Praagh é um médium experiente que
excursiona pelos EUA fazendo seminários e passando mensagens de espíritos para
parentes que perderam alguém. Neste livro ele enfoca a relação entre pais e
filhos. É de conhecimento de todos que não há dor maior do que a perda de um
filho, já que o esperado sempre é que os mais velhos irem primeiro, mas ao
ouvir os relatos da obra fica claro que devemos encarar nossos entes como
espíritos eternos que podem estar encarnados mais novos mas que podem ter muito
mais idade, ou seja, com isso quero dizer que uma criança pode morrer jovem,
mas ser muito mais velha do que seus pais, além de mais sábia e experiente,
isso permite compreender também o motivo de algumas dessas mortes prematuras.
Com uma narrativa simples e
acessível Praagh é muito didático, assim ela fica dividida em três partes, a
primeira parte - A Travessia- aborda a morte de uma criança, sua chegada ao
mundo espiritual e a vida destas crianças no astral. Destaque para as
atividades destes indivíduos desencarnados que passam a crescer no astral,
frequentando escolas e universidades para adquirir conhecimentos.
Na segunda parte- A Natureza da
Alma, características da alma, lições da alma e como se dá o retorno dessa alma
são alguns dos temas citados. Já na terceira e última parte- Curando a sua
Vida, o enfoque se dá no diálogo dos espíritos com seus parentes, casos de
contato que renderam processos de cura, assim como a técnica de cartas do céu
onde os pais fazem cartas para os filhos falecidos e obtém respostas, achei
essas cartas emocionantes, embora estejam em um papel elas trazem em si uma
forte carga emocional.
O livro é repleto de casos que
comprovam de diversas formas a continuidade das almas dos que se foram. O que
fica evidente é que no caso de pais enlutados, mais do que no caso de outros
laços a culpa fica mais acentuada, já que os pais que se sentem responsáveis
pela morte da criança. Desde a compra de um carro, a autorização de um passeio
de barco e uma doença, tudo torna-se martírio para esses pais que não conseguem
lidar com a perda.
Os filhos em contraparte mandam
mensagens no sentido de alertarem os pais não só sobre o quanto estão vivos e
felizes, mas também de que não há nada a ser perdoado ou que eles pudessem
fazer para evitar o que já havia sido programado anteriormente na sua reunião
cármica. Dão lições de amor e sabedoria, mostrando que a morte pode ser sim
alívio para dor, ou a liberdade para os que se sentiam em uma jaula.
Outro fator forte desses contatos
é que estes filhos sempre estão perto dos pais que angustiados e tristes não se
permitem serem contatados. A conexão embora entre dimensões se torna mais
verdadeira e forte, onde filhos passam a zelar pelos pais que ficaram. Em boa
parte dos casos os pais depois de ouvirem seus filhos começam o seu processo de
cura, retomando suas vidas e seguindo com a certeza de que nada acabou, ao
contrário apenas começou.
Praagh não aborda o tema dentro
de nenhuma religião específica, ele trabalha com os dados que recebe assim como
sua experiência de mais de trinta anos como médium. Espíritas talvez achem
estranho seu discurso que é desapegado da doutrina comumente utilizada como
apoio em livros do tema. E ai reside a graça do livro, já que podemos obter
conhecimento livre de dogma.
Laços de Amor Eterno é inspiração
para pais que perderam seus filhos, mas não só para eles, mas para qualquer um
que tenha perdido alguém que ama. É um lembrete que devemos abrir nossos
corações e nos permitir sentir e escutar, sem preconceitos, o que o além tem a
nos dizer. É uma porta de entrada para quem procurar, uma janela para quem já
trilha a senda.
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário