Aproveitando a minha recente
leitura do primeiro volume da série As Aventuras do Caça Feitiço, do autor Joseph
Delaney, publicado pela Bertrand Brasil, segui para a leitura do segundo volume
A Maldição, para que a leitura não caísse no esquecimento.
Tom continua seu treinamento para
ser um caça feitiço, após a morte do irmão de seu mestre eles partem para uma
cidade onde as trevas estão dominado através de uma criatura que habita as
catacumbas, e o passado de Gregory ganha vida através de estórias que vem a
tona. Ward terá que ir além de seu conhecimento e seus medos para salvar
inocentes e esta grande ameaça que ganha força a cada dia!
Delaney segue com o mesmo estilo
de escrita do primeiro livro da série, não melhorou e nem piorou do ponto de
vista literário, apenas aprofundou a personalidade de seus personagens,
especialmente sobre seus passados. Passamos a conhecer, por exemplo, o passado
dos pais de Tom, e um pouco mais do passado de seu mestre. A história de seus
pais, em especial sua mãe é interessante, mas ainda não está completa.
O livro já começa na ação com o
jovem aprendiz lutando contra um ogro, e até o fim de suas páginas são poucos
os momentos de tranquilidade na narrativa. Com voz mais ativa e frente a
ameaças maiores Thomas tem menos tempo para aprender na teoria do que na
prática, isto porque seu mestre está inicialmente se recuperando de uma doença,
e depois se vê impossibilitado de lutar. Assim ele segue crescendo nas suas
responsabilidades e atitudes, seguindo sua intuição.
Gregory, o mestre, não consegue
seguir os caminhos que havia determinado para o jovem já que ele segue antes de
mais nada aquilo que acredita ser certo, mesmo que para isso arrisque sua vida.
A teimosia do aprendiz o desconcerta, mas ao mesmo tempo mostra o potencial que
ele tem.
Alice, a jovem feiticeira que já
acompanha Tom no primeiro livro é fundamental para o desenvolvimento da trama,
ela representa com muita riqueza a famosa guerra interna entre fazer o certo e
o errado, e no caso dela fazer o errado visando um resultado certo. Ela é uma
personagem dúbia, mas que mostra ser fiel a quem ela gosta.
A trama principal em si, que é a luta contra esta criatura que se esconde abaixo de uma igreja toma grandes dimensões, mas não me agradou porque junto dela por alguma parte da estória temos uma inquisidor, ou seja, um personagem ligado a igreja e a inquisição. Essa atmosfera de injustiça me incomoda um pouco, mas é uma particularidade minha, nada tendo a ver com a qualidade do livro.
A série caminha cada vez mais
para ser uma série adulta, com mais densidade e explorando aspectos da natureza
humana mais complicados e densos de trabalhar. Infelizmente o autor não se
demorou em sua mitologia, gostaria de conhecer mais seres e características
destes seres, acabou que o Flagelo foi o grande foco de toda a trama.
A Maldição continua a jornada
deste jovem pela sua formação, e também pela estória de sua própria família.
Nem tudo que é trevas é necessariamente ruim, e nem todos que ele considera
pessoas boas não erraram um dia. Por amor ou pelo que acredita ser o certo
também se erra, e no final o importante é aprender com os erros e seguir sempre
tentando ser melhor no amanhã do que se foi no ontem!
Avaliação
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