Na época em
que Crepúsculo saiu nas livrarias eu quis imediatamente ler, pelo simples fato
que sou fã de vampiros e de Anne Rice. Confesso que na época o primeiro livro
mexeu comigo, mas o segundo volume foi ódio mortal, mesmo assim segui até o fim
meio de saco cheio de tanto drama e alguns absurdos hehehe. Não fazia ideia que
Sol da Meia Noite iria sair até que me deparei com ele, e pense porque não?
Afinal quem vai narrar é um vampiro, vai ser mais true não? É não exatamente
não Sra. Stephenie Meyer?!
Em Sol da
Meia Noite conhecemos a mesma estória de Crepúsculo, mas sob a ótica do vampiro
Edward, desde o seu primeiro encontro, passando por momentos que sabemos que
aconteceram, mas não como aconteceram. A narrativa é feita em primeira pessoa,
e devo dizer que se achava que a Bella era lamúrias sem fim é porque não
conhecia a mente do Edward! Simplesmente não comprei a ideia que Meyer vendeu
de que uma vez vampiro e sua personalidade não evolue, visto que a mente e o
corpo seguem percursos próprios. Depois de cem anos duvido que alguém continue
nos mesmos erros e personalidade. Sim alguns vampiros se tornam mais letais e
abandonam qualquer traço de humanidade, outros passam disso para quase humanos,
entre tudo isso eles aprendem e mudam, mas o Sr. Cullen? É como um adolescente
e desculpa isso não cola!
Outro
aspecto que em Crepúsculo já me incomodava e nesse só piorou foi a perseguição
de Edward a Bella, chega um determinado ponto da trama que ele ou está com ela,
ou vigiando ela através da mente dos outros. Não é isso que chamam de relação
tóxica? Ele não consegue respeitar as decisões dela porque ela é uma humana e é
frágil, não aceita os sentimentos dela porque ele é um monstro indigno de amor
e quer impor todo relacionamento em cima da ideia que ele não é capaz de ser
homem ( isso porque me desculpe com Carlisle como exemplo ele devia ser muito
diferente).
O livro têm
736 páginas que até caminham bem, mas que trazem páginas e mais páginas de
"vou embora", "sou um monstro e vou matar ela" e "o
cheiro dela é incrível", é repetição, atrás de repetição. Eu esperava por
uma mente mais perturbada no sentido vampírico, como os vampiros mais
tradicionais (oi Lestat?!), mas são breves as cenas que eu me via pensando
"ah sim ele é um vampiro", a maior parte do tempo ele parece um ser
humano imortal um bocado burro. Mesmo a mudança dele de parar de atacar ela e
passar a namorar ela foi muito fraca.
Minha
impressão sobre Meyer e os vampiros é que ela gosta deles, mas desde que eles
não sejam maus, e eu aceito isso, o seriado True Blood, por exemplo, explorou
isso muito bem. Me parece que a autora não conseguiu dimensionar a natureza
real dessas criaturas, seus dilemas e experiências. Ela sempre fala do ponto de
vista de uma humana e nunca senti ela vestido a camisa dos vampiros.