Apesar de esta ser uma resenha de
continuação, não há qualquer tipo de spoiler do primeiro volume da duologia, “Reboot”
(clique no título para conferir a resenha), nem deste exemplar.
O mundo não
é mais o mesmo desde que alguns adolescentes retornam à vida depois de
morrerem, muito mais fortes. Quanto mais tempo uma pessoa permanece morta, mais
forte e letal ela é ao voltar a viver, tornando-os uma espécie de evolução dos
humanos, os Reboots. Os humanos de fato vivem com medo ou nojo deste tipo de
pessoa, que não fica doente e nem morre de forma normal, levando tiros, quedas,
ou sendo espancado, por exemplo.
No livro anterior
conhecemos a mais famosa soldada da CRAH, Wren Connoly, que voltou à vida
depois de surpreendentes 178 minutos. Todos a conhecem e muitos a temem, mas
ela trabalha nesta organização fazendo o que mandam, mesmo contra a sua
vontade. Depois da chegada do novato Callum, um 22 em quem ninguém coloca muita
confiança, mas que na verdade vai abalar com as estruturas de Wren, é que tudo
muda.
O garoto se
mete em um grande problema, e, para salvá-lo, Wren acaba elaborando um plano e
o coloca em ação. Agora, eles estão foragidos, junto com muitos outros Reboots,
em busca de um local que parece ser a salvação. Mas talvez as coisas não saiam
como o esperado e eles precisem temer não só os humanos, mas alguns Reboots
muito poderosos também.
Enquanto de
um lado os humanos não ajudam ou enfrentam os Reboots, de outro há Reboots
querendo dizimar com toda a população humana da Terra. Wren só quer ir embora e
deixar tudo para trás, mas Callum não poderia abandonar milhões de pessoas para
morrerem. Não sem lutar por elas. Começa, então, um verdadeiro impasse entre os
dois, que precisarão decidir se vale a pena morrer por aqueles que quase nunca
lhes estenderam as mãos, ou se abandonar tudo em busca da sobrevivência deles
próprios é a melhor opção. Mas, qualquer que seja esta decisão, consequências
terríveis acontecerão.
A narrativa
é em primeira pessoa sob o ponto de vista dos dois protagonistas, Wren e
Callum, em capítulos alternados, ora acompanhando um, ora o outro. Como já
comentei antes, este é o meu tipo preferido de acompanhar uma história, já que
podemos saber tudo o que os personagens principais estão sentindo ao mesmo
tempo em que temos duas visões diferentes de uma mesma trama.
Fora que,
assim, pudemos ver como um completa o outro de forma mais ampla, afinal ela é
forte, determinada e corajosa, enquanto ele possui uma visão mais romântica das
coisas, e tem sentimentos e humanidade mais aflorada. E, juntos, criam o
equilíbrio ideal, além de se importarem com as coisas e lutar por elas e pelo
que vale a pena, sabendo escolher suas batalhas.
A leitura
flui muito bem, já que a escrita de Amy é gostosa, direta e nos prende com
facilidade. A trama foi bem construída, e os personagens são cativantes,
principalmente a protagonista feminina, Wren, que é bastante badass e eu realmente adoro quando
encontro girl power nas leituras. Há
muitos momentos de tensão e ação neste volume e os personagens estão sempre se
movimentando.
No primeiro
livro, o romance tinha ganhado bastante destaque, tanto que eu comentei na
minha resenha que, se o leitor não curtisse esse tipo de coisa, com certeza não
iria gostar tanto assim da obra. Neste segundo volume as coisas melhoram um
pouco, ficaram menos melosas, mas, ainda assim, há bastante do relacionamento
amoroso sendo citado em diversos momentos e isso pode acabar incomodando
aqueles que não curtem isso.
Como este é
o desfecho, vamos encontrar soluções para todas as questões abordadas, muita
ação para chegar a isso e também algumas mortes, inclusive importantes.
Confesso que não gostei especialmente de uma delas, mas já era de se esperar
que algo assim iria ocorrer. A autora soube fechar as pontas soltas de forma
satisfatória, e gosto que tenha sido uma duologia porque se fosse diferente
teria enrolado muito para chegar aos objetivos, o que seria desnecessário.
No geral,
achei estas obras de Amy interessantes, mas nada além disso. Não fiquei
transbordando de empolgação ou sentindo aquela necessidade física de saber o
que iria acontecer em seguida. Ela soube abordar os assuntos de maneira bem
feita, mas acho que faltou emoção, visto que eu não senti meu coração palpitar
ou fiquei desesperada para saber o que ia acontecer. E por isso que a considero
uma boa distopia, mas não classificaria como uma das melhores.
Até o
momento, Tintera só possui dois títulos no currículo, esta duologia denominada Reboot.
Porém, há previsão de mais uma obra para este ano lá fora, “Ruined”, primeiro
volume de sua nova série. A previsão de lançamento é no começo deste mês, só
que ainda não há notícias sobre o livro vir para o Brasil também. Mas vou ficar
torcendo para que seja publicado por aqui, sim.
A
diagramação é confortável para uma leitura agradável, com fonte em bom tamanho
e espaçamentos bem feitos. A capa original foi mantida e adaptada para o português
e eu gosto dela, pois é simples, intrigante, e combina com a do primeiro livro
e com o contexto da obra.
Para aqueles
leitores que buscam distopias simples, com uma evolução da raça humana depois
da morte, bastante movimentação, personagens cativantes, uma protagonista
feminina badass, e uma trama ágil e
fluida, a duologia “Reboot” é uma boa pedida!
Avaliação
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