Essa é mais
uma de minhas resenhas grandes. Acho que, quando gosto tanto de um livro e
quero passar meus sentimentos para as palavras, acaba sendo difícil expressar
tudo o que senti em tão poucas, é como se ficasse incompleto.
Em
“Delírio”, conhecemos Lena, uma garota que, prestes a completar 18 anos, faz
contagem regressiva para receber a cura, ser pareada e poder ter toda a sua
vida definida pelo governo, para, assim, ficar tranquila e sem medo de contrair
a doença tão temida por todos: amor
deliria nervosa, que já causou muito caos e destruição em parte de sua vida
(sua mãe nunca foi curada, e sofreu consequências por isso, que continuam
assombrando Lena até hoje). Lena entendia e respeitava a cura até conhecer
Alex, um garoto que vai mexer com todos os seus sentimentos, fazendo-a se
questionar sobre tudo o que conheceu até então.
Sabe aquela
sensação que você tem quando gosta muito de um livro que está lendo? Difícil de
explicar. É um sentimento forte, de querer ler o maior tempo possível, não
querer largar nem um segundo. É rir, se irritar, xingar, se emocionar com tudo
o que acontece. É torcer. É querer correr contra o tempo e acabar logo, ao
mesmo tempo em que não quer que o final chegue nunca. É alegria e desespero. É
tudo, e não saber definir esse tudo. Foi assim que me senti durante toda a
leitura de Delírio.
A narrativa
de Lauren é intensa e intrigante e, por saber que Lena iria se apaixonar (está
na sinopse), passou a ser instigante porque eu ficava esperando essa situação chegar
para ver como iria se desenrolar, e como a personagem iria lidar com tudo isso
que estava para acontecer, já que seria uma mudança da água para o vinho.
Preciso
confessar que não tinha tanta vontade assim de ler “Delírio” quando soube de
seu lançamento internacional. Achei a capa maravilhosa e ficava babando sempre
que via alguém mostrá-la por aí, mas não passava disso: admiração. Acho que eu
ficava com um pé atrás com distopias em geral. Até que, como adoro romantismo
(e o tema principal desse livro é o amor), resolvi que deveria tentar dar uma
chance a ele. Não consigo me lembrar ao certo o que me fez mudar de ideia (pois
é, minha memória não ajuda!), mas percebi que deveria tentar. E que bom que
mudei de ideia! Se não, iria perder a chance de ter lido esse livro que se tornou
um dos meus preferidos.
Como é
normal em sociedades distópicas, o governo controla os cidadãos, reprimindo-os
e conduzindo-os a pensamentos sobre o que é certo e o que é errado dentro de um
ponto de vista. E, como é de praxe, a grande maioria das pessoas acaba
concordando com esse poder – até porque, se não concordam acabam sofrendo as
consequências (que podem chegar a prisão perpétua ou até morte). No caso de
“Delírio”, o que é considerado uma doença e precisa ser extraído de toda a
população é o amor.
Lena, no
começo, tinha uma autoestima muito baixa, ela não conseguia ver beleza em si
própria, só nos outros, e se rebaixava o tempo inteiro. Tudo isso era bem
irritante. Outra característica que a deixou chata no início do livro é que ela
parecia só ver uma linha reta na sua frente. Todas as coisas que o governo e as
pessoas diziam que eram corretas, ela acreditava e ficava desesperada só de
imaginar alguém fazendo algo contra isso, ela nunca olhava para os lados. Até
que surgiu o amor, ela foi “contaminada” pela doença e sua personalidade também
mudou. É como dizem por aí, o amor transforma as pessoas.
Quando eu
falo assim, você deve pensar: “Nossa, não ia aguentar essa personagem!”. Ou
então, “Como ela pode ter melhorado depois?” Ou ainda: “Se ela é assim, não
quero ler esse livro!”. Mas, acredito que a grandiosidade da personagem é
exatamente porque ela começou a entender o amor e a sociedade com o decorrer da
história. Eu acho que ela foi incrivelmente bem construída e se encaixou perfeitamente
para o papel a que foi introduzida, como protagonista. Não poderia ser alguém
diferente, nem com características distintas, pois se não fosse a Lena, do
jeitinho que ela era, não teria a intensidade e a verdade que ela conseguiu
transmitir através das páginas. A maneira como ela foi aprendendo, questionando
as situações, negando e depois aceitando cada uma delas, caiu como uma
luva. Inclusive, a gente passa a
entender melhor o porquê de a personagem agir como age, conforme a leitura vai
avançando, comparando suas atitudes com as dos demais personagens e com a
sociedade em si.
"Tenho apenas dezessete anos e já sei algo que ela não sabe: sei que a vida não é vida se você apenas passar batido por ela. Sei que o propósito – o único propósito –
é encontrar o que importa e se ater a isso, lutar por isso e se recusar a
soltá-lo."
Outra
personagem que eu realmente gostei foi a melhor amiga de Lena, Hana. Ela era o
oposto total da protagonista, não tinha medo das coisas e queria viver a vida
sem precisar se preocupar com a sociedade e suas proibições. Sei que há um
conto sobre ela, que acontece após Delírio, e antes de Pandemônio, mas ainda
não li, apesar de ter bastante vontade.
Pode até ser
que a sociedade distópica em si não tenha sido super original – para mim foi,
já que esse foi apenas o segundo livro distópico que li. O primeiro foi “Nas
Sombras”, que não é muito parecido. –, então algumas pessoas acabaram se
incomodando com isso. Bom, eu não costumo me incomodar, porque hoje em dia é
muito difícil algo ser totalmente original, e acredito que Lauren soube
introduzir o tema amor como uma doença,
muito bem e eu nunca tinha lido nada parecido, então acredito que a
originalidade dela tenha sido bem desenvolvida nessa área.
Vejo o amor
como um dos sentimentos mais bonitos que existem – se não o mais bonito! – e
super admiro-o em suas diversas formas. Então é estranho imaginar como seria
viver nessa sociedade onde ele é tratado como uma doença feia e contagiosa, que
precisa ser eliminada de todo ser humano, porque quem não for curado é
maltratado, mal visto e considerado como uma aberração. Onde tudo passa a ser
movido pela razão ao invés da emoção. Há, inclusive, um grande preconceito –
que em muitas situações me dava raiva de quem praticava – contra a doença amor deliria nervosa – o amor sob todas as formas. Dá para comparar a
quem faz isso, atualmente, com outros tipos de doença. Pessoas preconceituosas
assim que não merecem o respeito de ninguém.
Apesar de o
amor ser proibido, o romance entre Lena e Alex (outro personagem que eu amei!)
é, justamente, o enfoque principal da trama. E, apesar de haver cenas bem fofas
e algumas até melosas, não aconteceu nada tão de repente (apesar de a paixão
ter surgido com bastante intensidade em pouco período de tempo), o amor entre
os dois nasceu e foi crescendo conforme foram passando tempo juntos, se
conhecendo. Gostei muito de ver esses dois jovens descobrindo, juntos, o que é
o amor no meio de um lugar onde isso é extremamente proibido. Posso, inclusive,
afirmar que eles entraram para os meus casais literários preferidos.
"A Shhh diz que o deliria altera a percepção, compromete a capacidade de raciocinar com clareza, impede julgamentos corretos. Mas ela não diz o seguinte: o amor transforma o mundo inteiro em algo maior."
A sociedade
retratada na trama parecia tão atual, ao mesmo tempo em que é tão diferente da
que vivemos, que as vezes eu tinha a impressão de que a autora quis passar uma
realidade paralela à nossa, e não exatamente algo vivido no futuro.
Alguns
argumentos que o governo usava para demonstrar a gravidade da doença estão
corretos e podem ser encontrados, infelizmente, em algumas pessoas, mesmo hoje
em dia. Tanto é que já vimos casos por aí de pessoas fazendo loucuras – estou
falando das negativas – por amor. Acho que esses argumentos só contribuíram
mais para o engrandecimento da história, para torná-la um pouco mais real,
apesar de, no livro, esses sentimentos excessivos serem generalizados, como se
fossem parte de todo e qualquer amor.
Sobre a
parte gráfica do livro, a editora Intrínseca fez um ótimo trabalho. A capa está
extremamente linda, com seu efeito azul metálico, e o título e o nome da autora
escritos com a foto da menina (como a Hardcover americana), me dá a impressão
de que a garota esteja presa, exatamente o que o livro sugere quando o governo
reprime todo o amor e suas consequências. Todo início de capítulo há um trecho de algo
(artigo, história, versos, etc.), do mundo criado pela autora, alertando sobre
a doença, e eu simplesmente adorei eles, já que deu para perceber todo o
cuidado que Lauren teve ao construir a sociedade de “Delírio”.
Uau. Acho
que essas três letras definem o que senti depois que terminei de ler o livro –
e depois de procurar spoilers da sequência (Eu sei, também não gosto de
spoiler, mas simplesmente não consegui ficar sem saber sobre uma coisa depois
de terminar a última página de Delírio. Se você leu, vai saber do que estou
falando.) –, Lauren Oliver me conquistou mais do que totalmente com essa série.
Algumas
vezes eu precisava parar a leitura para fazer outras coisas, mas não queria, já
que sempre estava acontecendo alguma coisa incrível e eu não queria tirar meus
olhos das páginas. Só sei que não consigo me aguentar de ansiedade para começar
a ler Pandemônio, que, com certeza ainda vai demorar bastante para ser lançado
aqui – até porque Delírio acaba de ser lançado –, mas que já entrou para a
minha lista de continuações mais aguardadas de todos os tempos!
Se você
ainda quer saber se eu recomendo? Não apenas recomendo, eu peço, leia!
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Li Antes que eu vá em março e me apaixonei pela escrita da Lauren. Estou louca para ler Delírio. Na realidade qualquer livro dela, porque, como disse, amei o livro que li dela, e ela é uma pessoa muito criativa.
ResponderExcluirBeijos.
Carissa
Arte Around the World
Ainda não li nenhum livro da autora, mas já li algumas resenhas sobre esse livro especificamente, e estou começando a ficar muito curiosa. Parece diferente, intrigante. Gostei da sua resenha.
ResponderExcluirAbraços.
Amanda
Você é o que ler.
Quando o livro só estava lá fora também não me interessei, mas desde que lançou no Brasil estou superinteressada! Tenho vontade de ler "Antes que eu vá", também lançado pela Intrinseca e também da Oliver, hahah.
ResponderExcluirAdorei a resenha! Acho que passou pelo menos um pouco de suas emoções. Bj! :)
Me sinto arrependida por não ter pego o livro dentre as opções do top comentaristas!!
ResponderExcluirSobre a capa, quando olho de perto eu não consigo ver a menina, talvez seja efeito do meu óculos, mas quando vejo de longe :3 vejo ela
:p
@Mayh_Fernandes
ExcluirDelírio é um livro que me despertou interesse desde quanto eu li a sinopse dele, mas ainda assim tive medo de comprar, não sabia direito se amor como tema central em uma distopia funcionar. Mas depois dessa resenha, não tenho dúvidas haha. A cada resenha que leio sobre ele, me interesso mais, não vai ter jeito. Ótima resenha, beijos!
ResponderExcluirEsse livro me chamou muito a atenção , em primeiro lugar , por conta da capa lindissima , agora leio resenhas dele pela blogosfera guase que diariamente , e estou muito confusa no que pensar , algumas blogueiras nao gostaram muito do livro ,outras como vc adoraram , quando isso acontece fico curiosa para ler e tirar minhas proprias concluções ,eu tb sou assim , quanto mais eu gosto de um livro mais e mais quero falar dele sem parar , isso aconteceu com jogos vorazes . Ainda não li muitos livros sobre distopia e tal e estou bem curiosa pra começar a ler . Por tudo que vi aqui e por ai sobre esse livro eu acho que vou gostar ,tb sou romantica , e onde tem romance eu gosto . Bjus Miih
ResponderExcluirConcordo com tudo o que vc disse na resenha... Delírio foi lindo e me encantou profundamente. Alex e Lena são um casal lindo e a descoberta do amor entre eles eh algo muito admirável e fofo, e a trama toda foi tao bem construída que eu já idolatro a Lauren Oliver por ter conseguido se destacar em meio as distopias usando este tema, O AMOR, com muita maestria. E aquele final, OMG, estou surtando por Pandemonium, e vou comprar em inglês porque não me aguento de curiosidade. Eu preciso saber do Alex OMG! Com certeza este livro eh um MUST READ. (;
ResponderExcluirBeijos ;*
Maccky | Maccky;s Bookshelf
http://macckysbookshelf.blogspot.com/
Delírio está com certeza na minha lista de desejo. Infelizmente, ainda não sei quando poderei ler tal livro. Adorei a sua resenha, realmente parece ser um bom livro. Mesmo já tendo lido algumas resenhas negativas dele. Eu adoro distopias, então não dispenso uma.
ResponderExcluirBeijos, Júlia
Desvaneios
Yume Facts
Td vez que eu leio uma resenha desse livro eu me pergunto qual a relação dessa autora com o amor, porque o amor não causa estragos, quem esmerdeia (com o perdão da palavra) a vida é a paixão que faz com que os seres humanos façam td na emoção...já o amor é calmo e ao contrário faz vencer td...
ResponderExcluirE digo mais acredito que o amor que é capaz de mudar o mundo...Por isso que eu digo que quero ler esse livro e entender o que ela colocou...e ainda mais ver a personagem descobrindo o que é o amor...
Como sempre resenhas ótimas hein Thata =P
Miquilis:
Bruna Costenaro (bruheadbanger@hotmail.com)
Oi Tatha,
ResponderExcluirEntendi perfeitamente sua descrição do amor por esse livro...
já senti isso algumas vezes... é mágico!
Com relação ao livro, achei que só achava o livro bonito, mas não tinha pretensão de lê-lo... somos parecidas!
Mudei de opinião na Turnê Intrínseca, quando ouvi a sinopse e achei de deveria dar uma chance ao livro...
ainda não li...
mas depois da sua resenha...
vou ler certeza!
não sei quando, pq a lista tá grande...
já tenho 6 livros me esperando...
mas...
VOU LER!
Gostaria de te parabenizar, pois a resenha ficou PERFEITA!
Será que um dia faço um post assim?
bjinhos!
Nooossa, simplesmente amei a resenha e achei a capa totalmente divaaaaa.
ResponderExcluirfiquei morrendo de vontade de ler...
parabéns pela resenha.
beijos.
Eu estou louca por esse livro, a sinopse é ótima, as resenhas só falam bem dele, as pessoas que eu conheço e leram amaram a história. O único problema... A pilha de livros novos que tenho para ler, mas livros para ler é um ótimo problema! rsrsrs
ResponderExcluirSua resenha ficou maravilhosa, parabéns!
@sophia_samhan
Li varias resenhas sobre o livro porem ainda não tive a oportunidade de ler.Mas pelo que vi parece realmente ser bom. Adoro distopias e com certeza ele vai entrar na minha "pequena" lista de desejados.
ResponderExcluirGostei tanto da resenha,que não resisti...tive que comprar o livro,confesso que no inicio não gostei muito,parecia muito parado,mas que bom que eu continue a ler e percebi que estava totalmente errada,o livro realmente é muito bom,não a ponto de entrar na lista dos meus melhores,mas é boom! e a resenha tá linda geente! *_*
ResponderExcluirDeve ser um ótimo romance com toda certeza, não deixaria de ler se ouvesse oportunidade.
ResponderExcluirMas o que me chamou atenção foi a capa, porque não entendi nada dela, sou daltônico e não entendi a imagem por trás das letras a primeira vez que vi, aliás ainda não consigo ver, só pelas resenhas que li e pelo que me disseram que sei como ela é. :(
rodrigobill10@hotmail.com
tem como saber se eu preenchi o formulario deste post?
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