Love is in The Air #01 - Catarina Muniz, Eva Zooks, Paola Scott e Tamires Barcellos

Assim que li a sinopse deste volume pela primeira vez, me encantei bastante com a premissa de trazer quatro contos passados na Terra da Rainha, todos com o tema central voltado para o amor. Só por este motivo, já morri de vontade de começar estas histórias e poder ler esses contos que, com uma pegada hot, prometiam fazer com que eu me apaixonasse completamente. Assim que tive a oportunidade de ter esse exemplar em mãos, comecei a leitura. E agora venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões.
Logo no primeiro conto, “Lembranças de um Outono em Londres”, de Eva Zooks, conhecemos a história de um casal que sofre bastante por não poder ficar junto tanto quanto gostaria, já que acompanhamos um encontro entre eles, onde vivem um amor inesquecível, porém ao final eles têm que se separar. Foi uma história linda, que aborda um pouco de magia e sobrenatural, mostrando um soldado britânico e a sua amada, e que um amor quando é verdadeiro ultrapassa todas as barreiras. Curti bastante esse conto, porém achei que ele foi bem curtinho, com suas menos de vinte páginas. Acho que a autora poderia ter aprofundado melhor e ter trazido uma história ainda mais gostosa, ainda mais que a premissa dele era ótima, e facilmente poderia ter sido mais bem desenvolvida. Narrada em terceira pessoa, nos encantamos bastante com essa história.
No segundo conto, “Sussurros do Coração”, por Tamires Barcellos, conhecemos a história de Henry, um homem misterioso e mal-encarado que se mudou para a pequena e escondida casa no final da rua, e, por ser uma vizinhança fechada, onde todos se conheciam, ele não foi muito bem aceito, sofrendo com desconfianças e preconceito. E já que ninguém o conhecia, inventavam fatos sobre ele como se fossem verdades. Nesse mesmo conto, também conhecemos Samantha, uma menina de dezenove anos, que vivia reclusa por conta dos seus pais e que só tinha a autorização de ir até a biblioteca. Bastante dedicada à sua família, ela fazia de tudo para agradar, mas só era tratada mal. Porém, certo dia o destino acaba unindo eles dois, e vemos que o amor entre um bad boy todo tatuado e uma menina certinha e dedicada aos pais, pode vencer todas as barreiras impostas pela sociedade e viver uma linda história de amor. Esse foi um dos meus contos preferidos, pois os dois protagonistas conseguiram mexer com o meu coração e fiquei torcendo em todos os momentos por eles, mostrando que, apesar das diferenças, quando o amor é verdadeiro pode superar tudo.
O terceiro conto é o "A Mania da Ninfa", de Catarina Muniz, que nos traz a história de Richard, um jovem médico residente que começou a trabalhar no St. Mary's Hospital, e lá conheceu outros colegas de profissão. Sempre que tinham um tempinho vago entre um atendimento e outro, todos se reuniam para bater um papo, porém Elizabeth, uma médica muito competente, sempre sumia. Bastante curioso para entender o motivo de ela sempre desaparecer nesses tempinhos vagos, ele acaba descobrindo que ela é ninfomaníaca e some para achar uma salinha reservada para se “aliviar”. Nesse conto, Richard narra toda a sua história de angústia e amor causados por essa Ninfa, e vemos todo o relacionamento que ambos criam.
O quarto e último conto é o “Nos Arredores de Londres”, por Paola Scott, que traz a história de Catarina, uma jovem gaúcha que se mudou para São Paulo para seguir os seus sonhos. Para comemorar o seu novo emprego em uma editora, ela aproveita os seus últimos dias de folga indo a uma viagem para Londres. E é lá que acaba conhecendo Sebastian, um típico britânico que concilia a sua vida de escritor com a administração da fazenda dos seus pais. Quando em uma livraria Catarina pede o autografo de Sebastian, a vida dos dois muda totalmente, já que, com ele, ela viveu os quatro dias mais intensos de sua vida. Esse foi o conto mais quente da antologia e veio para fechá-la com chave de ouro, e, junto com esses dois, conhecemos alguns pontos de Londres, onde eles vivenciam uma linda e romântica história de amor.


O Aprendiz - Conjurador #01 - Taran Matharu

Ano passado um canal literário no Youtube fez uma live com o autor Taran Matharu, onde eles responderia perguntas deixadas previamente e entre quem fez estas pergunta seriam sorteados seu livro, foi assim que tive minha pergunta respondida e que ganhei o livro O Aprendiz, primeiro volume da série Conjurador, publicado aqui pela Galera Record.

Fletcher é um adolescente orfão aprendiz de ferreiro, ele mora no pequeno vilarejo de Pelego, próximo a fronteira élfica, e último posto de batalha de Hominum. Todos os anos uma feira com os comerciantes é realizada, e entre os novos visitantes ele conhece um soldado vendendo relíquias da guerra. Essa amizade resulta em um presente, um livro com uma invocação, e logo o jovem se vê com um jovem demônio salamandra e uma fuga do único lugar que conhece.

Só me dei conta que um ano inteiro se passou desde que tenho o livro quando olhei a data nele, o tempo passa de maneira tão rápida e imperceptível que parece que fazem apenas alguns meses que ele estava na minha lista de logo leio! Demora a parte estava com boas expectativas para o livro, e elas foram basicamente supridas. A narrativa de Matharu é realizada em terceira pessoa sempre sob a ótica de Fletcher. É dinâmica, interessante e descritiva na medida certa. Suas influências são explícitas, conseguimos ver características estruturais de Harry Potter, o modo de batalha e evolução do demônios que são similares ao Pokémon com o toque medieval de O Senhor dos Anéis, e não sou eu quem diz é o próprio autor quem se define assim.

Senti uma estranheza quanto ao tempo, o livro se passa ao longo de meses, e hora ele se demorava em alguns momentos, ora ele corria os meses. E nisso acho que as relações que se formaram não foram mostradas e nem a evolução do protagonista que nada sabia sobre magia e passou a aprendiz. Talvez a questão seja até inconsciente visto que faltam um pouco de argumentos para explicar esse vácuo que o livro me fez sentir.

Fletcher é um personagem muito interessante, porque ele consegue fazer com que sua origem pobre não seja seu limite. Diante das dificuldades ele usa sua inteligência de maneira muito esperta e ágil, desafiando o convencional e sempre de maneira muito moralista. Alias o livro evoca muito questões como preconceito e abuso de poder, tantos entre a distinção de raças, e mais ainda dos nobres versus plebeus. E esse abuso dos ricos que mais desperta revolta no personagem e em quem lê!

Durante sua fuga ele acaba por se alistar na escola de Magos de Batalha, e lá conhece seus novos amigos, uma elfa Sylvia, que embora seja uma garota não tem medo do perigo e tem um coração nobre que faz o que for necessário para ajudar seu povo. E o agradável Otelo, um anão bonachão que se torna o melhor amigo de Fletcher. Outros personagens surgem como Serafim, e outros estudantes plebeus, mas com menos espaço. Claro os vilões são os nobres e seus aliados, e um professor que muito me lembrou o Snape!

Embora possa parecer que com tantas referências a estória possa soar como uma cópia a outras já existentes, mas não é o que acontece, a questão dos demônios, por exemplo, é nova e bem explorada. E soa vezes engraçada pela relação de afeto que humano e demônio acabam por estabelecer. O cunho político também é muito marcante, já que diversos acontecimentos estão focados não apenas em medidas para guerra contra os orcs mas também medidas de nobres para ganhar mais dinheiro, mesmo que isso resulte em mortes de aliados.



O Jogador - Vi Keeland

Brody Easton é ninguém menos do que o quarterback do momento, além de ser lindo, dono de um corpo escultural e, claro, um jogador no outro sentido da palavra também. Ele não gosta de mulheres jornalistas fazendo entrevistas no vestiário masculino e decide provocar ninguém menos do que Delilah Maddox. E sabe qual é a melhor forma de fazer isso? Logo em sua primeira entrevista com a moça ele decide lhe mostrar t-u-d-o. Mas não são seus segredos que ele quer que ela veja. Deixando a toalha cair logo quando a câmera é ligada e ela faz sua primeira pergunta, Brody aparece para Delilah como veio ao mundo, deixando-a desconcertada. Mas se ele pensa que vai fazê-la desistir de seu trabalho, está muito enganado.
Com isso, Brody encontrou seu novo passatempo favorito: provocá-la, o que vai continuar fazendo mesmo depois que ela decide rejeitar sua proposta de sexo. E Delilah não vai voltar atrás, afinal ela não é uma garota igual às outras com quem ele está acostumado e não está à procura de sexo casual, pois não sai com jogadores (no outro sentido da palavra), enquanto ele não namora com ninguém devido a uma experiência ruim em seu passado. Até que Brody a conhece  melhor e percebe que talvez ele esteja pronto para seguir em frente. Só que nem tudo é tão fácil quanto parece e algumas situações vão surgir pelo caminho dos dois, que precisarão entender se o que sentem é realmente verdadeiro ou não passa de ilusão.
“Há uma história entre o era uma vez e o viveram felizes para sempre... E esta é a nossa.”
Como já comentei antes aqui no blog, sou fã de Vi Keeland, que sempre consegue me conquistar com todas as suas obras e dessa vez não foi diferente. Dos cinco livros da autora que foram publicados no Brasil, este foi o quinto que li e que me deixou apaixonada (sim, adorei todos!). Ela definitivamente tem o dom das palavras e sabe nos conquistar com tramas envolventes, personagens carismáticos e um romance maravilhoso.
Algo que gosto na escrita de Keeland é a forma como desenvolve o romance, já que nada ali é forçado ou algo que nos faça questionar se existiria algo semelhante assim na vida real. Pelo contrário, os personagens se envolvem de uma maneira tão natural e crível que a gente até acredita que aquilo poderia ser de verdade.
A leitura é essencialmente leve e descontraída, com cenas românticas, pitadas de comédia e um ótimo desenvolvimento de enredo. E, para quem gosta de um bom drama para fazer chorar, “O Jogador” também conta com cenas de partir o coração. Considero que essas diversas nuances fazem da obra uma trama completa.


Adorei os protagonistas com todo o meu coração. Brody é maravilhoso e apaixonante, mas gostei mesmo foi de Delilah com sua personalidade incrível, sendo uma mulher bem resolvida e determinada que não aceita as coisas com facilidade e corre atrás do que quer. Achei ótimo que ela não tenha cedido ao Brody logo no primeiro instante, como muitas mocinhas geralmente fazem nos livros só porque não conseguem resistir ao charme e a beleza do homem (principalmente quando ele é rico e – ainda mais – famoso), o que acaba me irritando. Então ver que ela não é igual a várias outras só a deixou ainda mais especial aos meus olhos.
Ambos os personagens viveram situações dolorosas em seus passados e vamos desvendando-as aos pouquinhos, e assim podemos entender melhor quem são no presente.  A trama contém algumas reviravoltas, incluindo uma que eu realmente não estava esperando. Gostei de ter sido pega de surpresa, porque isso me deixa mais interessada ainda nos acontecimentos, desejando saber o que viria a seguir.
A narrativa é em primeira pessoa em capítulos alternados com os pontos de vista de Brody e Delilah, e depois de uma personagem que surge pelo caminho e quer nos mostrar um pouco de sua história. Esse recurso é meu preferido, pois assim conseguimos entender com maior profundidade os sentimentos e maneira de agir de cada um, nos aproximando deles como pessoas.


Superman - Uma Biografia não Autorizada - Glen Weldon

Desde muito pequena, eu já havia escutado falar em Superman e cresci ouvido as suas histórias e vendo desenhos onde ele participava. Acho que a maioria das pessoas também já deve ter escutado desde criança aquelas famosas frases: “É um pássaro? É um avião? Não, é o Superman!”, que demostra bastante sobre esse famoso super-herói. Agora cresci e cada vez mais me interesso por quadrinhos e seus personagens, por este motivo, quando vi essa biografia não autorizada, fiquei morrendo de vontade de ler. E venho compartilhar com vocês tudo que achei deste volume.
Neste exemplar, conhecemos a história do homem de aço de forma muito bem organizada e cronológica, para que a gente conheça mais sobre ele desde a sua primeira aparição, em 1938, até os dias de hoje, quase oitenta anos depois. Vemos relatos sobre ele em diversos tipos de mídia (jornal, revista, TV, cinema, etc.) e acompanhamos as histórias em que o personagem aparece, nos mostrando toda a mudança que aconteceu com ele durante o tempo, e olha que tiveram várias. No início, por exemplo, ele gostava de uma briga e era bem impaciente, nada parecido com o Clark da atualidade.
O livro é muito interessante para quem realmente gosta desse super-herói, já que descobrimos e desvendamos curiosidades que até mesmo não sabíamos que tínhamos (ou pelo menos eu não sabia), como o que ele faz com a sua capa quando deixa de ser o Superman para virar o Clark Kent? Ou quando ele começou a trocar de roupa nas cabines telefônicas? Essas e outras perguntas são respondidas durante a leitura, além de informações bem importantes como cada fato marcante em sua história e sobre as pessoas ao seu redor que foram bem participativas na vida desse herói, como Lois Lane, Jimmy Olsen, Perry White (seu chefe) e Lex Luthor (seu arqui-inimigo).
A narrativa feita por Glen Weldon, crítico de quadrinhos e de cinema, é leve e interessante, e analisa esse fenômeno cultural reconstruindo a sua trajetória desde a sua primeira aparição até chegar a Superman: The Man of Steel, longa de 2013. Com muito humor, aprendemos muito sobre esse herói que colocava a cueca em cima das calças até as suas novas vestimentas, passando por todas as suas modificações desde que ele foi criado.
(Essa imagem acima é a capa da revista número 01 da Action Comics, onde aparecia pela primeira vez o Superman.)


Um Amor Inesperado - Amores #02 - Silvia Spadoni

Gosto bastante de romances de época e, por este motivo, sempre que me é possível começo uma leitura deste gênero. A Editora Pedrazul, que é famosa por publicar romances clássicos com alta qualidade, agora também está lançando diversos títulos de romances de época, nos trazendo a oportunidade de ler também esses volumes maravilhosos. Então, assim que o segundo volume dessa série nacional chegou em minhas mãos, comecei a minha leitura, já que a sinopse prometia algo incrível e com um enredo original (eu pelo menos nunca tinha lido algo parecido).
Em “Um Amor Inesperado” conhecemos a história de Amélia de Wintour, uma jovem que está presa a um terrível tutor que se apresenta para a sociedade de uma maneira, mas mostra para a nossa protagonista o quanto ele é desprezível e asqueroso. Para conseguir de uma vez por todas se ver livre desse homem, Amélia cria um plano perfeito: se casar com alguém. E, para isso, ela vai até a prisão para encontrar um homem cujo o nome seja respeitável e que esteja condenado à morte pela coroa. Para convencer essa pessoa, ofereceria um dinheiro para que ele pudesse ter algum conforto nos seus últimos dias, e ela logo viraria uma viúva e ficaria livre para sempre. O que Amélia nunca poderia imaginar é que nem sempre as coisas acontecem como planejamos.
Do outro lado da história conhecemos James Cunnington, o homem que foi escolhido para ser o marido dessa mulher de olhos verdes, e, para isso, ele foi torturado e coagido a dizer esse sim. Sendo um acordo vantajoso para o diretor da prisão, que ganharia uma boa quantia de dinheiro para viabilizar o matrimônio, sua vida virou um verdadeiro inferno até a chegada do momento.
Após conseguir o seu casamento, rapidamente Amélia virou uma viúva e seguiu sua vida em frente, vivendo tranquilamente. Dois anos se passaram e, quando estava passando uma temporada na casa da amiga Lady Snowden, que estava grávida, ela acaba descobrindo uma notícia que iria mudar completamente a sua vida. A propriedade vizinha receberia o seu novo dono, o sobrinho-neto e herdeiro do conde de Hartford, um homem que esteve infiltrado na prisão de Fleet como um traidor da Coroa, mas que tudo não passava de um fingimento, pois assim ele conseguiu se infiltrar no exército francês e obter informações muito importantes para os ingleses.
Quando descobre que o nome desse soldado é James Cunnington, ela percebe que vai acabar conhecendo o seu marido. Agora, vemos que James quer conhecer a mulher que o fez passar por toda a humilhação e tortura para conseguir a sua assinatura, e esse encontro promete muito mais do que imaginamos.
Com uma narrativa rápida e fluida, essa obra nos conquista em todos os momentos trazendo personagens incríveis e um pano de fundo de tirar o fôlego. Gostei bastante de como a trama foi desenvolvida, pois foi um romance bem diferente e bastante criativo, sendo uma leitura muito agradável e leve.


Lançamentos e Novidades – Pedrazul Editora


Oii, gente! Como vocês estão? :D Hoje viemos falar sobre algumas novidades e lançamentos da Pedrazul Editora, que é muito querida por nós, que simplesmente AMAMOS as edições de clássicos maravilhosas, com tradução impecável e capas lindas. Quem aí também é apaixonado pelo trabalho deles e queria ter todos os livros do catálogo na sua estante pessoal?
A Pequena Dorrit - Charles Dickens [Capa Dura] (Skoob)
O mundo de Amy Dorrit era a Prisão dos Devedores de Marshalsea, em Londres, onde ela nasceu e cresceu. Filha de William Dorrit, um cavalheiro culto que estava preso por dívidas havia anos, a humilde e dedicada jovem vê sua história mudar quando começa a trabalhar como costureira para uma excêntrica dama de Londres, Mrs. Clennan, mãe de Arthur Clennan, um cavalheiro generoso e inconformado com as injustiças sociais.
Mas sua vida dá uma reviravolta quando Arthur que, desconfiado da súbita bondade e condescendência de sua severa mãe para com a tímida garota, uma vez que Mrs. Clennan não era dotada de tais sentimentos, começa a investigar o que está por trás daquela prisão. Como Arthur logo descobre, a sombra escura da prisão se estende muito além de suas paredes para afetar a vida de muitos. Uma evocação magistral do estado e da psicologia da prisão, A Pequena Dorrit é uma das obras supremas da maturidade de Dickens.
Trecho da Obra:
“Para a pequena Dorrit, esta sociedade em que eles viviam assemelhava-se imensamente
a um tipo superior de Marshalsea. Várias pessoas pareciam vir para o exterior pelos mesmos motivos que outras entravam na prisão: por causa de dívida, por causa do ócio, relacionamento, curiosidade, e por não conseguirem de um modo geral encontrar harmonia em casa. Elas eram trazidas para aquelas cidades estrangeiras sob custódia de mensageiros e criados locais, exatamente como os devedores haviam sido levados para dentro da prisão. Elas perambulavam por igrejas e galerias de arte do mesmo velho modo triste observado no pátio da prisão. Elas estavam sempre para partir no dia seguinte ou na semana seguinte, geralmente demonstravam indecisão e quase nunca faziam o que diziam que fariam, ou iam onde diziam que iriam, assim como os devedores da prisão. Elas pagavam caro por acomodações ruins e repudiavam um lugar enquanto fingiam gostar dele, o que era exatamente o costume na Marshalsea. Elas eram invejadas pelas pessoas deixadas para trás quando iam embora fingindo querer ficar, isso, mais uma vez, era o que invariavelmente acontecia na Marshalsea. Certas palavras e frases pertencentes ao universo dos turistas estavam sempre em suas bocas, assim como o termo Sala de Descanso, dentre outros, pertencia à prisão. Elas tinham a mesma incapacidade de se dedicar a qualquer coisa, tinham o mesmo hábito de depreciar umas às outras, vestiam-se com o mesmo desleixo e caíam da mesma maneira em um estilo de vida negligente. Tudo como na Marshalsea.”
>> O livro está em pré-venda com previsão de envio para o final de setembro de 2017. Quem quiser adquirir, corre lá na loja da Pedrazul AQUI.
>> Esta é uma edição de volume único e ilustrada, ou seja, tem quase 900 páginas.


Talismãs - Uma Geração. Todas as Decisões #03 - Eleonor Hertzog

Alguns livros tem a capacidade impar de despertar ódio e amor, e devo confessar não consigo lidar bem com a raiva ao mesmo tem em que gosto de alguma coisa, soa como traição ao meus sentimentos. Mas não posso fazer nada alguns livros o fazem, como Talismãs (Uma Geração. Todas as Decisões #03), da autora Eleonor Hertzog, publicado pela Mundo Uno.

Depois de alguns dias pacíficos ao mar a família Melbourne não espera mais passar por grandes aventuras. Os elos estão sob controle, Peggy parece mais calma e se aproxima a data para as aulas na Escola Avançada de Champ-Bleux, e o coração destes filhotes começa a apertar. Mas uma noite repleta de sombras e seres que eram lenda lembra esta família que nada é comum ao lado deles, e novas descobertas sobre si mesmos e o mundo ao seu redor se mostram a bordo.

Não me lembro se já disse, mas mesmo correndo risco de soar repetitiva é um desafio criar uma sinopse para os livros destas série. Criei a minha em cima dos personagens mais frequentes do livro, mas devo dizer que falhei em abranger tudo que o livro se propõe a narrar. A narrativa em terceira pessoa de Hertzog continua como em seus volumes anteriores, muito particular e com um toque de sarcasmo ao 'normal'. E infelizmente continua com o mesmo problema de seu anterior muitos diálogos, e quando eu digo muitos eu falo de quase três capítulos de tamanho médio apenas focados no diálogo de um pai e de um filho (Peter e Robert). Este diálogo é focado em um evento que ocorreu no livro anterior, e eu não achei um ponto bom para o início do livro.

Logo acredito que o tamanho do livro poderia ter sido menor tanto se a autora fosse mais objetiva, e se tivesse terminado a trama onde de fato ela parecia ter acabado. Em determinado ponto do livro, antes das páginas 400 existe um ponto após a ação no mar que é representada na capa do livro, em que tudo caminha para um desfecho. Mas o que ocorre é a retomada da estória não sob este aspecto, mas dos alunos da Escola Avançada e o toque de recolher. Outro aspecto surge, os alunos que até então não tinham aparecido voltam. Dai a minha raiva porque a estória é excelente, mas acaba cansativa e muito longa. Se o livro tivesse terminado antes seria mais leve e despertaria interesse pelo próximo. Não gostei dos capítulos finais, eles seriam ótimos para o começo do próximo livro.

Senti muita falta de um mapa físico do mundo que a estória se ambienta já que muito lugares são citados, assim como uma árvore genealógica de algumas casas também ajudariam muito na compreensão de tantos personagens, especialmente porque as linhagens de Atlântida são diversas. Ao final do livro existe um índice com os principais termos e nomes, mas aquilo que não fica compreendido continua porque eles são breves.
As raças terráqueas são mais exploradas, ou seja, os atlantes que habitam abaixo das águas, mas embora algumas explicações sejam dadas ainda são sutis, e a minha curiosidade com esta civilização com rabo de peixe continua enorme. Outra raça nova surge brevemente com características felinas. E quanto mais costuras mais detalhes, mais Hertzog consegue ampliar e aprofundar o todo.

Mas espere você nesta altura do texto deve achar que eu não gostei do livro não é mesmo? Mas lembra que tinha amor envolvido? Sim, eu me senti como os adolescentes da trama que querem saber mais sobre tudo e que acabam apenas com uma parte da verdade, porque os adultos aqui são muito chatos e protetores (salvo Henry e Doris), mas também senti o amor que a tudo envolve.

Peggy continua como uma das personagens centrais, mais de seus talentos surgem, e um pouco mais de sua estória também. Embora tenha um temperamento instável é uma garota doce que todos querem por perto. Assim como seu dirlon, Peter, que acaba por descobrir seu lugar no mundo, mesmo que seus pais não o reconheçam.


Novidades – Editora Charme

Oii, gente! Hoje vim falar de um lançamento INCRÍVEL que foi anunciado recentemente pela Editora Charme!! Já estou super empolgada pela publicação deste livro e quero tê-lo na edição nacional o quanto antes na minha estante! Também coloquei no final do post a programação com os lançamentos futuros, e, olha, não sei como meu bolso vai aguentar, porque quero tudo! hahaha
>> A obra MARAVILHOSA que a Editora Charme vai publicar é “Forever My Girl”, primeiro volume da série “The Beaumont”, de Heidi McLaughlin!!! Este livro vai virar filme, que já tem lançamento previsto para outubro deste ano lá nos EUA! Assisti o trailer e já fiquei muito animada, então estou contando os dias para a publicação nacional!! <3
Para Sempre Minha Garota - The Beaumont #01 - Heidi McLaughlin
Não era para eu ser um rock star. Minha vida já tinha sido toda planejada para mim. Jogar futebol americano na faculdade. Entrar para a NFL. Me casar com minha namorada do colégio e viver feliz para sempre com ela.
Parti o coração de nós dois quando falei que estava indo embora. Eu era jovem. Tomei a decisão certa para mim, mas a decisão errada para nós. Coloquei toda a minha alma na minha música, mas nunca a esqueci. Seu cheiro, seu sorriso.
E agora eu vou voltar. Depois de dez anos. Espero que possa explicar tudo isso depois de tanto tempo. Ainda quero que ela seja para sempre minha garota.
>> Vou deixar o trailer aqui em baixo para quem quiser conferir.
LANÇAMENTOS FUTUROS
Segue abaixo a programação da editora para os próximos lançamentos. Coloquei todas as capas nacionais já existentes e as internacionais que ainda não tiveram suas versões brasileiras divulgadas – algumas delas vão ser adaptadas e outras serão substituídas por melhores. Quais são os livros que vocês mais estão ansiosos para conferir? <3



Salva Por Um Cavalheiro - As Irmãs Cynster - Nova Geração #02 - Stephanie Laurens

Depois de uma primeira tentativa frustrada, um certo homem escocês misterioso decide tentar sequestrar a segunda das irmãs Cynster para completar seu plano e salvar diversas pessoas. Para isso, decide contratar um homem que tem fama de sempre cumprir com seus trabalhos e nunca falhar. E é assim que Eliza Cynster acaba sendo levada durante o baile de noivado de sua irmã e acorda somente dias depois a caminho de Edimburgo num coche estranho com pessoas desconhecidas.
Até que decide apostar todas as suas fichas num homem que dirigia uma charrete e passava na mesma estrada, e, desesperada, grita por socorro para ele antes de ser presa e afastada das janelas. Naquele momento, ela não sabia que o homem em questão era Jeremy Carling, um erudito que não tinha muito interesse em nada além de seus estudos, mas que estava começando a sentir vontade de conhecer uma moça com quem pudesse se casar. A princípio, ele não a reconhece, até que se lembra de que foi apresentado a ela muito brevemente uma vez, e estava na casa de amigos na Escócia quando soube do sequestro da irmã dela, Heather.
Sabendo que Eliza com certeza também está em perigo, Jeremy decide bolar um plano infalível para resgatá-la das garras de seus sequestradores. E, para isso, precisará pensar em tudo nos mínimos detalhes, além de contar com a ajuda de amigos próximos. Só que ele não é o que poderia ser chamado de aventureiro ou herói, afinal sempre viveu com seu rosto enterrado em pergaminhos de hieróglifos. Então, depois de resgatá-la, precisará ter todo o cuidado para conseguir seguir em frente com a moça, e novos planos provavelmente terão que ser feitos durante o caminho. Mas será ele capaz de protegê-la de todos os perigos que os perseguem? Aquelas faíscas que eles passam a sentir poderá se transformar em amor? E, mais importante, estarão eles prontos para esse sentimento tão grandioso?
Uma coisa que achei muito bacana é que a autora conseguiu fazer uma trama até diferente do primeiro volume, mesmo que a ideia do enredo tenha sido igual, já que ambas as protagonistas foram sequestradas e resgatadas no caminho, fugindo a pé com seu salvador pela Escócia, se apaixonando pelo caminho e aproveitando o tempo com muita luxúria. Só que tudo foi apresentado de forma distinta do anterior, desde o modo do sequestro, passando pelo estilo de herói e até as dificuldades que foram enfrentadas. Claro que a gente começa a leitura sabendo o desfecho da mesma, visto que faz parte de uma trilogia, então sabemos que a conclusão só virá mesmo no último livro, mas, ainda assim, foi bacana poder acompanhar o meio do caminho.


Mas confesso que esperava um pouco mais deste volume. Uma das coisas que mais me incomodou foi o fato de que o mandante do sequestro (sobre quem ainda não tivemos muitas informações a respeito) simplesmente desiste do mesmo e passa a querer proteger sua vítima só porque ela foi salva por outro homem. Achei isso bem forçado só para poder nos levar ao terceiro livro, afinal, se ele queria tanto sequestrá-la para alcançar seus objetivos (não posso comentar sobre, pois pode ser spoiler), por que desistir tão facilmente, deixando a cargo apenas da última opção? Acho que tinha muito em jogo para ele abandonar o plano com tamanho facilidade, sendo que, de longe, ele nem mesmo poderia prever se o que tinha em mente (Elisa e Jeremy encontrando o amor E desejando um casamento, que iria com certeza se realizado) iria de fato ser concretizado. Realmente me incomodou demais essa situação. Preferia que ele tivesse apenas perdido o rastro ou tivesse sido enganado ou um casamento ocorrido antes do esperado e, aí sim, ele poderia renunciar essa ideia e partir para a próxima.
E teve umas cenas relacionadas com cavalos no plano de Jeremy que deram errado, mas que também não achei muito aceitáveis, principalmente porque tinham outras opções em jogo (por exemplo, os dois montarem um mesmo cavalo juntos – até eu que não sei andar nada a cavalo poderia passear com alguém que sabe junto comigo). E alguns detalhes dos planos deles que poderiam ser modificados facilmente e eles teriam se livrado de muitas etapas.
Devo dizer que algo que gostei muito deste casal em comparação com o primeiro foi o modo como os sentimentos dos dois surgiram e amadureceram muito mais rápido do que no anterior. E eles não ficaram escondendo o que queriam ou fingindo coisas para o outro o tempo todo, nem fazendo dramas desnecessários a respeito disso. Foram mais rápidos e diretos (apesar de demorar um pouquinho), então gostei bastante.
E também adorei ver o desenvolvimento individual de cada um, como amadureceram durante este caminho e como encaravam as novas experiências, descobrindo novas coisas a respeito de si próprios, que antes nenhum dos dois tinha dado chance para desvendar porque estavam muito focados e fechados em seus próprios mundinhos e gostos pessoais.


Inversos - Clichê #02 - Carol Dias

Carter Manning é tudo o que se poderia esperar dele; irresponsável, mulherengo, esbanjador, arrogante e não liga para muita coisa além de si próprio e sua música. Ele é um ótimo e famoso cantor, que está nos topos das paradas e usa sua fama muito bem. E é Bruna, sua assistente pessoal, que sempre tem que lidar com tudo o que envolve ele, livrando-o, muitas vezes, dos problemas que arranja.
Mas parece que o universo acha que está na hora de fazê-lo mudar de vida. Quando menos espera, duas crianças pequenas são deixadas em sua casa com uma carta dizendo que são suas filhas e que está na hora de Carter cuidar delas e se tornar um pai. Primeiramente, ele não sabe muito como agir e continua sendo o mesmo inconsequente de sempre.
Mas as pequenas Sam e Soph, juntamente com Bruna, vão mostrar para Carter que ele pode ser muito mais do que acredita e vão ajudá-lo a mudar e amadurecer. E ele passa a perceber que talvez seja muito mais do que apenas seu grande ego. E se no meio de caminho ele também perceber que seu coração é de uma certa pessoa, terá coragem de seguir em frente e fazer de tudo para conquistá-la, mesmo depois de ter errado tantas vezes?
A escritora nacional, Carol Dias, está de parabéns por esse livro adorável e sua narrativa envolvente e fluida. Com certeza vou querer ler mais obras de sua autoria e já estou torcendo para que a Ler Editorial publique mais trabalhos dela. Quem sabe mais volumes para esta série? Adoro quando tenho a oportunidade de prestigiar talentos brasileiros.
Gostei muito mesmo da Bruna, que é uma mulher forte, independente, divertida, decidida, amorosa e inteligente. Pudemos conhecer essa história sob seu ponto de vista em primeira pessoa, e adorei conhecê-la e ver que tinha muita paciência para lidar com alguém tão difícil quanto Carter muito bem. E curti mais ainda ver que ela tentou pelo menos esperar um pouco antes de lhe dar uma nova chance, sem aceitá-lo no mesmo segundo em que ele pediu uma nova oportunidade. Isso me fez admirar ainda mais a personagem, já que não são todas que conseguem resistir a um homem tão bonito, sexy e charmoso. Pontos positivos para nossa protagonista.
Na verdade, até a metade do livro eu não suportava o Carter. Ele era mulherengo e ia para cama com todas as babás, e isso me irritava muito, MUITO mesmo. Parecia uma criança mimada que não consegue receber um aviso para não fazer algo que fica querendo desafiar a pessoa e faz mesmo. Fora a falta de respeito que tinha com as próprias filhas, duas crianças pequenas de três anos de idade, que eram mais responsáveis que ele. Ele é adulto e tinha duas garotinhas sob sua responsabilidade, que, inclusive estavam sob o mesmo teto – as vezes apenas no quarto ao lado dentro do ônibus de turnê, e podiam flagrá-lo fazendo sexo com uma mulher a cada dia, ainda mais sendo as próprias babás delas! Isso era extremamente difícil de aceitar. Que pelo menos arrumasse uma mulher de fora, longe daquele espaço! Só de me lembrar dessas situações me vejo com raiva.
Depois que ele melhorou, até passei a gostar mais do personagem, mas ainda não pude ficar completamente apaixonada pelo mesmo por conta dessas coisas que fazia antes. Porém, não podemos negar a sintonia que ele e Bruna possuem entre si, já que estão sempre se ajudando, se apoiando e brincando um com o outro. Além disso, a química é evidente e nos faz desejar que fiquem juntos o quanto antes.
Também achei ótima as interações dos dois e como Bruna conseguia impulsioná-lo a tentar ser e agir de uma forma diferente e ganhar mais responsabilidades. E como ele se importava com ela e queria sempre o seu bem. O casal foi fofo e a construção do romance aconteceu aos poucos, do jeito que gosto. Quando o Carter deixou de ser aquele ser irritante e amadureceu, se tornou um doce, além de romântico e carinhoso. O relacionamento dos dois acabou se tornando bem fofo.


Quando é Inverno em Nosso Coração - Américo Simões

A primeira coisa me chamou bastante atenção em “Quando é Inverno em Nosso Coração” foi a sinopse, que parecia trazer um romance de época mediúnico incrível, exatamente do tipo que gosto. E, por este motivo, fiquei bem animada para começar a ler esta obra. Assim que foi possível, devorei as páginas e agora venho compartilhar com vocês tudo o que achei a respeito desta obra, que diga-se de passagem, tem uma capa maravilhosa.
Neste volume conhecemos a história das irmãs Clara e Amanda, que cresceram em um lar europeu no final do século XIX junto com Ernest, o pai das meninas. Elas sempre foram muito unidas, principalmente depois da morte da mãe delas, porém são completamente diferentes. Nessa época, o casamento era arranjado pelos pais das pessoas, conforme fosse melhor, em suas visões, com o intuito de aumentar a fortuna. Eles moram no Recanto dos Pássaros, propriedade que sempre foi da família Bellmonte.
Clara, a irmã mais velha que acabou de fazer dezoito anos, descobriu que foi prometida desde o seu nascimento ao poderoso Raphael Monie. Porém, na verdade ela sempre gostou de Raymond Trust, o jardineiro da família, que foi abandonado quando ainda era um garoto na propriedade, vivendo então sobre os cuidados da empregada Stella. Todos os dias ambos dão um jeito de se encontrar e trocam juras de amor, porém esse casamento arranjado está atrapalhando bastante os dois, já que Clara não consegue desafiar seu pai, e, por isso, torna-se submissa as suas vontades. E, para piorar tudo ainda mais, vemos que Amanda acaba se apaixonando por Raphael.
Pedindo para que o pai reconsidere o casamento e de nada adiantando, vemos que as duas ficam desesperadas até que, algumas semanas antes do casamento, Clara contrai uma doença que a deixa à beira da morte, o que faz com que o seu pai tenha que quebrar o contrato e fazer com que a sua outra filha se case com o Raphael. Essa decisão não foi muito bem aceita, pois ele já havia se encantado pela ex-noiva e não gostou do fato de ter que se casar com a irmã dela, mas acabou fazendo mesmo assim por ser uma decisão tomada pelos seus pais.
Quando milagrosamente Clara se recupera, vemos que Raphael fica possesso ao descobrir sobre isso, já que acha que sua doença foi um fingimento para ela não ter que se casar com ele. E quando descobre sobre o amor dessa jovem pelo jardineiro da família, fica totalmente fora de si.
Vemos que todos trazemos marcas de vidas passadas e que em todos os momentos devemos perdoar e tentar evoluir, já que voltamos para a vida com o intuito de fazer diferente, tentar compreender o que passamos e nos tornarmos pessoas melhores. Com muitas reflexões, esse volume consegue nos encantar em todos os momentos com uma história que nos emociona e nos ensina bastante, até porque todos nós temos dentro da gente sentimentos conflitantes que as vezes nos fazem escolher determinados lados.


As Cores do Amor - Camila Moreira

Quando tive a oportunidade de ler a prova antecipada deste livro da Camila Moreira, fiquei muito feliz, pois, ao ler a sinopse, sabia que o mesmo tinha tudo a ver comigo e com o tipo de leitura que me interessa bastante. Sendo assim, não poderia deixar de ler uma obra de uma brasileira que prometia trazer tudo aquilo que eu curto, e ainda ter a chance de ler antes mesmo de seu lançamento. Lógico que não pensei duas vezes, passei-o na frente de alguns títulos na minha pilha de leituras e venho compartilhar com vocês as minhas opiniões a respeito deste volume.
Em “As Cores do Amor” conhecemos a história de Henrique Montolvani, um homem que é o único filho de Enzo Montolvani, um barão da soja, e que foi criado para assumir o lugar do pai e se tornar um poderoso barão. Ele cresceu tentado agradar seu pai, mas, após fazer de tudo e ainda assim não fazer nenhuma diferença, sendo todo o seu esforço insignificante aos olhos de Enzo, Henrique passou a repudiar tudo o que o coronel gostava. Ele cresceu e se tornou um cara mulherengo, um verdadeiro cafajeste, até mesmo o maior da região. Os seus amigos, que acompanhavam a farra junto com nosso protagonista, foram encontrando o amor, e, de um em um, foram abondando essa vida, deixando Henrique sozinho.
Neste volume conhecemos também Sílvia, uma jovem negra que sempre sofreu muito preconceito por sua cor. Órfã de pai, abandonada pela mãe e sendo a responsável pela sua irmã mais nova, ela é uma mulher batalhadora que nunca deixou que o ódio das pessoas afetasse a sua vida e sempre correu atrás dos seus sonhos. Quando a sua melhor amiga se casa, ela é a madrinha do casamento e lá conhece Henrique, o melhor amigo do noivo. Eles acabam se encantando um com o outro, e, depois de várias trocas de olhares, acaba rolando um beijo.
Quando nosso protagonista beija essa bela negra no casamento de seu melhor amigo, algo dentro dele se modifica, ela não é só mais uma conquista para a sua grande lista e realmente mexeu com ele. Porém, por ela ser negra, Henrique nunca poderia apresentar a mesma para o seu pai. Sendo assim, quando a encontrou no dia seguinte no posto de gasolina quando estava na presença dele, fingiu que não conhecia a bela moça, mesmo que ela tenha ido falar com ele. Sabendo que o que fez foi muito errado, Henrique faz de tudo para achá-la para que possa se desculpar por seu comportamento e seguir o seu coração para tomar as rédeas de sua própria vida.
Com uma escrita envolvente, Camila conseguiu nos entregar uma história gostosa e cativante, que faz com que a gente nem perceba quando chegamos ao final. Ela aborda temas como o racismo, o que foi bem interessante, pois também mostrou que o amor está acima de todas as coisas. Achei um pouco exagerado a forma como Sílvia era tratada por todas as pessoas, já que onde quer que ela fosse tinha sempre alguém para fazer comentários, olhares, etc., então senti falta de pessoas mais empáticas, que não vissem uma coisa tão pequena como a cor da pele de uma pessoa como um motivo para maltratar a menina. Porém, entendo que a autora fez isso por ser de uma época diferente, mas achei que ela poderia ter nos apresentado um pouco mais do outro lado também.


O Menino no Alto da Montanha - John Boyne

Entre os psicólogos e educadores muito se discute o que influencia afinal no comportamento e formação dos indivíduos. Algumas coisas são atribuídas a genética, mas a grande maioria é modelada pela influência ambiental. No livro O Menino no Alto da Montanha, do irlandês John Boyne, publicado pelo selo Seguinte, conseguimos perceber o quanto o entorno pode mudar radicalmente uma vida!

Pierrot é apenas uma criança quando sua mãe morre, sem parentes por perto ele acaba partindo da cidade de Paris, onde mora, para morar com a tia Beatrix nas montanhas alemãs. Na proximidade da explosão da segunda guerra mundial o casarão onde sua tia é governanta não é um lugar qualquer, é nada menos do que a casa onde Adolf Hitler se refugia do mundo, Berghof. Conhecer este homem e suas ideias nazistas acaba por mudar a vida de Pierrot, tanto quanto mudou o mundo, e talvez ele nunca mais consiga escapar desta mudança.

A narrativa do autor foi como todo livro de Boyne é, encantadora! A ponto de vezes me esquecer que o personagem que estava a minha frente era ninguém menos do que Hitler! Seu estilo de escrita em terceira pessoa conta em minúcias grandes eventos da época as vésperas da guerra até o seu término de um ângulo muito criativo, o de um menino que começa o livro com apenas sete anos, e termina já bem mais velho muito tempo depois da guerra terminar (1936 até 1945). Ver os acontecimentos sob o ângulo de uma criança suavizou muitos fatos fortes como o preconceito/crimes contra os judeus e a violência do próprio Adolf que se mostra uma pessoa ora muito ponderada, ora fanática pelos seus próprias ideias.

Um artifício que o autor usa, e que é genial, são as mudanças de nome do personagem que nasce como Pierrot, torna-se Pieter quando vai para Alemanha e depois ganha títulos em alemão de acordo com os graus do reich. Com isso fica claro as mudanças do menino, que de fato foram radicais.

Pierrot tinha verdadeira adoração pelo pai, que fora soldado na primeira guerra mundial. Entretanto a guerra o mudou a ponto de não conseguir seguir sua vida sem beber ou ter pesadelos. Com o vício ele abandona a família, e posteriormente morre, não sem antes ter marcado profundamente a mente do filho com ideias de raça pura e proteção da hegemonia alemã. Logo quando o menino conhece Hilter vê nele o pai que perdeu com as mesmas ideia, e Hitler por sua vez vê no menino a chance de modelar um mini ditador, que inclusive protege sem querer mandá-lo para guerra. De garoto inocente e doce para um nazista vemos o garoto crescendo e perdendo o rumo a ponto de trair a própria família. O que ele demora a perceber é quem estava certo na guerra, e que as coisas que ele fez nunca mais irão abandoná-lo.

O Hitler criado aqui pelo autor segue uma personalidade que acredito deva ser semelhante ao original, pelo menos ao que eu sei do mesmo. Como seu amor pelos animais (ironicamente Hitler tinha adoração pelos animais), gosto pela arte e sua certeza de que os seus ideais eram o melhor para Alemanha e o mundo.

Beatrix, a tia do menino esconde um segredo que o sobrinho acaba por descobrir. É uma moça gentil e com ideias próprias que só quis proteger o menino quando o levou para seu trabalho. Infelizmente o tiro saiu pela culatra, e acabei por sentir todos os tipos de sentimento por Pierrot, desde de dó e empatia quando ele fica orfã até raiva e desprezo quando ele assume a juventude hitleriana. Cheguei ao ponto que nosso protagonista tivesse um fim ruim, e eu diria que seu fim foi ruim, já que viver com as memórias que fez é um pesadelo acordado!



O Erro - Amores Improváveis #02 - Elle Kennedy

John Logan tem uma ótima vida, sendo um talentoso jogador de hóquei e também um dos mais importantes do time da Universidade Briar, tem amigos incríveis, vive frequentando festas e saindo com as mais variadas mulheres. Mas as aparências enganam e alguma coisa está incomodando-o ultimamente, e ele sente falta de algo que nem sabe o que é de verdade. Além do mais, Logan possui alguns segredos de família que estão lhe atormentando e deixando o futuro ser uma perspectiva triste e angustiante para ele, que não vê outra saída a não ser aceitar o que está por vir. Não que ele esteja contente com isso.
Para piorar sua situação, Logan ainda se vê apaixonado pela namorada do melhor amigo e não consegue ficar próximo aos dois por mais do que alguns minutos sem se sentir incomodado e mais interessado nela, então prefere se afastar, se isolando e encontrando escape em mulheres que nem mesmo se lembra direito.
Até que um dia, por conta do destino, talvez, Logan conhece Grace Ivers, uma garota certinha, que gosta de estudar, não é muito fã de festas, apesar de frequentar algumas de vez em quando, e é virgem. Ela o intriga de uma forma que nenhuma outra conseguiu até então, despertando o interesse dele com suas características contraditórias: doce e forte, tímida e cheia de vida, misteriosa e decifrável, e ainda mexe com seu ego, fazendo com que sua curiosidade aumente ainda mais. Tudo parece estar indo bem entre eles, até que John percebe que pode não ser justo com ela e comete um erro.
Agora, este erro pode ter destruído o relacionamento em potencial dos dois para sempre. Mas talvez John Logan não esteja pronto para desistir ainda. E se tiver que provar que merece uma nova chance, ele fará isso, não importa como tenha que fazer. Será que ele conseguirá o suficiente para reconquistar Grace ou tudo não passa de uma grande perda de tempo?
A narrativa de Elle Kennedy é realmente muito gostosa, descontraída e flui muito bem. Quando a gente inicia uma de suas obras, nem vê o tempo passar de tanto que conseguimos aproveitar cada momento e virada de página. E, ainda que a autora use alguns assuntos pesados e/ou intensos como pano de fundo, nos apresenta tudo com leveza, fazendo com que não fique uma leitura maçante, mesmo que seja completa, bem trabalhada e interessante.
Gostei muito de Grace, principalmente pelo fato de que ela não cede ao Logan só porque ele é bonito e todas as garotas têm uma queda por ele, como teria acontecido com outra personagem feminina, como ocorreu com a maioria dos outros livros de romances que já li. Então admirei mais a personagem e ela ganhou muitos pontos comigo.
Fora que essas recusas dela fizeram com que Logan tivesse que correr atrás de algo que queria, o que foi ótimo de ver, ainda mais levando em conta que rendeu ótimas cenas, algumas até bem engraçadas. E Logan é realmente apaixonante! Já gostava do personagem antes, mas foi ótimo poder conhecê-lo mais a fundo e vê-lo se esforçando pelas coisas em sua vida, e fazendo o que tinha que ser feito, mesmo que não fosse de sua vontade. Com certeza queria um desses para mim. hahaha
Só que senti como se o romance tivesse sido amor instantâneo, apesar de não falarem sobre sentimentos logo de cara, porque Logan era muito mulherengo e, do nada, fica encantado pela menina e não tem mais nem olhos para ninguém. Só que ele não tinha conhecido ela tão bem assim para uma atitude tão radical. Não que eu esteja dizendo que apoio homens que ficam com todas e tem uma ótima fama por isso, mas acho extremamente difícil de acreditar que de um minuto para o outro, sem nem conhecer direito uma pessoa a fundo, ele mude completamente o seu jeito de ser, transformando-se no seu total oposto.
Para quem leu o volume anterior e até mesmo o começo deste aqui, sabe que Logan se diz apaixonado pela namorada de seu melhor amigo, que no caso é a Hannah, protagonista feminina de “O Acordo”. Até aí tudo bem, inclusive porque a gente facilmente vê isso acontecendo, mas a forma como ele finalmente se “desliga” desses sentimentos para mim soou forçada e rápida demais. Hannah só falou algo para ele e, no mesmo instante, ele percebeu que ela tinha razão, sem nem passar um tempo questionando isso para aceitar como a verdade.


Tash e Tolstói – Kathryn Ormsbee

Natasha Zelenka é apaixonada por Liev Tolstói a ponto de ter pôster com sua foto na parede, além de citações do mesmo espalhadas pelo local e sendo usadas em sua vida, e desejar que ele ainda estivesse vivo para poder ser seu namorado. Então é claro que quando decide gravar uma websérie para o YouTube, escolhe uma de suas obras clássicas para servir de base. E é então que Tash, junto com sua melhor amiga, Jack, escreve um roteiro de uma adaptação moderna de Anna Kariênina, chamada Famílias Infelizes.
“Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”
Além do roteiro, elas escolheram o elenco, produzem as cenas, fazem as gravações, edições, divulgações, etc. O canal tem alguns seguidores fieis, mas mesmo depois de vários capítulos ainda está longe de ser famoso. Até que o inesperado acontece e uma Youtuber popular indica a websérie delas para seus seguidores com muita empolgação, fazendo com que a produção viralize da noite para o dia. E a fama rápida traz consigo milhares de seguidores, comentários e até uma indicação para o Tuba Dourada, o Oscar das webséries, sonho de Tash. Mas também traz seus haters, com comentários ruins e críticas negativas, e elas terão que lidar com tudo o que vem com a fama.
Enquanto isso, Tash planeja ir ao evento do Tuba Dourada e, claro, conhecer Thom, um youtuber de quem gosta e com quem troca mensagens há alguns meses. E aquela expectativa fica no ar: será que eles poderão ser mais do que apenas amigos? Só que ela também quer criar coragem para contar para ele que é uma assexual romântica, ou seja, se interessa por garotos romanticamente, mas não tem atração sexual por ninguém. No meio de tantas coisas acontecendo em sua vida, Tash talvez só não perceba que a felicidade esteja mais perto do que ela imagina.
Se tem algo que eu adoro são webséries. Não assisti a tantas ainda, mas todas as que vi me deixaram viciada. Então, uma das coisas que mais me interessou nesta obra foi justamente o fato de Tash produzir uma websérie adaptada de um clássico, que no caso foi Anna Kariênina, do escritor russo Liev Tolstói. Por quem Tash, inclusive, é apaixonada.
Devo dizer que amo coisas “por trás da câmeras”, então simplesmente a-d-o-r-e-i ver Tash e Jack produzindo e gravando Famílias Infelizes junto com os atores. Todo aquele processo, preparação, clima, me encanta. Por isso, adorei o pano de fundo escolhido pela autora. Já tinha vontade de gravar minha própria websérie e agora esse desejo ficou ainda maior. Uma pena que não tenho orçamento para tal, visto que no Brasil eu teria que pagar os atores provavelmente um bom valor, o que está fora de cogitação para mim, infelizmente.
Esse é o primeiro livro que leio com uma personagem assexual, pelo que me lembre, e gostei bastante desta experiência. Uma pena que essa parte da obra não tenha sido tão explorada assim, mas acho ótimo pelo menos ter sido citada e trabalhada, então estou torcendo para que novos atores continuem escrevendo com esses personagens que não aparecem tanto nas obras literárias que leio, mas que deveriam ganhar mais destaque.
Foi interessante ver que Tash tem suas dúvidas e inseguranças, mas, mesmo assim, sabe lidar com elas muito bem. Então a considero uma pessoa bem resolvida e achei essa uma ótima qualidade na personagem. Espero que ela tenha conseguido ajudar outras pessoas do mundo real que passam por situações semelhantes com relação a si mesmos, a se aceitarem como são, porque cada indivíduo é especial de sua maneira, independente de seus gostos, orientações ou forma de agir.
Outros personagens que ganharam destaque foram Jack e Paul, melhores amigos de Tash e apoiadores da mesma. Dentre os dois, preferi Paul, que é amável, fofo, carismático e um ótimo amigo. Os participantes da websérie são legais em sua maioria, mas não os conhecemos muito a fundo, apenas algumas coisas em relação a alguns deles, e apenas pelo ponto de vista da própria Tash, que é a narradora da história em primeira pessoa.


Marca do Caos - Marked #03 - Sylvia Day

Desde que li o primeiro volume desta série, me encantei pela história e pela forma de narrativa de Sylvia Day, que consegue nos prender do início ao fim com uma leitura cativante e bem gotosa. Como virei uma viciada em “Marked”, assim que pego um novo exemplar da série em mãos, tento ler rapidamente, e, sempre que chego ao fim, fico com um gostinho de quero mais. Vou tentar não dar nenhum spoiler, mas por esse volume ser mais avançado, pode ser que tenha algo dos livros anteriores.
Para conferir o que achei de “Marca da Escuridão” e “Marca da Destruição”, primeiro e segundo volumes da série, clique nos títulos e será redirecionado para as respectivas resenhas.
Neste terceiro livro, vemos que Evangeline ainda tenta conciliar a sua vida de marcada com a sua vida normal, mas ainda está bem difícil, mesmo tendo passado três meses desde que ela descobriu esse novo mundo. Para completar as coisas, Abel e Caim ainda estão desejando fortemente Eva, mas agora eles não são os únicos, já que ela conseguiu chamar a atenção do Satanás, deixando as coisas ainda mais perigosas. Para completar, os pais de Caim e Abel resolvem vir visitar a Terra, até mesmo para a ajudar Caim a lidar com as mudanças que ele está passando no momento, e isso acaba trazendo mais mistérios à tona e muita confusão.
Com um prêmio pela cabeça de Evangeline, o inferno inteiro está à procura de nossa protagonista, até porque todos os demônios querem agradar a chefia, fazendo com que ela não tenha uma vida fácil, já que toda hora tem que lutar sem descanso contra os demônios e ainda precisa tentar se focar em sua indecisão. Esse volume está com bastante ação, fazendo com que a trama não fique parada nem por um segundo, até porque toda hora nossa protagonista entra em algum tipo de conflito, trazendo uma aventura completa e cheia de lutas.
A autora conseguiu misturar passagens bíblicas na história, trazendo a versão de Caim e Abel que lemos nas bíblias, fazendo com que o enredo fique ainda mais interessante, já que mistura fatos. Gosto bastante quando um autor consegue fazer isso, já que demonstra o trabalho que teve em fazer pesquisas para trazer um livro bem escrito e com muito cuidado para nós, leitores, ao trazer essa questão mitológica.
Com uma narrativa leve, fluida e descontraída, temos momentos bem sensuais, além de muitos segredos, mistérios e mentiras, deixando a trama cada vez mais envolvente, fazendo com que a gente não consiga parar e ler nem por um segundo.




Cada Um é o Que é - Meire Campezzi Marques

“Cada Um é o Que é” é uma obra mediúnica pelo Espírito Thomas e psicografada pela autora nacional Meire Campezzi Marques, de quem eu ainda não tinha lido nenhuma obra, apesar da curiosidade. Gostei muito da experiência de leitura pela forma com que ela nos transmite uma mensagem de coragem e de fé, e nos mostra como uma pessoa pode sair da escuridão em que vive e, com a ajuda de pessoas do bem, se reerguer e ter uma vida melhor.
Este livro também retrata a situação hipócrita de um homem machista e homofóbico e o que é capaz de fazer contra mulheres e homossexuais. Me senti muito envergonhada e triste por saber que existem seres humanos, ou seja, que no papel seriam como eu, mas que na realidade é meu oposto, que ajam desta forma. E mesmo esta sendo ficção, histórias assim existem na realidade também, e criam uma revolta muito grande no meu coração. O conforto desse livro, porém, vem através de suas páginas, que mostram, tanto no plano terreno como no plano espiritual, o que vai acontecendo ao longo dos anos com pessoas como estas, que fazem, mas também pagam pelos seus atos. São forças que a doutrina espírita nos faz acreditar e nela confiar. É saber que o espírito é eterno e que Deus nunca desampara seus filhos. Tudo o que passamos tem um porquê. Apagamos da memória quando vestimos outro corpo e este fica aqui na Terra e só o espírito vai de encontro com suas dívidas, suas necessidades, sua vida além, mostrando que somos eternos e que para Nosso Senhor, nada foge dos Seus olhos.
A história é passada no estado do Espírito Santo (me identifiquei muito, pois meu pai era de lá e teve grande carinho por uma cidade da região), num pequeno povoado de pescadores, próximo a uma cidade não muito grande. Na parte da aldeia, mora uma família de pescadores que, claro, vive da pesca. Sua filha, Marta, é policial, e seu irmão é pescador junto com o pai. São pais maravilhosos e muito amorosos.
Já na cidade vive nossa protagonista, Paula, que é casada com Humberto, o homem preconceituoso que citei no começo da resenha. Paula sofre muito e fica calada com os maus tratos de seu marido, que muitas vezes a espanca e também sempre ameaça quem ela ama. E, para completar, ele tem amantes na oficina o tempo todo e a cidade inteira sabe e comenta. Só que ela, com medo, não fala nada e nem dá queixa na polícia, e também porque nunca teve o apoio de sua mãe, que não acreditava nela e, sim, no que o genro falava, pois ele se fazia de santo. Para ela (a mãe), uma mulher deve ser sempre submissa ao marido. E Paula tinha medo de tudo.
Paula tem um irmão, Igor, que vive com seus pais, sendo que sua mãe é extremamente rígida e preconceituosa. Ele é gay, mas ainda não tinha assumido perante a família, e como o Humberto sabia disso, o espancou até quase matá-lo, pois afirmava que ele era afeminado e não aceitava isso, fazendo com que o jovem acabasse indo parar no hospital. No mesmo dia, ele espanca o cunhado e a esposa. Foi aí que surgiu Marta, que tendo conhecimento de que Humberto tinha espancado o Igor, foi até a casa de Paula, que era sua amiga de infância, prendê-lo. E com sua sensibilidade mediúnica sentiu que sua amiga também precisava de ajuda e a descobriu espancada no chão, levando-a para o hospital também.
A partir deste momento, e com a ajuda de seu mentor espiritual, João Pedro, Marta fica na vida de Paula como se fosse um anjo, fazendo de tudo para ajudá-la. Então, depois de Paula receber alta do hospital, Marta a leva para sua casa para apoiá-la com sua determinação e coragem e faz com que a mesma encontre seu caminho, ajudando-a a melhorar a sua autoestima, ensinando-a a ter respeito por si própria e não voltar mais para junto daquele monstro. Foi fundamental a participação da mãe de Marta, Helena, pois com toda a falta de amor que teve de sua própria mãe, ganhou nesta uma verdadeira figura materna, passando a morar na casa dela.
Muita coisa acontece nessa maravilhosa história, a lição que nos mostra em suas linhas é impressionante e muito real. Coisas do nosso cotidiano que nos leva a crer no espírito que é eterno, que é passado através de uma leitura fluida e muito bem escrita. A gente se sente fazendo parte da trama, porque todos nós, uma hora ou outra, passamos por situações tão ruins quanto estas, e estamos aqui para evoluirmos, e é essa chance que nos é dada. Se erramos novamente, voltamos, quantas vezes forem necessárias para melhorar. O amor, a recíproca, o respeito e o carinho devem acompanhar nossas vidas sempre, pois estamos aqui para evoluir.


Ligações - Rainbow Rowell

Eu vivo dizendo por aí que vou ler certos livros que não fazem meu gênero para conhecer a narrativa dos autores. Assim encontro pela minha estante livros que geralmente não compraria, mas que depois de muitos comentários positivos merecem uma chance. A autora Rainbow Rowell é um destes casos. Foram muitas resenhas positivas de seus livro, até que o livro Ligações acabou nas minhas mãos, publicado pela editora Novo Século.

Georgie McCool é uma comediante que desde a faculdade sonha em ter um programa seu com seu melhor amigo. Essa chance finalmente chegou, mas em uma hora delicada, é a semana que antecede o Natal e ela prometeu viajar com a família. Mesmo com o seu casamento em uma fase ruim ela decide ficar para trabalhar, e assim seu marido e filhas vão para Omaha, um lugar longe e frio. Com saudades e perturbada pela sua escolha, ela liga para o marido de um antigo telefone amarelo no seu antigo quarto na casa da mãe, mas a pessoa que atende do outro lado não é bem a pessoa que ela esperava, ou diria no tempo esperado!

Rowell realizou sua narrativa em terceira pessoa em um tom coloquial, que faz seus diálogos serem um pouco pobres, mas talvez justificados pela origem de seus personagens. A ideia central do livro, a existência de um telefone que pode falar com o passado, é ótima, mas honestamente pouco e rasamente explorada. Para contar sua estória ela usa o momento atual intercalado com memórias de Georgie da época em que conhecer seu marido Neal, mesclando ainda conversas da Georgia no tempo atual com o Neal do passado.

O que mais incomodou é que Georgie sabe desde o momento que tomou a decisão de não viajar que fez besteira, e passa dias seguidos sofrendo com isso de maneira infantil. Ela demora a perceber que não consegue trabalhar e que precisa de sua família. Logo seus pensamentos e atitudes são chatas, porque ela passa muito tempo se lamentando, sem saber se foi abandonada ou apenas se o marido partiu triste mais ainda casado. Também achei forçado que em nenhum momento ela tenha conseguido falar com ele no telefone, acho até que se ela conseguisse falar com os dois Neals na linha do tempo traria questões mais interessantes, que a protagonista até chegou a especular, mas que não foi aprofundada.

Seth é o seu melhor amigo desde a época da faculdade, mas é um personagem muito chato! Arrogante, e inconveniente ele só pensa em si mesmo, embora perceba que a amiga está sofrendo não é capaz de libertá-la do fardo do trabalho que impõe a ela. Ele rendeu muitos trechos em que eu simplesmente queria passar logo para não lidar com alguém tão sem noção! Ele facilmente atrapalhou o andamento do casamento de Georgie, claro que por esta permitir.

Neal, o marido, é muito paciente e encantado com Georgie, assim ele abre mão dos sonhos que nem chegou a descobrir para ser a sombra da esposa. Ele parece ser um homem fofo, mas totalmente apagado pelo sonho da mulher. Quando jovem no telefone, ou nas memórias é mais interessante, tem mais personalidade do que o atual Neal.

A família de Georgie é um pequeno núcleo desengonçado, mas que é levemente divertido. Sua mãe insiste que a filha perdeu o marido, sua irmã escondeu um segredo, ao mesmo tempo em que tenta usar a irmã como exemplo de como deve seguir com suas relações. Sem contar o casal de pugs da mãe que dão um toque na família.