Em “O
Projeto Rosie” conhecemos o protagonista Don Tillman, um homem de 39 anos,
alto, bonito, com um corpo admirável, é inteligente e um geneticista e
professor associado, e recebe um salário acima da média, ou seja, no papel ele
seria um perfeito candidato a atrair mulheres de uma forma bem sucedida. Mas
não é o que acontece, já que Don tem um grande problema de inabilidade social e
não consegue construir amizades, menos ainda relacionamentos amorosos.
Até que, por
ironia do destino, ele acaba tendo uma ideia de montar o Projeto Esposa, que
consiste em um formulário que ele vai usar para filtrar as mulheres através de
suas diversas respostas bem específicas e, assim, escolher uma parceira
perfeita para se casar.
Don possui
apenas dois amigos, Gene e sua esposa Claudia, e com a ajuda deles para definir
ou reformular algumas perguntas que quer fazer em seu questionário, ele coloca
seu Projeto Esposa em vigor. Nada está saindo como ele esperava e todas as
candidatas acabam sendo inadequadas. Até que Gene diz que vai lhe ajudar e
manda à sua sala uma mulher de nome Rosie, bem atraente, para Don conhecer. A
princípio ele imagina que ela é uma forte candidata, até que a conheceu um
pouco mais e percebeu que ela era totalmente inadequada e não tinha apenas uma
característica contrária ao que dizia no questionário, e sim muitas delas.
O que ele
não poderia imaginar, muito menos acreditar, é que seus instintos iam começar a
agir, e ele mesmo se comportaria de forma irracional e algo imprevisto
aconteceria: suas emoções passariam a ser bem controladoras, mesmo que seu lado
racional estivesse questionando tudo.
Uma das
primeiras coisas que me veio à mente quando comecei a leitura é que Don possui
características que me fazem lembrar de dois personagens bem conhecidos pelo
público em geral, Sheldon da série de TV The Big Bang Theory, e Pat do livro de
Matthew Quick, “O Lado bom da vida”, que também tem um filme homônimo. Ele não
é igual a nenhum dos dois, pelo contrário, Don é um personagem único, como ele
mesmo pensa sobre si, e eu não poderia discordar dele, mas algumas de suas
peculiaridades podem ser encontradas (mesmo que apenas de forma semelhante) nesses
outros dois personagens.
Eu poderia dizer que Don é um ser
humano complexo, mas não acho. Ele pode ser estranho e excêntrico, mas é bem
simples de ser entendido, afinal tudo o que ele diz é exatamente o que quer
dizer, e ele é bem direto e sincero demais, o que pode ser bom ou ruim, já que às
vezes ele magoa as pessoas e nem mesmo se dá conta disso porque tem um grande
problema em ter qualquer tipo de sentimento em relação ao próximo.
Ele também é metódico, cheio de
manias e programações, gosta de tudo certinho, sem atrasos, sem desperdícios, e,
eu poderia dizer, é meio ingênuo, já que ele não interpreta bem metáforas ou
ironias, porque só entende o que a pessoa diz ao pé da letra, como se aquelas
palavras fossem realmente o que ela queria falar, sem precisar de
interpretações.
“– Então, qual vai ser seu veneno? – perguntou Amghad.
– Veneno?
– O que quer beber?
Claro. Mas
por que, por que, por que as pessoas não dizem simplesmente o que querem dizer?”
Mesmo que
Don não tenha a capacidade de sentir empatia pelas pessoas e por personagens de
ficção, eu tenho, e acabei sentindo empatia por ele. Gostei muito do
personagem, das situações vivenciadas por ele, que, digam-se de passagem, foram
hilárias em diversos momentos, mas às vezes queria que ele pudesse entender o que estava passando ali, sem ter que olhar para
aquilo com seu jeito tão racional, para parar de magoar as pessoas,
afinal a emoção também faz parte do ser humano (se não ele, os outros), por
mais que tente se evitar às vezes.
Dos
personagens secundários, gostei bastante de Rosie, Daphne, que teve pouca
participação, mas que foi de grande importância, e de Claudia, por quem torci
para uma vida melhor, já não gostei nada de Gene, porque ele é um babaca que só
pensa com a cabeça de baixo, e não se importa se isso magoa sua própria esposa.
A história é
narrada em primeira pessoa por Don, e acho que isso que fez o livro ser ainda
mais especial, não dava para passar tanta realidade e o leitor teria
dificuldades de entender/apreciar o personagem se só pudesse acompanhá-lo com
distância, através de uma narrativa em terceira pessoa.
Também achei
interessantes as referências a filmes e músicas conhecidos, já que é bom
reconhecer o que é citado na história, e achei ótimo como Don usou os filmes
para modificar algumas coisas, achei divertido.
Não gostei
tanto assim do final, não pelos acontecimentos em si, mas como eles nos foram
apresentados. A história seguia todo um ritmo, e fiquei na expectativa para ver
certas cenas se desenrolando, mas no final elas já aconteceram e ele apenas nos
conta mais sobre isso, senti como se fosse um daqueles filmes que vão passando
frases falando do futuro dos personagens, mas não nos mostra as cenas. Mesmo
assim, eu gostei de como ele percebeu o destino e como tudo se encaixou
perfeitamente para que ele chegasse aonde chegou.
Acho essa
capa lindíssima! Ela pode ser simples, mas todos os detalhes tem alguma ligação
com o conteúdo da história, as cores e a forma como ela foi planejada e
impressa, deram todo um toque a mais para sua beleza. O título, a linha traçada
e o nome do autor estão em alto relevo com verniz localizado, e todos os
elementos ali representados também estão com verniz. A textura e a cor, que é
clarinha e contrasta com a lombada em laranja, também ficaram ótimas. Já a diagramação
de dentro não possui nada de diferente, apesar de estar muito bem feita, com
fonte e espaçamento confortáveis para leitura, e as páginas são amareladas.
Com certeza
indico essa leitura a todos que buscam uma comédia romântica deliciosa,
envolvente, com um protagonista estranhamente engraçado e divertido, e o
desenvolver de um sentimento tão bonito quanto o amor, mesmo em quem não tem a
capacidade de sentir emoções.
Avaliação
Ebaa Comédia romântica!!Adorooo ;)
ResponderExcluirNão sabia que a historia era narrada por um homem e gostei bastante dessa novidade bem diferente néah!
Achei a capa muito fofa e esse livro já é figurinha marcada na minha listinha de desejados!!
Bela resenha!!
Beijos
OMG!!! Características do Sheldon em um personagem já me deixa muito curiosa, agora um momento de silêncio para minha santa ignorância haha jurava que o livro era um chick lit narrado por alguma mulher (admito... eu não tinha parado para ler a sinopse rs), gostei de ter conhecido mais do livro.
ResponderExcluirBeijos,
Jhey
www.passaporteliterario.com
Este livro parece que virou uma febre, todo mundo falando e bem dele. Vou querer conferir em breve.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Eu via esse livro toda vez que entrava no site da submarino, mas por pensar se tratar de algum romance clichê, nem abri para ler a sinopse. Aprendi a minha lição: Nunca julgue um livro pela capa. Se aplica bem no meu caso.
ResponderExcluirQuando li a primeira resenha li, eu adorei. É algo completamente diferente do que você espera, ou imaginava.
Eu fiz o pedido dele essa semana, pois não resisti e tive que comprar. Estou aguardando a chegada dele. Ansiosa pra começar a ler e tirar minha próprias conclusões a respeito da obra.