Um Estudo em Vermelho – Sherlock Holmes #01 – Arthur Conan Doyle

Eu sempre fui fã do personagem Sherlock Holmes por ser uma pessoa excêntrica e muito inteligente, que desvenda casos, detalhes e pessoas com maestria, só prestando atenção nos mínimos detalhes. Claro que ele é muito mais do que isso, e sua história sempre me fascinou. Eu o conheço desde pequena, não lembro exatamente quando, nem o porquê, só sei que tenho a impressão de que sempre soube de sua existência e sua capacidade, mas preciso confessar algo terrível a meu respeito quando o assunto é Sherlock Holmes. Eu nunca antes havia lido um livro sequer com ele, nem ao menos um dos contos, e me sentia esquisita por isso. Como posso gostar tanto de um personagem que eu nem ao menos conheci da sua maneira mais correta: através das palavras de seu criador, Arthur Conan Doyle?
É por isso que decidi que não poderia mais esperar e resolvi que precisava conhecê-lo na sua mais pura descrição e ações o quanto antes, então o primeiro livro que solicitei da nova parceira aqui do House of Chick, a Editora Zahar, tinha que ser uma das obras de Holmes. Logo que falei com Letícia, a moça que cuida das parcerias, pedi para que ela me indicasse por qual dos seus livros eu deveria começar, e ela nem precisou parar para pensar, disse que eu iria adorar conhecê-lo do começo, em sua primeira aparição e no momento que conhece o homem que futuramente irá se tornar seu grande amigo, Dr. John Watson. E é por este motivo que comecei no universo literário de Sherlock pelo primeiro livro publicado com o personagem, “Um Estudo em Vermelho”.


A história é narrada, em sua maioria, em primeira pessoa por Watson, então o acompanhamos desde antes de conhecer o detetive, quando ele conta um pouco sobre seu passado, o Exército, e sua vida atual, até o momento em que é apresentado a Holmes e vai morar com ele para dividir as despesas e a companhia no tão famoso 221B na Baker Street.
Logo que conheceu Sherlock, Watson ficou bastante intrigado com o conhecimento e a inteligência dele, e suas peculiaridades logo se tornaram um mistério estimulante para o médico, que estava cada vez mais fascinado e curioso pelo seu novo colega de quarto, o que fazia, quais seus objetivos, por quais motivos sabia tanto sobre alguns tópicos, mas absolutamente nada de outros, qual sua profissão, etc.


Até que, em uma conversa, Holmes revela sua profissão, a qual ele acredita ser o único no mundo a exercê-la, é consultor de detetives, ou seja, ele os ajuda a selecionar casos que parecem difíceis ou até impossíveis, tudo por conta de suas teorias, observações e deduções. Aí ele recebe uma carta de Gregson sobre um incidente que ocorreu ali perto, com um corpo de um homem que ninguém tem certeza se foi assassinado ou outra coisa, pedindo-o para ir ao local para auxiliá-lo na resolução do crime. É nesta hora que Watson é convidado a acompanhá-lo e eles logo se veem envoltos em uma história de vingança muito mais interessante e estimulante do que possa parecer inicialmente.
O livro é dividido em duas partes e por capítulos com nomes, na primeira delas conhecemos os personagens principais, além dos protagonistas já aparecem o Lestrade e o Gregson, e somos apresentados ao crime e também às habilidades especiais de Holmes, e o ceticismo inicial de Watson.


No meio do livro há uma cena importante ocorrendo quando o crime está para ser solucionado e, de repente, ela é cortada e começa uma segunda parte denominada ‘A terra dos Santos’, que a princípio me confundiu porque eu não estava esperando aquilo ali naquele momento, mas conforme a leitura foi avançando, percebi que se tratava de algo relevante, que primeiro nos apresenta um outro lado da história, que aconteceu antes, narrado em terceira pessoa, e que faz o leitor entender o assassino com outros olhos – eu até fiquei do seu lado quando soube o que aconteceu para que ele cometesse os crimes – para depois voltarmos ao presente e a solução do caso, e, enfim, Sherlock explicar a todos como foi que ele fez para chegar ao resultado da sua linha de raciocínio (que aparece com mais detalhes do que anteriormente), e suas considerações para chegar aonde chegou, impressionando tanto Watson quanto o leitor.


É aí que o doutor percebe que Holmes precisa dos méritos por seu trabalho publicamente, então decide que vai escrever relatos sobre eles, já que tem as anotações em seus diários, para que todas as pessoas saibam quem foi a verdadeira mente por trás das soluções de todos os mistérios.
Como comentei no início da resenha, sempre fui fã deste detetive que, apesar de não ter conhecido através das obras, já o vi ser interpretado por alguns atores no cinema e em séries de TV (atualmente eu acompanho tanto a inglesa Sherlock, quando a americana Elementary. Esta última não tem muito a ver com as histórias de Doyle, somente manteve nomes e atitudes de alguns personagens), e era viciada no jogo de tabuleiro Scotland Yard, que eu ainda jogo quando consigo.


Uma curiosidade que achei muito interessante para comentar com vocês é que Sherlock Holmes, junto com Papai Noel e Mickey Mouse, já foi identificado como uma das três personalidades mais conhecidas do mundo ocidental, e eu nunca tinha parado para pensar nisso, mas faz sentido. Acho que nunca conheci alguém que não conhecesse este tão famoso detetive.
Eu também não sabia que Sherlock não era um conhecedor de todos os assuntos, mas, como John cita em um momento, ele não sabe nada de filosofia ou astronomia, e muito pouco de política, por exemplo.
A narrativa de Doyle é muito gostosa de acompanhar e com descrições bem feitas e, apesar de ter um raciocínio mais elevado do que a maior parte da população, Holmes consegue transmiti-los com leveza e uma linguagem simples e direta, que nos informa ao mesmo tempo em que nos prende e nos impressiona, mas sem ficarmos refletindo para entender sobre o que ele acabou de explicar, já que dá para captar perfeitamente.


Acho que já comentei aqui no blog como sou apaixonada pelas edições da Zahar, mas vou reforçar o que eu acho, em especial sobre as edições dos clássicos, que geralmente vemos por aí com capas feias e/ou mal feitas, coisa que não desperta o interesse na leitura, pelo menos não o meu, e acho que estava faltando versões inspiradoras, que fizessem até os leitores que não gostam de clássicos ficarem com vontade de lê-los. E eis que a Zahar surge com elas, todas tem capas maravilhosas, são ilustradas, vários delas possuem capa dura, e muitas são até comentadas. Já quero todos os clássicos publicados por eles!
Eu recebi para resenha a edição de Bolso de Luxo, que é maravilhosa, com capa dura, uma ilustração linda da silhueta dos protagonistas, que tem tudo a ver com a história, o texto é integral, inclui trinta ilustrações originais em preto e branco com legendas, páginas amarelas e, mesmo assim, o preço não é elevado. Para aqueles que adoram sentir o cheiro dos livros (culpada!), esta edição pocket é uma maravilha e tem um cheiro fantástico. hahaha


A Zahar também lançou uma edição normal, que não tem capa dura, mas é comentada, e eu também achei linda, só que ainda não tive a oportunidade de vê-la em mãos. A maioria dos volumes com histórias de Holmes só foi publicado nesta versão, tendo apenas três na coleção Bolso de Luxo, mas as outras serão publicadas em breve e aos poucos.
Holmes é genial, isso eu sempre soube, mas poder acompanhá-lo desde sua primeira aparição só fez minha admiração pelo personagem e também por Arthur Conan Doyle crescerem mais. Então o que eu posso concluir depois desta leitura maravilhosa é que eu demorei muito para começá-la e prometo a mim mesma que não vou mais fazer isso e os próximos volumes serão lidos e resenhados o quanto antes. Em breve também postarei uma resenha em vídeo.


Este é um livro curto, tem apenas 190 páginas no formato pocket, então a leitura não é demorada, além de ser bem fluida e agradável, então é difícil o leitor demorar muito tempo para finalizá-la. Estou ansiosa para conhecer os próximos volumes de Holmes e Watson, que pretendo ler cronologicamente.
Recomendo muito este volume para todos aqueles que gostariam de conhecer como tudo começou na relação entre Sherlock Holmes e John Watson, entender o método de dedução do detetive mais famoso do mundo, se deliciar com uma leitura rápida e uma história muito gostosa e envolvente.
Avaliação



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2 comentários:

  1. Olá meninas!

    Eu sou doida para ler esses livro do Holmes, acho sua mente fascinante e claro, sempre que penso nele, lembro do ator de Iron Man (me fugiu o nome dele! rsrsrsrrs)

    Adoei a resenha, mais um na minha listinha de desejados!

    bjo bjo^^

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  2. Amei essa resenha, quero aprender!

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