Em
“O Noivo da Minha Melhor Amiga” conhecemos a história de Rachel, uma jovem
advogada que sonha com o amor verdadeiro. Quando completa 30 anos, sua melhor
amiga desde sempre, Darcy, planeja uma festa para comemorar a data e um
“incidente” acontece: Rachel acaba na cama com Dexter, amigo de Rachel desde a
faculdade e noivo (eles estão juntos há muitos anos) de Darcy.
Rachel
se vê numa enroscada e resolve esquecer essa noite, mas ela não consegue por
causa de um motivo muito importante: ela é apaixonada por Dex. E ainda descobre
que ele não estava bêbado naquela noite, tudo aconteceu com plena consciência
dele. Mas o casamento de Darcy está próximo e Rachel precisa decidir se prefere
conservar a antiga amizade ou viver um grande amor.
Geralmente
lemos livros em que o personagem principal é aquele traído, e automaticamente
ficamos do lado dele, afinal quem gostaria de estar no lugar da pessoa que está
sendo enganada dessa maneira? Pelo menos eu não. Mas aqui conhecemos o lado do
traidor, e muitas pessoas acabam sentindo um carinho, uma identificação pelo
casal de traidores por conta da deliciosa narrativa de Emily Giffin.
Algumas
vezes eu relaciono o livro que li a apenas uma palavra que poderia dizer muito
sobre a história, talvez até mais do que diversos parágrafos. A palavra que,
para mim, define “O noivo da minha melhor amiga” é, com certeza, hipocrisia.
Afinal, ela reina sobre todos os capítulos, inclusive na hora de acontecer o
final feliz.
Vejo
por aí inúmeras pessoas falando maravilhas da história de amor de Dex e Rachel,
e que simplesmente amam esse livro, algumas até o consideram favorito. E com
isso me animei, ou melhor, me empolguei demais para começar a leitura. Só que,
infelizmente, minhas expectativas não foram nem minimamente correspondidas e eu
não gostei do que li. Gosto é muito relativo, e cada um tem o seu, e eu
definitivamente não consegui sentir nem o mínimo de compaixão por essa história
de amor entre os protagonistas.
Não
me entendam mal, a escrita de Emily Giffin é gostosa e cativante. Ela realmente
sabe como conduzir uma história, e seus personagens foram construídos de uma
forma real, preservando sempre sua essência. A temática do livro me chamou a
atenção também, porque gosto muito de chick-lit e esse foi considerado por
muitos um dos melhores existentes por aí – e olha que existem muitos! E, apesar
de saber que há um caso entre Rachel e o noivo da sua melhor amiga (como já
sabemos ao ler o título), a maneira como isso foi conduzido que não conseguiu
me agradar em nenhum aspecto.
Mas,
com certeza, o que mais contribuiu para não gostar da leitura foi o jeito dos
personagens. O casal de protagonistas foi simplesmente irritante e – de novo a
palavra – hipócrita. E não, em momento nenhum eu consegui torcer por um final
feliz entre eles.
Apesar
de Dex ser amável em vários momentos, não consegui sentir nenhum carinho por
ele, já que teve horas que acabou enganando as duas. E diversas vezes me
questionei o amor que ele dizia sentir por Rachel e até pensei em um final
diferente para o livro.
Também
não consegui gostar de Rachel, ela tem uma personalidade fraca. E não gosta de
admitir o erro, tenta acreditar que só faz o que faz porque – além de amar Dex
– Darcy, sua melhor amiga, merece, já que agiria da mesma forma com ela se
fosse a situação inversa.
Darcy
é uma patricinha metida e sempre age pensando em si mesma e nas aparências. E
isso vem de família, já que sua mãe é exatamente assim também. Mas, ainda
assim, gostei mais dela do que de Rachel. Talvez pelo fato de ela não ser
confiável e saber disso, além de suas ações já serem aguardadas por todos que
apresentam uma índole melhor.
Agora
vir os outros personagens (Dex e Rachel) que se dizem corretos e etc. e fazerem
exatamente o que abominam no próximo (tá vendo, hipocrisia) e ainda se acham
certos já que não são os únicos a aprontar? Me deu aquela sensação de que
tentavam explicar o inexplicável.
Outro
detalhe: odeio traição. Talvez isso tenha intensificado o sentimento de não
gostar da leitura. Essa situação de saber que uma pessoa está sendo enganada
dessa maneira e ainda concordar com os traidores, não condiz com meus pensamentos. Eu sou
daquelas que pensam: Quer trair? Termina primeiro. Simples assim, não precisa
complicar a vida e faltar com respeito com o companheiro.
Fora
que sou dessas que valorizam uma amizade verdadeira acima de qualquer amor. E
não escolheria ser amiga de uma pessoa tão invejosa e que faz de tudo para
passar por cima do outro, e depois, mais pra frente, dizer que posso fazer
o mesmo com ela, como um troco. Então se Darcy era tão odiosa assim, não
entendo o motivo de Rachel, a certinha, ser melhor amiga dela por tanto anos.
Não
que eu estivesse torcendo para Darcy ficar com Dex, só não consigo ser
condizente com esse caso de amor entre ele e Rachel devido as circunstâncias.
Talvez se algumas situações tivessem sido desenvolvidas de outra maneira eu
teria gostado.
Esse
foi o primeiro livro que li da autora (tive a oportunidade e o prazer de
conhecer a simpática Emily Giffin ano passado na Bienal, e posso afirmar que
ela é um amor de pessoa, além de linda) e, apesar de não ter gostado dos rumos
que essa história tomou, volto a afirmar que gostei de sua narrativa. E com
certeza esse só foi o primeiro de todos os outros títulos que eu quero e vou
ler dela. Inclusive já li a continuação desse, “Presentes da Vida”, que conta a
vida de Darcy após “O noivo da minha melhor amiga” e que em breve vai ter
resenha aqui no House of Chick.
Também
assisti ao filme e, apesar de mudar várias coisas como já é normal, preservou
diversas cenas e principalmente o enredo do livro. A capa da versão do filme é
bonita também, mas eu prefiro a original, aquela rosa super chamativa. Já a
diagramação é normal, não há nenhum detalhe nem nada diferente.
Agora
vem aquela situação. Devo ou não devo indicar a leitura a você, meu leitor?
Acho que a única coisa que eu posso dizer é: leia a resenha inteira e veja se
concorda ou discorda com meus argumentos se você soubesse de uma história
parecida. Se concorda piamente, então não recomendo a leitura, porque sei que
também vai se decepcionar. Mas, se mesmo assim tem vontade de dar uma chance e
ver quem acha que está agindo corretamente, então
recomendo a leitura.
Avaliação