“A Resposta”
conta a história de três mulheres, uma branca e duas negras, na década de 60, em
Jackson no Mississippi. Era um tempo difícil para os negros, que não eram
tratados como iguais pelos brancos, eram vistos como inferiores e trabalhavam
para eles. Vários nem estudavam por muito tempo já que precisavam conseguir um
trabalho desde novos para se sustentar.
Além disso,
brancos e negros não se misturavam. Existiam comércios voltados para negros
diferentes dos para pessoas brancas, hospitais, Igrejas, onde morar e até mesmo
banheiros próprios para cada cor.
Os capítulos
são intercalados e narrados pelas três protagonistas, Skeeter, Aibileen e
Minny, que são bem diferentes entre si, cada uma com sua história, jeito de ser
e modo de agir. Mas, juntas construíram uma narrativa muito bem desenvolvida,
porque podemos entender diversos acontecimentos vistos com esses três pontos de
vistas tão distintos.
Skeeter é a
moça branca, que tem 22 anos e acabou de se formar na faculdade e volta a morar
com os pais, já que não tem marido – coisa incomum na idade dela para a época,
e por isso, sua mãe ficava insistindo para arranjar logo um pretendente. Ela
foi criada pela empregada negra de sua família, Constantine, e possuía um
carinho muito grande por ela. Quando foi estudar, Constantine ainda trabalhava
em sua casa, mas quando Skeeter voltou, ela havia desaparecido e ninguém quis
lhe contar o que realmente aconteceu. Ela é uma mulher inteligente, destemida, independente
e decidida e seus cabelos rebeldes, traços físicos e altura elevada não são
atributos muito atraentes e acabam a atrapalhando na hora da conquista. Mas
Skeeter tem um bom coração e, apesar de não discutir com quem maltrata os
negros, não concorda em nada com eles e suas leis. Então resolve fazer algo
para mudar a visão de algumas pessoas: escrever um livro com relatos de como é
ser uma empregada negra na década de 60. Gostei muito dessa personagem por
todas as suas características, principalmente sua bondade e iniciativa, e
gostei de como sua história foi finalizada.
Aibileen é a
mais velha das três, é uma empregada negra que prefere cuidar de bebês e já
está no seu 17° neném branco. No
decorrer da história, ela trabalha na casa da Dona Leefolt, uma das amigas mais
antigas de Skeeter, que é casada e tem uma filha: a pequena e doce Mae Mobley,
por quem Aibileen possui um carinho imenso. Ela ensina alguns valores positivos
à menina, entre eles que não devemos distinguir as pessoas pela cor. Mesmo
tendo vivenciado situações trágicas em seu passado, tem um coração enorme. Ela
é uma das pessoas que ajuda Skeeter com seu projeto, sempre apoiando-a, mesmo
com medo do que poderia acontecer. Apesar de ter gostado muito de todas as três
protagonistas, senti um carinho maior por Aibileen, admirei a personagem
profundamente, mesmo não se passando de uma ficção. Foi o final que eu menos
gostei, infelizmente.
E, por
último conhecemos a vida de Minny, melhor amiga de Aibileen, também é negra e
empregada doméstica. É uma mulher forte e destemida, mas também tem um grande
coração e protagoniza cenas hilárias. Mas, apesar de ser uma excelente
cozinheira, ela não tem papas na língua e não consegue se manter calada diante
de diversas situações, o que acaba gerando demissões atrás de demissões. Porém
ela tem um marido e vários filhos e precisa se fixar em um emprego. Depois que
Hilly Holbrook – a encarnação de tudo que há de malvado e preconceituoso que
poderia existir – a demite do seu último trabalho e inventa calúnias sobre ela,
Minny começa a ficar desesperada, afinal ninguém mais iria querer contratá-la.
É aí que surge Celia Foote, a excêntrica esposa de Johnny, ex-namorado de
Hilly, que é “nova” na cidade e que está tentando conquistar a amizade das
outras mulheres em vão. Ela a contrata, mas possui mais segredos do que Minny
gostaria de presenciar. Achei bem legal
esse casal. Gostei muito do final dessa personagem.
O livro foi
oferecido pela Bertrand como o primeiro de nossa parceria. Relutei por um
momento antes de escolhê-lo para resenha porque não é o estilo que mais gosto.
Mas fico muito feliz por tê-lo feito, porque se não tivesse perderia a
oportunidade de conhecer essa obra tão incrível e tocante.
Quando o solicitei
para ler, não imaginei que fosse me apegar a ele tanto quanto de fato ocorreu.
Os personagens são tão incríveis que me dava vontade de abraçar alguns deles
diversas vezes. Parabenizá-los por suas atitudes e reconfortar outros dizendo
que tudo ia acabar bem.
Se eu
tivesse que escolher apenas uma palavra para definir esse livro, sem dúvida
nenhuma seria: cativante. A história nos envolve de uma maneira tão profunda e
sensível que não há como não sentir um carinho por ela.
As
personagens principais são o grande destaque. As três são bem diferentes entre
si, mas conseguem transformar um pouco da vida de outras pessoas, estando
separadas ou unidas. E todos os personagens são tão reais que, com certeza,
quem viveu naquela época deve ter conhecido pessoas iguais.
Eu demorei
para terminar de ler essa história maravilhosa, mas não me arrependo, porque
pude me deliciar com todas as suas páginas intensamente.
É estranho
quando a gente acaba a leitura de um livro que nos marcou como “A Resposta” fez
comigo. Terminei de ler o livro há dois dias e os personagens não saem da minha
cabeça, fico pensando em continuar a leitura, mas ela já acabou. É uma sensação
ruim, mas ao mesmo tempo boa. Difícil de ser explicada, fácil de ser entendida
por quem já passou por algo parecido.
Essa é uma
obra de ficção, mas determinadas cenas foram baseadas em algumas experiências
da autora. Inclusive uma das que eu achei das mais fofas do livro: Aibileen sempre
dizia para Mae Mobley que ela era linda e especial, e a empregada de Kathryn a
tratava assim também.
Acho
incrível quando um autor conta um pouco de sua experiência pessoal e sua vida
em relação ao livro que acabei de ler. Parece que fico ainda mais ligada à
história do que poderia supor que conseguiria. Esse relato torna tudo ainda
mais real, por mais ficcional que a obra tenha sido. E admiro muito isso, de
verdade.
Esse não é
um livro romântico, nem uma história alucinante de prender o fôlego, muito
menos uma aventura, mas sim a emocionante história de como os negros eram
tratados pelos brancos na década de 60, uma época difícil, onde eles sofriam
calados, e os que tentassem se opor [negros e até mesmo brancos] sofriam graves
consequências.
Há muita
crueldade, preconceito e coisas absurdas que despertaram uma raiva imensa em
mim, e outras muito tristes. Mas também há cenas lindas e emocionantes que me
fizeram sorrir e suspirar por ver como existem pessoas incríveis no mundo e por
ver que mesmo no meio de todo caos e preconceito, existe a amizade verdadeira. E
uma das maiores características dele, com certeza é a esperança. Infelizmente,
mais decepcionante é saber que ainda existem pessoas preconceituosas e cruéis assim
hoje em dia.
Apesar do
assunto tratado ser bem pesado, a autora o descreve de uma maneira leve e sensível.
Quando você pega para começar a ler, o livro te envolve de um jeito que quando
você percebe já leu diversas páginas sem sentir.
Sobre a
parte gráfica, adorei a capa versão do filme, não gostava da original aqui do
Brasil. Além disso, ela é soft touch (emborrachada), o que eu adoro. A
diagramação é simples, mas condiz com o conteúdo.
Estou
ansiosa para assistir o filme, Histórias Cruzadas (não entendo esses nomes que
ficaram todos diferentes do original), ver como cada personagem foi caracterizado
e como o enredo foi passado para as telonas, se modificaram muita coisa da
história ou se foram fiéis com as coisas que aconteceram nas páginas do livro.
Inclusive fiquei bem contente em saber que Octavia Spencer, a Minny, recebeu o
Oscar 2012 de melhor atriz coadjuvante.
Essa foi uma
das melhores leituras que já tive na vida. Kathryn conseguiu ser rica em
detalhes sem soar cansativa e possui, em sua forma de escrever, uma delicadeza
incrível, que com certeza toca o coração de todos que leem sua obra. Recomendo
para quem gosta de uma história profunda, que é ao mesmo tempo simples e forte,
cômica e emocionante.
Uau! 5 casinhas, esse eu vou ler!
ResponderExcluirGosto muito das décadas de 50 e 60, mas só conheço a parte boa dessas épocas como, moda, música e movimentos artísticos nunca fui atrás da parte ruim, será legal conhecer esse lado da história.
Problema tel
ExcluirKk
ExcluirEste é um dos livros que mais quero ler, conheci ele atrave de uma caixinha de correio e comecei a pesquisar sobre ele e parece ser realmente interessante
ResponderExcluiradoraria te-lo em minha estante
Eu quero muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito ler esse livro. Ele tá na minha lista, ahhh se tá! E virou filme e eu quero ver também!!! *0*
ResponderExcluirAmei a resenha! Fiquei com muita vontade de ler o livro.
ResponderExcluirFiquei curiosa sobre o que pode ter acontecido com a Constantine.
Que bom que a autora conseguiu pegar um assunto mais pesado e transformar em leve né?
5 casinhas? Então que bom mesmo que você acabou lendo o livro. Já vi que deve ser uma história surpreendente. Certamente irei comprar o livro para ler antes de ver o filme.
Beijos
To com vontade de ler esse livro, mas gosto mais da outra capa, sem ser esta que representa o filme.
ResponderExcluirTambém adoraria assistir o filme, mas não tive oportunidade.
Ai que resenha linda! Se já me emocionei lendo ela, imagina o livro? A história parece ser bem fantástica, e mesmo sendo triste, quero muito ler. A realidade sempre nos ajuda a olhar a vida com outros olhos. Parabéns pela resenha!
ResponderExcluirA-D-O-R-O livros nesse estilo. Só descobri ele depois que soube do filme, e agora fico dividida entre ver o filme agora ou esperar e ver só depois que conseguir ler o livro.
ResponderExcluirHistórias que intercalam a narrativa com um pouco de fatos históricos (nesse caso, o racismo nos anos 60), geralmente entram para a minha lista de favoritos. O último que li nesse estilo foi "A vida em tons de cinza", ótimo livro também. E adoro um drama! :D
Amei sua resenha! Li outras sobre esse livro e gostei bastante dele, pois falar muito da história da época, sobre a qual eu não conheço nada! É um daqueles livros que nos educam, deve ser ótimo!
ResponderExcluirQuero muito ler este livro, acredito que o filme seja bom, mas não tão profundo como o livro, também não entendo porque o livro e o filme não possuem o mesmo nome.
ResponderExcluirQue resenha maravilhosa!!
ResponderExcluirQuero muito, mas muito mesmo ler esse livro. Fiquei com muito vontade por tudo que você falou. Confesso que igual a você não tinha muita curiosidade sobre esse título não, mas se você amou e ainda te despertou vários sentimentos, fico pensando se isso pode acontecer comigo também.
Eu li até essa resenha para minha mãe. Acredita que ela gostou tanto que comprou o livro para ler. Então depois que ela ler eu vou ler também.
Tomara que eu goste tanto quanto você gostou!
Beijos