Não há spoilers nessa resenha, nem dos
volumes anteriores.
Em “Sirensong”,
terceiro e último volume da série Faeriewalker, é finalizada a aventura de
Dana, depois que ela foi até Avalon viver com seu pai e acabou descobrindo o
que era e quais habilidades possuía. Agora, ela foi convidada a ir para Faerie
para conhecer a rainha e ser apresentada à Corte Seelie, só que uma recusa ao
convite não está nos planos de seu pai, já que isso pode acabar trazendo consequências
negativas a eles.
Mesmo contra
seus instintos, Dana, junto de seu pai e amigos, parte para a terra mágica,
numa viagem em companhia de uma personalidade muito importante no mundo das
fadas, que promete proteção a eles durante o caminho. Mas ela percebe que nem
tudo está a salvo e vai precisar enfrentar muitos perigos, enquanto tenta achar
as melhores soluções para se livrar das ameaças constantes por ser quem é e
tenta viver uma vida normal.
Quando
comecei a leitura desse livro, imaginei que não ia gostar muito, devido a
vários comentários negativos que li por aí. Talvez, ter começado sem grandes
expectativas, tenha influenciado a minha avaliação final, mas,
surpreendentemente, eu gostei bastante.
Nesse volume
achei a Dana muito chatinha, não que ela fosse uma protagonista ótima, mas
dessa vez ela se superou nesse quesito. Ela tem uma visão muito fechada de
tudo, é como se todas as coisas e situações que vivencia fossem preto ou
branco, nunca podem ter variações, já que ela se incomoda com tudo, e reclama
bastante também. Além disso, Dana está sempre se justificando sobre tudo o que
faz ou deixa de fazer.
Por ser
narrado em primeira pessoa, acompanhamos seus pensamentos e os momentos em que
ela vive através de sua visão, e ela acabava sendo bastante repetitiva em
diversos instantes, o que irritava profundamente, principalmente porque a
maioria das vezes era para criticar/reclamar de algo que ela não aceitava ou
gostava. Nossa protagonista também tem uma autoestima muito baixa e sempre que
consegue uma oportunidade, rebaixa sua beleza em relação a dos outros,
principalmente de sua melhor amiga, Kimber.
Apesar de
Dana ser um tanto irritante, os outros personagens estão aí para compensá-la. É
muito legal ver a amizade entre os jovens, que fazem de tudo para ajudar Dana,
mesmo que eles precisem arriscar suas próprias vidas. As interações entre Keane
e Ethan são hilárias, já que eles brigam bastante. A relação entre Dana e seu
pai é incrível, o amor que ele sente por ela, apesar de não demonstrar, é quase
palpável, e isso é muito legal. Também gosto bastante do Erlking, que apesar de
ser um dos vilões e a gente saber que ele é um manipulador, além de arrogante,
ele tem seu lado bom e sempre ajuda a protagonista quando ela mais precisa. Só
estava esperando que ele tivesse aparecido mais e que tivesse tido um final
diferente do que foi.
No geral, eu
gostei de como a trilogia foi finalizada, acho que a autora soube criar
elementos e situações para dar um fechamento legal para a maioria dos
acontecimentos que foram iniciados desde o primeiro livro, mas alguns detalhes
acabaram sendo deixados de lado, e isso acabou me incomodando.
Um ponto
muito positivo é que, sendo uma série os volumes são lançados com um período de
diferença entre um e outro, e a autora soube introduzir as lembranças do que
aconteceu nos livros anteriores de uma forma sutil, mas bem feita, fazendo com
que o leitor não se perca, ou tenha que reler o outro livro para entender o que
acontece nesse. E isso é ótimo já que nos situe sem enjoar.
Até o meio
do livro não há muitos acontecimentos, então quem gosta de muita ação o tempo
inteiro pode não curtir isso, eu não me importo, até gosto desse estilo de
narrativa. Por falar nisso, a forma de narrar da autora é realmente ótima e
você se sente ligada aos personagens, e a tudo o que está sendo vivido por
eles, e as páginas passam rapidamente sem que você possa perceber.
Outro fator
que fez com que a leitura ganhasse muitos pontos foi que eu a achei
imprevisível. Eu ia lendo e tentando desvendar como terminaria aquilo tudo e,
como a autora introduziu soluções somente nesse volume, acabei conhecendo os
rumos finais só quando estava chegando ao fim da história, quando começava a
desconfiar do que viria a acontecer.
Se você
espera encontrar Faerie nesse volume, já que nos anteriores não foi possível
ver isso, pode ficar tranquilo que os personagens acabam viajando para essas
terras, mas nem adianta se empolgar muito para ver os costumes das fadas
retratados na história, já que o que teve foi praticamente inexistente.
Sobre a vida
amorosa de Dana, fiquei decepcionada. Como os que acompanham minhas resenhas
sabem, eu adoro quando há um casal na trama, adoro torcer por eles e ficar na
expectativa do que vai acontecer ou quem ela vai escolher (no caso de
triângulos amorosos). Além de não ter tido quase nenhum momento romântico nessa
trilogia, a finalização de com quem ela ficou foi sem graça e totalmente
deixada de lado. Não vou negar que esperava algo diferente e não chegou nem
perto de alcançar minhas expectativas, fora que não gostei do “escolhido”.
A
diagramação segue o padrão dos volumes anteriores, com a mesma qualidade de
impressão e fontes iguais. A capa é linda e não é igual à original, mas eu
gostei dessa versão nacional, principalmente dos brilhinhos que dão um charme a
mais.
Recomendo
bastante essa trilogia para quem curte histórias de fadas e gosta de uma
narrativa fluída, bem desenvolvida e surpreendente em alguns pontos. Só não vá
com muita sede ao pote, esperando muita ação, um casal fofo, ou protagonistas
incríveis, que tenho certeza de que vai adorar a série também.
Avaliação