Em “A última
Princesa” conhecemos a vida de uma Princesa que foi banida de seu reino por uma
maldição proferida por um feiticeiro e, consequentemente, esquecida por seu
próprio povo. Agora, ela vive com seu amado marido em um castelo, onde sua
maior alegria é cultivar lindas camélias em uma estufa em forma de palácio de
cristal, mas longe de seu lar, de seus familiares e de seu povo, e com saudade
de tudo o que deixou para trás.
Algumas
vezes, a Princesa recebe a visita de um amigo que também era de seu reino, o
inventor Alberto, que é muito inteligente e trás algumas alegrias à vida dela.
Por ser um inventor (e visto como doido por alguns, já que nem todo mundo confia
em suas criações), ele cria maravilhas tecnológicas e a leva a conhecer um
mundo mágico e totalmente novo.
É ele quem
possui o sonho mais ambicioso e que leva a Princesa a sonhar com ele: construir
a Ave de Rapina, uma máquina voadora mágica que vai ser responsável por quebrar
a maldição e levar a Princesa de volta à sua terra natal.
Quando
solicitei “A última Princesa” para a Galera Record, minhas expectativas eram
normais. Não estava com aquela euforia, mas também não estava indiferente
quanto ao livro. A minha curiosidade e algumas indicações foram o que me
fizeram ter vontade de lê-lo. E, posso afirmar, agora sou eu quem indico a todo
mundo que ler essa resenha. O livro, apesar de ser pequenino (tanto em tamanho
quanto em quantidade de páginas – a história acaba na 111), é grandioso de
conteúdo. A história é maravilhosa e posso afirmar, sem sombra de dúvida, que
ele se transformou em um dos meus preferidos.
Fábio Yabu
teve a sensibilidade de pegar a História de personalidades importantes do
cenário brasileiro e transformá-las em um conto de fadas absolutamente
incrível, admirável e fofo. Ele conseguiu mesclar realidade e fantasia na
medida certa, utilizando pessoas ilustres e que fizeram diferença na História
nacional. A Princesa – que em nenhum momento do livro foi chamada pelo nome, mas que sabemos se tratar da Princesa Isabel – é
uma personagem fascinante e uma ótima protagonista. Gostei muito de acompanhar
suas peripécias junto de seu amigo, Alberto, e suas invenções durante a
leitura.
Sabe o que
transformou esse livro em algo ainda mais grandioso? Ao final da leitura, há
uma nota do autor, explicando o processo de criação, como foram suas pesquisas
e um pouco da História real por trás dos personagens dessa aventura: Princesa
Isabel e Santos Dumont. Como ele diz em um trecho nessas páginas: “Escrevê-lo
foi uma experiência emocionante (...)”, posso afirmar, como leitora, que também
me emocionei ao ler cada trechinho dele, principalmente o final.
Algumas
vezes, quando penso em um livro, logo uma palavra vem à minha mente para defini-lo.
Nesse caso a palavra é incrível, acho
que ela o define com exatidão.
Os capítulos
são intercalados, um ocorre no “presente” e o outro no passado, para explicar
como tudo chegou aonde chegou. Gostei muito de como esse recurso foi utilizado
aqui.
O trabalho gráfico está maravilhoso. A capa
por si só já é linda, com os desenhos e o verniz localizado nas pétalas da
camélia que está na mão da Princesa. Em diversas páginas do miolo também há
ilustrações lindas que dão um complemento a mais para o conteúdo escrito. Outro
detalhe que adorei é que há fotos de “locais, pessoas e objetos que inspiraram essa
fábula” no finalzinho do livro.
Separei
alguns quotes para vocês lerem:
“– Princesa, eu sou um homem da
ciência. Sei das coisas terríveis que aconteceram à sua família, todavia também
sei de todas as coisas boas que fizeram em seu tempo, e pelas quais serão
sempre lembrados.
– "Lembrados", Alberto? –
Ela abaixou os braços, resignada. – Meu povo nem conhece a minha história, não se
lembra de mim.
– Eu me lembro.
Um dia, outros se lembrarão.”
“(...) lembrando a todos que as cores não tornam as
pessoas diferentes,
mas o mundo mais bonito.”
“– E algum dia esse povo me pertencerá?
– Não, minha filha. Um dia, você é quem pertencerá ao
povo.”
Se você é fã
de contos de fadas, ou de histórias deliciosamente bem construídas, desenvolvidas
e que possam cativá-lo logo nas primeiras páginas, e que possuem uma narrativa que
flui rapidamente, então peço, leia “A última Princesa”. Tenho certeza absoluta
de que, assim como eu, você também vai se apaixonar por essa leitura.
Avaliação