Em Viridia as mulheres são reprimidas e não têm direitos. Uma das
posições mais importantes que uma jovem pode alcançar é ser escolhida para ser
uma das Graças dos governantes – obediente, elegante e bela, que faz TUDO o que
ele manda. Serina Tessaro tem uma beleza exuberante e sempre foi treinada para
se tornar uma Graça, assim sua vida e a de sua família poderia mudar para
melhor.
O Herdeiro está pronto para escolher suas Graças, então faz uma
seleção, da qual Serina participa com grandes chances de êxito. Porém, com uma
reviravolta do destino, é Nomi, sua irmã rebelde, que chegou ao local como sua
criada, que ganha uma vaga. Nomi sempre rejeitou o modo como as mulheres são
tratadas, diferentes dos homens, e se rebelava em pequenas coisas, inclusive
aprendeu a ler escondido, o que era considerado um grande crime.
Depois de Nomi aprontar uma rebeldia e sua irmã ser pega no flagra em
seu lugar, ela precisa lidar com sua nova vida sozinha como Graça, o que a
deixa meio desesperada, já que Serina é punida sendo enviada para Monte Ruína,
uma prisão que fica numa Ilha, completamente perigosa e onde as mulheres
precisam lutar pela sobrevivência, pois se matam para garantir comida e
divertir os homens.
Distantes uma da outra, as irmãs lidam com suas realidades, tentando
encontrar a melhor forma de sobreviver e salvar a outra. No processo, encontram
pessoas importantes e inclusive podemos ver o poder da sororidade nascendo. Mas
será que meia dúzia de mulheres pode mudar uma realidade tão restrita, machista
e dominada por homens?
Esse enredo se assemelha a MUITAS fantasias e distopias. E tem clichês
do começo ao fim. Inclusive conseguimos desvendar o plot twist no início.
Porém, gostei bastante de como Tracy desenvolveu sua trama e mais ainda da
mensagem feminista e de sororidade, que foi bem trabalhada. Mesmo que algumas
coisas sejam bem óbvias, ela aborda temas importantes e algumas reflexões. O
pano de fundo foi bem construído e plausível.
Na minha opinião o começo da leitura foi cansativo. Algumas coisas
aconteceram rápido demais e faltou desenvolvimento em certos pontos, e a
narrativa da autora é repetitiva em uns argumentos. Então não consegui me
conectar muito com as protagonistas nem com o que estavam vivenciando.
Conforme a trama ganha um ritmo mais intenso, principalmente na Ilha,
fiquei vidrada em cada cena, querendo descobrir logo o que iria acontecer e
como iriam sair de tudo aquilo. Como é uma duologia, ainda não temos todas as
respostas, mas a história se adianta bastante e há reviravoltas que mexem com a
gente, inclusive várias mortes. A obra acaba num cliffhanger que nos deixa
ansiosos para conferir o desfecho o quanto antes.
Apesar de ter indício de um triângulo amoroso, desde o começo já dava
para notar o que a autora pretendia fazer. Se você busca romances
desenvolvidos, sinto muito, mas ambos são BEM fracos, rápidos e tem cenas
forçadas. Esse não é o foco do livro e nem acho que precisava ter acontecido.
Essa obra é interessante, gostosa e cumpre com o prometido. Gostei e
recomendo!
Avaliação
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