Laços de Amor Eterno - James Van Praagh


A Morte é facilmente a única certeza que temos ao nascer, ainda assim é sempre uma surpresa para todos, seja para quem morre, seja para quem fica. No momento atual de nosso planeta que caminha para uma mudança de paradigma, de expiação para regeneração, isso não pode mais acontecer. Claro é um desafio conseguir ver seu ente querido ir embora e não sofrer nada, mas talvez um primeiro passo seja procurar mais sobre o assunto, e se permitir escutar aquilo que os que estão desencarnados têm a dizer. Laços de Amor Eterno, do autor James Van Praagh, publicado pela Sexante caminha nesse sentido.

Praagh é um médium experiente que excursiona pelos EUA fazendo seminários e passando mensagens de espíritos para parentes que perderam alguém. Neste livro ele enfoca a relação entre pais e filhos. É de conhecimento de todos que não há dor maior do que a perda de um filho, já que o esperado sempre é que os mais velhos irem primeiro, mas ao ouvir os relatos da obra fica claro que devemos encarar nossos entes como espíritos eternos que podem estar encarnados mais novos mas que podem ter muito mais idade, ou seja, com isso quero dizer que uma criança pode morrer jovem, mas ser muito mais velha do que seus pais, além de mais sábia e experiente, isso permite compreender também o motivo de algumas dessas mortes prematuras.

Com uma narrativa simples e acessível Praagh é muito didático, assim ela fica dividida em três partes, a primeira parte - A Travessia- aborda a morte de uma criança, sua chegada ao mundo espiritual e a vida destas crianças no astral. Destaque para as atividades destes indivíduos desencarnados que passam a crescer no astral, frequentando escolas e universidades para adquirir conhecimentos.

Na segunda parte- A Natureza da Alma, características da alma, lições da alma e como se dá o retorno dessa alma são alguns dos temas citados. Já na terceira e última parte- Curando a sua Vida, o enfoque se dá no diálogo dos espíritos com seus parentes, casos de contato que renderam processos de cura, assim como a técnica de cartas do céu onde os pais fazem cartas para os filhos falecidos e obtém respostas, achei essas cartas emocionantes, embora estejam em um papel elas trazem em si uma forte carga emocional.

O livro é repleto de casos que comprovam de diversas formas a continuidade das almas dos que se foram. O que fica evidente é que no caso de pais enlutados, mais do que no caso de outros laços a culpa fica mais acentuada, já que os pais que se sentem responsáveis pela morte da criança. Desde a compra de um carro, a autorização de um passeio de barco e uma doença, tudo torna-se martírio para esses pais que não conseguem lidar com a perda.

Os filhos em contraparte mandam mensagens no sentido de alertarem os pais não só sobre o quanto estão vivos e felizes, mas também de que não há nada a ser perdoado ou que eles pudessem fazer para evitar o que já havia sido programado anteriormente na sua reunião cármica. Dão lições de amor e sabedoria, mostrando que a morte pode ser sim alívio para dor, ou a liberdade para os que se sentiam em uma jaula.

Outro fator forte desses contatos é que estes filhos sempre estão perto dos pais que angustiados e tristes não se permitem serem contatados. A conexão embora entre dimensões se torna mais verdadeira e forte, onde filhos passam a zelar pelos pais que ficaram. Em boa parte dos casos os pais depois de ouvirem seus filhos começam o seu processo de cura, retomando suas vidas e seguindo com a certeza de que nada acabou, ao contrário apenas começou.

Praagh não aborda o tema dentro de nenhuma religião específica, ele trabalha com os dados que recebe assim como sua experiência de mais de trinta anos como médium. Espíritas talvez achem estranho seu discurso que é desapegado da doutrina comumente utilizada como apoio em livros do tema. E ai reside a graça do livro, já que podemos obter conhecimento livre de dogma.

Laços de Amor Eterno é inspiração para pais que perderam seus filhos, mas não só para eles, mas para qualquer um que tenha perdido alguém que ama. É um lembrete que devemos abrir nossos corações e nos permitir sentir e escutar, sem preconceitos, o que o além tem a nos dizer. É uma porta de entrada para quem procurar, uma janela para quem já trilha a senda.



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