Tempest – Tempest #01 – Julie Cross

Em “Tempest”, conhecemos Jackson Meyer, um jovem de 19 anos que acaba de descobrir que tem a habilidade de viajar no tempo. Tudo começa como uma brincadeira inofensiva, já que ele escolhe para que dia e horário voltar (não aprendeu e nem sabe se pode voltar muito tempo no passado) e o que ele faz no passado permanece por lá, afinal não modifica nada no presente.

Até que, um dia, ele está vivendo normalmente com sua namorada, Holly, e dois homens invadem o dormitório da faculdade em que estão no momento. E ela leva um tiro. Desesperado com a possibilidade de perdê-la, Jackson vai parar no ano de 2007 sem saber como e o motivo que o fez fazer isso. E, pior, não tem a menor ideia de como vai fazer para voltar para seu verdadeiro presente.

 Preso em 2007, ele resolve que vai tentar entender o que aconteceu, ao mesmo tempo em que pretende desvendar suas habilidades e faz de tudo para tentar voltar ao ano de 2009. É aí que ele descobre que existe muito mais coisas por trás de suas viagens no tempo – inclusive organizações que querem utilizá-lo em benefício próprio – e que está em suas mãos descobrir qual lado é o certo, e o que pode fazer para salvar Holly, o mundo e, também, ele mesmo.

Desde a bienal do RJ no ano passado, quando soube do lançamento desse título, estava super curiosa para lê-lo. A história tem muita originalidade, e é diferente de tudo o que li até hoje, apesar de ter visto filmes com temática semelhante. Com isso, vocês devem perceber, minhas expectativas estavam nas alturas, e além de não me decepcionar nem um pouco, o livro as excedeu. Eu simplesmente amei e entrou para os meus favoritos.

Quando li a sinopse, me lembrou uma mistura dos filmes “Jumper” e “A máquina do tempo”, o primeiro por ter a capacidade de pular para outro lugar (no caso do livro, para uma outra época também), e o segundo pelo personagem voltar no tempo para, a princípio, salvar a namorada. Apesar de ter um ponto em comum com ambos os filmes, “Tempest” nada tem a ver com o enredo e o pano de fundo deles dois. Ele foi muito melhor desenvolvido e explicado, e digo mais, nem gostei tanto assim de nenhum dos filmes (principalmente do segundo, que é uma droga! Mas isso não é caso para essa resenha).

Acredito que Julie soube desenvolver sua narrativa de uma forma bem gostosa e ampla, ou seja, acho que homens e mulheres podem curtir a história da mesma forma, já que possui elementos de ação, ficção científica, e romance na medida certa e de maneira equilibrada. Além disso, ela soube como ligar cada detalhe explicado durante a trama, como uma teia, de forma a não deixar nada de fora.

O livro é narrado em primeira pessoa por Jackson – coisa que eu adoro. O único ponto não tão positivo sobre o narrador é que, em algumas situações, ele agia como se fosse mais jovem do que realmente é, mas não foi nada que estragasse a leitura ou algo do tipo.

Não vou explicar para vocês aqui como funcionam os saltos no tempo, porque acho incrível poder ir descobrindo os detalhes conforme a leitura vai avançando. Mas, posso adiantar, que a autora desenvolveu ótimas explicações e uma maneira super agradável de nos fazer entende-las.

Gostei muito de ver o amor de Jackson por Holly ir crescendo conforme a história ia se desenvolvendo, só conseguiu trazer ainda mais realidade à trama, e isso é sempre um ponto positivo. E, claro, torço bastante para o casal ficar junto no final!

Acompanhamos o protagonista aprendendo sobre sua nova habilidade, com a ajuda de seu amigo – gênio da computação e de QI super elevado – Adam, e achei a amizade entre eles incrível. Foi bom ter alguém de fora de toda a conspiração por trás de seus poderes, que o ajudasse a desvendá-los e o fizesse entender e questionar essa nova fase de sua vida.

Jackson fica na dúvida de em quem confiar seu segredo, quem pode estar de seu lado e quem está contra ele. E tudo fica bem misterioso durante toda a trama, diversas vezes eu fiquei de um lado, mas ainda com uma pulga atrás da orelha.

Como um livro introdutório, Cross soube desenvolvê-lo magnificamente, e colocou as descobertas e dúvidas do protagonista nos lugares ideais para instigar o leitor a continuar a leitura, tentando desvendar o mistério por trás dos pulos junto com Jackson, ao mesmo tempo em que cria expectativas sobre o que vem a seguir. Ela consegue colocar nossa cabeça para pensar junto e tentar entender como ou o que é toda essa situação, nos fazendo criar as mais diversas teorias a respeito de tudo.

Apesar de sua extensão – a história acaba na página 361 – a leitura flui rapidamente enquanto o leitor tenta desvendar o mistério por trás da premissa e quando você vai realmente reparar, a leitura já chegou ao fim.

O final do livro foi meio triste. Já que Jackson teve que tomar uma decisão, que parece realmente certa naquele momento. E, é claro, também deixa dúvidas e cria expectativas para os próximos volumes da série.

Uma curiosidade, para quem ainda não sabe, é que os direitos foram comprados pela Summit (mesma produtora de Crepúsculo) e em breve o livro vai estar nas telonas.

Sobre a arte gráfica, a editora manteve a capa original, que por sinal é linda e acho que passa bem a ideia de viagem no tempo, pelo menos eu sempre penso nisso quando a vejo, e não só por causa da sinopse. Os personagens, assim como o título estão em verniz localizado. Cada capítulo começa com uma hora e uma data em que vai ser passado e tem um detalhe gráfico – linhas verticais no canto.

Com muita ação, aventura, mistério, romance e uma história diferente, emocionante e instigante, super recomendo a leitura. Se você gosta de apenas uma, ou de todas essas brilhantes características, não pode perder a oportunidade de se deliciar com a história.

E se depois de ler tudo o que escrevi na resenha você ainda tiver dúvidas de se deve ou não ler, mas gosta do estilo, então recomendo que leia mesmo assim. Tenho certeza de que você não vai se arrepender. Nem por um minuto.

Avaliação

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