Lady
Calpúrnia Hartwell é uma moça sonhadora e comportada, que sempre seguiu à risca
os bons costumes e as regras da sociedade do que se espera de uma dama. Pouco
depois de ter sido apresentada à sociedade, ela já havia percebido que seu
futuro não seria o que desejava, afinal tinha consciência de que não era uma
beldade, mesmo sendo uma boa dançarina e possuindo modos impecáveis.
Então,
depois de passados dez anos, ela não se surpreende por ainda ser uma solteirona,
mas não deixa de sonhar acordada com os mocinhos dos romances que lê e nem com
Gabriel St. John, o marquês de Ralston, por quem ela nutre uma paixão platônica
desde novinha, quando ele a apelidou de Imperatriz, chegando ao seu coração e
marcando-o para sempre.
Callie continua
frequentando os bailes que tanto gosta, mas agora como uma verdadeira solteirona,
e leva sua vida normal e pacata sem grandes acontecimentos notáveis. Até que
escuta sua irmã mais nova, Mariana, e o noivo, o duque de Rivington,
conversando sobre sua passividade e que gostariam que a moça vivesse uma
aventura. Então nossa protagonista parece acordar e resolve que está na hora de
mudar esta situação de uma vez por todas.
Calpúrnia,
portanto, pega uma lista que estava escrevendo de brincadeira sobre nove regras
sociais que gostaria de quebrar, e decide que vai pô-las em prática o quanto
antes, mesmo que eles possam afetar sua moral e reputação caso seja descoberta.
Mas, se fizer tudo direitinho, talvez ela não seja. O que não contava é que um
certo marquês pode desvendá-la e arruinar tudo. Ou será que ele está disposto a
ajudá-la nessa pequena empreitada?
Mesmo sendo
uma fã recente de romances de época, já posso dizer que este é um dos meus
gêneros preferidos hoje em dia. E, sempre que um novo título é publicado aqui
no Brasil, já fico louca querendo ler. Desta vez não foi diferente: assim que
pus meus olhos nesta capa maravilhosa, soube que precisava tê-lo na estante.
Além do mais, já conheci outra obra de Sarah MacLean (este é o segundo livro
que leio dela, mas de uma série diferente. O primeiro foi “Entre a Culpa e o Desejo” – clique para ler a resenha) e adorei, então é claro que estava
empolgada por ler mais de suas histórias. Mas vou confessar que o que me fez
colocá-lo mesmo na frente da minha
pilha de leituras foi, sem dúvida alguma, a sinopse! Vocês viram como a
história prometia ser divertida? Eu tinha que lê-lo o quanto antes e agora
posso afirmar que realmente fiz o certo, porque AMEI a leitura!
A narrativa
é em terceira pessoa e acompanha ambos os protagonistas, Callie e Gabriel, o
que nos possibilita uma visão mais ampla da história, assim como nos aproxima
deles, seus sentimentos e ações. Callie é adorável e me identifiquei muito com
ela em alguns momentos, e tenho certeza de que diversas outras leitoras vão
sentir o mesmo que eu, principalmente porque ela adora ler livros com histórias
de amor e se apaixona pelos mocinhos deles. Mas também tem uns pensamentos e atitudes
que são mais desanimadores, visto que ela se sente inferior a outras moças. Não
posso dizer que amei Gabriel em todos os momentos, mas no final já estava
encantada por ele como por vários outros protagonistas masculinos destes
romances deliciosos.
Eles dois
juntos são ótimos e possuem uma química incrível, daquele tipo que nos faz
torcer muito para que admitam o que estão sentindo, se joguem no que desejam e
fiquem juntos logo. Em algumas ocasiões estão nos fazendo rir e em outras nos
deixam apreensivos, e há ainda aqueles momentos fofos e também os mais quentes
em diversas cenas de tirar o fôlego. Aliás, todos os personagens são
maravilhosos, e os diálogos entre eles são inteligentes e sagazes.
A escritora também
trabalha muito bem a evolução dos protagonistas. O fato de Callie lutar pelo
que quer ser, independente de todos os outros e de como a sociedade espera que
se aja, é incrível. E Gabriel, lutando contra seus próprios demônios, evoluindo
como ser humano, também é ótimo de se ver. E ainda bate em muitas teclas para
nos fazer pensar em diversos momentos. Claro que muitas destas reflexões ainda
valem para os dias atuais, mesmo que com algumas diferenças, que foram se
adaptando aos modos de hoje.
Como todos
sabemos, ainda hoje o machismo, infelizmente, existe, mas já evoluímos bastante
do que éramos alguns anos atrás. No século XIX este comportamento estava completamente
enraizado na sociedade como um todo, então as pessoas tinham que se virar para
ficar por dentro dos padrões. Moças da alta sociedade, por exemplo, não podiam
e, certamente, não faziam o tipo de coisa considerada masculina se não
quisessem ser mal faladas, menosprezadas e afastadas de ciclos sociais, dos
amigos próximos e até de familiares. E é sobre estas questões que a autora fala
bastante, visto que Callie gostaria de ser diferente, mais livre, como só os
homens podem, e vai atrás de atividades que só eram permitidas para pessoas do
sexo masculino realizarem ou, no máximo, mulheres que não tinham uma boa
reputação perante os demais.
E, mesmo que
nossa protagonista consiga realizar cada um dos itens de sua lista (ou não,
vocês precisam ler para saber se ela vai conseguir de fato), ela não pode fazer
isso ao ar livre ou de modo de todos saibam ou, infelizmente, o resultado seria
no mínimo desastroso. Então gostei de como a autora utilizou esta lista e a
forma como Callie agiu para tentar realizar cada item sem estragar sua
reputação, o modo como isto foi feito soou mais realista, como se realmente
pudesse ter ocorrido naquele tempo. E talvez realmente tenham acontecido coisas
semelhantes, a gente apenas não sabe disso.
O único
ponto que me incomoda um pouco nos livros de MacLean (pelo menos nos dois que
li) é que a protagonista sempre acaba fazendo tudo o que o mocinho manda quando
estão sozinhos. Mesmo contra seus princípios ou os da sociedade, se está
envergonhada ou primeiramente não tem vontade de fazer, ela acaba cedendo todas as vezes, inclusive quando ainda
nem tem certeza de que ele sente o mesmo ou se aquela deveria ser a melhor
atitude a ser tomada. Sinto um pouco de falta de mais determinação delas, do
girl power, do esforço para se manter fiel a si mesma e não se deixar levar
pelo desejo carnal ou emocional, de saber dizer não.
Adoro esta
capa, que é tão singela e bonita, além de remeter a romances de época, que é o
gênero deste exemplar. A diagramação é muito confortável para leitura, com
fonte e espaçamentos em tamanhos ideais. Além do mais, no início de cada
capítulo há uma pequena ilustração de uma pena fofa, e as páginas são amarelas.
“Os Números
do Amor” é uma trilogia, cujas sequências, "Dez Formas de Fazer um Coração
Se Derreter" e "Onze Leis a Cumprir na Hora de Seduzir", já têm
capas nacionais divulgadas e previsão de lançamento para setembro e começo de
2017, respectivamente. Cada volume é protagonizado por um dos três irmãos e
seus respectivos pares, sendo este primeiro por Gabriel, o segundo por Nicholas,
e o terceiro por Juliana. Mas preciso confessar que fiquei um pouco
decepcionada por Benedick, irmão mais velho de Callie, não ter ganhado seu
próprio livro, porque adorei tanto o personagem que desejei muito um romance
para ele também.
Este livro
com certeza daria um ótimo filme, daqueles hilários que a gente adora se
divertir em cada cena e suspirar pelo casal, torcendo pelo final feliz.
Gostaria muito que alguma produtora percebesse isso, já que eu mesma não tenho
uma para produzir a minha própria adaptação.
“Nove Regras
a Ignorar Antes de Se Apaixonar” é uma obra divertidíssima, muito envolvente,
leve e descontraída. Sempre fico apaixonada por estas histórias, derretida
pelos protagonistas e desejando por mais ao término da leitura, e desta vez não
foi diferente. Sarah MacLean é uma ótima autora e sabe como nos envolver,
deixando-nos ávidos por mais a cada virada de página, e permitindo que a
leitura chegue ao fim bem rápido devido a sua narrativa fluida e muito gostosa.
Recomendo de olhos fechados para todos os amantes do gênero!
Avaliação
Já estava louca por esse livro, a sinopse dele também me conquistou muit, agora estou muito mais ansiosa para ler
ResponderExcluirbeijos