Recursos Desumanos – Pierre Lemaitre


Quando li a sinopse dessa obra, fiquei interessada com o que parecia ser essa história, que inspirou uma série homônima da Netflix. Amo livros de suspense e mistérios que conseguem nos cativar, e após ler algumas críticas positivas sabia que precisava ler o quanto antes.

Nesse volume conhecemos Alain Delambre, um homem de 57 anos, que é ex-diretor de recursos humanos e que já está desempregado há quatro anos. Ele sabe que na sua idade as chances de contratações são pequenas e se sente muito desgastado e ressentido, já que só consegue bicos para se sustentar, além do salário de sua esposa. Quando uma grande empresa resolve considerar a sua candidatura para um cargo na área em que trabalhava, nosso protagonista está disposto a fazer qualquer coisa por esse emprego.

O teste de recrutamento é uma simulação de uma tomada de reféns para identificar como os funcionários reagiriam sobre forte pressão. Então Alain, sedente pela vaga, arrisca tudo para conseguir se preparar, mesmo que isso signifique ter atitudes que outras pessoas possam considerar erradas e questionáveis. Com o seu orgulho ferido e querendo voltar a ter prestígio, nosso protagonista se mostra um cara arrogante e manipulador, porém um marido fiel e um pai preocupado.

Achei esse pano de fundo bem interessante, pois estamos acostumados com esse tema de desemprego e competividade que muitas vezes mexe com o ego das pessoas, e pode inspirá-las a ter atitudes até mesmo diferentes, tudo para não ficar socialmente manchado e para alcançar um objetivo. Como nunca li nada com esse tema, curti bastante a leitura, que foi dividida em três partes: antes, durante e após a simulação de recrutamento.



Um Amor Conveniente – Girl Meets Duke 02 – Tessa Dare


Alexandra Mountbatten conserta relógios e é assim que se sustenta, afinal é órfã e não tem nenhuma família perto. Quando ela passa por uma situação em que perde seu modo de ganhar dinheiro, decide aceitar uma proposta que tinha declinado alguns momentos antes: virar a aia de duas meninas rebeldes, também órfãs, para transformá-las em damas. Tarefa que ninguém conseguiu, afinal elas têm personalidades fortes.

Como o salário é alto e Alex precisa, embarca nessa aventura, se esforçando para que confiem nela. No processo, percebe que as duas não precisam de disciplina, mas sim de um lar com amor e segurança depois de tudo que enfrentaram.

O problema é que o guardião delas é Chase Reynaud, herdeiro de um duque, solteirão convicto e mulherengo. Embora ele se considere uma causa perdida, Alex consegue enxergá-lo com outros olhos, mas não o bastante para Chase mudar todos os seus ideais e decisões. Ou será que um pouco de afeto pode modificar isso?

Esse ano está sendo da Tessa Dare nas minhas leituras. É o 4º livro que leio dela e 2020 está sendo difícil manter meu ritmo, tanto por conta do cenário que ainda estamos vivendo quanto por outras questões pessoais que enfrentamos e que mexeram MUITO com nosso psicológico. Então li menos do que nos anos anteriores (metade), mas ela foi a autora que mais li. E estou apaixonada por suas obras!

Esse é o 2º volume dessa série independente, então já conhecíamos Alex do livro anterior, “Um Casamento Conveniente”, já que ela se tornou uma das amigas de Emma – que também pudemos rever aqui junto com Ashbury e adorei!

Gostei muito de entendê-la melhor, saber mais a fundo seus sentimentos, modo de pensar e agir. Achei bacana que ela tem uma personalidade forte e decidida e gosta de observar os céus atrás de cometas, o que geralmente não vemos abordado em livros do gênero, introduzindo o assunto astronomia no enredo. Ela também traz um passado diferente, pois viveu a infância num barco a mar aberto, trazendo questões emocionais que precisam ser trabalhadas.

Confesso que apesar de ter gostado de Chase, ele não foi meu preferido e me incomodou em algumas situações. Mas no final eu me encantei. Ele também tem questões a serem resolvidas com relação ao seu passado. Mas o grande destaque da trama são as pupilas Rosamund e Daisy, duas crianças muito inteligentes e com gostos peculiares.



Um Amor de Sete Vidas - Sérgio Chimatti

Desde muito pequena eu nunca consegui ver desenhos ou filmes onde animais eram protagonistas e sofriam, seja pela morte de um personagem, seja pelas situações da narrativa. Com isso nunca assisti ao Rei Leão, por exemplo, ou aqueles filmes de sessão da tarde com cachorros. O tempo passou e eu continuei assim, evitando livros com animais, até que resolvi ceder ao que eu imaginava ser um livro com um gato protagonista. Um Amor de Sete Vidas, escrito Sérgio Chimatti, e publicado pelo selo Academia parece mas não esse tipo de estória.

Cristiana é uma gótica apaixonada por gatos, ela e seu primo compartilham esse amor e adotam mais gatos do que podem cuidar. Diego no entanto é alcoólatra e não tem conseguido contribuir para cuidar de seus bichinhos. Ambos compartilham uma estória, não sabem quem são seus pais, e nem como morreu a mãe de Diego. Mas a vida destes dois jovens não é o que parece, e está para mudar radicalmente quando a morte aparece muito de perto.

Estou muito familiarizada com romances espíritas, e gosto de uma linha eu diria mais densa e direta, sem romance ou atenuantes. Chimatti realizou sua narrativa em terceira pessoa com as mesmas características de uma romance espírita, mas sem um espírito narrando (mas imagino que com certeza inspirando) ou que seguisse um destes extremos comuns, nem temos uma estória açucarada como uma Zíbia Gasparetto, nem chegamos ao umbral de muitas obras do Robson Pinheiro. Na verdade a mistura que ele criou neste volume é extremamente interessante e acessível.

Desde como atuam os mentores espirituais aqui chamados de anjos, até como estão os espíritos que não partiram para colônias ou até zonas umbralinas, passando por capacidades psíquicas do ser humano e de animais. É possível encontrar referências da umbanda, kardecismo e até viagens astrais na narrativa. Essa mistura cria uma visão muito rica e completa do que pode ser visto e vivido no astral e na realidade de quem perde alguém ou passa a estudar a espiritualidade.

A protagonista Cristiana é uma gótica com 27 anos que trabalha com o um site de vendas de artigos góticos e esotéricos, mas que passa a maior parte do sue tempo cuidando de seus mais de cinquenta gatos. Achei extremamente interessante Chimatti atribuir esta cultura a personagem, e mas que ela mesmo mais velha e sofrendo preconceitos por conta de sua escolha persistisse nela, não cedendo a sociedade. Minha única objeção quanto a personagem é que ela tem um discurso muito infantilizado e feliz, soando muitas vezes artificial e forçado. Talvez alguém conheça alguém como ela, mas eu não achei autêntico. Isso também acontece com alguns outros personagens, e me causou desconforto.



Arrancada do Meu Mundo – C.C. Hunter


Eu já conhecia C.C. Hunter e havia me apaixonado por sua escrita porque acompanhei “Acampamento Shadow Falls”, sua série com uma pegada de fantasia que era uma das minhas favoritas de YA Sobrenatural no passado. Inclusive a série é bem especial para nós porque trechos das nossas resenhas estão nas orelhas de alguns volumes. E mesmo que eu tenha torcido para a ponta do triângulo errada, me encantei com a narrativa.

Mas eu ainda não tinha tido a oportunidade de ler uma obra contemporânea de C.C. Hunter (essa é a segunda publicada). Quando li a sinopse desse novo título, fiquei bem empolgada com a história, que parecia ser incrível e do tipo que com certeza iria me conquistar, então resolvi ler assim que me foi possível.

Em “Arrancada do Meu Mundo” conhecemos a história de Chloe, uma adolescente que viu toda a sua vida mudar quando seus pais se separaram. Agora ela e sua mãe se mudam de cidade para ir morar na antiga casa da avó, e tudo que ela amou fica para trás. Isso porque o pai traiu sua mãe e não repara na dor que causou, agora os dois só sabem falar mal um do outro e ela tem que lidar com tudo. Além do mais, sua mãe está com depressão e aquela família feliz que a adotou quando tinha apenas três anos já não existe mais.

Nessa nova cidade, Chloe se vê assombrada por enigmáticas lembranças de quando era pequena. E quando conhece Cash Colton, se sente estranhamente atraída por ele, até que Cash conta o verdadeiro motivo pelo qual a procurou. Chloe é uma cópia exata da filha dos pais adotivos dele, por quem ainda choram, e ele está determinado a descobrir a verdade. Então ambos embarcam em uma investigação para descobrir o que realmente aconteceu no passado.

Cash é um jovem assombrado pelo que viveu anteriormente e por isso não deixa as pessoas se aproximarem muito, já que acredita que não merece o amor. Quando vemos sua aproximação com Chloe, percebemos que isso acaba trazendo algumas coisas do seu passado à tona e como é doloroso para ele.



A Regra é Não Ter Regras – Reed Hastings & Erin Meyer


Acho que todo mundo conhece ou já ouviu falar na Netflix. Com a revolução que essa plataforma de Streaming causou em todo mundo, ela se transformou em um dos principais nomes da indústria de entretenimento, tendo mais de cento e oitenta milhões de assinantes e estando presente em cento e noventa países. Sua receita anual gera milhões de dólares, e ela é uma verdadeira revolução na filosofia corporativa.

Como amo livros que trazem assuntos como esse e adoro conhecer um pouco mais da história por trás das grandes empresas, fiquei super empolgada com essa leitura, até porque Reed Hastings, cofundador, presidente e CEO da Netflix, se uniu a Erin Meyer, especialista no mundo dos negócios, para falar um pouco para a gente sobre essa marca, que é um exemplo de criatividade e adaptação, que transformou a cultura mundial.

Eu, por exemplo, não sabia que a Netflix era uma empresa de locação de DVD pelos correios antes de virar essa superpotência de streaming. E foi delicioso acompanhar como em vinte anos essa empresa se transformou no que conhecemos hoje. Com relatos nunca antes compartilhados e centenas de entrevistas com funcionários, esse título aborda um pouco sobre como Hastings transformou a sua empresa em um símbolo de inovação e sucesso global.

Com uma leitura fácil e bastante acessível, vamos acompanhando a trajetória dessa marca, os erros e acertos ao longo do caminho, e os detalhes dessa cultura implantada de liberdade com responsabilidade, onde os funcionários são incentivados a dar Feedbacks sinceros o tempo inteiro, não só para os colegas de trabalho, mas também para os chefes, onde não existe um código de vestimenta e onde se paga um dos salários mais altos do mercado. Esse volume nos traz diversas dicas sobre os mundos dos negócios e nos inspira, independente da função que exercemos em nossas vidas.



Onde os Sonhos Acontecem – Robert Iger


Sempre gostei de livros que tratam temas como Crescimento Profissional / Negócios / Por Trás das Marcas e coisas do tipo. Sou uma viciada em conhecer um pouco mais sobre essas histórias e sempre que possível estou lendo livros desse gênero. Quando vi que Robert Iger escreveu uma obra contando um pouco sobre sua trajetória na Disney, sabia que precisava ler o quanto antes.

Nesse volume conhecemos um pouco mais sobre nosso autor, que começou como assistente de jornalismo na ABC, mais tarde comprada pela Disney, e foi crescendo nos cargos até se tornar o CEO da The Walt Disney Company. E nessa caminhada ao topo ele conheceu diversas pessoas, aprendeu lições valiosas e nunca perdeu sua essência, sendo conhecido até hoje pela sua liderança gentil e visionária.

Focando em restringir sua visão a três pilares muito importantes, que são comprometer-se com a qualidade, aceitar a tecnologia ao invés de enfrentá-la e pensar em escala global, Iger foi essencial na trajetória da companhia e esteve à frente de aquisições muito importantes. Entre elas, posso citar Pixar, Marvel, Lucasfilm e 21st Century Fox, levando o valor de mercado da Disney ser cinco vezes maior do que em 2005.


Com uma leitura fácil, rápida e fluida esse é um dos melhores livros sobre gestão que já li. Com muitas lições sobre a liderança, esse volume consegue nos conquistar não só com histórias interessantes e dicas sobre negociação, mas também com a história do autor e seu crescimento profissional. Adorei conhecer um pouco mais sobre Iger, que mostrou que é possível gerir mais de 200 mil funcionários de forma justa, otimista e corajosa, além de ser inovador e bem-sucedido.



Talvez Você Deva Conversar Com Alguém – Lori Gottlieb


Quando li a sinopse desse título fiquei bem interessada na trama, que nos traz um relato da autora sobre histórias comuns de seus pacientes mesclada com a história dela própria como paciente. Achei isso bem interessante, pois acaba criando no leitor uma identificação, já que narra coisas que as pessoas realmente sentiram e passaram. Com isso, precisava ler esse volume o quanto antes, então ele pulou na frente na minha lista de Próximas Leituras.

Após um término difícil de um relacionamento de dois anos, vemos a amiga de nossa protagonista conversar com ela para procurar um terapeuta para aprender a lidar melhor com essa questão, já que a mesma está tendo dificuldades para aceitar o que aconteceu. No início, isso até pode ser um choque, já que ela é uma profissional de terapia, porém, ela percebe que também precisa de ajuda. Sendo assim, nesse volume vamos acompanhar dois momentos, sendo que em um deles nossa protagonista é a terapeuta e no outro ela é a paciente.

Lori também nos traz o relato de quatro de seus pacientes (na obra eles tiveram seus nomes reais modificados), nos quais cada um deles traz diferentes casos que estão tendo que enfrentar, e, com isso, aprendemos um pouco sobre suas lutas, dores, sentimentos e o que estão lidando. Foi ótimo acompanhar a história de todos eles e ver os seus crescimentos pessoais. Claro que em alguns momentos nosso coração fica pequeno, já que todos temos nossos medos, inseguranças, tristezas, etc. Mas gostei muito de acompanhar tudo e com certeza me identifiquei em diversos momentos.

Esse é aquele tipo de livro que consegue nos conquistar fácil. A história mexe com nossos sentimentos e nos mostra que as vezes é preciso pedir ajuda e que devemos realmente fazer isso. Conversar com um terapeuta muitas vezes nos auxilia bastante para conseguirmos lidar com todas as emoções que vivemos. E achei que a forma que a autora abordou tudo muito incrível.



Horror Na Colina de Darrington – Marcus Barcelos



Para ser sincera, eu nunca tinha lido histórias assustadoras (terror) nacionais, mas achei essa interessante e é uma trama curtinha. Como é o mês do Halloween e eu queria prestigiar obras escritas por autores brasileiros, resolvi embarcar nessas páginas.

Gostei bastante da experiência e agora preciso ler mais obras do autor, inclusive a continuação, “Dança da Escuridão”, já está na minha lista de desejados e pretendo ler muito em breve. Principalmente porque o final deixou algumas pontas em aberto, então quero (e preciso!) muito saber o que aconteceu com Ben depois de tudo o que ele passou neste volume.

O protagonista da história é Benjamin Simons, um jovem de 17 anos que vive num orfanato, e em 2004 vai para a casa de membros de sua família na Colina de Darrington para ajudá-los, já que sua tia teve um derrame muito estranho e sua priminha Carla de 5 anos ficou sem ter alguém para cuidar dela direito, pois seu pai tinha que trabalhar e a irmã mais velha morava na cidade para estudar.

Lá, coisas estranhas começam a acontecer e Benjamin tenta lutar para entender aquilo. Sofre perdas e sua sanidade é posta à prova: realidade x loucura. Ele conta com a ajuda de uma pessoa para tentar entender todos os acontecimentos, mas as consequências são terríveis ainda assim. Sendo em 1ª pessoa, podemos entender melhor seus sentimentos e tudo o que ele viveu.

10 anos se passam e o que ele vivenciou naquele lugar ainda o assombra. Então Ben decide que tem que voltar para desvendar tudo ou viverá com medo para sempre. Então acompanhamos suas memórias por seu relato sinistro e temos a chance de conhecer detalhes através de recortes de jornais, arquivos médicos, etc.

No começo, me senti um pouco confusa, mas segui adiante e achei a narrativa do autor muito boa. Com amarração de pontos obscuros, mesclando realidade, passado e presente. A trama se passa nos EUA, estilo filme de terror americano, mas poderia ser no interior do Brasil, já que aqui também tem colinas que parecem assustadoras.



O Homem que Odiava Machado de Assis – José Almeida Júnior



Após ler muitas críticas positivas sobre esse livro, fiquei bem interessada em começar a embarcar em suas páginas, já que a trama mistura realidade com ficção e nos apresenta uma história utilizando como personagem um dos maiores autores do Brasil, Machado de Assis. Sendo assim, quando tive a oportunidade comecei essa leitura e agora venho compartilhar com vocês as minhas opiniões.

Nesse volume conhecemos Pedro Junqueira, o narrador dessa obra, que no dia do enterro de Machado de Assis nos leva a conhecer toda a sua história com o autor. Sendo assim, voltamos alguns anos para conhecer Pedro quando ainda era um menino mimado, filho de uma família rica, que após perder a mãe, se viu obrigado a ir morar com a Tia em sua fazenda. Lá, ele acabou conhecendo Machado de Assis um menino de mesma idade, porém pobre, mulato e com epilepsia. Desde esse dia, ambos se odiaram e se tornaram grandes rivais.

Sem entender como negros poderiam ter regalias como os brancos, nosso protagonista passa a canalizar toda a sua raiva em Machado de Assis (na época ainda conhecido como Joaquim). Os anos vão se passando e Pedro é enviado para estudar em Portugal e lá se torna um advogado. Ao conhecer uma mulher apresentada por um dos seus amigos, ele acaba entrando em um relacionamento, mas muitas coisas acontecem e ambos acabam se separando.

Pedro, ao voltar para o Brasil, descobre que sua ex-namorada agora está casada com seu arqui-inimigo. E, para piorar as coisas, o Joaquim de sua infância ainda roubou uma de suas ideias publicando "Memórias Póstumas de Brás Cubas".



Quase Rivais – J. Sterling

 


A família de Julia é dona de uma vinícola muito importante, ela é apaixonada por seu trabalho, participa de competições com suas criações e produz vinhos premiados. E está sempre competindo com James, dono da vinícola vizinha, que fica em 2º lugar todas as vezes, o que traz um gosto melhor para a vitória de Julia, afinal eles são inimigos.

O motivo? Nem eles sabem. Mas suas famílias se odeiam há algumas gerações e as explicações não são as melhores. Porém, ambos cresceram sabendo que precisavam se odiar e evitar ao máximo qualquer contato com o inimigo. Tudo seguiria assim se não fosse por um pequeno detalhe: James é apaixonado por Julia desde criança e ela também sente algumas várias fagulhas por ele.

Quando eles começam a se aproximar e pode ter alguma coisa acontecendo ali, James decide que é hora de agir. Mas será que ele sozinho é capaz de mudar os sentimentos de ódio de tantas pessoas e anos acumulados?

Essa história é uma versão moderna inspirada em Romeu e Julieta. Agradável, sem dramas e fofa, é uma leitura bem leve, divertida e rápida. A narrativa da autora flui bem e como exemplar é curto (tem apenas 160 páginas), é ótimo para quem quer algo para passar o tempo ou intercalar no meio de obras mais densas.

“ – Existe uma versão da história em que eles vivem felizes para sempre em vez de morrer?

– Não que eu saiba.

– Então, acho que ela merece ser escrita.”

Gostei de ambos os protagonistas, e o fato de já terem sentimentos um pelo outro faz com que o relacionamento não pareça forçado e a trama também se desenvolva mais rápido. Outros personagens que ganharam destaque e adorei conhecer foram os melhores amigos deles, Jeanine e Dane.

A história tem um estilo bem-humorado com uma pegada romântica mais fofinha, mas também tem cenas bem quentes. E consegue prender o leitor de um jeito encantador, fazendo com que seja um livro ideal quem gosta de obras que podem ser lidas em um dia. Apesar disso, o enredo tinha bastante potencial e podia ter sido melhor explorado e os personagens mais desenvolvidos.



Pistas Submersas – Doggerland 01 – Maria Adolfsson



Sempre gostei de livros de suspense que nos deixam vidrados atrás de pistas para desvendar o grande mistério. E quando li a sinopse desse volume, sabia que precisava lê-lo o quanto antes. E foi assim que fiquei submersa nas páginas desse título e agora venho compartilhar com vocês as minhas opiniões.

Nesse volume conhecemos Karen Hornby, uma detetive que acorda na manhã seguinte ao grande festival das ilhas de Doggerland, norte da Escandinávia, com uma grande ressaca e com o seu chefe dividindo a sua cama de hotel. E para piorar todo o pesadelo, à tarde, quando ela está em sua casa tentando esquecer tudo o que aconteceu, recebe uma ligação do chefe da polícia, dizendo que a ex-mulher do seu chefe foi encontrada morta e por isso ela iria ficar à frente do caso, se tornando a líder da investigação.

Agora nossa protagonista começa a investigar o caso e acaba descobrindo vários segredos, coisas que aconteceram nos anos setenta e que parecem ter uma ligação com os atuais acontecimentos. Com uma narrativa em terceira pessoa, conseguimos entender tudo de uma forma mais ampla, o que foi bem legal e nos deu uma melhor visão sobre o caso.

Esse volume consegue nos prender do início ao fim. Desde que descobrimos o crime até desvendarmos o culpado, acompanhamos uma trama cheia de reviravoltas com uma protagonista forte e determinada, que além de inteligente e com uma personalidade sombria, nos conquista com o seu jeito determinado de ser, mesmo tendo que lidar com muitas coisas como o machismo em seu ambiente de trabalho. Algo que gostei é que ela é uma mulher mais velha do que geralmente leio.



Adultos – Emma Jane Unsworth


 Desde que li a sinopse desse volume, fiquei encantada com o que parecia a história, até porque AMEI “Bridget Jones” e li que essa obra teria ares semelhantes (mas não achei), e já estava com saudades de ler uma comédia agridoce. Por esse motivo, fiquei muito feliz em receber a Caixinha do Intrínsecos com essa edição linda (e lilás), e assim que foi possível embarquei nessa leitura. Agora venho compartilhar com vocês o que eu achei.

Nesse volume conhecemos Jenny McLaine, uma mulher de 35 anos que é colunista em uma revista feminina descolada, tem sua casa própria e namora um fotógrafo famoso. Sua vida parecia perfeita nas redes sociais, mas de longe era assim. Ela não conhecia seu pai, não tinha o melhor dos relacionamentos com a mãe e tinha surtos de ansiedade por se preocupar demais com a imagem.

Quando a situação parece chegar ao limite, suas amizades se tornaram superficiais, seu relacionamento acaba e a internet parece querer seu fim, a mãe de nossa protagonista, uma médium pioneira nos traumas da filha, resolve intervir. E assim Jenny precisa voltar a aprender a conviver com a mãe e lidar com as dificuldades de sua vida e não apenas ignorar as coisas que estão acontecendo ao seu redor.

Essa obra traz uma forte crítica ao modelo de vida que muitos estão levando atualmente, já que passam muito tempo tentando fazer tudo parecer perfeito nas redes sociais. No começo é uma leitura mais arrastada, porém, conforme vamos lendo o livro começa a nos cativar e começamos a entender um pouco melhor a Jenny, que é uma protagonista bem real, muitas vezes egocêntrica e mimada.


Gostei de ver como ela até conseguiu amadurecer durante a trama e de como alguns assuntos importantes foram tratados. Em geral essa foi uma narrativa rápida e fluida (depois do começo mais cansativo), que consegue conquistar a gente com uma linguagem simples trazendo o retrato de uma mulher que poderia ser nossa amiga e de uma ansiedade que é muito comum nas pessoas atualmente.