Haley é
campeã de kickboxing, mas desistiu de lutar desde que um acontecimento terrível
houve com ela, inclusive mantendo-se afastada de treinamentos, da academia, e
até de seus familiares que possuem alguma ligação com isto, deixando sua
relação com eles distante. Mas tudo parece prestes a mudar quando ela quase é
atropelada por um garoto quando estava tentando escapar de um assalto, e o
mesmo complica bastante a situação, fazendo com que Haley tenha que enfrentar os
outros por si mesma.
E é claro
que suas atitudes acabam desenfreando muitos outros acontecimentos perigosos. Para
ajudá-la, West, o rapaz que a atrapalhou naquele momento inoportuno, decide
marcar uma luta de MMA com um dos garotos que ela enfrentou antes. Só que ele
não está preparado e vai ser massacrado se decidir ir em frente. E é por isso
que Haley decide treiná-lo, mas ambos concordam em manter tudo estritamente
dentro do ringue, sem sentimentos ou algo a mais.
O que ela
não sabe é que o próprio West tem seus segredos e demônios para enfrentar, e
apoiá-la nisto pode acabar ajudando-o. Só que a verdade também pode complicar
ainda mais a relação entre eles. Porém, uma forte ligação começa a existir
entre os dois, que vão precisar enfrentar seus próprios medos enquanto apoiam
um ao outro se quiserem vencer todas essas batalhas – dentro e fora dos
ringues.
Já sou fã de
Katie McGarry, com sua escrita sensacional, e da série “No Limite”, que está
sendo publicada por aqui pela Editora Verus. Então, cada vez que descubro que
um novo volume está sendo lançado, um sorriso se abre em meu rosto com as
expectativas do que está por vir. Desta vez não foi diferente e, assim que
solicitei para resenha, fiquei contando os dias para poder ler mais uma de suas
obras. E assim o fiz, logo que recebi meu exemplar.
Dos quatro
volumes já publicados no Brasil, eu li três: "No Limite da Atração",
"No Limite do Perigo", primeiro e terceiro da série, respectivamente,
e este da resenha, “No Limite do Desejo”, que até agora foi o que menos gostei
dos três, infelizmente. Meu preferido foi sem sombra de dúvidas o terceiro, que
inclusive se tornou uma das minhas dez leituras preferidas do ano passado – eu
li mais de cem obras. Para conferir as resenhas, basta clicar nos títulos.
Já percebi
que McGarry gosta de incluir personagens menos afortunados para nos mostrar as
dificuldades e problemas reais que estes jovens enfrentam, e como deve ser
muito difícil viver assim, sendo que muitos deles acabam encontrando
alternativas nada boas para si mesmos e para outros que estão próximos. E acho
que abordar estas questões é muito bom, principalmente para abrir os olhos das
pessoas a respeito dos que possuem condições monetárias mais baixas, que muitas
vezes têm muito potencial, só que faltam oportunidades, e precisam de um
empurrãozinho na direção certa. E é isso que ela gosta de enfatizar.
A trama tem
um peso tão realista que o leitor facilmente consegue visualizar cada cenário e
acontecimento, já que coisas semelhantes realmente acontecem com pessoas de
carne e osso. E o mais interessante é que seus protagonistas são fortes, lutam
contra tudo de negativo que poderia transformá-los em alguém ruim, mesmo que as
pedras no caminho sejam grandes, e dão a volta por cima, amadurecendo e
encontrando uma forma de ser e ter algo melhor em suas vidas. É realmente muito
gratificante e inspirador.
Mas acho que neste volume faltou um pouco daquela emoção encontrada nos demais. Talvez por conta do protagonista masculino da vez, West, que não foi alguém que me agradou tanto assim, pelo contrário, o achei mimado e muito orgulhoso, de um tipo nada bacana de se ver em determinadas situações. Senti como se suas ações fossem forçadas para se encaixar no que a autora pretendia, sem haver necessidade para tal.
Não me
lembro exatamente de todos os meus sentimentos em relação a ele quando o
conheci no livro anterior, mas tenho certeza de que uma das cenas me fez sentir
muita raiva dele. E este sentimento não se apagou depois de ter visto como agiu
depois daquilo. Além do mais, acho que West era bem imaturo e fazia um drama
desnecessário em muitos momentos.
Em
compensação, gostei muito da protagonista feminina. Haley enfrentou diversas
situações ruins e ainda continuou de cabeça erguida, mesmo tendo que fugir de
conflitos diretos, pois acreditava que esta era a melhor solução para o
problema e eu não acho que ela estava errada. Sabe aquelas pessoas que possuem
uma grande força dentro de si, além de fisicamente, e também são bem
determinadas, e ainda te deixam com vontade de abraçá-la por conta de tudo o
que enfrentam? Essa é Haley. Claro que ela poderia ter feito algumas coisas
diferentes e talvez ter conversado com alguém mais cedo, mas entendi a
personagem nestas situações. Por outro lado, algumas de suas decisões me
incomodaram porque partiram de um orgulho que não tinham fundamento,
principalmente no final, e ela poderia ter conseguido melhorar muitas coisas em
sua vida se aceitasse um pouco mais de ajuda.
O início do
relacionamento amoroso do casal não me encantou tanto quanto os demais,
principalmente porque me lembrou diversos outros livros que já li, quando os
personagens ficam comentando sobre a aparência física do outro em muitos momentos. Claro que McGarry tem
uma habilidade para fazer as coisas acontecerem gradativamente, nos fazendo
torcer para que fiquem juntos logo, mas não fiquei tão empolgada quanto com os
outros.
A narrativa
é em primeira pessoa e acompanha a perspectiva de ambos os protagonistas, Haley
e West, em capítulos alternados. A escrita da autora é muito gostosa e
envolvente, além de sua narrativa ser bastante fluida, deixando tudo ainda
melhor. Este livro, como os demais da série, é carregado de drama, intensidade,
luta (no sentido de buscar melhorar a situação, apesar de este também ter luta
física) e superação, de um jeito que nos deixa ávidos por mais, torcendo pelos
personagens e para que coisas boas aconteçam a eles.
Mesmo que
possa parecer um new adult ou um romance mais adulto por conta da capa, o
gênero desta obra na verdade é jovem adulto, trabalhado de forma mais madura,
repleta de sentimentos e questões mais complexas e reais, que foram muito bem
desenvolvidas. E não possui qualquer cena de sexo, então leitores mais jovens
podem apreciá-la tranquilamente.
A série
possui cinco volumes sequenciais, cada um com foco em um casal de
protagonistas, mais dois extras: um conto curto, “Crossing the Line” (#1.1) com
outro casal (a melhor amiga de Echo, do primeiro exemplar), e um romance, "Breaking
the Rules" (#1.5), que na verdade é a continuação direta do primeiro
livro. Eles são interligados entre si por conta dos personagens que se conhecem,
mas não é preciso ler na ordem, ou um para entender o próximo, visto que cada um
possui início, meio e fim. O protagonista masculino do primeiro, Noah, é o
melhor amigo dos protagonistas das sequências, a Beth do segundo, e o Isaiah,
do terceiro. Já o quarto é protagonizado pelo irmão da Rachel, que é a
protagonista do terceiro; e o quinto conta a história de Abby, que já apareceu
em diversos outros livros, e é alguém de quem gosto muito. Espero que tenha
dado para entender minhas explicações. No Brasil ainda são inéditos os dois
extras e o último, “Chasing Impossible”, que eu estou louca para ler e espero
que seja publicado por aqui logo.
Curti muito a
forma como Katie conseguiu criar e interligar os universos particulares de cada
personagem de cada exemplar num todo, ou seja, conhecemos diversas pessoas
diferentes, que aparecem em um ou outro volume, e as cenas que vivenciam são
encaixadas de forma a entendermos vários pontos das histórias, dando-nos uma
visão bem ampla do pano de fundo da série inteira.
Indico as
obras de Katie McGarry de olhos fechados. Ela sabe como construir uma trama,
desenvolver seus personagens e nos deixar ávidos por mais. E tudo isso
aconteceu novamente com “No Limite do Desejo”. Leiam, porque vocês também vão
adorar!
Avaliação
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