Depois de
uma primeira tentativa frustrada, um certo homem escocês misterioso decide
tentar sequestrar a segunda das irmãs Cynster para completar seu plano e salvar
diversas pessoas. Para isso, decide contratar um homem que tem fama de sempre
cumprir com seus trabalhos e nunca falhar. E é assim que Eliza Cynster acaba
sendo levada durante o baile de noivado de sua irmã e acorda somente dias
depois a caminho de Edimburgo num coche estranho com pessoas desconhecidas.
Até que
decide apostar todas as suas fichas num homem que dirigia uma charrete e
passava na mesma estrada, e, desesperada, grita por socorro para ele antes de
ser presa e afastada das janelas. Naquele momento, ela não sabia que o homem em
questão era Jeremy Carling, um erudito que não tinha muito interesse em nada
além de seus estudos, mas que estava começando a sentir vontade de conhecer uma
moça com quem pudesse se casar. A princípio, ele não a reconhece, até que se
lembra de que foi apresentado a ela muito brevemente uma vez, e estava na casa
de amigos na Escócia quando soube do sequestro da irmã dela, Heather.
Sabendo que
Eliza com certeza também está em perigo, Jeremy decide bolar um plano infalível
para resgatá-la das garras de seus sequestradores. E, para isso, precisará
pensar em tudo nos mínimos detalhes, além de contar com a ajuda de amigos
próximos. Só que ele não é o que poderia ser chamado de aventureiro ou herói,
afinal sempre viveu com seu rosto enterrado em pergaminhos de hieróglifos. Então,
depois de resgatá-la, precisará ter todo o cuidado para conseguir seguir em
frente com a moça, e novos planos provavelmente terão que ser feitos durante o
caminho. Mas será ele capaz de protegê-la de todos os perigos que os perseguem?
Aquelas faíscas que eles passam a sentir poderá se transformar em amor? E, mais
importante, estarão eles prontos para esse sentimento tão grandioso?
Uma coisa
que achei muito bacana é que a autora conseguiu fazer uma trama até diferente
do primeiro volume, mesmo que a ideia do enredo tenha sido igual, já que ambas
as protagonistas foram sequestradas e resgatadas no caminho, fugindo a pé com
seu salvador pela Escócia, se apaixonando pelo caminho e aproveitando o tempo
com muita luxúria. Só que tudo foi apresentado de forma distinta do anterior,
desde o modo do sequestro, passando pelo estilo de herói e até as dificuldades
que foram enfrentadas. Claro que a gente começa a leitura sabendo o desfecho da
mesma, visto que faz parte de uma trilogia, então sabemos que a conclusão só
virá mesmo no último livro, mas, ainda assim, foi bacana poder acompanhar o
meio do caminho.
Mas confesso
que esperava um pouco mais deste volume. Uma das coisas que mais me incomodou
foi o fato de que o mandante do sequestro (sobre quem ainda não tivemos muitas
informações a respeito) simplesmente desiste do mesmo e passa a querer proteger
sua vítima só porque ela foi salva por outro homem. Achei isso bem forçado só
para poder nos levar ao terceiro livro, afinal, se ele queria tanto
sequestrá-la para alcançar seus objetivos (não posso comentar sobre, pois pode
ser spoiler), por que desistir tão facilmente, deixando a cargo apenas da
última opção? Acho que tinha muito em jogo para ele abandonar o plano com
tamanho facilidade, sendo que, de longe, ele nem mesmo poderia prever se o que
tinha em mente (Elisa e Jeremy encontrando o amor E desejando um casamento, que
iria com certeza se realizado) iria de fato ser concretizado. Realmente me
incomodou demais essa situação. Preferia que ele tivesse apenas perdido o
rastro ou tivesse sido enganado ou um casamento ocorrido antes do esperado e,
aí sim, ele poderia renunciar essa ideia e partir para a próxima.
E teve umas
cenas relacionadas com cavalos no plano de Jeremy que deram errado, mas que
também não achei muito aceitáveis, principalmente porque tinham outras opções
em jogo (por exemplo, os dois montarem um mesmo cavalo juntos – até eu que não
sei andar nada a cavalo poderia passear com alguém que sabe junto comigo). E
alguns detalhes dos planos deles que poderiam ser modificados facilmente e eles
teriam se livrado de muitas etapas.
Devo dizer
que algo que gostei muito deste casal em comparação com o primeiro foi o modo
como os sentimentos dos dois surgiram e amadureceram muito mais rápido do que
no anterior. E eles não ficaram escondendo o que queriam ou fingindo coisas
para o outro o tempo todo, nem fazendo dramas desnecessários a respeito disso.
Foram mais rápidos e diretos (apesar de demorar um pouquinho), então gostei
bastante.
E também
adorei ver o desenvolvimento individual de cada um, como amadureceram durante
este caminho e como encaravam as novas experiências, descobrindo novas coisas a
respeito de si próprios, que antes nenhum dos dois tinha dado chance para
desvendar porque estavam muito focados e fechados em seus próprios mundinhos e
gostos pessoais.
Porém, achei
as cenas sensuais meio chatas e forçadas. Primeiro porque achei que ocorreram
em horas totalmente inapropriadas (não no sentido da sociedade, mas do timing
mesmo) e não imagino que isso seria algo que aconteceria na vida real (caso
todo o resto se concretizasse, o que também não seria muito provável), então eu
lia aquilo (ou pulava uma boa parte das cenas de sexo) e não sentia o
amor dos dois surgindo ali no meio. Parece que elas só foram introduzidas
naquele momento para poder dizer que teve romance ou sexo no livro, e não como
consequência de nada.
A minha
parte preferida foi, definitivamente o final. Aconteceram algumas cenas tensas
e complicadas, que nos deixam ávidos por virar as páginas para saber o que
aconteceu e depois desesperados para ler o desfecho por conta de algo que ficou
sem resposta. É claro que já sabemos o que vai acontecer, mas quero saber como será concretizado, então estou empolgada
e com grandes expectativas.
Só acho que
por vezes a narrativa acabou soando um pouco cansativa e demasiada longa, então
acredito que se a autora tivesse reduzido um pouco o número de páginas teria
tido um efeito melhor e mais fluido. Por conta disso e de alguns acontecimentos
que acabaram sendo um pouco chatos de acompanhar, eu daria 3.5 de nota na minha
avaliação final, porém, como não damos casas decimais aqui no blog, arredondei
para 3.
A capa é bem
bonita, mas acho que a modelo ruiva (na imagem digital parece que o cabelo dela
é castanho escuro, só que na edição impressa é vermelho) deveria ter sido
utilizada no livro três, cuja protagonista tem os cabelos desta cor (ou
semelhante). Eliza é loira, como foi citado em diversas ocasiões. Gosto que os
projetos gráficos das obras sejam parecidos, só que cada um com uma cor em
destaque, que neste caso é rosa. A diagramação está confortável para a leitura
e as páginas são amarelas.
Este volume
é o segundo da trilogia “As Irmãs Cynster - Nova Geração”, que faz parte de uma
série bem maior, “Cynster”, que engloba um total de vinte e sete livros. O que
acontece é que todas as obras trazem como protagonistas membros de várias
gerações de uma família enorme, então é como se fossem pequenas séries
independentes dentro de uma série maior, que têm em comum apenas pertencerem a
uma mesma família (não necessariamente graus próximos de parentesco). A maioria
dos personagens não participa de muitos exemplares, apenas do que fazem parte
da série menor, podendo ter pequenas aparições ou menções nos demais. Ou seja,
não é necessário ler todos e nem na ordem para entender uma história.
Aqui no
Brasil, somente estes três foram publicados, que correspondem aos volumes #16,
#17 e #18 da série maior, todos pela Harper Collins Brasil. E, apesar de ser
independente de todos os demais, contar com seus próprios casais de
protagonistas, e trama com começo, meio e fim, recomendo que sejam lidos na
ordem de publicação da trilogia, “Conquistada por Um Visconde”, que já foi lido
e resenhado aqui no blog (clique no título para conferir minhas opiniões), “Salva
Por Um Cavalheiro” (este da resenha) e “Raptada Por Um Conde”, que será
resenhado em breve. Digo isso porque, mesmo sendo protagonizado por cada uma
das três irmãs e seus heróis, há uma ponta do enredo que é comum nos três
livros, que fez parte da premissa da história lá no livro um, sendo utilizada
também no dois e encontrará seu desfecho no três. Ou seja, você vai ter
histórias completas com suas mocinhas e mocinhos encontrando a felicidade e se
livrando no que aparece em seus caminhos, mas vai ficar curiosa sobre um
detalhe que permanecerá oculto até o fim da trilogia.
“Salva Por
Um Cavalheiro” é uma ponte entre o terceiro e o último volumes da trilogia As Irmãs Cynster - Nova Geração. Pode
não ter tido uma trama completamente original, mas a autora soube seguir por um
caminho novo, interessante e com nuances diferentes do percorrido
anteriormente, prendendo nossa atenção para descobrir mais sobre o sequestrador
e seus motivos, e também como Eliza ia conseguir escapar dos planos dele.
Indico a leitura para todos que gostaram do livro anterior e/ou para quem curte
romances de época deliciosos e envolventes.
Avaliação
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