As Pedras Élficas de Shannara - Trilogia A Espada de Shannara #02- Terry Brooks




2016 foi um ano repleto de leituras, consegui ler quase todo os tipos de livros e de todos os tamanhos. Houveram livros muito bons e livros ruins, livros inesquecíveis e outros que apenas gastaram as horas, e por sorte o último deles valeu sua leitura, eu falo de As Pedras Élficas de Shannara, segundo volume da Trilogia A Espada de Shannara, do autor Terry Brooks, publicado pela editora Arqueiro.

Em uma antiga árvore, Ellcrys, está depositada toda a proteção dos elfos, ela sozinha é capaz de sustentar um bloqueio que mantêm antigas criaturas isoladas em uma dimensão paralela. Entretanto ela não é eterna e sua vida começa a se esvair, e com ela o bloqueio que afasta os demônios do mundo.

Com a ameaça sobre os elfos Amberle a última escolhida é a única que pode salvar o mundo da destruição juntamente com o herdeiro da magia élfica de Shannara, Wil Ohmsford. Mas será que ele será capaz de  controlar o poder das antigas pedras élficas de Shannara, e afastar o ceifador que os persegue?

Brooks seguiu seu ritmo de escrita em terceira pessoa, sob o ponto de vista de dois ângulos, um focado na dupla Wil e Amberle, e outro na resistência na cidade dos elfos. Sua narrativa é clássica de uma alta fantasia, detalhada e de ritmo lento permite uma riqueza que alimenta a imaginação durante a leitura, mas que ao mesmo tempo faz com que esta seja mais lenta e arrastada, nada que comprometa o livro, e que não seja esperado em livros do gênero.

A estória em questão se passa 50 anos após a conclusão da trama de A Espada de Shannara, e conta com alguns personagens em comum, como Allanon, o druida e guardião do conhecimento do mundo. Neste livro sua função é mais explorada, e muito se aproxima da ideia trabalhada por Tolkien com Gandalf ( E sim a influência Tolkieniana segue firme no livro, sem soar cópia). O Rei Elessedil também reaparece mais velho, e tem papel importante no desenrolar da estória junto ao seu filho, Ander Elessedil que vivia nas sombras sem esperar assumir grandes responsabilidades já que seu irmão era o herdeiro direto do pai.

Os protagonistas, o jovem meio-elfo Wil, curandeiro, é um personagem de muita garra e determinação. Ele se viu diversas vezes em situações sem uma luz, mas nunca se acovardou diante do perigo, e sempre acreditou que de alguma forma daria conta da missão em que foi incumbido. É um herói discreto, mas pontual, e desperta muita empatia na leitura, especialmente pela relação de dedicação que tem com Amberle.

Já Amberle Elessedil é uma elfa mais teimosa, reclusa de seu povo ela já estava em negação com a missão que tinha na sua sociedade. Quando foi chamada a salvar o mundo ela não acreditou que poderia, e que teria poder para tanto. Sua busca no entanto acaba sendo por mais do que a vida para Ellcrys, acaba sendo uma busca em si mesma, em quem ela realmente é, e é isso que determina seu desfecho.

O medo é o tema mais recorrente nos personagens, é ele quem paralisa e ao mesmo tempo promove a ação. Tanto Wil e Amberle tem em suas vidas bloqueios advindos do medo. E a mensagem é bem clara, eles podem fazer o que foram incumbidos desde que sejam capazes de reconhecer em si mesmos o medo e o enfrentar. Não deixa de trazer um paralelo a vida real, já que é o medo nosso maior inimigo no dia a dia.

Eretria é uma nômade que cruza o caminho da dupla em sua busca. É ardilosa e perspicaz, e reconhece desde a primeira vista a importância de Wil e sua ligação com o mesmo. É peça fundamental para que a missão prossiga. É uma garota de fibra que não recua diante dos monstros, e tem a bondade dentro de si, mesmo depois de ser renegada, ajuda Wil em sua busca.

Existem muitos outros personagens secundários, de vária raças e personalidades. O fato é que Brooks sabe como criar bons personagens a ponto de querermos saber mais sobre cada um deles, sejam eles simples humanos ou bruxas de um lugar isolado. Todos transbordam estória e atitude, e nos oferecem convites a segui-los.

Se pudesse elencar apenas um defeito do livro é que o autor ainda esconde muito sobre o que causou a grande mudança no mundo. Sabemos um pouco mais, mas ainda é pouco para construir o elo entre o presente da estória e o passado em que a moderna atualidade está. Este livro ficou focado na busca e não se ligou tanto a este tema.

As Pedras Élficas de Shannara é uma fantasia que fala daquilo que importa como bondade, lealdade e busca por si mesmo. É uma estória que inspira a vida, para que sejamos melhores não só para com o mundo mas com nós mesmos que muitas vezes negligenciamos aquilo que está em nossas sombras. É normal ter medo, mas ser refém dele é como viver com um demônio dentro de si!

O terceiro volume da trilogia ainda não foi lançado no Brasil, mas este segundo livro foi adaptado para uma série lançada pela Mtv. Ainda não vi porque queria ler o livro primeiro, mas em breve vou espiar.

Ah a propósito que 2017 de vocês seja repleto de boas leituras e aventuras mágicas!!!

Avaliação









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2 comentários:

  1. Gosto de trilogias.Tem um ar de novela em livro que não sei explicar.

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  2. Que ótimo que você finalizou as leituras de 2016 com esse livro, que pela resenha parece ser muito bom. Ainda não conhecia essa trilogia, mas vejo que essa história tem uma trama incrível, e personagens bem construídos, envolventes e cativantes, que nos deixam bastante curiosas para saber mais sobre eles. E uma pena que ainda no segundo livro o autor ainda não tenha falado mais sobre o que fez com que o mundo mudasse, mas quem sabe essa conclusão não tenha um desfecho que faça com descubramos o que realmente aconteceu.

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