Rebelde - Reboot #02 - Amy Tintera

Apesar de esta ser uma resenha de continuação, não há qualquer tipo de spoiler do primeiro volume da duologia, “Reboot” (clique no título para conferir a resenha), nem deste exemplar.
O mundo não é mais o mesmo desde que alguns adolescentes retornam à vida depois de morrerem, muito mais fortes. Quanto mais tempo uma pessoa permanece morta, mais forte e letal ela é ao voltar a viver, tornando-os uma espécie de evolução dos humanos, os Reboots. Os humanos de fato vivem com medo ou nojo deste tipo de pessoa, que não fica doente e nem morre de forma normal, levando tiros, quedas, ou sendo espancado, por exemplo.
No livro anterior conhecemos a mais famosa soldada da CRAH, Wren Connoly, que voltou à vida depois de surpreendentes 178 minutos. Todos a conhecem e muitos a temem, mas ela trabalha nesta organização fazendo o que mandam, mesmo contra a sua vontade. Depois da chegada do novato Callum, um 22 em quem ninguém coloca muita confiança, mas que na verdade vai abalar com as estruturas de Wren, é que tudo muda.
O garoto se mete em um grande problema, e, para salvá-lo, Wren acaba elaborando um plano e o coloca em ação. Agora, eles estão foragidos, junto com muitos outros Reboots, em busca de um local que parece ser a salvação. Mas talvez as coisas não saiam como o esperado e eles precisem temer não só os humanos, mas alguns Reboots muito poderosos também.
Enquanto de um lado os humanos não ajudam ou enfrentam os Reboots, de outro há Reboots querendo dizimar com toda a população humana da Terra. Wren só quer ir embora e deixar tudo para trás, mas Callum não poderia abandonar milhões de pessoas para morrerem. Não sem lutar por elas. Começa, então, um verdadeiro impasse entre os dois, que precisarão decidir se vale a pena morrer por aqueles que quase nunca lhes estenderam as mãos, ou se abandonar tudo em busca da sobrevivência deles próprios é a melhor opção. Mas, qualquer que seja esta decisão, consequências terríveis acontecerão.
A narrativa é em primeira pessoa sob o ponto de vista dos dois protagonistas, Wren e Callum, em capítulos alternados, ora acompanhando um, ora o outro. Como já comentei antes, este é o meu tipo preferido de acompanhar uma história, já que podemos saber tudo o que os personagens principais estão sentindo ao mesmo tempo em que temos duas visões diferentes de uma mesma trama.
Fora que, assim, pudemos ver como um completa o outro de forma mais ampla, afinal ela é forte, determinada e corajosa, enquanto ele possui uma visão mais romântica das coisas, e tem sentimentos e humanidade mais aflorada. E, juntos, criam o equilíbrio ideal, além de se importarem com as coisas e lutar por elas e pelo que vale a pena, sabendo escolher suas batalhas. 
A leitura flui muito bem, já que a escrita de Amy é gostosa, direta e nos prende com facilidade. A trama foi bem construída, e os personagens são cativantes, principalmente a protagonista feminina, Wren, que é bastante badass e eu realmente adoro quando encontro girl power nas leituras. Há muitos momentos de tensão e ação neste volume e os personagens estão sempre se movimentando.
No primeiro livro, o romance tinha ganhado bastante destaque, tanto que eu comentei na minha resenha que, se o leitor não curtisse esse tipo de coisa, com certeza não iria gostar tanto assim da obra. Neste segundo volume as coisas melhoram um pouco, ficaram menos melosas, mas, ainda assim, há bastante do relacionamento amoroso sendo citado em diversos momentos e isso pode acabar incomodando aqueles que não curtem isso.
Como este é o desfecho, vamos encontrar soluções para todas as questões abordadas, muita ação para chegar a isso e também algumas mortes, inclusive importantes. Confesso que não gostei especialmente de uma delas, mas já era de se esperar que algo assim iria ocorrer. A autora soube fechar as pontas soltas de forma satisfatória, e gosto que tenha sido uma duologia porque se fosse diferente teria enrolado muito para chegar aos objetivos, o que seria desnecessário.
No geral, achei estas obras de Amy interessantes, mas nada além disso. Não fiquei transbordando de empolgação ou sentindo aquela necessidade física de saber o que iria acontecer em seguida. Ela soube abordar os assuntos de maneira bem feita, mas acho que faltou emoção, visto que eu não senti meu coração palpitar ou fiquei desesperada para saber o que ia acontecer. E por isso que a considero uma boa distopia, mas não classificaria como uma das melhores.
Até o momento, Tintera só possui dois títulos no currículo, esta duologia denominada Reboot. Porém, há previsão de mais uma obra para este ano lá fora, “Ruined”, primeiro volume de sua nova série. A previsão de lançamento é no começo deste mês, só que ainda não há notícias sobre o livro vir para o Brasil também. Mas vou ficar torcendo para que seja publicado por aqui, sim.
A diagramação é confortável para uma leitura agradável, com fonte em bom tamanho e espaçamentos bem feitos. A capa original foi mantida e adaptada para o português e eu gosto dela, pois é simples, intrigante, e combina com a do primeiro livro e com o contexto da obra.
Para aqueles leitores que buscam distopias simples, com uma evolução da raça humana depois da morte, bastante movimentação, personagens cativantes, uma protagonista feminina badass, e uma trama ágil e fluida, a duologia “Reboot” é uma boa pedida!

Avaliação



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