Falyn
Fairchild, filha do governador do Colorado, abandonou sua antiga vida, com regalias,
estudos, carro, etc., por conta de sua família terrível, que a fez fazer algo
em que a afetou completamente. Mesmo depois de arrependida ela não poderia
voltar atrás, e agora precisa viver com este fantasma assombrando-lhe aonde
quer que vá. Em sua nova realidade, a moça é garçonete e vive num pequeno
apartamento em cima do café onde trabalha, enquanto junta dinheiro para ir ao
único local que poderá lhe oferecer a redenção de que precisa para ir em
frente: Eakins, Illinois.
Taylor
Maddox é um bombeiro da equipe de elite, da divisão Alpina de Estes Park, que
trabalhavam na região durante a época do ano em que os incêndios florestais
eram grandes e frequentes. Charmoso e lindo mesmo com o rosto coberto de
fuligem, Taylor chama a atenção de muitas pessoas, mas Falyn sabe que ele é
sinônimo de problema e não vai se impressionar com isso. Só que, para um rapaz
da família Maddox, uma garota desinteressada, respondona e desafiadora é tudo o
que mais deseja. Então ele está determinado a sair com a moça.
Até que ela
descobre que ele pode ser uma passagem para o que ela mais busca e resolve lhe dar
uma chance, mesmo que se mantendo na zona da amizade. Mas alguma mulher já
conseguiu resistir a algum dos irmãos Maddox quando eles estão determinados a conquistá-las?
Lembro que
quando li o primeiro livro de Jamie McGuire publicado no Brasil, “Belo Desastre”,
ainda em 2012, me apaixonei pela história e sua intensidade, tornando-se o
primeiro título do gênero new adult de que gostei e, portanto, sempre terá um
lugar especial guardado no meu coração. Sei que muitas pessoas odeiam o Travis,
o primeiro dos irmãos a ganhar uma história, mas eu entendi as complexidades do
personagem de um jeito que me fez aceitá-lo como ele é, não que eu tenha
concordado com suas atitudes.
Então,
quando soube que a autora iria publicar uma série nova neste universo, fiquei
muito empolgada. Só que, apesar de serem bons, infelizmente não fiquei
completamente apaixonada por nenhum dos dois que li. E continuo sentindo falta
de emoção nos livros desta série, o que é uma pena, visto que amei os livros
protagonizados por Abby e Travis, e tinha grandes expectativas para seus
irmãos. Acho que faltou intensidade e aquele gostinho de quero mais, fazendo
com que a gente torça pelo casal e fique esperando que fiquem juntos.
O que
acontece é que o relacionamento amoroso acontece muito rápido. Eles começam a
sentir atração um pelo outro, mas, daqui a pouco, já se amam tanto que um não
consegue viver sem a outra pessoa. Parece que a gente pisca e, quando abre os
olhos novamente, os dois já estão completamente apaixonados. E isso me incomoda
porque eu gosto de ver a construção do relacionamento aos poucos, o nascimento
e o desenvolvimento dos sentimentos.
A escrita de
Jamie é realmente deliciosa, o leitor facilmente consegue se sentir inserido
naquele mundo criado por ela, que parece muito real, como se fosse um relato de
algo que realmente aconteceu com alguém e acho isso maravilhoso. Além disso,
sua narrativa flui muito bem, com pontos altos no momento certo, nos mantendo
presos a cada virada de página.
O mistério
da trama é interessante e fiquei bastante curiosa para desvendá-lo o quanto
antes. Confesso que não tinha chegado à resposta exata para o segredo de Falyn
antes da revelação, mas me incomodou um pouco que ela não tenha tomado atitudes
logo quando se arrependeu. Tenho certeza de que ela poderia ter conseguido
resolver a questão na época. Mas, por outro lado, entendo que não tenha feito e
que agora ela possa ter seguido em frente e deixado as coisas como estão, para
dar uma chance às outras pessoas envolvidas, porque, se fosse diferente, teria
sido horrível. Só que também acho que ela poderia ter conseguido uma forma de
ter mais participação, sem grandes interferências, mas isso vocês precisam ler
para entender.
Como
costume, revemos os protagonistas dos demais livros escritos pela autora, então
todos podem matar saudades dos seus personagens preferidos. E a linha do tempo
deste converge com os demais, então vamos acompanhar algumas cenas aqui que já
tinham acontecido nos outros exemplares, só que desta vez sob outra perspectiva.
O que, ao mesmo tempo é muito bacana, porque une as obras em um universo só de
forma excepcional e é ótimo poder associar/relembrar determinados pontos das
anteriores, também é estranho, porque todos eles se apaixonaram pelos amores de
suas vidas justamente em momentos tão próximos assim? Isso soa completamente
forçado.
Porque aqui
vimos Travis e Abby com o casamento (ou seja, amor recente), Thomas e Liis no
meio do desenvolvimento do relacionamento deles (quem leu o livro "Bela
Redenção" reconhece a cena e sabe como estavam os sentimentos de ambos
naquele momento), Trenton e Camille (não li “Bela Distração”, então não posso
dar certeza sobre a linha do tempo do casal) e Tyler e Ellison (que serão os
protagonistas do último volume – ainda inédito no Brasil –, mas aqui deu a
entender que ainda não estão juntos, mas que isso vai ocorrer em breve). Fico
com uma impressão do tipo: que fórmula eles seguiram para se apaixonarem
perdidamente no mesmo momento? Por que não anos depois ou algo assim?
O que MAIS
me irritou foi o seguinte: Falyn nunca foi uma santa, ela teve muitos erros,
inclusive muito incômodos, que me faziam querer sacudi-la o tempo todo, além de
ficar cansada com sua grande pretensão de ser coitadinha, mas ela sempre deixou
bem claro o que sentia ou não e quais eram as suas intenções. Taylor cismou com
ela, insistiu até conseguir um encontro e depois ficar com ela e conquistá-la.
Até aí tudo bem, só que, mais uma vez, a insegurança dela falou mais alto e
seus problemas o afastaram. Não foi certo, claro. Mas às vezes a mente da gente
prega algumas ideias ridículas que demoram a parecer erradas na nossa cabeça
(quem diz que nunca pensou/fez em algo e depois se arrependeu de tamanha
idiotice está obviamente mentindo). Só que Taylor já dizia que era louco por
ela e tudo mais. Aí, ele fica chateadíssimo com a atitude dela e com razão, mas
perde completamente a razão e a noção e faz uma coisa absurda quando vai para a cama com outra mulher durante A
SEMANA que estão separados. Eu tinha que desabafar isso aqui, mas percebi que
seria um grande spoiler, então coloquei em branco, por isso, quem quiser ler,
passe o mouse em cima.
Isso me
lembrou da série Friends, daquela situação de Ross e Rachel, só que em um nível
muito pior. Acho que a autora se inspirou naquilo, e ela deve ser #TeamRoss. Mas isso nem foi o pior, e, agora sim vem a parte que mais me
irritou (desculpem, tive que fazer um parágrafo explicativo antes de revelar
hahaha): Falyn e o próprio Taylor meio
que colocaram a culpa NELA por ele ter feito isso! Onde já se viu? O cara
não consegue se segurar por UMA SEMANA!!! E a culpada é ela? Cadê todo o amor
que ELE disse que sentia? É só ter UMA briga, uma discussão e ele já corre para
o lado errado? Sinto muito, mas eu nunca que ia aceitar que colocassem uma
culpa RIDÍCULA dessas em mim, dizendo que EU não faria mais o cara sofrer só
porque nós brigamos e ELE tomou uma atitude dessas! Pelo amor, gente!! – (Final do desabafo.
#Respira Hahaha). Depois disso, mais um clichê acontece, o qual eu já estava
esperando desde o começo quando soube que ele era bombeiro, porque é bem óbvio.
A trama
ainda é narrada pela figura feminina em primeira pessoa como nas obras
anteriores, mas eu acho que a autora deveria ter colocado capítulos
intercalados porque soaria melhor, principalmente porque não pudemos realmente
conhecer a fundo quem deveria ser o destaque da série, o irmão da família, Taylor.
A capa segue
um padrão com os demais livros narrados pelos Maddox, e eu gosto bastante dela,
pois é linda e também nos faz associar com os personagens. A diagramação é
simples e confortável para a leitura, e as páginas são amarelas.
De todos os
livros já escritos por Jamie McGuire, este foi o que menos gostei. Nem por isso
ele é ruim, só não tão cativante como os demais. Recomendo para aqueles que
curtem a escritora, a família Maddox ou romances leves e descontraídos.
Avaliação
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