O Príncipe da Névoa – Carlos Ruiz Zafón

Estamos em 1943 e podemos acompanhar a trajetória do garoto de treze anos, Max Carver e de sua família, seu pai, o relojoeiro Maximilian Carver, sua mãe, suas irmãs Alicia, de quinze anos, e Irina de oito anos, que, juntos, saem de uma cidade em guerra para uma cidadezinha perto da praia num vilarejo às margens do Atlântico.
Ao chegar à cidade, muitos acontecimentos estranhos começam a surgir, inclusive a própria casa onde eles vão morar é repleta de mistérios, e é lá que Max vai encontrar várias estátuas cheias de símbolos intrigantes.
Max resolve que quer conhecer melhor a cidade, então sai em uma jornada para explorá-la, e acaba fazendo amizade com Roland, um jovem morador do local, que o leva para conhecer os restos do navio, Orpheus, que naufragou há mais de 20 anos. A curiosidade do protagonista não para por aí, ele começa a querer desvendar vários mistérios que envolvem o farol, a casa em que vive e o navio. Por também ser bastante inteligente, acaba decifrando algo que só vamos descobrir bem para o final do livro.
Enquanto vivem uma aventura, um personagem diabólico surge para atormentar os jovens, o Príncipe da Névoa, que é tão misterioso quanto todo o resto das coisas incrivelmente estranhas que rodeiam essa cidade.
O livro é puro mistério e aventura como o próprio autor sugere. Nele, são passados nuances da vida verdadeira, misturados com situações fantasiosas e doses de magia, que se entrelaçam com porções de terror brando.
No começo, a história não me parece tão assustadora, isso só acontece quando passamos a descobrir quem era realmente o Príncipe da Névoa. A narrativa é envolta em incógnitas, que não apenas os personagens querem decifrar, mas nós, leitores, ficamos tomados por curiosidade para ver aonde chega o fim dessa aventura.
A narrativa é em terceira pessoa e é bem fluida. Gostei muito da forma de escrita de Zafón, que não conhecia ainda, mas já tinha escutado maravilhas sobre o autor, apesar de alguns pontos terem me deixado confusa, fazendo com que eu demorasse um pouco mais para terminar a leitura.
Gostei muito dos personagens crianças, da procura por desvendar tudo que veem como novidade. Devido a quantidade de acontecimentos, vários deles negativos, pudemos acompanhar o amadurecimento precoce desses irmãos. O pouco romance que teve foi bem curto e rápido, só deixando saudade e dor no semblante de uma jovem de quinze anos, irmã de Max, Alicia.
A história começou bem legal e até a página 89 se tem uma explicação da vida do ser humano que o velho Víctor Kray (que tomara conta do Farol), diz que a vida tem três períodos, e que se soubermos aproveitá-los de forma correta, será boa.
O segredo dessa história de Zafón é que ele não foca apenas no mistério, o livro é repleto de suspense, sobrenatural, e aventura, tem uma pitada de amizade, nos conduzindo magnificamente até o final para descobrir realmente tudo o que se passa nessa cabeça genial. Tenho interesse em ler todas as suas outras obras, principalmente as voltadas para o público adulto, já que acho que irei me identificar mais.
Este é o primeiro livro escrito pelo autor e, de acordo com suas palavras é “um romance ‘juvenil’ que teria gostado de ler quando tinha 13, 14 anos, mas que continuasse a me interessar aos 23, 43 ou 83 anos.”
Zafón intitula o livro como sendo o primeiro de uma série de ficção de romances ‘juvenis’, os outros são “O Palácio da meia-noite”, “As luzes de setembro” e “Marina” (este último foi resenhado aqui no blog: Resenha 01 e Resenha 02), mas eles não são sequenciais, ou seja, eles são independentes, e todos possuem final.
A fonte está em um tamanho e espaçamento adequados para leitura, as páginas são amarelas, e a cada início de capítulo há uma pequena ilustração de uma silhueta de um farol. Gostei muito da capa, ela passa parte da ideia do livro, e tem um ar de mistério envolto nela.

Para quem gosta de histórias que são macabras ao mesmo tempo que apresentam uma certa leveza, personagens bem construídos, e um enredo original, indico a leitura de “O Príncipe da Névoa”.
Avaliação



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3 comentários:

  1. Eu gostei muito da capa, mas não senti aquela vontade de ler quando li a sinopse.... Gosto de histórias assim, mas não consegui me prender sabe?
    Se chegar até mim, claro que leio, mas não sei se o compraria.... quem sabe.... rsrsrsrsrs

    bjo^^

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  2. Zafón é um autor com muitas criticas positivas né?!
    Eu ainda não li nada dele mais tenho muita curiosidade, confesso que não tinha lido muitas resenhas sobre os livros dele mais saiu qui no House né pode ver que é coisa boa ;) A capa é bem bonita e misteriosa e historia intrigante com um toque de tensão são bem vindas para mim!! ;)
    Pretendo ler em breve!!
    Bjus

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  3. O livro Marina já estava na minha lista de desejados, depois de ler as resenhas dos outros livros, eles também entraram na lista, agora só falta o dinheiro kkkkk'
    Enfim, a história de O Príncipe da Névoa, assim como a dos outros livros, parece ser cheia de mistérios e suspense, já posso dizer que adorei né? Não vou comentar muito sobre o livro, porque senão o comentário irá ficar grande novamente kkkk'
    Eu adorei essa resenha também, o livro parece ser maravilhoso. Estou doida pela série agora </3

    Beijos :*

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