Nesta obra
conhecemos Denise, uma estudante de jornalismo que tem uma grande vocação e
paixão pela música, a qual gostaria de seguir como profissão, mas ainda não é o
momento. Sofrendo de sonambulismo e com inúmeras crises conflitantes de
personalidade, nas quais ela assume uma nova identidade francesa, Georgette,
que vive um caso de amor com um homem chamado Antonn, e ainda tendo que
enfrentar muitos confrontos com sua mãe, que não apoia seu desejo de seguir
carreira musical, ela não consegue seguir em frente.
Só que
Denise não vai desistir. Ela arrisca tudo e consegue a oportunidade de estudar
em Paris, onde todas as coisas ficam mais intensas, sua dupla personalidade,
seus sonambulismos, seus sentimentos. Agora, ela precisa aprender como deixar o
passado para trás para seguir em frente e viver uma grande vida com um novo
amor.
Venho
novamente resenhar uma das obras da autora Ana Cristina Vargas, que me emocionou
muito com seus outros livros, publicados anteriormente, "Em busca de uma nova vida", "Encontrando a Paz", "Em Tempos de Liberdade" (estes três fazendo parte de uma trilogia) e “O Bispo” (clique
nos títulos para conferir as resenhas).
Desde que
soube do lançamento deste novo título, fiquei completamente ansiosa para lê-lo
o quanto antes, pois já havia lido quatro obras da autora, sendo três delas
escritas com a ajuda de sua mentora e amiga espiritual, Layla, que também era a
protagonista das histórias, já que ela contou sobre suas encarnações passadas
nas mesmas. Então, quando soube que este novo livro foi escrito junto com ela
novamente, tinha certeza de que iria amar. Mas não foi bem assim que aconteceu,
infelizmente.
“Sinfonia da
Alma” não é um livro ruim, porém, como as minhas expectativas estavam muito
elevadas e elas não foram alcançadas, acabei me decepcionando um pouco. E não é
que não tenha gostado da leitura, então vou explicar agora o que realmente me
fez não amá-lo como aconteceu com os demais.
Para começo
de conversa, apesar de ter apenas duzentas e sessenta e nove páginas, a leitura
não flui. O início é realmente bastante lento e, só depois que a protagonista
vai para Paris, próximo do meio, é que as coisas começam a melhorar, a leitura
fica um pouco mais ágil e me prendeu com muito mais facilidade do que em todas
as páginas anteriores. Só que foi difícil conseguir me concentrar para chegar a
este momento, o que acabou fazendo com que eu demorasse muito para terminar de
ler este volume.
Este ponto
inicial é demorado porque Denise tem um sonho de se tornar musicista e quer
muito correr atrás dele, mas sua mãe, Marlene, a impede psicologicamente ao
criticá-la, não aceitar este caminho, e colocar inúmeros argumentos na cabeça
da moça sobre a falta de futuro que ela teria se fosse buscar este sonho, já
que ele não dá dinheiro e é uma carreira difícil. Já seu pai, Renato, tenta
contemporizar as situações criadas em torno das duas, pois sabe que sua filha
tem talento e quer que ela siga seus sonhos. Esta dualidade de opiniões de
pessoas muito importantes para ela, acaba fazendo com que nossa protagonista
entre em conflito. O que torna esta uma parte muito estendida e,
consequentemente, mais chatinha.
Denise é uma
mulher reservada, melancólica, dona de uma personalidade forte, e também
considerada difícil por conta de suas crises de sonambulismo, pois, mesmo
consultando inúmeros médicos e especialistas, ninguém consegue entender o
motivo de ela tê-las e por que muda de personalidade, só mais para frente na
história é que descobrimos o que causa estas crises.
Não gostei
de sua mãe, pois ela queria impor a filha o que achava ser o correto, mesmo
contra os desejos de Denise, e ficava contrariada quando a jovem não acarretava
seus desejos pessoais, então as duas viviam brigando. O que é chato, porque
cada ser humano é alguém com suas próprias vontades, ambições e personalidade,
devendo ser e fazer o que bem entender e não algo só para agradar o próximo. Já
o pai é ótimo, compreensivo, amoroso, e dedicado às filhas, apoiando-as,
sentindo orgulho delas e deixando-as saber disso, então gostei bastante dele.
Denise tem
uma irmã mais nova, Camila, que é uma menina calma e afetuosa, que sempre
conversa com a protagonista, dando força para que ela possa seguir com sua
carreira, já que este é sua maior aspiração. E há Vanessa, a professora
incentivadora de Denise, que a impulsionou a fazer o teste para estudar música
em Paris, que acabou mudando completamente a vida da personagem.
É a partir
desta viagem que a história muda e tudo começa a se desenrolar. No começo de
sua estadia na Cidade Luz, Denise logo fez amigos, inclusive sua colega de
quarto, Charlotte, que se tornou parte essencial das descobertas relacionadas a
seu sonambulismo. Isso aconteceu porque ela lhe apresentou sua tia, Berthe, que
era uma professora e espiritualista, e passou a fazer sessões de sonoterapia
com Denise, abrindo-lhe a mente para o espiritismo, e fazendo-a enxergar a
verdade sobre tudo, deixando as vidas passadas para trás e, assim, permitindo
que o amor entrasse em sua vida como nunca antes, o que lhe abriu a porta para
se apaixonar por um francês, com quem viveu um grande romance.
Denise,
então, passa a levar a vida que sempre quis, dedicada à música, com amigos,
família e até um namorado fixo francês, Max, que é um amor de pessoa, dono de
uma personalidade marcante e cativante, e ainda tendo a possibilidade de fazer
as pazes com sua mãe e com seu próprio passado, vivido nesta vida.
Sobre a
parte espiritual da trama, como sempre fiquei imensamente encantada e,
inclusive, foi o meu ponto preferido de todo o livro. Não deixo de ficar
maravilhada com a evolução moral da alma, e os ensinamentos que o espiritismo
nos dá através de seus princípios, mostrando que a vida é uma eterna escalada
cheia de aprendizados e crescimentos, onde encarnamos várias vezes para
tentarmos melhorar sempre, aproveitando cada oportunidade que nos é oferecida.
O projeto
gráfico deste volume segue o mesmo estilo dos títulos publicados recentemente
pela Vida e Consciência que eu curto muito. A capa é muito bonita (particularmente
gosto de capas com fotografias), e gostei também do jogo de cores utilizado.
Nas primeiras páginas há algumas fotos com relação ao mundo da música, como instrumentos
musicais e partitura, e também da autora, junto com pequenas informações sobre
Ana Cristina Vargas e Layla. Em cada início de capítulo há detalhes gráficos de
notas musicais, a fonte do texto está em um tamanho muito grande, que, junto
com os espaçamentos confortáveis, facilitam a leitura. As folhas são brancas.
Indico este
título para os leitores apaixonados por romances mediúnicos belos, principalmente
os que apreciam música, e que gostariam de mergulhar numa breve viagem pelo
sonambulismo e vidas passadas.
Avaliação
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