Sou uma
grande fã de Mauricio de Sousa desde que eu mal sabia ler, e acompanho a
carreira e os trabalhos deste artista desde então. Quando pequenina, eu lia os
gibis da Turma da Mônica, e ainda tenho muitos deles no meu acervo, quando a
Turma da Mônica Jovem foi publicada, eu comecei a fazer a coleção e, mesmo não
tendo completa, já que são muitos volumes (atualmente está no número 94), eu
tenho a maioria dos exemplares. Aí eles publicaram também uma coleção para
leitores mais velhos, a Graphic MSP, em que outros artistas ilustram os tão
famosos personagens de Mauricio, a qual também estou colecionando (mas ainda
faltam vários, infelizmente).
E, mais
recentemente, uma para leitores mais novinhos que sai pelo selo infantil
Companhia das Letrinhas, em que outros ilustradores usam seus traços para dar
vida a alguma história clássica do autor. É desta última que falo nesta resenha.
Turma da Mônica em Os Azuis é o segundo volume publicado por esta coleção, desta
vez ilustrado pela artista Elisabeth Teixeira, que trabalha na área há muitos
anos, sendo ilustradora de livros infantis há vinte e cinco anos, com mais de
120 livros publicados e já ganhou diversos prêmios e premiações ao longo do
tempo, além de ter participado de mostras da área aqui no Brasil e no exterior.
A história
clássica escolhida é muito importante e, mesmo tendo sido escrita e publicada
originalmente algumas décadas atrás, em 1971, é, ainda hoje, muito atual. Gostei
da escolha porque trata de um assunto sério, o preconceito racial, que,
infelizmente, ainda existe. O tema é tratado aqui de forma leve, mas deixa o
leitor bastante comovido e pensando no texto mesmo depois de fecharmos o
exemplar.
Na
historinha, Mônica acorda, em um belíssimo dia, de muito bom humor, até que vê
todos ao seu redor bastante diferentes: eles estão com a pele azul. Ela é a
única pessoa que continua da cor “alaranjada” que sempre foi, e, no começo,
acha estranho que todos estejam tão diferentes e implicando com a cor dela,
como se tivessem bolado um plano infalível.
Até que
percebe que não são apenas os seus amigos que estão assim, mas absolutamente
todos os moradores do bairro do Limoeiro. Tudo estaria normal se eles não
estivessem cheios de preconceito em relação à menina, como se ela não devesse
estar ali, como se nem mesmo pertencesse ao
local, e eles ainda querem lhe levar para o lugar onde gente como ela deveria
ficar.
E agora, o
que a Mônica deve fazer? Como vai entender o que aconteceu e o motivo de
estarem lhe tratando tão mal só porque ela é de uma cor diferente das outras
pessoas? Será que o mundo vai ser para sempre assim? Será que tudo não passa de
um sonho? Ou será que alguma coisa a mais pode ter acontecido e mudou todo o
mundo que ela conhecia? Só lendo para saber, mas já digo que vale muito a pena.
Eu sei, atualmente
tudo isso parece um absurdo e muito triste também, mas infelizmente as coisas
eram assim no passado, e ainda hoje há pessoas que agem assim. Mas a história é muito legal porque as crianças podem
entender o lado ruim de ser maltratado por conta de algo como a cor da pele, e
aprendem desde cedo que todos somos iguais. E o final foi diferente do que eu
imaginei, mas gostei bastante.
Como
comentei no início da resenha, esta trama já tinha sido publicada em quadrinhos
no começo da década de 1970, e aqui ela ganha uma releitura em prosa (todos os
livros da coleção são assim), através de uma linguagem fácil, fluida e muito
gostosa. Mas, antes desta, ela ganhou versões diferentes: um livrinho, uma
animação e uma peça de teatro.
Esta coleção
ainda é pequena, e só tem três volumes publicados até o momento: “Mônica é
Daltônica?”, ilustrado por Odilon Moraes (tem resenha com fotos aqui no blog,
clique no título para conferir), este da resenha, “Turma da Mônica em Os
Azuis”, e o recente lançamento (o qual já estou desejando), "Chico Bento,
7 Anos", ilustrado por Rosinha.
A edição
segue um padrão de tamanho com sua antecessora, e tem o formato 21.50 cm x
31.50 cm, quarenta e oito páginas, ilustrações bem coloridas e com alta
qualidade de impressão.
E há alguns
extras no exemplar, começando por uma carta de Marisa Lajolo, comentando um
pouco sobre o enredo, uma carta do próprio Mauricio, que conta como foi a
criação da historinha, alguns trechos da tirinha original, em que os
personagens estavam com os traços mais pontudos, como eram feitos na época, um
Dossiê, com curiosidades da Turma, o processo de criação de artista Elisabeth
Teixeira, e duas mini biografias, uma dela e outra do Mauricio.
Recomendo
esta obra para todos que amam esta Turminha e gostariam de revê-la sob novas
perspectivas, para os que gostariam de apresentar aos pequenos um assunto de
suma importância, que precisa ser falado e combatido desde criança, para todos
os apaixonados por Mauricio de Sousa e seu trabalho fantástico, e para aqueles
que gostariam de encantar novos leitores com suas histórias.
Avaliação
Gostava muito de ler quando pequena. Mas via mais os desenhos, não tinha muita coisa pra ler, só alguns gibis de vez em quando...
ResponderExcluirA fase passou, então não vejo muito mais desses trabalhos dele. Mas é fofa essa ideia do livrinho, tem um tema importante de explicar para crianças que passam por esse problema, acho que ajuda a entender. É uma boa leitura para os pequenos.
AMO a turminha, gostava muito de ler os gibis <3
ResponderExcluirGostava de desenhar os personagens quando era mais nova tbm :)
Mauricio é TOP <33
Adoraria ler essa obra, parece ser interessante.
Beijos,
Caroline Garcia
caarol.garcia@hotmail.com
Tô apaixonada, amei essa ideia!
ResponderExcluirSempre gostei da turma da Mônica, até hoje se eu achar um gibi por ai já quero ler haha
Atualmente estou procurando livrinhos para meu sobrinho de 7 anos e com certeza vou procurar algum dessa série!!