Os irmãos Marilla e Matthew Cuthbert decidem adotar um menino para
ajudar nos serviços da propriedade, já que as coisas não são como antes. Porém,
ao chegar ao local de encontro é uma menina ruiva quem espera para ser levada
para o novo lar. A princípio a órfã Anne Shirley não teria lugar naquela
família, mas logo conquista os membros, que se apegam facilmente a seu jeito
com todo falatório e imaginação.
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Vamos acompanhar suas peripécias na nova casa e na comunidade, fazendo
amigos, desafiando várias questões, ganhando destaque e até participando de uma
competição que ela própria cria em sua cabeça. E logo conquista não só os donos
de Green Gables como também toda a cidade de Avonlea e os leitores.
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Anne é ingênua, bastante otimista e igualmente dramática. Também é
sonhadora, muitíssimo distraída e dona de uma personalidade forte e
extremamente falante. O elenco de personagens é incrível, cada qual com sua
personalidade marcante e diferente entre si. Destaque para Marilla, dura e doce
ao mesmo tempo e importante no crescimento de Anne, e Diana, cuja amizade é
essencial para a protagonista.
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Mesmo gostando de todos, meu preferido foi, de longe, Matthew. Com uma
personalidade mais fechada e sendo calado, retraído e até solitário, ele tem um
coração enorme e sempre quer fazer tudo, mesmo sem saber como, para ajudar Anne
e deixá-la feliz. Ele é a definição de pessoa fofa e bondosa.
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Essa é uma leitura mais calma, com diversos momentos de monotonia,
como acontece geralmente em cidades do interior. Então tem todo esse clima
gostoso. A escrita flui bem e a trama é leve. De modo geral, curti a leitura e pude
entender o motivo de conquistar tantos leitores. Mas também me senti bem triste
com acontecimentos do final deste volume.
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Uma característica da narrativa da autora é que ela nos deixa ávidos
por alguma cena ou acontecimento de tanto que Anne fala sobre o assunto,
inclusive de maneira bem empolgada, mas nem sempre nos mostra a cena de fato
acontecendo. Só temos a possibilidade de saber como foi depois, através de
relatos, principalmente da própria Anne. Confesso que fiquei um pouco frustrada
com isso em determinadas ocasiões.
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A edição que li foi da Nova Fronteira, que está simplesmente LINDA!
Com capa acolchoada e cheia de purpurina, miolo todo ilustrado e enfeitado,
páginas em papel couché com alta qualidade de impressão e texto bem diagramado.