As Barbas do Imperador – Lilia Moritz Schwarcz & Spacca


Nesta maravilhosa Graphic Novel nacional, temos a oportunidade de conhecer melhor D. Pedro II, quem foi esse “Monarca Cidadão” de seu nascimento até depois de sua morte, o que fez pelo país, sua personalidade e modo de agir. Também conhecemos sua família e outras figuras da época, acompanhamos a queda da Monarquia e como se iniciou a República de maneira breve.
Mesmo sendo no formato de Quadrinhos, é bem completo e traz muitas informações importantes e fundamentais sobre D. Pedro II e sobre a História do Brasil, inclusive citando outros nomes relevantes para a situação do país na época e até mesmo antes e depois do período citado. Fala sobre política, escravidão, fotografia, cultura, artes, influências, etc.
No colégio aprendi essas informações, assim como a maioria dos estudantes nacionais (espero), mas não lembrava de todos os pontos citados, então gostei mais ainda que os autores tenham selecionado os detalhes mais importantes para trabalhar nesse quadrinho. Com certeza indico a leitura, inclusive para os estudantes. Não como único material para aprendizado e estudo, mas como um complemento ou até um resumo para lembrar as partes mais essenciais de forma leve, divertida e fácil.



O texto é realmente bem rico e de uma pesquisa incrível. O exemplar é uma adaptação do livro homônimo da historiadora e antropóloga brasileira Lilia Moritz Schwarcz (cofundadora da Companhia das Letras), e é um misto de ensaio interpretativo e biografia de D. Pedro II, que ganhou o prêmio Jabuti Livro do Ano em 1999.







Deixada para Trás - Charlie Donlea


No ano passado comecei meus contatos mais diretos com publicações de investigação policial, quando surgiu a oportunidade da leitura de Deixada Para Trás, do autor Charlie Donlea, publicado pela Faro Editorial, eu entrei de cabeça na leitura.

É o fim do verão em Emerson Bay, uma festa no lago é a celebração do fim da estação e todos estão presentes, assim como Nicole e Megan. Seria apenas mais uma festa, mas estas duas adolescentes somem sem deixar vestígios. Após semanas de buscas e sem mais esperanças de encontrá-las vivas, Megan consegue fugir de seu cativeiro. Um ano se passa, Nicole nunca é encontrada, mas Megan se transforma em uma celebridade após lançar um livro sobre seu sequestro. Lívia, a irmã de Nicole, estudante de patologia forense, não se conforma com a perda da irmã, e após a autópsia de um corpo suspeito de homicídio ela encontra a ponta de um fio que pode levar a estória do desaparecimento da irmã e começa a investigar.

 Parece que cada dia mais os livros se tornam previsíveis ou perdidos dentro de suas estórias, e ao ler Deixada Para Trás eu me surpreendi dando cinco estrelas para o livro. A narrativa de Donlea é ótima, e ele consegue através de capítulos alternados entre o tempo presente e o passado nos apresentar uma trama que instiga e nos prende do começo ao fim. Todos os capítulos terminam em descobertas, o que nos faz não querer parar a leitura.

Feita em terceira pessoa, a narração é dinâmica e pontuada com muitos diálogos. Os capítulos no passado são em sua maioria através do olhar das adolescentes, e mais para o fim da trama começam a ter o olhar do criminoso em questão. Já no presente é essencialmente os olhares de Lívia e Megan que predominam, com alguns capítulos breves sob a ótica do criminoso.

Ter estes poucos capítulos onde conhecemos os pensamentos do criminoso é muito rico para compreender todo o contexto dos crimes, e doentio também já que algumas vezes ele está com uma vítima. O autor também foi bastante feliz em mostrar como Megan foi profundamente marcada pelo sequestro, mas não de uma maneira clichê, que seria por exemplo ter medo de ficar sozinha ou sair, mas através de uma garota que tenta arduamente ser normal para os pais e o mundo que a cerca. Para quem gosta de personagens femininas de poder Megan e Lívia são assim.

Megan conseguiu escapar do bunker que era mantida presa, mas embora curada fisicamente sua mente ficou presa no local, já que diversos lapsos sobre o que ocorreu ficaram em sua mente. E é através de sessões de hipnose que ela começa a desvendar o crime, e resgatar a si mesma do escuro. É uma jovem forte em vista de tudo que passou, e não foge de procurar respostas e punição para quem a manteve presa, mesmo quando ela se lembra de fato quem o fez.

Lívia sofre uma transformação grande e visível ao longo da trama, de estudante dedicada a patologia que visava ser a melhor, passou a pessoa sensível ao drama familiar dos parentes da pessoas que realiza autópsia. Não mede esforços para encontrar a irmã, ela só queria poder através do corpo da irmã descobrir o que aconteceu a ela. E o melhor nada de romance para ela, apenas investigação e empoderamento feminino.

Normalmente a vítima não é alguém ruim, mas Nicole é a garota insuportável da turma. Sofrendo por conta das questões de sua adolescência acaba por se envolver com um grupo de pessoas (devo acrescentar que esse grupo é muito peculiar e bizarro, e espero que não haja paralelos em nosso mundo real), onde conhece um jovem que é sua ruína. Ele só alimenta os aspectos ruins de sua personalidade, e acaba trazendo o desfecho ruim para Nicole. No fim por ela ser esta pessoa que ninguém gosta não torcemos por ela, mesmo sua irmã ao longo da busca percebe que sua irmã não era o que pensava.


Além da Magia – Futhermore #01 – Tahereh Mafi

Quando li a sinopse dessa obra, fiquei bastante interessada em lê-la, pois parecia trazer um enredo repleto de aventura e magia. Por esse motivo, coloquei-a na minha lista de leituras e assim que possível embarquei em suas páginas.
Conhecemos Alice Alexis Queensmeadow, uma jovem de apenas doze anos, que nasceu em Ferenwood, um vilarejo muito pequeno e antigo, que tem uma terra rica em recursos naturais, sendo que os mais importantes deles são as cores e a magia que o povo colhe do ar e da terra. 
Por ser uma menina sem cor em um mundo onde cor é muito importante, ela tem uma confiança estremecida, sentindo-se deslocada. Ainda mais que três anos atrás seu pai desapareceu levando consigo apenas uma régua, e ela sente muita falta dele, que a fazia se sentir especial.
Quando Oliver Newbanks, um menino que Alice não gostava, procura nossa protagonista falando que sabe onde seu pai está e que com a ajuda dela podem resgatá-lo, Alice aceita entrar nessa grande aventura, mesmo sabendo que ele tem o poder de convencer e mentir.
Nessa jornada em um mundo cheio de perigos, nossos personagens viajam por um território mítico, onde a magia é devorada. E como tanto Alice quanto Oliver têm magia dentro de si, ambos devem tomar muito cuidado.
Esse é o primeiro volume da série “Futhermore”, cuja continuação independente também já foi publicada por aqui pela @universodoslivros com o título A Magia do Inverno. É uma obra muito fofa e traz uma história linda, na qual nossa protagonista acaba aprendendo muito, principalmente sobre si mesma.





A Mulher Entre Nós – Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

Sempre gostei bastante de livros de suspense. Amo criar teorias e tentar desvendar os mistérios por trás de todas as obras. Por esse motivo, assim que li a sinopse desse volume fiquei bem interessada e agora contar tudo o que achei da leitura.
Conhecemos Vanessa, uma mulher de trinte e sete anos, recém divorciada, que mora no apartamento de sua tia, pois não tem dinheiro, amigos verdadeiros ou filhos. Ela trabalha em uma loja na qual costumava frequentar e leva a vida de forma bem deprimida. Quando descobre que seu ex-marido está prestes a se casar novamente, nossa protagonista cria uma obsessão para impedir esse matrimônio de qualquer jeito. 
Do outro lado, conhecemos Nellie, uma jovem de vinte e sete anos, professora de educação infantil, que também trabalha como garçonete nas horas vagas para complementar a renda. Após conhecer Richard (ex-marido de Vanessa) e acreditar que é o grande amor de sua vida, ela vive o que acredita ser um conto de fadas. Fugindo do seu passado e cheia de gatilhos, não gosta de correr escutando músicas altas, tem problemas para dormir e não gosta de andar sozinha na rua. E ela vê Richard como um verdadeiro protetor. Agora anda recebendo ligações estranhas, as fotografias em seu quarto são movidas de lugar e ela sente que alguém está lhe perseguindo.
Com um enredo forte que fala sobre violência psicológica, relacionamentos abusivos e nos apresenta personagens bem complexos, esse thriller é capaz de mexer com nossas emoções, além de trazer uma narrativa cheia de reviravoltas que não deixam a trama ficar parada. Quando você acha que sabe de alguma coisa, descobre que estava errada.






Borboleta Negra 02 – Apple White #02 – Halice FRS


Eu já havia lido a primeira parte desta história e me apaixonado pela escrita de Halice FRS. Por esse motivo, assim que foi possível comecei essa leitura, que recebeu o mesmo título do anterior, “Borboleta Negra”, pois a trama completa foi dividida em duas partes e publicadas separadamente por conta da extensão. Agora venho compartilhar as minhas opiniões.
Nesse volume da série Apple White, vemos que Lorde Edrick Bradley III conseguiu conquistar o coração de sua amada a misteriosa Ashley Walker, e após vários desencontros e reencontros ele conseguiu descobrir o segredo que ela ocultou por anos.
Agora, nosso querido barão tem a chance de provar mais uma vez que seu coração é nobre e que sempre vai estar ao seu lado. Mesmo acreditando que era inapropriada para a vida do Barão, nossa protagonista acaba voltando e levando consigo Benjamin. Então os três têm uma vida juntos, e mesmo com o futuro incerto e tendo que enfrentar vários obstáculos, como as atitudes de Jason Hunt e a baronesa viúva, entre outros, vemos que ambos estão dispostos a enfrentar todos os problemas.
Com uma trama profunda, esse livro consegue nos conquistar com romance, drama, suspense em uma trama cheia de intrigas e revelações, que não deixam a narrativa ficar parada. Toda a história foi muito bem construída, fazendo com que a gente se apaixone e sinta diversas emoções, principalmente com os personagens, que, cada um com o seu jeito de ser, conseguiram despertar vários sentimentos. Adoro a escrita da autora, que é rica em detalhes e acontecimentos, sendo bem visual e muito envolvente. Os personagens também foram bem desenvolvidos.






O Homem Invisível – H. G. Wells


A vida na pacata Iping se torna agitada e até aterrorizante quando um cientista chega. Mesmo arrogante e com um temperamento difícil, é bem tratado pelos locais, mas por não poderem ver seu rosto e pele, já que sempre usa casaco grande, chapéu, óculos escuros e bandagens cobrindo o rosto, ficam curiosos questionando-se quem seria ele e o que estaria tramando ali.
As coisas começam a sair do controle, acontecimentos inesperados e crimes ocorrem, e ele revela-se um homem invisível. Ameaças e ações surgem e o medo é propagado. Afinal, se você não pode enxergar o inimigo, ele pode fazer tudo o que quiser contigo.
Essa obra é diferente e intrigante. Vamos entendendo o curioso hóspede e suas motivações conforme avançamos a leitura. Se tornar invisível é uma grande descoberta que vai mudar a vida do ser humano como conhecemos, pois essa invenção traz inúmeras possibilidades para o mundo – para o bem ou mal. Fazendo com que ele comece a ansiar fortemente por poder e fama. E tem certeza de que vai conseguir tudo isso e notoriedade.
O autor foca no comportamento humano de forma real e reflexiva. Há crítica social sobre o comportamento do indivíduo como um todo e como um ser único, sozinho contra os outros. Nos mostra como a solidão pode ser difícil ou prejudicial em determinados casos e como alguém pode se transformar em algo próximo de um monstro quando é privado de certas coisas, com a possibilidade de perder sua humanidade. E como o pensamento de diversas pessoas unidas como um todo pode ser prejudicial para o indivíduo solitário. Entre outros pontos reflexivos.






O Homem de Areia - Lars Kepler


Todo mundo que me conhece sabe que minha maior paixão são as fantasias, em todos os seus estilos e tipos, mas se têm uma temática quando se trata se série que consegue fugir desse lugar comum a mim são as séries policias de investigação. Simplesmente adoro passar capítulos investigando quem matou e porque matou alguém, conhecer famílias e seus problemas, entrar na mente de criminosos e explorar as cidades onde eles ocorrem, afinal sou psicóloga não sou, e agente têm dessas coisas de explorar onde alguns não conseguem olhar. No entanto quando o assunto são livros são poucos de investigação policial que eu já li, e para modificar isso li O Homem de Areia, escritor por Lars Kepler e publicado pelo selo Alfaguara.

Em meio a inverno rigoroso de Estocolmo surge um jovem desnorteado entre os trilhos de trem, isso se torna mais peculiar quando descobrem sua identidade, ele é Mikael Kohler-Frost que sumiu treze anos atrás sem deixar vestígios junto com sua irmã mais nova. Joona Linna foi investigador do caso, e ele volta para o caso para compreender onde o jovem esteve e onde pode estar sua irmã. Com esse objetivo ele volta a enfrentar suas próprias sombras e o criminoso serial Jurek Walter que parece conhecer todos os segredos de quem encontra.

Invés de ter uma sinopse na parte de trás do livro a editora colocou diversas opiniões sobre o livro, confesso que me deixei influenciar por elas, e aguardei o pior do livro no sentido de cenas fortes. Elas existem, mas são bem menos frequentes do que eu esperava, ainda bem já que as que existem já nos perturbam o suficiente, isso porque os crimes ocorridos relacionados a Jurek são bastante perturbadores, e o livro tem aquele clima pesado de país escandinavo no inverno, um tanto claustrofóbico.

Narrado em terceira pessoa conhecemos todo o caso desse serial killer desde quando ele foi preso a treze anos atrás até o momento atual onde Joona começa investigar um suposto parceiro do homem. Seu plano é ousado e envolve riscos, mas ele está certo de que corre contra o tempo para libertar a irmã de Mikael, Felicia que como o irmão pode estar presa e doente.

Saga Bauer é a policial escolhida para a missão, mais quando ela se vê diante de Jurek ela deve enfrentar mais do que um homem sem limites, ela confronta as sombras do próprio passado e não pode cair ao mesmo tempo em que luta contra o tempo. Joona é um investigador experiente e responsável pela prisão de Jurek, essa prisão o leva a atitudes drásticas no seu passado que o assombram até o presente, logo o que ele mais quer é colocar um ponto final para o caso. É um homem muito inteligente e passional.

Jurek, o criminoso está sempre um passo a frente de todos, e consegue manipular com precisão e maestria todos a sua volta. Com uma capacidade de despertar as sombras das pessoas e fazer com que elas se voltem contra elas, ele consegue mesmo preso provocar estragos. Seu passado é um mistério que precisa ser iluminado para quem saber se fazer compreender suas atitudes.


Arsène Lupin Contra Herlock Sholmes – Maurice Leblanc

Mestre do disfarce, Arsène Lupin é um ladrão brilhante, famoso por seus atos e por sempre conseguir o que quer. Todos sabem do seu sucesso e ninguém consegue detê-lo – mesmo que muitos tenham tentado. Com novos crimes acontecendo, o detetive inglês Herlock Sholmes é convidado a ir até a França encontrar respostas. E nesse embate entre ladrão e detetive, vamos acompanhar dois gênios confiantes e carismáticos que têm certeza de que terão a melhor no final.

Esse volume traz 2 contos mirabolantes com uma pitada divertida: “A Mulher Loura” e “A Lâmpada Judaica”. E eles enfrentam diversas situações utilizando seus raciocínios, contatos, poder de dedução, excentricidade e até força física.

Li O Ladrão de Casaca há anos e queria continuar acompanhando essas histórias. Leblanc é um autor francês que fez sucesso em sua época. Lupin foi protagonista de diversos romances e contos. 2 volumes independentes foram publicados pela Zahar. Fico feliz que pelo menos estes tenham sido lançados, pois de outra forma eu dificilmente teria conhecido.

Gosto do modo de pensar de Lupin, pois se assemelha a Holmes (um dos meus personagens favoritos), ainda que ambos tenham propósitos de vida e profissão opostos. As tramas são bem movimentadas e várias disputas entre eles são travadas.

O único ponto que me incomodou nesta obra é que achei Sherlock Holmes descaracterizado. Ele agia ingenuamente e tomava atitudes questionáveis e/ou banais, do tipo que nem mesmo alguém que não tem seu modo de pensar lógico faria por serem bobas e desnecessárias. Esperava que o autor fizesse um Lupin no nível de dedução e comportamento de Holmes e não apenas diminuísse os atos de Sherlock para se aproximar do que ele queria construir.





Daqui Pra Baixo – Jason Reynolds


Will é um jovem de 15 anos que vive em um lugar perigoso, onde as pessoas se envolvem com coisas ruins e morrem com frequência, muitos nem chegam a uma idade avançada. Rodeado de violência, ele sabe que tudo na sua vida vai mudar quando o irmão é assassinado a tiros perto de casa.
Há três regras naquela área e todos sabem que precisam segui-las: 1 - Não chore, aconteça o que acontecer. 2 - Não dedure. 3 - Se vingue.
Depois do acontecimento, por mais doloroso que seja, Will guarda suas lágrimas dentro de si e não comenta o assunto com ninguém. Ele tem certeza de que sabe quem é o culpado, então descobre a arma de Shawn guardada numa gaveta e se prepara para a 3ª regra. Acompanhamos o garoto numa viagem de elevador do seu andar até o térreo. A história toda se passa em pouco mais de um minuto e podemos sentir toda a angústia desse jovem que sabe que precisa agir de uma maneira, mas não se sente exatamente preparado para isso.
Desde que esse livro foi um dos publicados pelo Intrínsecos (Clube de Assinatura da @intrinseca), fiquei com muita vontade de lê-lo. O que mais me chamou a atenção é que esta é uma história contada em versos sobre um tema bem forte e faz o leitor refletir ao mesmo tempo em que sente a tormenta do personagem vivendo aquela situação e uma revolta por algo assim existir.
É uma obra chocante, triste e, o pior de tudo, real. A forma como o autor a construiu e apresentou foi realmente bem interessante e também intensa. Gostei bastante da experiência de lê-la e me surpreendi alguns momentos. É um assunto necessário que deve ser pensado por todos, mesmo os que não vivem em situação semelhante. Porém, confesso que senti falta de um final diferente, mais elaborado.






Aladim – Organizada por Paulo Lemos Horta & Yasmine Seale

Aladim é um jovem sem responsabilidades ou maturidade, que passava os dias brincando, sendo rebelde, preguiçoso e teimoso. Até que vê sua vida mudar quando um homem aparece depois da morte de seu pai, dizendo ser seu tio e levando-o consigo em uma jornada com a promessa de transformá-lo em um comerciante.
Algumas coisas dão errado quando há uma traição e Aladim se vê preso num local cheio de riquezas. Com a ajuda de um Gênio, consegue escapar e fica muito rico. Como vem da pobreza, torna-se um rapaz bom, com ótimo coração e que ajuda ao próximo. Quando vê a Princesa Badr al-Budur pela 1ª vez, apaixona-se e decide fazer de tudo para se casar com ela. As coisas ficam complicadas em alguns momentos, mas Aladim dá a volta por cima, e com a ajuda de Budur pode finalmente viver seu Felizes Para Sempre com ela.
Sou apaixonada pela coleção #ClassicosZahar, que traz obras incríveis e edições MARAVILHOSAS! A editora é a grande responsável por eu ler vários Clássicos hoje, costume que não tinha alguns anos atrás. Estava ansiosa para ler essa obra e adorei!
Como a maioria das pessoas sabe, Aladim na verdade é um conto extraído de As Mil e Uma Noites, mas algo que era novidade para mim é que não há relatos de que ele foi publicado ou pertencia originalmente ao apanhado de histórias que compunham esse clássico, visto que não está presente em algum manuscrito árabe, sendo incluído posteriormente na edição francesa de Antoine Galland no século XVIII, pois essa (e outras histórias) foram mostradas a ele.
A versão escolhida pela Zahar foi a tradução inglesa de Yasmine Seale, organizada por Paulo Lemos Horta. E há um trecho introdutório com Sherazade indo contar essa história ao Sultão e depois ela é narradora do epílogo, onde fala sobre as mensagens morais da trama, trazendo um significado maior para suas palavras.






A Heroína da Alvorada – A Rebelde do Deserto #03 – Alwyn Hamilton


Como amei os primeiros volumes da trilogia “A Rebelde do Deserto”, estava ansiosa pelo desfecho dessa história. Assim que tive a oportunidade li esse título e agora vou compartilhar minhas opiniões.
Depois da emboscada que acabou levando a prisão de Ahmed, Shazad e Delila, nossa protagonista Amani se vê na obrigação de salvar seus amigos. Com isso ela passa a comandar a rebelião. Agora ela se vê obrigada a tomar decisões para derrubar Oman do trono, porém vive com medo de levar pessoas queridas para à morte, então se sente cada vez mais vulnerável. Mesmo sendo forte, é ela que está conduzindo todos, por isso tem que lidar com o peso de suas decisões.
Acompanhamos sua luta para salvar não só seus amigos, mas também seu país. Armada com a sua pistola e inteligência, ela vai à luta para conseguir concluir sua missão. Nessa obra temos respostas para questões apresentadas nos volumes anteriores e fiquei impressionada com o desenvolvimento da trama política.
Com uma narrativa intensa, cheia de reviravoltas, um ritmo frenético e um pouco de romance, esse livro continua com uma escrita leve e envolvente. Além de trazer personagens bem construídos, cada um com o seu jeito e que marcam a trama de alguma maneira. As descrições das histórias antigas e da magia também estão maravilhosas, já que Alwyn conseguiu criar uma mitologia incrível e bem elaborada.
Com uma finalização maravilhosa, esse volume fechou a trilogia com chave de ouro. E achei muito legal que a autora nos deu uma visão sobre o futuro de como fica o mundo após alguns anos. Achei isso o máximo! Mas prepare um lenço, pois nessa grande aventura também há perdas. Eu me acabei em lágrimas.







A Última Camélia - Sarah Jio


Eis aqui o exemplo de livro que a capa engana o leitor, A Última Camélia, da autora Sarah Jio, lançado pela editora Novo Conceito, parece ser um romance água com açúcar, mas não julgue o livro pela capa, porque não é sobre isso que essas páginas nos conta.

Flora, uma jovem americana sonha em trabalhar com as plantas, mas ela percebe que os negócios dos pais não vão bem, e decide aceitar uma proposta de trabalho na Inglaterra. O trabalho envolve trabalhar como babá na Mansão Livingston e descobrir onde está plantada uma camélia rara, muito cobiçada pelos comerciantes de flores. O que ela não esperava era se envolver com a família que perdeu recentemente sua matriarca. Sessenta anos depois Addison, uma paisagista vai parar com seu marido na mesma mansão, ele para se inspirar em seu romance novo, ela para fugir de seu passado que a persegue. Mas o que a estória de duas mulheres distantes tem em comum? O que esta Camélia rara vai fazer com a vida das duas nesta mansão tão repleta de tristeza e dor que esconde uma grande mistério?

A narrativa de Jio é feita em primeira pessoa com capítulos alternados entre Flora e Addison de forma muito emocional, já que ambas mulheres carregam uma forte carga emocional. Flora por deixar os pais nos EUA e estar traindo sua própria ética ao buscar a flor em uma casa com crianças que acabaram de perder a mãe, e Addison por sua adolescência marcada pela violência e morte que voltou a assombrá-la pelo homem que cometeu esses crimes.

Gostei especialmente de como a autora conseguiu narrar uma estória com um clima de mistério continuo. Todo mundo esconde algum acontecimento do passado que quer esquecer, e ao mesmo tempo seguir em frente. Até a última página ela consegue nos deixar presos a trama, sem entregar muito e ser previsível. Muito foi dito sobre os personagens, mas muito ainda poderia ser dito, e ao contrário do que poderia soar não fez falta, mas também não faria excesso, é uma narrativa equilibrada.

Flora é uma jovem muito doce e com muita empatia, quando conhece cada uma das crianças já decidiu em seu intimo seguir com a missão de ajudá-las e perde de vista a busca pela camélia. Ela consegue promover pequenas transformações nesta família, mas não consegue ficar em paz sem saber como estão seus pais do outro lado do oceano. Seu amor pelas plantas é uma das ligações com Addison no futuro.

Já Addison vive uma nova vida, com um novo nome, mas sem contar ao marido o que passou, assim ela vive todo tempo com medo do homem do passado que a ameaça, ao mesmo tempo em que quer se dedicar ao jardim da mansão. Seu maior problema é a falta de atitude, no passado sua passividade casou morte, no presente ameaça seu casamento.
O mistério central que perdura por todos estes anos que envolve a morte da matriarca, Lady Anna e a camélia rara é muito instigante e prende a atenção ao livro. Os links através do tempo são bem desenvolvidos, as vezes citados em um tempo e explicados em outro. Tudo transcorre de forma suave e pensada. O desfecho é muito bonito e trás uma mensagem de esperança.

Os personagens secundários como funcionários da mansão e as crianças, além do marido de Addison têm personalidades bem definidas e despertam atenção para suas características. Lady Anna é um mistério até o fim do livro, sua atmosfera misteriosa é presente, mesmo muito diferente das mulheres da sua época ela parece ter deixado a todos apaixonados por sua pessoa. A Sra. Dilloway é a governanta da casa e aparece nos dois tempos do livro, com muita culpa pelos atos cometidos ela pega como missão cuidar do jardim na ausência de Anna e também guardar seus segredos.


Melhor Que a Encomenda – Lauren Blakely


April Hamilton tem uma ótima relação com a família, apesar de não visitá-los com frequência porque se mudou da cidadezinha Wistful para NY, onde tem mais oportunidades na sua carreira de artista de pintura corporal. Depois de alguns relacionamentos frustrantes e desilusões, ela decide se focar no trabalho, deixando namoros de lado. Porém, precisa ir à uma importante Reunião de Família, quando os membros se unem para passar alguns dias juntos curtindo e competindo para ganhar prêmios.
A família a pressiona a conhecer alguém de Wistful com a esperança de que ela queira voltar para o lar, e também porque não confiam nos homens da cidade grande. Para não magoá-los e trazer estresse nos dias de diversão, ela contrata um ator para se passar por seu namorado.
E é aí que entra Theo, que é adorável, simpático e atencioso e tem uma química instantânea com April. Eles começam a criar histórias que se encaixam perfeitamente enquanto trocam confidências sobre suas vidas, criando um vínculo. Mas é claro que tudo isso não passa de um trabalho de ator, pelo qual ela está pagando. Será que situações inventadas podem fazer nascer sentimentos reais?
Já li 4 livros da autora publicados pela @faroeditorial e adorei todos. Então estava bastante empolgada por essa leitura. O que eu não previa era o quanto eu iria AMAR! Sério, fiquei apaixonada! Ainda que seja uma trama simples, que se passa em poucos dias, toca nosso coração de uma maneira bem especial e deixa um quentinho delicioso durante toda a leitura. É um romance doce que, mesmo sendo clichê, também sai da zona comum em alguns aspectos e entrega uma história real e gostosa.
AMEI os protagonistas e a ligação incrível que nasce logo no 1º contato, que vai ficando ainda mais gostosa de acompanhar. Sabe aquelas pessoas que parecem perfeitas juntas? Então, são esses dois. Os sentimentos e a relação foram construídos aos poucos e eles sempre se tratam muito bem, há comunicação e entendimento. Também há um toque de sensualidade com cenas quentes.






O Diário de Nisha – Veera Hiranandani


Quando li a sinopse dessa história fiquei tocada com o conteúdo, então tinha certeza absoluta de que precisava ler esse título o quanto antes, pois sabia que ele iria conseguir tocar o meu coração e me ensinar muito com essa jovem protagonista.
Conhecemos a história de Nisha, uma menina reservada que gosta de anotar tudo em seu diário, e que está vivendo um momento bem complicado que ela mesma não consegue entender muito. Isso porque a história se passa em 1947 e está ocorrendo a Partição da Índia, que após séculos de tensão religiosa e política, acaba resultando em dois estados independentes do governo britânico: a Índia (maioria hindu) e o Paquistão (maioria muçulmana).
Essa divisão não foi pacífica e milhares de pessoas tiveram que abandonar seus lares, e diversas morreram tentando atravessar a fronteira. Nesse cenário de vários conflitos, o pai de Nisha decide que é perigoso demais continuarem onde estão, já que virou Paquistão, e decide embarcar no primeiro trem junto com sua família rumo a um novo lar. 



E nesse cenário acompanhamos a vida dessa doce menina, que junto do seu irmão Amil, Dadi, sua avó paterna e Sured, seu pai, enfrentam a árdua e perigosa jornada de abandonar tudo para conseguir um lugar com paz. Nessa trajetória ela acaba tendo que se despedir do velho Kazi, cozinheiro da família, pois como ele é muçulmano deve continuar em Milpur Khas.

A história narrada nesse volume é tocante, daquele tipo que consegue mexer com a nossa alma. E junto com nossa protagonista, que é apenas uma jovem menina, entendemos vários significados da vida de forma sutil e encantadora. As páginas são carregadas de emoção e, com uma linguagem de fácil entendimento e bastante fluida, ficamos com a mensagem de que independente de religião, raça, etc., o amor deve sempre ser mais forte.


A Pequena Livraria dos Sonhos - Jenny Colgan

Existem livros que são compostos por ingredientes quase infalíveis, e para nós leitores arrisco dizer que um desses ingredientes são livros que falam sobre livros, sobre o amor que todos nós temos para com esses filhotes. Aliado a esse fato junta-se aos livros o Reino Unido, no caso Inglaterra e Escócia e temos A Pequena Livraria dos Sonhos que me conquistou antes mesmo do começo desta leitura! Escrito pela escocesa Jenny Colgan e publicado pela editora Arqueiro na sua nova coleção Romances de Hoje, este livrinho tinha tudo para me arrebatar!

Nina Redmond é feliz como bibliotecária, mas sua biblioteca vai fechar e seu emprego deixar de existir, sem saber como se adequar a nova demanda do mercado das poucas bibliotecas que restaram, após um treinamento ela parte em busca de realizar um sonho, e ter sua própria livraria. Um anúncio chama sua atenção e a ideia de uma livraria itinerante surge, mas a van que escolheu está na Escócia, nas Terras Altas, e uma viagem que era apenas para um compra muda completamente sua vida!

Eu gostaria de conseguir dizer em palavras o quanto foi gostoso e gratificante a leitura deste livro, mas talvez ele tenha me feito tão bem pelas diversas identificações que gerou em mim. A narrativa de Colgan é bastante fluida e cativante, ao mesmo tempo em que ela atribui adjetivos a lugares, pessoas e situações a autora não impede que a estória siga. Além de definitivamente saber o que é amor pelos livros elevado ao cubo, já que a protagonista Nina é obcecada por livros ao ponto de ser intimada pela sua companheira de casa a tirar os livros da casa com medo que o segundo andar da casa desabe de tantos livros!

Impossível não criar identificação com Nina, leitura assídua que se isolou do mundo e das pessoas para passar todo seu tempo livre lendo. Os livros são sua defesa, seu felicidade, e sempre eram resultado para tudo em sua vida. Quando ela se vê obrigada a interagir com as pessoas além da rotina da biblioteca, Nina também começa a se descobrir, saber do que gosta, o que sonha e espera de sua vida, o que antes era só rotina, depois se tornou uma aventura cheia de novas experiências.

Lennox o dono do celeiro que Nina aluga é o típico cara que passou por um tristeza, se fechou e ainda é rabugento e cheio de manias. Ele é presença constante nas cenas, e muitas vezes criador de grandes tensões na vida da livreira. Seu amor por seu animais é encantador, e sua dedicação para que a fazenda da família siga adiante também. A melhor amiga de Nina,  e sua companheira de casa em Birmingham, Surinder, é quem sempre tenta puxá-la para a realidade, para fora dos livros e da fantasia. É uma personagem divertida e sincera.

Boa parte da trama se passa em um vilarejo nas Terras Altas da Escócia, e imaginar aquele lugar lindo e cheio de tradição traz muita magia ao livro. Cada personagem é explorado para trazer toda a identidade do local, seus costumes desde os seus trabalhos em fazendas até festas e alimentação. Eu fui me apaixonando pela pequena vila junto da personagem que se deslumbra com as paisagens, seus animais, plantas e moradores.

Existe um pouco de romance na trama, sim, mas de uma forma um pouco diferenciada, já que os pretendentes mudam, e não seguem o padrão esperado de mocinhos. A situação em que Nina conhece o primeiro homem é bastante diferente e inesperada. O segundo já segue o padrão mais clichê, e alvo da minha única reclamação do livro, quando ela muda de pretendente as coisas se desenrolam um pouco rápidas demais, mesmo que o livro não tenha como foco principal a vida amorosa da moça um pouco mais de tempo seria bem vindo na relação.


A Última Dama – Tudor #03 – Elizabeth Fremantle


Esse é o terceiro e último livro da trilogia Tudor, e, como amei os volumes anteriores, estava louca para começar a ler essa obra. Nela vamos conhecer a história de Penelope, jovem de beleza estonteante, que vem de uma linhagem nobre. Mesmo tendo uma mãe exilada e carregando o sangue de um dos maiores inimigos da Coroa Inglesa, acaba caindo nas graças da rainha Elizabeth I, e agora tem que usar da sua inteligência e sagacidade para enfrentar as pessoas e as redes de intrigas que a cercam.
Insatisfeita com seu casamento e apaixonada por outro homem, nossa protagonista arrisca tudo em nome de sua felicidade. E, junto de seu irmão, o Conde de Essex, ela utiliza seu caráter ardiloso e dissimulado para criar alianças e garantir a segurança de sua família. 
Conhecemos também Robert Cecil, conselheiro-chefe da rainha que tem como inimigo o irmão de nossa protagonista, por isso está de olho em todos os seus passos e fará de tudo para derrubá-lo, fazendo com que Penelope precise ajudar seu irmão e conspirar com o seu amante, mesmo sabendo que se as coisas não derem certo, ela pode acabar perdendo a cabeça. Literalmente.
Gostei muito de acompanhar essa série, pois ela conseguiu me conquistar em todos os momentos com tramas viciantes e narrativas rápidas e ágeis. E gosto muito da escrita de Elizabeth, que é bem envolvente e nos prende com facilidade. Além disso, adoro o fato de a autora ter trazido fatos reais para seu enredo, misturando-os com ficcionais e construindo, assim, uma história interessante e quase real.






Feitos de Sol – Vinícius Grossos


Quando li a sinopse desse volume fiquei bem interessada nessa história. Eu ainda era uma criança na época da virada do milênio, mas lembro que tinha muita gente que acreditava em várias teorias, inclusive a do fim do mundo. Então queria muito conferir essa história e, assim que me foi possível, o fiz.
Nesse volume conhecemos Cícero, um menino de 15 anos que é viciado em HQs, que está descobrindo a sexualidade e divide as suas primeiras experiências com a sua melhor amiga, Karol. Quando vai em busca da última edição de Under Hero, a HQ que acompanha, fica frustrado ao se deparar com a loja Taverna do Dragão (o único lugar que vendia a HQ na sua pequena cidade) fechada. Ele precisava desse volume para saber o desfecho da história depois de 34 edições, e agora não teria como.
Nesse mesmo lugar estava Vicente, outro jovem viciado em Under Hero que também estava frustrado. Assim, os dois meninos se conhecem e resolvem ir juntos procurar esse exemplar e com isso veem suas vidas mudarem completamente.
Apesar de viveram de formas bem diferentes, já que Cícero tem uma relação baseada em confiança com sua mãe com bastante liberdade, mesmo sendo ainda bem jovem, e Vicente vem de uma família bem religiosa e mais controladora. Vemos que a amizade deles vai crescendo e com isso um sentimento novo vai surgindo. E vemos que juntos eles são capazes de enfrentar muitos desafios.