Em “Konrad –
O Menino da Lata” conhecemos a Dona Bartolotti, uma mulher que nunca teve
filhos e vive sozinha desde que seu marido foi embora. Ela é o que as pessoas
ao seu redor chamam de esquisita pelo simples fato de gostar de se vestir com
roupas extravagantes, com peças que não combinam entre si, e maquiagens
chamativas, não que ela se importe com a opinião alheia, afinal é feliz assim.
Bartolotti
tem uma mania estranha que nem mesmo ela consegue entender: faz encomenda de
qualquer coisa que aparece na sua frente, mesmo que nunca vá utilizá-la ou saiba
para que serve, e algumas ela nem mesmo consegue se lembrar de ter comprado até
o momento de receber pelo correio. Uma destas encomendas, que ela nem tinha a
menor ideia de ter feito, chegou de surpresa em sua casa, e logo a assustou,
afinal, era uma lata com uma criança dentro (!), que vinha acompanhada de com
documentos importantes, como certidão de nascimento e caderneta de vacinação,
além de uma carta explicativa. Mesmo podendo ser um engano, Bartolotti logo se
encanta pelo menino Konrad e não tem a menor intenção de devolvê-lo, ele agora é
seu filho.
A princípio Konrad é um menino muito certinho,
afinal na fábrica o ensinaram tudo o que alguns pais mais desejam nos seus
filhos: a perfeição. Então ele sempre pergunta antes de fazer qualquer coisa,
não corre, não briga, não grita, sabe o horário certo de dormir e acordar, estuda
sem lhe mandarem para ser mais inteligente do que as outras crianças de sua
idade, quer agradar a todo custo, entre muitas outras coisas. Dona Bartolotti
pode até não saber nada sobre esses pequenos, mas até ela percebe que Konrad
precisa se soltar mais, não se importar tanto assim com o que os outros pensam,
fazer o que gosta e não ser como um robô.
No começo a adaptação
do menino acaba sendo um pouco difícil, afinal a mãe não sabe muito como garotos
da sua idade devem agir, nem o que vestir, então ele acaba sendo diferente dos
demais e chamando a atenção de maneira negativa para si. Mas isso muda quando
ele conhece a menina Kitti Rusika, que logo se torna sua amiga.
Este é um
livro muito fofo e foi publicado em 1975, e escrito pela autora austríaca Christine
Nöstlinger, que é uma das mais bem-sucedidas autoras contemporâneas de obras
infantojuvenis e já ganhou diversos prêmios, entre eles o Prêmio Hans Christian
Andersen. Esta sua obra, lançada no Brasil em 2013, foi indicada para o Prêmio
Alemão de Literatura Juvenil em 1976.
A história,
além de, com toda a certeza, encantar e entreter o leitor, também faz críticas
à sociedade e também à como as pessoas se comportam com o que é diferente do que
eles esperam, apresentadas de forma sutil, mas que nos fazem refletir.
Confesso que
primeiro achei Konrad um menino chato por ser certinho demais, sem se divertir
e sendo muito sério para sua pouca idade, algumas vezes ele que parecia o
adulto da casa. Mas essa é a fase mais leve e gostosa da vida, então sempre
acho que as crianças devem aproveitar ao máximo, o que ele não estava fazendo
de jeito nenhum.
Depois de
uma reviravolta na trama, o garoto aprende a se soltar e até a fazer bagunças,
o que me agradou demais, me fazendo rir alto em algumas cenas mais para o final
da leitura. Além disso, Dona Bartolotti é uma personagem maravilhosa, atrapalhada,
mas muito divertida, e eu adorava as divagações dela. O relacionamento entre
mãe e filho foi sendo desenvolvido aos poucos e se transformou em algo
admirável de se ver, e eu fiquei torcendo para que eles ficassem realmente juntos
depois de algumas confusões que aconteceram na história. A Kitti Rusika, outra
personagem que ganhou destaque, também é sensacional e adorei a amizade que ela
e Konrad construíram, que foi muito bonita de se ver.
A
diagramação está ótima, com fonte grande e espaçamento de bom tamanho para uma
leitura por mais tempo. Este livro não possui capítulos, sendo a história
narrada direto, mas há ilustrações de um pequeno abridor de garrafas fazendo a
divisão. Outro detalhe gráfico que achei fofo é que na numeração das páginas há
uma lata com o número dentro.
E por falar
nas ilustrações, as deste exemplar foram feitas por Annete Swoboda, uma alemã
muito talentosa, que criou bonitos desenhos bem coloridos e divertidos, dando o
tom exato para a história. Estas ilustrações ocupam páginas inteiras e
representam alguma cena que está sendo narrada no texto, o que eu achei
maravilhoso.
Como uma
trama original, personagens incríveis e muito carismáticos, uma história fofa,
engraçada e gostosa de acompanhar, “Konrad – O Menino da Lata” é um livro que
merece ser lido por todos que têm uma criança em casa e por aqueles que, assim
como eu, adoram conhecer obras infantojuvenis encantadoras. Super recomendado!
Avaliação
Oi meninas!!!!
ResponderExcluirQue livro lindo! Adorei a capa e a resenha! E os desenhos então! Perfeitos!!!!
Mais um na minha listinha!!! hahahahahha!
bjo bjo^^