Olivia
Kaspen viveu um belo romance em sua adolescência, até destruir tudo por conta
de sua personalidade autodestrutiva e sua completa falta de autoestima, que
sempre a fizeram perder tudo de bom que possuía em sua vida. Um dia, sem
querer, avista o amor de sua vida de longe e, depois de muito refletir, resolve
se aproximar para ver o que acontece. Mas ela recebe algo surpreendente ao
invés do olhar de raiva e o tratamento hostil: Caleb não se lembra dela.
Absolutamente nada. Isso porque sofreu um acidente que o fez perder a memória.
E é aí que
um novo plano começa a ser criado na cabeça de Olivia. Afinal, quais eram as
chances de ela poder recomeçar com ele como se nada do que aconteceu no passado
tivesse realmente acontecido? Então é claro que ela tira proveito desta
situação e entra na vida de Caleb uma vez mais, mesmo sabendo que sua memória
pode voltar a qualquer instante e a farsa não durar nada, ela quer aproveitar
aquele tempo que lhe resta. É a segunda chance de uma vida e ela não vai desperdiçá-la.
Com seu
passado guardado a sete chaves, tudo está indo muito bem, se não fosse pelo
pior dos empecilhos: a atual namorada de Caleb, Leah, uma garota perversa que
vai fazer o que for preciso para tirar qualquer um ou qualquer coisa de seu
caminho. Mas se ela acha que vai ser fácil tirar Olivia da jogada, está
completamente enganada. E vice-versa.
Agora os
três começam a viver um jogo de intrigas e armações, onde cada um faz o que for
preciso para se sair melhor no que quer, baseado em seus próprios interesses. Olivia
quer fazer o passado ficar para trás e começar algo novo com Caleb, Leah não
vai deixá-lo sair de sua vida, custe o que custar. E Caleb também não é o
mocinho inocente que todos podem pensar e tem suas próprias ideias de como
agir.
Não há nada
de saudável nesta relação, mas eles não conseguem se desvencilhar dos vínculos
que criaram uns com os outros, o que acaba fazendo com que o leitor também
fique preso às páginas. Numa grande teia de mentiras, eventos programados, e
muitas armações, limites serão ultrapassados levando a consequências perigosas.
Basta saber se alguém vai finalmente conseguir levar a melhor. Se algo assim realmente
puder ser chamado de “a melhor”.
Eu realmente
acreditei que iria amar este livro, mas isso, infelizmente, não aconteceu. Gostei
muito porque a autora soube trabalhar com nossos sentimentos de uma forma tão
magnífica, que até agora (terminei de ler há dias – não postei antes por falta
de tempo e internet) não sei muito bem o que estou sentindo. E isso é raro de
acontecer. Senti raiva, esperança, vontade de sacudir os personagens, de gritar
com eles, de pedir desculpas, de abraçá-los, de xingá-los, tudo. De novo e de
novo. Em vários momentos, os sentimentos iam e vinham com a mesma fluidez das
palavras da autora.
Considero os
personagens criados por Tarryn muito complexos, muito humanos. E isso é
fantástico porque ela conseguiu abordar questões psicológicas de maneira sutil
e bem feita, mostrando que nenhum ser humano é completamente bom ou ruim, que
isso é o normal, essa dualidade de sentimentos e ações. Que nada é apenas preto
ou branco, mas, sim, nuances variadas entre estas cores.
A trilogia “Amor
e Mentiras” conta com três perspectivas diferentes, sendo que cada um dos volumes
tem o foco em um dos personagens principais. Neste primeiro conhecemos melhor
Olivia e a história sob seu ponto de vista, na sequência, “A Perversa”, que
terá sua edição nacional em julho, acompanharemos a história com foco em Leah, que é a que menos apareceu neste volume
inicial, e no último livro, “O Impostor”, que será publicado por aqui em agosto,
vamos saber o que Caleb realmente pensa e como age diretamente. Vou deixar as
capas das continuações no final do post. Estou muito contente com a forma como
a Faro Editorial está tratando esta série e seus demais livros.
Olivia é um
tipo de protagonista que a gente não consegue só amar ou só odiar. Nenhum deles
é. A gente gosta e detesta com a mesma intensidade. Dá para notar que cada uma
de suas decisões e modo de agir são provenientes de tudo o que viveu em sua
vida, e é como se ela encontrasse em toda aquela obsessão uma forma de esquecer
todo o resto. Mas algumas coisas são ruins de mais para acharmos convenientes.
Apesar de não ter achado que os resultados tenham sido diretamente sua culpa em
algumas ocasiões, porque envolviam a vontade de outra pessoa e ela não estava
obrigando-as mesmo com o apoio. É toda uma questão cheia de dualidades que nos
faz ficar refletindo o tempo inteiro.
Ela nos
conta sobre o passado dos dois e o que aconteceu em sua vida até chegar àquele
ponto em que se encontra agora, intercalando as partes com cenas do presente.
Como aqui acompanhamos a trama somente pelo ponto de vista de Olivia, sabemos
que o que ela nos conta em relação à personalidade e a perfeição de Caleb não
condiz realmente com a realidade, porque tem muito de sua opinião pessoal a
respeito dele e de tudo o que vive. E porque já encontramos neste primeiro
exemplar indícios de que ele também não é flor de se cheire.
E eu acho
que o nome deste exemplar, não – melhor –, o título da série está errado.
Deveria se chamar “Obsessão”, “Obcecados”, ou qualquer coisa semelhante a isso,
porque nunca conheci personagens mais (vou repetir) obcecados como estes, o que, em muitas ocasiões, era incrivelmente
irritante. E essa forma de comportamento era tão intrincada nos três, que eles chegavam à beira da loucura.
Não posso
dizer que realmente torcia para Olivia ficar com Caleb, mas também não montei
torcida para Leah, porque no final não sei se algum deles merecia ficar com o
outro, já que nenhum dos três vale alguma coisa, mas também fico com pena de um
quarto elemento surgindo neste emaranhado porque a pessoa não merece fazer
parte destes relacionamentos obsessivos. Deu para entender a situação? Hahaha
Acho que só lendo para realmente saber do que estou falando. Só sei que até
agora ainda não decidi quem dos três é o menos pior, mas levando em
consideração que só li o primeiro volume e ainda não pude conhecer exatamente a
forma de pensar e agir de Caleb ou Leah, acho que é realmente difícil chegar a
uma conclusão exata. E talvez todos sejam simplesmente farinhas vencidas do
mesmo saco, então não vou poder decidir qual é o melhor no final.
Um dos
segredos do livro não posso dizer que me surpreendeu quando foi relevado,
porque eu já sabia no âmago do meu ser, desde o começo, que aquilo tinha
acontecido. Não sei se foi a intenção da autora devido as evidências deixadas,
ou se foi mais para algumas pessoas perceberem e outras, não.
Claro que
estou curiosa para ler as continuações, porque tenho necessidade de saber o que vai acontecer depois. Espero que tenham
finais estendidos em relação a este, porque não gostei de como as coisas
terminaram por aqui.
Tarryn
Fisher já escreveu alguns títulos, mas este é o primeiro de sua autoria
individual a ser publicado no Brasil, e também o primeiro que ela escreveu.
“Nunca Jamais”, volume inicial de uma trilogia homônima de contos, que escreveu
junto com outra autora de sucesso e muito adorada pelos fãs nacionais, Colleen
Hoover, também acaba de ser publicada por aqui, só que pela Galera Record – eu
já li e a resenha sai aqui no blog em breve. A autora ainda escreveu três
livros individuais, "Mud Vein", "F*ck Love" e
"Marrow", que são bem falados lá fora, mas ainda não há previsão de
publicação nacional.
A edição
nacional está simplesmente linda! A folha de guarda é colorida com uns detalhes
gráficos, a capa possui verniz localizado no detalhe onde está o título, e este
está em alto-relevo, as folhas são amarelas, o que facilita na hora da leitura,
principalmente levando em consideração que o texto está bem diagramado, com fonte
e espaçamentos confortáveis, e no começo de cada capítulo há detalhes gráficos.
Uma notícia
mais do que maravilhosa é que a Faro Editorial vai fazer um tour com Tarryn
Fisher no Brasil ainda este ano (Clique aqui para conferir o evento no Facebook
e marcar presença)! Junto com J. Sterling (clique no nome para conferir as
resenhas dos livros), outra escritora publicada pela editora, ela vai
comparecer na Bienal de São Paulo, em agosto, e também em outras três cidades: Rio
de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, que foram as mais votadas em uma enquete
feita pela editora. Todos os três volumes da trilogia serão publicados até a
data, então já podem comemorar e se preparar para ter seus exemplares
autografados! Eu já estou contando os dias porque amo livros com autógrafos!
<3
Não se
engane achando que este livro é “apenas” uma história de amor, ou um romance
leve e descontraído. Na verdade está mais para thriller psicológico por tudo o
que nos faz pensar, sentir e passar com o avanço das páginas. É uma leitura
intensa, que mexe com nosso emocional e nos faz questionar muitas coisas. E, no
final, ainda ficamos realmente sem saber o que pensar ou como agir (se devemos
jogar o nosso exemplar longe, por exemplo). Se você gosta de leituras que mexem
com você, despertando muitas coisas, inclusive raiva extrema, então “A
Oportunista” é uma ótima opção.
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