Esse é o segundo livro da trilogia e sequência de Elixir, que vocês podem conferir a resenha clicando no título.
Em “Devoted”
continuamos a acompanhar Clea Raymond, filha de uma importante política e um
renomado cirurgião que desapareceu quando estava tentando descobrir mais sobre
o Elixir, um líquido que dá vida eterna a quem o toma.
O que
acontece é que o único lugar em que esse Elixir se encontra no momento é nas
veias de um rapaz, Sage, alma gêmea de Clea há milhares de anos e muitas vidas.
Mas sempre que eles ficam juntos, algo trágico acontece. Mesmo assim, o casal
não consegue ficar separado por muito tempo.
Agora, por
um descuido, Sage está nas mãos de pessoas que podem acabar com sua vida,
enquanto Clea precisa descobrir onde ele está, salvá-lo e ainda tentar
desvendar como acabar com uma maldição que tem a ver com o Elixir, e assombra
milhares de pessoas, sem causar grandes danos a ele.
O que mais
me agrada nesse livro é a originalidade. Sim, para mim essa história é bem
original, apesar de alguns pontos serem parecidos com outras coisas que já li,
a maior parte do conteúdo dele é nova para mim, as explicações por trás da
trama principal são muito bem desenvolvidas. Não estou dizendo que não existam
outros parecidos, mas eu não li nenhum antes.
Clea as
vezes me irrita, já que ela parece mimada sempre que fala de Sage. Eu sei que
eles são almas gêmeas e tudo mais, mas ela age como se não fosse viver se não
tivesse ele por perto e fica bastante imprudente, além de não querer ouvir mais
ninguém e nem raciocinar de forma menos emocional quando o assunto é ele, e
isso acaba sendo chato muitas vezes. É tudo Sage para cá, Sage para lá, a
perfeição, como se não fosse existir Clea se não existisse Sage.
Mas, ao
mesmo tempo em que Clea tem seus momentos irritantes, ela também é uma
personagem forte, que luta pelo que quer, e se mantém fiel ao que é. Essa é uma
personagem com características que me fazem ter sentimentos ambíguos, algumas
vezes eu quero só gritar com ela para que possa parar de agir de certa maneira,
em outras situações, eu só tenho vontade de levantar e bater palmas por suas
atitudes. E acho muito legal essa questão de amo/odeio que sinto por ela, já
que não é qualquer personagem que me faz ter sentimentos tão opostos assim.
Como eu
havia comentado na resenha de “Elixir”, não gostava de Sage, e agora continuo
não gostando. Ben, um dos melhores amigos da protagonista, continua sendo meu
personagem masculino preferido nessa série, aliás, meu personagem preferido
entre todos, homens e mulheres, apesar de algumas vezes ele ter me irritado um pouco nesse volume.
Estou
achando incrível as histórias, lendas e maldições por trás do Elixir, cada vez
que eu descubro algo novo, junto com Clea, fico mais empolgada para saber como
essa trilogia vai acabar, porque eu não consigo ver uma saída benéfica e as
vezes acabo torcendo para o lado que inicialmente não era considerado o
correto. Nossa, realmente fiquei muito curiosa a respeito da finalização dessa
trama e não vejo a hora do último volume ser lançado.
Há uma
família de imortais e uma das pessoas que fazem parte dela tem a aparência de
uma criança, só que já tem séculos de vida, não posso explicar quem é, ou sua
importância na história, já que seria um big spoiler, mas o que me incomodou um
pouco é que ela as vezes agia realmente como se fosse uma criança, apesar de
ser mais velha do que a maioria dos habitantes do mundo e achei isso falta de
atenção das autoras. Mas posso
afirmar que gostei muito mais desse volume do que do primeiro. Veja bem, o
primeiro é ótimo também, mas me senti mais intrigada, empolgada e curiosa com
“Devoted”.
Um detalhe
que eu achei muito interessante é que alguns capítulos foram narrados por uma
personagem nova (não posso falar quem), então podemos conhecer alguns detalhes
do outro lado da história. Achei muito legal esse recurso porque foi uma
maneira ótima de nos fazer entender certos acontecimentos sem ficar mal
explicado ou desenvolvido. E eu gostei de saber algumas coisas antes mesmo da
protagonista.
Em alguns
momentos, pensei em dar 4 casinhas para esse título, mas quando estava chegando
no final, fui cada vez mais surpreendida, e de uma forma muito positiva.
Acredito que esse livro saiu do clichê em tantos momentos, já que toda vez que
eu tinha absoluta certeza de que algo aconteceria, ou que não aconteceria, e ocorria exatamente o oposto do que eu imaginava. E isso me fez admirar demais a
forma que as autoras conduziram a história.
Depois de
terminar a última folha e saber uma das últimas coisas que aconteceram, eu só
consigo pensar: “O que vem agora?”. Porque estou dizendo a vocês, não tenho a
mínima ideia do que está por vir, mas digo isso da melhor maneira possível. E
que venha o último livro dessa trilogia, o mais rápido que puder!
Uma característica que eu achei interessante é que Duff e Allen souberam começar o volume dois, trazendo pontos que nos fizeram lembrar do um, de uma maneira sutil, mas bem feita. Posso dizer isso com toda a certeza porque li o dois com um intervalo de mais de um ano. Claro que minha memória não conseguiria trabalhar sozinha e não teria nem como me lembrar de todos os acontecimentos anteriores, mas, da forma como foi feito, consegui me situar sem ficar cansativo.
Algumas
pessoas não gostam do segundo volume de uma trilogia, pois muitos autores
acabam deixando-o mais como uma ponte entre o primeiro e o terceiro, entre a
introdução e a finalização, muitas vezes apenas como forma de encher de
assuntos, que acabam se tornando desnecessários para o fechamento. Mas com “Devoted”
isso não ocorreu, houve uma melhora significativa entre “Elixir” e ele, a
história não ficou morna, ela foi melhor desenvolvida, melhor explicada e,
definitivamente, melhor finalizada.
Sobre a
capa, acho linda (sou a única que sempre que acho que a menina parece com a
Hilary?), mas realmente preferia que ela tivesse seguido a linha de “Elixir”,
já que esse não tem nada a ver com o outro. O que acontece é que a editora iD
foi muito legal, perguntando aos leitores se queriam que mantivessem a capa
original ou se fizessem uma versão nacional semelhante ao primeiro volume, mas
a maioria preferiu a capa original. A diagramação é normal, e a capa não tem
nada de diferente, como a maioria dos
livros da iD, e não colocaram nem verniz no título, nem alto relevo. Eu,
particularmente, prefiro o projeto gráfico de “Elixir”.
Essa é uma
série que eu recomendo bastante já que possui ação, bom desenvolvimento, um
ótimo pano de fundo, originalidade (como expliquei lá no começo da resenha),
elementos sobrenaturais (imortalidade, maldições, etc.), e uma história bem
cativante, ainda mais se você gosta de almas gêmeas. Mas o mais importante é
que ela consegue surpreender o leitor, deixando de lado todos os finais criados
em nossa cabeça durante todas as páginas, e criando algo novo e totalmente
imprevisível, o que acaba funcionando muito bem.
Avaliação