Na coluna In
Our Living Room de hoje trouxemos uma convidada super fofa, a Paula Ottoni, que
já lançou dois livros, de forma independente, e que espera o lançamento do
terceiro, “A Garota da Torre”, que faz parte de uma trilogia, em breve pela Editora Gutenberg.
Sobre a autora: Brasileira,
brasiliense, nascida em 16 de Setembro de 1992, estudante de Design na
Universidade de Brasília. Paula Ottoni foi o pseudônimo que criou para se
lançar como escritora. Leitora voraz, Ana Paula Fogaça começou cedo a escrever.
Aos treze anos terminou seu primeiro livro de ficção (nunca divulgado nem
lido), o qual ainda pretende reescrever um dia. A partir daí não parou mais de
criar histórias. Em junho de 2010 teve o conto "Projeto do Amor"
publicado na revista Capricho, e nos anos seguintes publicou, de forma
independente, os livros “Uma Princesa em Meu Lugar” e “A Destinada”, esse último com
resenha aqui no blog, para conferir, clique AQUI.
Quer
conhecer melhor a Paula e suas obras?
Também
confiram a entrevista, que ficou ótima! :D
Sabemos que os contos de fadas fizeram
parte da sua infância. Eles ajudaram a desenvolver seu lado de escritora? Se
sim, como isso aconteceu?
Não sei se
há alguma comprovação científica de que contar histórias para crianças as ajuda
a desenvolverem significantemente sua criatividade e o amor pela criação
narrativa, mas acredito sinceramente que comigo isso aconteceu! Minha mãe
sempre me contava histórias, eu tinha coleções daqueles livrinhos de contos de
fadas, que eu amava, até mesmo os mais tristes (tipo “A Pequena Vendedora de
Fósforos”...). Eu era apaixonada pelas princesas e tive aniversários temáticos
(eu adorava girar usando aqueles vestidos de Bela e Cinderela haha).
Minha mãe
estava sempre lá me inserindo cada vez mais no mundo mágico (e instrutivo) dos
contos, me levava fitas de vídeo (sim, nada de DVDs nessa época rs) de vários desenhos,
eu lia gibis, livros ilustrados e via filmes infantis e acho que isso faz toda
a diferença na formação de uma criança. Afinal, são estímulos, elas aprendem
com aquilo que veem e vivem, e eu sempre fui estimulada a sonhar e todo esse
tipo de coisa que as histórias fantásticas ensinam. Escritores são movidos por
sonhos, frustrações, pela beleza e o caos, por uma sensibilidade que está
dentro deles e é construída com o tempo e a observação do mundo.
Costumo
dizer que o meu mundo é o da fantasia. Desde pequena, e até hoje, sonho em ser
transportada para uma dimensão mágica paralela. Uma carta de Hogwarts, um
armário, qualquer coisa ou pessoa “maluca” dizendo que há um outro mundo
impressionante, cheio de aventura e coisas impossíveis acontecendo, honra,
seres mitológicos, heróis e deuses, romances intensos e batalhas épicas.
Enquanto não acho esse portal (e vou continuar esperando), eu me refugio na
escrita que, de certa forma, me rapta por algumas horas e faz real toda essa
imaginação.
Paula Ottoni na verdade é um pseudônimo.
Qual o motivo de você não ter usado seu nome verdadeiro para assinar suas
obras?
Então... não
sei se há uma resposta exata. O que provavelmente me fez decidir por isso foi o
fato de que sou no geral uma pessoa reservada, e escrever e viver a minha “vida
normal” meio que acabavam sendo duas coisas distintas. Estou estudando para uma
carreira que não vou dizer que não tem nada a ver com a escrita, porque em
muitos pontos as coisas podem se sobrepor ou, pelo menos, se complementar. Mas,
bom, eu sou uma estudante universitária de Design, e senti que o meu lado
escritora meio que tinha de ser separado de alguma forma. Eu teria dificuldade
de me organizar se não o fizesse. Com o pseudônimo, eu sei a hora de assinar
como Paula Ottoni e a de ser a Ana comum do dia-a-dia, futura designer. Mas eu
sou eu, um nome é apenas um nome (momento filosofia barata haha), mas gosto de
ser a Ana e a Paula, e a Ana Paula, onde as duas viram uma. Pensei, ainda, em
termos mais “práticos” de nome, o que soa melhor, fica mais curto e fácil de
escrever, etc. Também não é um sobrenome que não tem a ver comigo, ele tem sim,
bastante. Ottoni é da família da minha mãe e eu não herdei.
Você já escreveu diversos livros, sendo que
alguns deles ainda nem foram publicados. Você está procurando editora para
eles, tem previsão de publicar de forma independente ou pretende deixá-los
guardados por algum tempo ainda?
Ah, e aqui
eu venho com a maravilhosa notícia! Agora eu tenho uma editora!! \o/ Meu
próximo livro, “A Garota da Torre”, vai ser publicado pela Autêntica, selo
Gutenberg! Não há data prevista ainda, mas estamos trabalhando cuidadosamente
no texto para que fique o melhor possível para os leitores! “A Garota da Torre”
é o primeiro de uma trilogia de ficção fantástica para o público jovem. Em
breve divulgo mais detalhes, mas o livro já pode ser encontrado no Skoob. Tudo
por enquanto é provisório, inclusive a capa representativa. Mal posso esperar
para que conheçam essa história! ;D
Seu conto “Projeto do Amor” venceu a 5ª
etapa do concurso de ficção CaprichoFic, e foi publicado na revista Capricho
depois de ser lido por Meg Cabot. Qual foi a sensação de saber que uma autora
consagrada internacionalmente escolheu o seu dentre diversos contos e que depois
ele foi publicado em uma revista conhecida no país inteiro?
Cara, não
tem preço!! É uma coisa, tipo assim, “UAAAAU, OMG!” Até hoje não acredito! haha
Imagina a minha cara quando em 2010, sem nem previsão de publicar nada ainda,
eu recebo um telefonema, à noitinha, vendo um dos meus programas de TV
favoritos na época (dica: Heartland, série canadense sobre um rancho de cavalos,
duas irmãs e um avô), sozinha em casa, aí atendo e uma moça me diz algo como,
“Oi, aqui é da revista Capricho, seu conto venceu o concurso de ficção!”, eu
tipo “O quê? É brincadeira, né? É sério isso??”, daí comecei a pular, gritar,
chorar, perguntei qual o conto (porque eu tinha mandado dois. O que venceu foi
o segundo), e ela me disse que todo mundo lá tinha adorado o “Assimilador-de-Pensamentos-Ulta-Sênior-3000”,
e eu sem acreditar! haha
Quando
desliguei, tremendo, saí ligando pra todo mundo, e tudo o que eu queria era que
minha mãe chegasse logo em casa para eu contar a novidade. Antes de sair a
revista fiquei indo na banca o tempo todo, quando chegou comprei logo duas.
Isso me deu muita esperança, numa época em que eu não tinha confiança
suficiente em mim mesma e já estava meio desiludida com os muitos “nãos” que já
havia recebido. O que tiro disso tudo e aconselho é: acredite!! Você pode ser
lido por sua autora preferida, e ter seu texto numa revista famosa, mesmo que
mais de uma dúzia de editoras tenha dito não para as suas escritas.
Em 2011 você publicou seu primeiro romance,
“Uma Princesa em Meu Lugar”, de forma independente. Como foi essa experiência?
Ficou feliz com o resultado?
Essa
publicação independente pelo site Bookess, a qual não me gerou custos, não foi - e eu sabia na época - a melhor maneira de
disseminação do meu livro, por motivos de qualidade gráfica, pouco ou nada de
retorno em lucros, dificuldade de compra e distribuição, etc. Porém eu não me
arrependo e sou muito grata por ter tido essa ideia, porque foi a minha porta de
entrada para o mundo editorial, o que me deu leitores, confiança, esperança,
feedback, parceiros, e, em resumo, me levou a começar a construir meu nome como
escritora. Acho que foi um ótimo começo!
Não precisei
me prender a contratos inicialmente, quando eu ainda nem sabia o que queria, e tenho
a possibilidade de ainda mudar o que quiser no livro. Eu vejo mais como uma
experiência, um teste para saber se eu deveria ou não pisar o meu próximo
passo. Sou grata a todo mundo que leu “Uma Princesa em Meu Lugar”, que está
lendo ou ainda vai ler, aos que divulgaram, resenharam, participaram do
BookTour... Absorvi todas as críticas e opiniões com a visão mais positiva
possível, e quando ele for publicado por uma editora, tenho certeza de que
estará muito mais preparado, graças a todo esse retorno que obtive com minha
tentativa independente. Posso dizer então que, sim, fiquei bastante feliz com o
resultado, mas, claro, ele é apenas o primeiro ladrilho em um longo caminho.
Em "A Destinada", a protagonista
Eliza é uma vidente que, depois de encontrar com um rapaz através de sonhos bem
reais diversas vezes, descobre que é a única que pode salvá-lo de um
assassinato e que ele pode ser o amor de sua vida. De onde você tirou
inspiração para escrever essa história?
Na verdade
não sei... rs talvez de tudo um pouco. O que aconteceu foi que em uma noite de
férias eu estava em casa, deitada no sofá procurando algo para ver na TV, e
pensei, “Quero escreveu um outro livro, desta vez mais longo, mais sério, mais
intenso. Sobre o que ele vai ser?” Daí comecei a pensar, pensar, peguei um
papel e fui escrevendo temas e eliminando. Nessa mesma madrugada me veio a
ideia de “A Destinada”, defini as linhas gerais, elaborei uma sinopse simples e
a partir de então fui desenvolvendo e pensando nos detalhes.
Você escreveu o romance “Half Moon” em
inglês. Como foi a experiência de escrevê-lo em outra língua? Há também a
versão nacional dele ou é apenas algo para o futuro?
Na verdade
escrevi “Half Moon” (Meia-Lua) em português e depois ele foi traduzido para o
inglês. Foi uma das minhas várias tentativas para achar meu “lugarzinho” no
mercado. E mesmo eu não tendo conseguido um editor americano, a publicação na
Amazon foi uma excelente ideia. Ele está chegando a vários países do mundo (até
no Japão!), e essa é a grande vantagem de se ter uma versão em inglês. Agora
que tenho uma editora, preciso esperar a decisão deles, mas “Half Moon” tem
grandes chances de ganhar as livrarias do Brasil em breve!
Você se identifica mais com algum de seus
livros? E com algum dos personagens criados por você? Se sim, quais e por quê?
Acho que
cada uma das minhas personagens rouba um pouco de mim. Lucy, de Half Moon, é
mais agitada, falante e garota moderna de carteirinha (eu, pelo contrário,
acharia bem legal voltar ao passado e vestir roupas de época haha), já Eliza,
de “A Destinada” é mais calma, suave, introspectiva, mas também corajosa e
determinada. Acho que há muito da Eliza em mim (já até ouvi isso hehe). Sobre
os livros, sinto uma forte conexão com todos e com a maioria dos personagens
masculinos que fazem par com minhas protagonistas. São histórias que, em sua
maioria, eu gostaria de viver -
pelo menos alguma parte delas!
Sempre que podemos, gostamos de saber quais
atores/atrizes o escritor gostaria que interpretassem seus personagens no caso
de suas obras virassem série de TV ou filme. Quem você gostaria que
interpretasse os protagonistas de “A Destinada”?
Nas minhas
referências pensei no Joe como o Ben Barnes (sou muito “in love” por ele haha).
Gosto de ficar achando correspondentes na vida real para os personagens que
imagino, ou ao menos uma representação bem parecida com o que tenho na cabeça.
Pesquisando imagens e modelos consegui achar o “elenco” perfeito. O que acham?
Ping-Pong:
- Uma curiosidade inédita sobre
você: Penso em, no futuro, escrever roteiros. Quem sabe?
- Um autor nacional: Carina
Rissi
- Um autor internacional:
J.K. Rowling
- Um livro: “A Culpa é das
Estrelas” - John
Green
- Um programa de TV: The
Voice
- Paula Ottoni em uma palavra:
Determinada