Um Sopro de Ternura – Marcelo Cezar


Marcelo Cezar recebeu através de seu mentor espiritual, Marco Aurélio, a incumbência de psicografar essa magnífica trama, descrita como “Uma fascinante história de vidas”. Esse é um dos romances espíritas mais bonitos que já li na vida – e olha que li muitos.
“Um Sopro de Ternura” trás a história de uma figura ilustre da sociedade paulistana na primeira metade do século, amante das artes que levou seu conhecimento para que a cultura fosse acessível a todos. Seu verdadeiro nome e o dos demais da trama são fictícios.
O livro gira basicamente em torno de Lilian, uma menina que perdeu sua mãe cedo, ficando com sua irmã mais nova, Clara, e seu pai, que era oficial da força pública (polícia militar do estado de SP – PM). Seu pai se interessou por Dinorá, uma mulher bonita e sem escrúpulos, prostituta, e que ficou devendo a um cafetão. Sendo assim, a levou para morar em sua casa achando que seria boa com suas filhas. Aí que está o grande erro.
Acredito que um pai ou uma mãe que coloca uma pessoa nova para morar com suas filhas pequenas, precisando de afeto, deveria conhecê-la melhor. Não posso julgar, pois todos nós erramos, mas temos nossas provações e estamos sempre evoluindo. Isso é a vida. Voltando à história, não sabendo o que vai acontecer, já estava previsto que o sofrimento seria intenso para a jovem Lilian devido dívidas passadas que deveriam ser sanadas. Seu pai morre e as meninas ficam à mercê de Dinorá, que faz um serviço do tipo escravo com as crianças para que possam pagar seus luxos e seus vícios, lavando e passando, mesmo com a pouca idade.
Quando o cafetão descobre onde ela está, Dinorá consegue um jeito de separar as crianças. Casando-se com um cliente, ela troca de nome e vai embora. Clara, então, é abandonada dentro de um trem com documentos falsos e encontrada por uma ótima família, que a adotam e ela passa a viver com eles pelo resto de sua vida.
Já Lilian foi levada para o cais do porto e estuprada. Após isso, sonhou com seu pai que explicou que o corpo dele havia morrido, mas que o espírito continuava vivo com ela. E tudo o que ela e sua irmã estavam sofrendo faziam parte do plano reencarnatório que cada ser humano passa. É lógico que contando com o livre-arbítrio de cada um para fazermos nossas escolhas. Não temos consciência de vidas passadas, por isso não entendemos o porquê de passarmos por tantas situações.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar. Tal é a lei.” O espírito precisa se desprender da ilusão e caminha para a ilusão. E, por mais que explicasse, Lilian se sentia confusa. Foi então que seu pai lhe explicou seu passado e a fez entender o motivo de estar passando por isso tudo. Existe um emaranhado de vidas que se encaixam perfeitamente num processo evolutivo.
Não posso deixar de ressaltar uma amiga de Lilian, Carmela, uma jovem de 16 anos que tinha a bondade e a compreensão muito evoluída para a pouca idade. Sua maturidade espiritual veio para ajudar as pessoas a entender o espiritismo.
São muitos personagens, que se eu for numerá-los e contar a história de como cada um se entrelaça ao outro, levaria muito tempo. O livro é muito bem escrito, o trabalho gráfico é lindo e visto em todos os capítulos e a capa é muito bonita e condizente com o conteúdo. Em todo capítulo aparecem fotos de personagens ou fotos de SP e suas construções do período em que a história foi narrada. O romance é extremamente bonito e emocionante, quanto mais eu lia, mais queria chegar ao fim. Não como um final de filme, mas sobre o rumo que as pessoas seguiram.
A mensagem principal é que devemos ser pessoas do bem, passarmos amor para os outros, compreensão, carinho, mesmo sabendo que muitas vezes é difícil, pois o mundo não está como gostaríamos que estivesse. Se nossas escolhas valem a pena, então devemos iluminar a nossa jornada, a nossa caminhada, para sermos mais felizes e para que pessoas próximas a nós recebam essa mensagem.
Marcelo Cezar, novamente, me surpreende com muita emoção, muitos detalhes e uma linda história, consagrando-se como um dos melhores escritores de romances mediúnicos brasileiro. Recomendo a todos que adoram um bom romance espírita.
 Avaliação








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10 comentários:

  1. Uau, preciso dizer! Eu comecei a ler a resenha pensando "Nunca vou ler um espirita", pois bem, mudei de ideia. Muito boa a proposta.
    “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar. Tal é a lei.”
    Essa foi a frase que me fez mudar de ideia, de tão verdadeira que ela é, me ganhou.

    @sophia_samhan

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  2. Esse livro parece ser muito lindo de um jeito que toca o coração.
    Ainda não li nenhum livro espirita, mas estou doida para ler ele ;D

    Beijos

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  3. Que livro lindo! Parece ser uma históra bem bonita mesmo.

    Como assim, ele coloca uma mulher que nem conhecia direito para morar com suas filhas pequenas?

    Quero muito ler esse livro, com certeza está na minha lista de desejados.

    Beijos

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  4. Finalmente consegui comentar
    aqui ohhh
    bem a capa é linda nunca imaginaria que este seria o genero do livro
    eu gosto de espirita e tal
    porem nao é meu favorito
    só que pela sua opinião o livro parece otimo
    quem sabe eu goste né
    abraços

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  5. apesar de não ter essa ideologia religiosa, gosto muito desse tema, acho muito interessante! e essa história parece ser muito boa! parabéns pela resenha!

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  6. Não gosto mais de romances espíritas, enjoei :/

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  7. bem, este não é exatamente o tipo de livro que eu mais gosto, entretanto pareceu-me interessante, quem sabe talvez eu leia.
    beijos,
    @sosobrelivros

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  8. Nunca li nenhum romance espírita, mas a curiosidade sempre foi muita. Bem como a doutrina espírita em si. Acho de verdade que eu posso gostar desse livro. Acredito que vale a tentativa, né?
    =)

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  9. O primeiro livro espírita que eu li foi o da Zibia resnhado aqui no blog. E como eu amei, pretendo ler muitos outros.

    Fiquei com muito vontade de ler esse do Marcelo Cezar. Me pareceu uma história muito bonita.

    Com certeza irei comprar ele o mais rápido possível.

    Beijos

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  10. Só li um livro espírita até hoje. Até gosto do assunto, mas não é o que me chama mais atenção geralmente.
    Não achei a capa bonita, dá a impressão de ser um livro bem antigo (não sei se é).

    @gaveta_aband

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