Todo mundo que me conhece sabe
que minha maior paixão são as fantasias, em todos os seus estilos e tipos, mas
se têm uma temática quando se trata se série que consegue fugir desse lugar
comum a mim são as séries policias de investigação. Simplesmente adoro passar
capítulos investigando quem matou e porque matou alguém, conhecer famílias e
seus problemas, entrar na mente de criminosos e explorar as cidades onde eles
ocorrem, afinal sou psicóloga não sou, e agente têm dessas coisas de explorar
onde alguns não conseguem olhar. No entanto quando o assunto são livros são
poucos de investigação policial que eu já li, e para modificar isso li O Homem
de Areia, escritor por Lars Kepler e publicado pelo selo Alfaguara.
Em meio a inverno rigoroso de
Estocolmo surge um jovem desnorteado entre os trilhos de trem, isso se torna
mais peculiar quando descobrem sua identidade, ele é Mikael Kohler-Frost que
sumiu treze anos atrás sem deixar vestígios junto com sua irmã mais nova. Joona
Linna foi investigador do caso, e ele volta para o caso para compreender onde o
jovem esteve e onde pode estar sua irmã. Com esse objetivo ele volta a
enfrentar suas próprias sombras e o criminoso serial Jurek Walter que parece
conhecer todos os segredos de quem encontra.
Invés de ter uma sinopse na parte
de trás do livro a editora colocou diversas opiniões sobre o livro, confesso
que me deixei influenciar por elas, e aguardei o pior do livro no sentido de
cenas fortes. Elas existem, mas são bem menos frequentes do que eu esperava,
ainda bem já que as que existem já nos perturbam o suficiente, isso porque os
crimes ocorridos relacionados a Jurek são bastante perturbadores, e o livro tem
aquele clima pesado de país escandinavo no inverno, um tanto claustrofóbico.
Narrado em terceira pessoa conhecemos
todo o caso desse serial killer desde quando ele foi preso a treze anos atrás
até o momento atual onde Joona começa investigar um suposto parceiro do homem.
Seu plano é ousado e envolve riscos, mas ele está certo de que corre contra o
tempo para libertar a irmã de Mikael, Felicia que como o irmão pode estar presa
e doente.
Saga Bauer é a policial escolhida
para a missão, mais quando ela se vê diante de Jurek ela deve enfrentar mais do
que um homem sem limites, ela confronta as sombras do próprio passado e não pode
cair ao mesmo tempo em que luta contra o tempo. Joona é um investigador
experiente e responsável pela prisão de Jurek, essa prisão o leva a atitudes
drásticas no seu passado que o assombram até o presente, logo o que ele mais
quer é colocar um ponto final para o caso. É um homem muito inteligente e
passional.
Jurek, o criminoso está sempre um
passo a frente de todos, e consegue manipular com precisão e maestria todos a
sua volta. Com uma capacidade de despertar as sombras das pessoas e fazer com
que elas se voltem contra elas, ele consegue mesmo preso provocar estragos. Seu
passado é um mistério que precisa ser iluminado para quem saber se fazer
compreender suas atitudes.
Com capítulos muito curtos os
autores seguem direto ao ponto sem nos deixar respirar ou divagar, a estória
segue sempre em ritmo constante no dando sempre informações para elaborar o
caso. O desfecho do caso é surpreendente, e somos pegos de surpresa quando
todas as peças se encaixam de forma inteligente e não previsível, sem soar
forçado ou esdrúxulo.
Em alguns momentos cheguei a me
questionar se algum elemento sobrenatural iria aparecer, já que o personagem
que dá nome ao livro não parece de fato existir, embora seus atos estejam
constantemente aparecendo. Na reta final do livro no entanto isso se explica,
mas essa vacilação entre o real e a fantasia adiciona à atmosfera do livro mais
suspense e mistério.
O Homem de Areia é um thriller sufocante
onde esperamos sempre o pior, não no sentindo de qualidade literária, mas para
os personagens que seguem tateando no escuro com medo de uma sombra sem nome,
afinal todos temos medos que quando a luz se apaga surgem com força para nos
assombrar!
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