A vida secreta das abelhas - Sue Monk Kidd

   “A vida secreta das abelhas” é a mais famosa obra da escritora americana Sue Monk Kidd. Publicado em 2004 e posteriormente adaptado para o cinema numa interpretação brilhante da ainda criança Dakota Fanning, o livro é repleto de carga emocional e de ensinamentos que perduram mesmo após muito tempo decorrido desde sua leitura.

   A trama se passa na Carolina do Sul de 1964. O contexto é de violência e ódio racial, e a luta pelos direitos civis dos negros está no seu auge. Lily Owens é uma jovem de 14 anos que, apesar da pouca idade, já conviveu com a dor em suas diversas formas. Maltratada e negligenciada por seu pai, a menina também carrega a culpa de causar a morte da própria mãe. A única pessoa na qual Lily encontra afeto é Rosaleen, babá e empregada doméstica de sua pequena família. Quando Rosaleen é agredida por homens brancos ao lutar por seus direitos, Lily percebe que é chegada a hora de partir em busca de alguma esperança que torne sua existência mais recompensadora. É na imagem de uma santa, um dos poucos pertences deixados por sua mãe, que a garota encontra essa esperança: a inscrição da cidade de Tiburon, localizada no mesmo estado. Buscando encontrar alguma referência sobre a juventude de sua mãe, Lily decide partir rumo ao desconhecido, levando Rosaleen com ela. Em Tiburon, as duas conhecem May, June e August, as três irmãs apicultoras que as mostrarão o verdadeiro significado de amizade e perdão.

   Embora seja protagonizado por mulheres e conte a história de um grupo muito especial delas, “A vida secreta das abelhas” é capaz de emocionar todos os tipos de públicos. Presenciar o modo como T. Ray é sádico com Lily e a desmoraliza constantemente é um tanto desconfortável e faz o leitor refletir sobre a maldade contida no homem: enquanto alguns exploram a inata violência focando-a no âmbito racial, outros, não satisfeitos, espalham a raiva também dentro de sua família.

   Comovente, o livro carrega em 301 páginas a pureza tão necessária naquele tempo e também nos atuais. A história é de superação e amadurecimento, e, ainda que seja um processo incisivo, é incrível ter a oportunidade de acompanhar Lily em sua jornada pelo crescimento pessoal. Os outros personagens também merecem destaque, como August, a irmã mais velha que se comporta como mãe; e May, a caçula dona de uma sensibilidade poucas vezes encontrada. June, apesar de sua inicial resistência e inflexibilidade, também se revela como portadora de uma personalidade surpreendente.

   Afora as características da história, o trabalho gráfico também é interessante. No início de cada capítulo há uma citação relacionada às abelhas e ao conteúdo que será abordado naquela parte. Narrado em primeira pessoa, de modo algum o livro se torna menos pessoal: cada página é uma descoberta do leitor sobre a importância de sentimentos que muitos de nós acreditam estar perdidos.


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12 comentários:

  1. Fiquei bastante tocada com esse livro. Foi maravilhoso conhecer a estória de Lily, uma menina solitária, que tem como amiga uma criada negra. Lily conhece a solidariedade quando é acolhida e se deixa acolher, por 3 irmãs negras, numa epóca e num lugar, em que a segregação racial imperava. Simplismente Lindo!

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  2. Nunca tinha ouvido falar desse livro, gostei bastante desse tema os direitos dos negros que até hoje não é muito respeitado =/ Me parece bem emocionante mesmo ainda mais quando Lily acaba sendo acolhida pela amiga e percebe o quanto um ser humano não importando a raça, cor ou status social pode ser solidário fiquei mesmo com muita vontade de ler *-*

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  3. Não conhecia o livro, mas achei o enredo bem interessante. Parece que luta e superação são temas recorrentes na história e só reforça o valor da obra. Vou dar uma olhada com mais tempo nesse livro. Adorei a indicação.

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  4. Oi, nossa, a premissa do livro é ótima e tem questões levantadas importantes e interessantes a serem refletidas. Gostei muito de conhcer o livro, espero ler um dia.

    abraços,
    Luciana
    Folhas de Sonhos artesanatos

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  5. Já vi o trailer desse filme, mas não o vi, nem li o livro...Imagino que ele trabalhe conceitos interessantes, mas confesso que não faz o tipo de livro que me atrai...Boa Resenha!

    Miquilis:Bruna Costenaro

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  6. Um dos meus livros favoritos! A história é maravilhosa, tocante, me prendeu o tempo todo!
    Li já tem um tempo, fiquei com muita vontade de re-ler com a sua resenha!

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  7. Nossa, li uma indicação essa semana do filme em um outro blog, e agora a sua indicação do livro, estou super empolgada pra conhecer ambos, já que as resenhas foram super positivas. Dica anotada com certeza.

    Beijos
    Leituras da Paty

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  8. Nossa, parece muito bonito. Acho que estou numa fase mais "sentimental", a fim de ler livros mais românticos e que falem de assuntos tocantes. Amei esse.

    Thais Vianna
    @dathais

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  9. Claudia, acredita que nunca vi o filme e nem sabia da existência do livro? Vergonha de mim agora, depois de ler a resenha percebi que tô perdendo uma história de superação e de sentimentos.
    bjs!

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  10. Nunca tinha ouvido falar do livro nem do filme... mas uma história tocante, com personagens fortes e um trabalho gráfico de qualidade é a minha cara! O livro já tem várias coisas que eu valorizo, então acredito que seja uma leitura indicada pra mim. Esse tema racial é forte, mas normalmente rende boas histórias.

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  11. Eu escutei falarem muitas criticas positivas ao filme, e realmente me interessei por ele.Agora que eu vi a resenha do livro amei mais ainda, tenho certeza que a estória é maravilhosa e muito tocante.
    beijos

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  12. Eu vi o filme ha um tempinho e a Dakota realmente arrebentou...
    mas nao sabia q era uma adaptação..
    Estorias emocionantes sao o que eu mais gosto e parece q esse livro possui bastante disso, e tbm gosto muito do estilo contado por mulheres...

    Adorei o post!!!!
    E esse livro me interessou bastante!!!!

    bjinhos

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