inteligente e estudiosa, que deixa o Lux tomar as suas decisões e vive uma vida tranquila. Sua mãe, quando era viva, também havia estudado nessa escola, e isso a fazia se sentir mais próxima dela.
A vida de nossa protagonista estava indo bem, até que ela começou a escutar com cada vez mais frequência a Dúvida, uma voz interior que as pessoas chamam de “doença” e que deveria ser calada com remédios. Porém, o seu medo por escutar é grande e ela finge que não a escuta, até porque não quer ser expulsa da academia.
Acompanhamos o dia a dia de Rory e todo o ambiente da escola, e vemos quando conhece North, um morador das redondezas que é totalmente anti-Lux e que desperta sentimentos que ela nunca teve. Nesse cenário, vemos nossa protagonista fazer grandes descobertas, entrar para uma sociedade secreta e ver a sua vida dando um giro de 180°. E tudo o que ela pensava ser verdade era uma mentira, e ela acaba descobrindo mais sobre si mesma e também sobre seu passado.
Entramos, então, em uma grande aventura que consegue nos prender do início ao fim, com várias reviravoltas e cenas que vão fazer você não conseguir parar de ler nem por um segundo. Os personagens são ótimos, cada um com o seu jeito de ser, nos conquistando em todos os momentos com suas personalidades e modos de agir, deixando a trama ainda mais envolvente e gostosa.


Outlander #06: Um Sopro de Neve e Cinzas - Diana Gabaldon

Como uma verdadeira fã dos livros de Outlander e também da série de televisão homônima, sempre que me é possível estou lendo as obras literárias (nada pequenas) e ficando imersa nesse mundo de Jamie e Claire. Agora foi a vez de terminar o sexto volume da série (com muito orgulho já li sei lá quantas mil páginas no total) e venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões a respeito desse título maravilhoso escrito por Diana Gabaldon.
Em “Um Sopro de Neve e Cinzas” acompanhamos Claire e Jamie em 1772 na cordilheira dos Frasers, onde, apesar das dificuldades, a família vive bem junto e progredindo. Em paralelo a tudo isso, vemos os acontecimentos que estão levando para a guerra da Independência da colônia, e com isso o caos está se espalhando em toda parte. Começam a surgir cadáveres nas ruas, salteadores aterrorizam a população, incêndios estão se espalhando e o assassinato de uma família inteira ressalta as mudanças no cotidiano dos habitantes da Cordilheira dos Frasers.
Por conta de todo o caos que se espalhou, o governador Josiah Martin manda uma mensagem para o nosso querido Jamie, pedindo a sua ajuda para conter os rebeldes e manter poder e domínio da coroa. Claro que o que ninguém da época sabia, é que graças a Claire, Brianna e Roger, Jamie tem informações do futuro. Mas nosso protagonista ainda enfrenta uma grande sinuca de bico, uma vez que se ele permanecer como líder do exército, sabe que o seu futuro vai ser bem infeliz, já que vão perder, e se ele se juntar a resistência será declarado como traidor.
A tensão de todo mundo estava aumentando cada vez mais por conta dos incêndios, uma vez que Brianna no futuro leu uma nota jornalística onde noticiava a morte dos seus pais em um incêndio misterioso. Mas nessa nota não falava de mais ninguém, e tudo acaba deixando-a cada vez mais cheia de perguntas e ao mesmo tempo apreensiva.
É nesse cenário que se passa a trama desse volume, que, apesar de um pouco mais parado do que os anteriores por conta de termos um pouco menos de cenas de ação, consegue nos conquistar de muitas maneiras, com personagens que continuam maravilhosos e com um enredo muito bem escrito, que consegue encaixar várias pontas soltas e nos deixar sem palavras. É uma leitura super envolvente e dolorosa, que desperta diversos sentimentos na gente, do jeito que Diana Gabaldon consegue fazer com maestria.
Outlander possui no total oito volumes mais alguns extras já publicados no exterior. Aqui no Brasil já foram lançadas todas as obras principais até a sexta, que é esta da resenha, lançamento atual. Só faltam duas delas para chegarmos ao final já existente da série, sendo que o oitavo exemplar é inédito por aqui. Mas a autora está escrevendo o nono livro e talvez mais algum material, incluindo um prequel dessa história, mas ainda não há muitos detalhes sobre data de publicação, maiores informações ou próximas intenções.


O Irresistível Café de Cupcakes - Mary Simses


Eu tenho alguns pontos fracos quando se trata de temática de livros, além dos temas óbvios dentro da fantasia e da espiritualidade, eu amo livros com comida, em suas diversas possibilidades. Foi por conta disso que escolhi O Irresistível Café de Cupcakes, da autora Mary Simses, publicado pelo selo Paralela, para ler. Embora no fim as comidas não aparecessem como eu achava que apareceriam.

Ellen é uma bem sucedida advogada em New York, seu casamento será em breve e ela acredita não precisar de mais nada pare ser feliz. Mas o inesperado acontece e sua avó morre, não sem antes fazer um pedido a ela: que ela vá até a cidade onde nasceu e entregue a um homem uma carta. Assim Beacon surge na vida de Ellen e mais do que entregar uma carta, ela irá desvendar uma parte da vida da avó que desconhecia, ao mesmo tempo em que se redescobre.

Eu não me lembro até o momento presente porque eu cismei de ler esse livro, além das óbvias referências a comida,  já que é um livro nada comentado e nem tem nota alta no skoob, mas eu costumo acreditar que os livros vem até mim no momento certo. E mesmo sem as comidinhas, acrescentam um pouco em mim.

A narrativa em primeira pessoa através de Ellen é dinâmica e se foca no dia a dia da busca desta mulher pela estória de sua avó, primeiro tentando entregar a carta ao homem que sua avó namorava quando jovem, e depois buscando a escola onde ela estudava e a casa que ela morava. Essa busca claro não trás apenas coisas boas, mas algumas atitudes da avó  que até o fim do livro carecem de explicação.

Ao resgatar a história da avó, Ellen sofre uma transformação irreversível, e ela começa a se perguntar se a vida que vive que até então era perfeita é a vida que deseja. Isso porque além de suas descobertas ela conhece Roy que logo nas primeiras páginas a salva de um afogamento em Beacon.

Roy é um homem charmoso do interior, mas que foge aos estereótipos de homem de cidade pequena, embora pareça um, ele esconde algumas características que aos poucos mexem com Ellen. A relação de ambos se desenvolve paralelamente a trama principal, e não tem muito enfoque, o que é muito bom, mas mesmo assim o livro tem aquele clima de sessão da tarde, já que a moça fresca de Manhattan acaba no meio do mato sonhando com blueberries.

Ellen começa o livro muito chata, preocupada com a pousada simples que está, com as calorias que come, a típica moça que se casa com um homem de família importante, que é o caso de seu noivo. Sua transformação é rápida, mas ao mesmo tempo acaba sendo explicada com o encontro com a avó adolescente. A moça aos poucos passa a comer comidas de verdade e as descreve como uma verdadeira apreciadora de comida. Achei um pouco forçada algumas situações do início da trama logo após seu afogamento e no pub da cidade, já que trata-se de uma mulher educada e recatada.



Deuses Americanos – Sombras #01 – Neil Gaiman, P. Craig Russell & Scott Hampton

Como uma fã de Neil Gaiman e de quadrinhos, tento ler as suas histórias sempre surge uma oportunidade, ainda mais as que viram HQs e ganham traços maravilhosos. Sendo assim, sempre que possível leio os seus volumes e com esse título não poderia ser diferente. Agora, venho compartilhar com vocês as minhas opiniões sobre a versão em HQ de um dos títulos mais famosos do autor, “Deuses Americanos”.
Nesse volume conhecemos Shadow, um presidiário que está prestes a ser solto, porém, alguns dias antes da sua liberdade, descobre que a sua esposa sofreu um acidente de carro junto com o seu melhor amigo, e esse acidente acabou resultando na morte do dois, mudando totalmente os planos de nosso protagonista para a sua soltura. Sem ter para onde ir, ele acaba conhecendo o misterioso Wednesday, um homem enigmático que lhe oferece um emprego, bem fácil e informal, onde nosso protagonista deve virar o braço direito dele e o levar para rever algumas pessoas, sendo uma longa viagem pelos Estados Unidos, cheia de mistérios e trapaças.
Em certo ponto, Shadow percebe que acabou se envolvendo em uma batalha entre Deuses antigos e Deuses Americanos, já que Wednesday na verdade é a encarnação de Odin (Deus que é pai de todos), e está tentando reunir os antigos Deuses da mitologia para participar de uma guerra contra os novos Deuses, já que os poderes dos velhos estão diminuindo por conta da obsessão dos americanos por celebridades, tecnologia, etc.
 Esse volume é cheio de histórias paralelas, lendas urbanas e desenhos maravilhosos que fazem a gente ficar babando todo o tempo nesse enredo maravilhoso. Os pequenos detalhes fazem toda a diferença nessa história, que é totalmente original e empolgante e faz com que a gente não consiga parar de ler nem por um minuto até chegar ao fim.


Se você chegou a ler Mitologia Nórdica de Neil Gaiman vai ter mais facilidade em entender esse volume, pois ele continua usando muito do seu conhecimento dessa mitologia nesse título, então achei bem mais fácil o entendimento de algumas coisas, pois eu já as conhecia devido a minha leitura dessa outra obra.
O livro todo é muito maravilhoso, seja pela história muito bem escrita e criativa, quanto pelas ilustrações perfeitas de artistas variados que são um show à parte. Os personagens, tanto os principais quanto os secundários, conseguem nos conquistar, cada um com suas particularidades, e vemos que todos eles foram muito bem trabalhados e construídos.
A edição em quadrinhos é uma adaptação da história original de Neil Gaiman, com roteiro e layouts de P. Craig Russell, arte de Scott Hampton, capa de David Mack, e ilustrações de diversos artistas, entre eles Walter Simonson, Colleen Doran, Glenn Fabry e Fábio Moon.


Extraordinário - R. J. Palacio

Desde que soube da existência deste volume e li a sinopse, fiquei encantada com o que a trama prometia trazer e louca para começar a lê-la, porém, por algum motivo que não consigo entender, acabei adiando essa leitura, o que me arrependo bastante de ter feito, pois essa é uma história incrível. Então venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões a respeito desse volume, que me encantou e entrou na minha lista de melhores do ano.
Em “Extraordinário” conhecemos August Pullman, também conhecido como Auggie, um menino de dez anos que nasceu com a síndrome de Treacher Collins, que faz com que ele tenha uma deformidade facial, e, por isso, mesmo muito pequeno já fez diversas cirurgias e passou por muitas complicações médicas. Por conta de tudo isso, nosso protagonista nunca frequentou uma escola e foi educado em casa pela sua mãe.
Agora que já não precisa mais de tantos cuidados médicos, sua família resolve que está na hora de ele começar a frequentar uma escola e o matricula em um colégio particular perto de sua residência, para que ele possa começar a ter uma vida normal como os outros garotos de sua idade. E assim vemos nosso protagonista nessa nova etapa da sua vida, na qual faz novas amizades, tem professores preferidos e vive toda essa experiência. Mas, infelizmente, também sofre muito bullying por conta de sua aparência, e tem que enfrentar todos esses problemas de uma sociedade que não é muito preparada para o “diferente”, que é preconceituosa e infelizmente tem muito que amadurecer.
A história desse livro em si já traz uma mensagem linda, que nos faz refletir e acompanhar a vida desse jovem e doce menino, que mostra que é uma criança normal, com os seus sonhos e desejos, e que mesmo sendo “diferente” por fora é igual a todas as crianças por dentro.
Esse é daquele tipo de livro que desperta diversos tipos de sentimentos no leitor. Em vários momentos me vi chorando com algo que o Auggie estava passando e querendo entrar no livro para tentar fazer alguma coisa, em outras vezes estava sorrindo, e assim sucessivamente, e isso é ótimo, pois conseguimos ver o quanto a obra consegue mexer com a gente. Esse é um volume que fala de amizade, solidariedade, amor, empatia, família, e, acima de tudo, respeito, abordando temas mais sérios de forma leve.
A obra é narrada por diferentes personagens, que trazem os seus pontos de vista, mostrando as suas experiências com o nosso protagonista e nos dando perspectivas de diferentes visões sobre um pouco da vida de Auggie e de como ele é um menino totalmente agradável e normal. Uma das narrativas que mais me encantei foi com a da Via, irmã mais velha de nosso menino. Em sua visão vemos como ama muito o irmão e entende que os seus problemas são muito menores do que os dele e, mesmo que ela queria uma vida onde possa andar sem ninguém falar sobre, ou mais atenção dos seus pais, também entende que o seu irmão precisa de apoio.


Em Pedaços - Recomeços #01 - Lauren Layne

Olivia Middleton é filha de um dos casais mais ricos e influentes da sociedade nova yorkina atual e está prestes a se formar na faculdade. Porém, depois de ter passado por uma situação, quer se afastar de tudo para lidar com seus sentimentos em segredo. E é por isso que acaba conseguindo um trabalho como cuidadora de um ex-soldado da guerra no Afeganistão, que possui diversas cicatrizes físicas e psicológicas.
Lá ela acaba se surpreendendo ao perceber que o homem de quem vai cuidar é um jovem um pouco mais velho do que ela, totalmente lindo. Porém, ele é completamente amargurado, além de ser enigmático e não querer sua presença ali e fazer de tudo para demonstrar isso abertamente. Mas, por conta de uma questão pessoal, ele acaba entrando em um acordo com o pai – tão rico quanto os pais de Olivia –, para permanecer no local e continuar recebendo sua mesada semanal, ele só precisará aturar a nova cuidadora por três meses sem expulsá-la de casa.
Então eles passam a conviver no mesmo teto, enquanto Olivia tenta lidar com a culpa e superar seu passado e Paul quer que o tempo passe rapidamente para poder se livrar dela e voltar para sua vida solitária e amarga. Porém, por mais que ele deseje isso, não consegue resistir a garota e, mesmo tentando afastá-la de perto de todos os jeitos possíveis, acaba cedendo. Mas será que o amor será mais forte do que tudo o que ele passou? Será possível que Olivia pode funcionar como uma cura e fazer com que toda a sua dor seja superada?
Quem acompanha minhas resenhas aqui no blog já deve ter reparado que eu amo romances. Então, sempre que um título do gênero é publicado, eu fico com muita vontade de lê-lo. Se parecer uma trama divertida e gostosa fico ainda mais interessada. E tem alguns livros que nos deixam ainda mais empolgados do que outros, e esse foi o meu caso com “Em Pedaços”. Primeiro porque é uma releitura (adoro!) de A Bela e a Fera, o meu Conto de Fadas preferido. Segundo porque prometia trazer personagens com uma carga emocional bem intensa que iam encontrar a saída para suas questões pessoais e encontrar a felicidade. E terceiro porque li há pouco tempo outra obra de Lauren Layne, “Mais Que Amigos”, e até resenhei aqui no blog (clique no título para ser redirecionado a resenha), então já sabia que a escrita da autora seria bem gostosa.
Até determinado momento da leitura eu estava gostando bastante da mesma, me divertindo e torcendo para ver os protagonistas superando suas questões pessoais. Porém, com o desenrolar da trama, algumas atitudes dos personagens me incomodaram muito, o que ficou ainda mais agravante no final da obra, fazendo com que eu não conseguisse gostar do resultado final tanto assim.
Uma das primeiras coisas que me incomodou foi que Olivia mal tinha chegado na casa para trabalhar como cuidadora de Paul e logo cedeu a uma atitude dele. Até onde sei, antes de qualquer atração física, a gente primeiro quer respeitar nosso trabalho, principalmente quando começamos um novo. Então não entendo o motivo de ela ter se deixado levar pela aproximação física dele e ter cedido ao seu contato, passando para níveis íntimos sem que mal se conhecessem e ela estivesse ali apenas para trabalhar. E isso se repetiu várias vezes, já que ela nunca teve nenhuma vontade de usar a palavra não quando estava em seu horário de trabalho servindo seu chefe em algo que não era para ser carnal.
Outro ponto que eu considero péssimo foi a forma como Paul tratava Olivia. E, sim, era terrível. Ele fazia os piores comentários e agia da maneira mais ridícula possível quando se tratava dela. E aqui entra uma questão muito pessoal minha, mas eu detesto – com ênfase neste sentimento – quando um homem maltrata uma mulher, seja física ou verbalmente (neste caso foi mais da segunda forma, isso sem levarmos em consideração como a agarrava e a beijava, mesmo sem conhecê-la e saber o que ela queria). Eu sei que Paul tinha ido para a guerra (porque quis) e enfrentado coisas terríveis, como era de se esperar porque era uma guerra, e ficado com inúmeras questões físicas e, principalmente, psicológicas para lidar, mas não acho que justifique fazer comentários baixos e pesados direcionados somente para ela e com total intenção de feri-la profundamente, o que ele fazia continuamente. Com sinceridade, não entendo como uma garota como Olivia conseguiu, ainda assim, se apaixonar por ele, mas enfim. Até planos ridículos para magoá-la só porque ele se sentiu chateado com uma coisa (bem fútil por sinal!), ele colocou em prática para machucá-la, e agiu como uma criança mimada que é, e ela simplesmente deixou passar. E depois ainda ficou com ele de novo. Não dá para mim!