Em seu
último trabalho, Emma Pierce gravou um longa-metragem com o astro jovem mais
desejado do momento, Reid Alexander. Eles fizeram uma adaptação moderna da tão
famosa e querida história de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito”, como o casal
principal. As faíscas foram imediatas, só que Reid era tudo aquilo que a fama
dizia, e acabou decepcionando nossa mocinha, que estava começando a sentir
fortes emoções por outro colega de elenco, Graham Douglas. Mas este possui um
grande segredo que poderia mudar tudo.
Quando ela,
enfim, decide com quem ficar, as coisas não poderiam ficar mais complicadas. Brooke
Cameron, outra atriz que estava no elenco do filme e que sempre teve uma fama
ruim, percebe que gosta de verdade de um dos rapazes, que é um grande amigo
seu, e decide que deveriam ficar juntos, já que ela é a mulher certa para ele.
Só que agora ele parece só ter olhos para Emma, e ela resolve que isto não pode
ficar assim e decide separar o casal.
Para isso, com a ajuda do outro rapaz, ela bola estratégias e planos elaborados para
parecer a amiga boazinha, enquanto faz com que ciúmes venham à tona e
desentendimentos desnecessários também. E tudo parece estar seguindo como o
planejado. Mas Brooke não tinha percebido antes que talvez o amor seja um
sentimento forte demais que não pode ser barrado, e ela esteja colocando
muitas expectativas – e todas as suas fichas – nisso. Será que a aposta vai dar
certo ou ela arriscou demais e vai perder tudo?
Na sinopse
acima, não coloquei nenhum tipo de spoiler, mas quem leu o primeiro volume já
sabe com quem Emma decide ficar. E, mais abaixo nesta resenha, eu comento sobre o assunto. Não que eu realmente considere isto um spoiler, porque este tipo de
informação acaba sendo meio óbvia, mas prefiro comentar aqui para
não estragar possíveis surpresas de alguém. Só também peço para que não leiam a
sinopse oficial, porque ela é bem reveladora.
Preciso
confessar que, depois de ter lido os dois livros desta série, não posso afirmar
que sou a maior entusiasta da mesma, afinal achei ambos medianos. Não amei, mas
também não odiei algo neles, mas pretendo, sim, continuar acompanhando estes
personagens nos últimos dois volumes.
Este livro
começa logo no ponto em que o anterior termina, e isso é ótimo porque, quando
terminei aquela leitura, fiquei desejando que tivesse mais páginas para saber
exatamente o que aconteceria a seguir. E, com este exemplar, eu soube. E
adorei.
Além do
mais, a gente pode acompanhar os bastidores de divulgação do filme, “Orgulho
Estudantil”, que eles gravaram no livro anterior, então os personagens
enfrentam entrevistas, premières, e muito mais. E eu ficava desejando que este
filme existisse de verdade porque eu realmente gostaria de assisti-lo.
Neste
exemplar podemos acompanhar a trama sob quatro pontos de vista, afinal os
capítulos são intercalados por partes narradas por Emma, Graham, Reid e Brooke,
e eu gosto muito desta dinâmica, porque podemos entender todas as mentes ao
mesmo tempo, assim como temos uma visão muito mais ampla dos acontecimentos, e
ainda temos o prazer de conhecer cada personagem mais a fundo, inclusive por
conta de trechos dos passados deles.
A maior
parte do tempo eu gostei do Graham, mas me incomoda profundamente esta sua
“cegueira” para o que Brooke pretendia o livro todo. Esse tipo de personagem me
incomoda porque sabe que tem mais do que boas intenções por trás de alguma
pessoa, mas prefere não enxergar isso até quase ser tarde demais, mesmo que
muitas outras estejam tentando abrir seus olhos o tempo inteiro. Porém, a única
personagem que gostei de verdade foi a Emma. Seu crescimento de “Entrelinhas”
para cá é evidente e ela deixa de ser uma garota boba e passa a controlar as
rédeas de sua própria vida, tomando todas as decisões que só cabem a ela tomar.
Reid
continua o mesmo ridículo e babaca de antes, apesar de ter se redimido só um
pouquinho e muito brevemente no final. Mas, em momento nenhum, me convenceu de
sua vontade de atrapalhar o romance entre Emma e Graham. Até agora me pergunto
o porquê disso se, claramente, ele não sentia tudo aquilo por ela e nem mesmo
parece o tipo de pessoa que se esforçaria muito por algo que não quer tanto
assim. Acho que ele é simplesmente alguém ruim e, por isso, deseja fazer o mal
para os outros, principalmente quem não lhe dá o que ele quer. Já Brooke é
alguém completamente insana e sem escrúpulos e não gostei dela mesmo.
A escrita da
autora tem como característica ser bem real, um tipo de romance que poderia ser
facilmente encontrado fora das páginas, e ainda possui algo que nos prende, querendo
ler mais e mais para saber o que vai acontecer, enquanto ficamos torcendo pelo
melhor. Sua narrativa é gostosa, ágil, fácil e direta, fazendo com que a
leitura seja fluida e dinâmica, e a gente termine o livro rapidamente.
Acho que a
trama deste foi meio “parada” demais para o meu gosto, porque não tinha muita
coisa acontecendo em momento nenhum e tudo girou basicamente em torno do
relacionamento amoroso do casal principal, ora porque acompanhamos os dois
ficando juntos e começando a descobrir os fortes sentimentos que nutriam pelo
outro, ora porque acompanhamos os outros dois personagens, que bolavam planos e
estratégias, uns atrás dos outros, para poder separar os pombinhos. E, admito,
isso foi bastante cansativo.
Eu gosto de
romances, mas tenho que alertar que o casal principal desta obra é
completamente meloso, tanto que parece escorrer mel pelas páginas. Mas de
maneira geral eu gostei deles juntos e ficava torcendo para que ar armações não
dessem certo e eles pudessem aproveitar este sentimento tão bonito da maneira
correta.
“Ela
me apavora e acalma a minha alma ao mesmo tempo. Talvez o amor seja exatamente
isto: uma total contradição que, de alguma forma, se equilibra.”
E esse
enredo me deu a impressão de que eu estava lendo uma novela da Globo, já que em
todas as produções (ou pelo menos até quando eu assistia – e algumas atuais que
eu sei que isso acontece) o casal principal não consegue viver seu romance em
paz até o final, porque um ou mais (neste caso dois) antagonistas estão ali
para atrapalhá-los o tempo todo através de armações, que sempre são cheias de
clichês e às vezes chegam a ser ridículas, mas sempre dão certo, pelo menos até
quando o fim se aproxima e tudo é revelado. Não vou dizer se o desfecho foi
igual novela e eles finalmente ficaram juntos sem outros impedindo, ou se os
planos deram certo e o casal se separou. Vou deixar este mistério para os que
não gostam de spoilers poderem se surpreender – ou não.
Comentei na
minha resenha do livro anterior que senti falta de atitudes dos personagens e
isso aconteceu novamente aqui, mas com maior destaque para Graham. Ele vivia
pensando diversas coisas sobre Emma e seu relacionamento com a garota, mas na
hora de transmitir isso para ela, amarelava. Ele dizia muito menos do que
queria ou então mudava seu discurso para não contar realmente a verdade, mas eu
ficava desejando saber o que ela diria se ele fosse completamente honesto. Seus
sentimentos eram fortes e bastante reais e acho uma pena que ele tenha
confessado isso a ela poucas vezes. A gente só sabia dos detalhes porque
estávamos em sua mente.
Amo esta
capa, de verdade! Ela é tão bonita e tem tudo a ver com Emma e Graham, e é
muito melhor do que a original, então gostaria de parabenizar a Verus Editora
por ter produzido a sua própria. Também adoro o jogo de cores utilizado, como
aconteceu com o primeiro volume, mas desta vez o foco é no verde, que está
presente nas roupas dos modelos na foto, no título do livro, na lombada, na
quarta capa e nas orelhas. A diagramação é simples, porém bem confortável para
a leitura, e as páginas são amarelas.
Este é o
volume dois de uma série com um total de quatro exemplares, sendo que apenas
este e o anterior foram publicados no Brasil até o momento. Este segundo é uma
continuação direta do primeiro, já o terceiro, "Good For You", e o
quarto, "Here Without You", pelo que entendi focam mais no personagem
Reid com participação da Brooke, mas não tenho certeza se a Emma ou o Graham
também estão presentes neles ou só fazem pequenas aparições.
Para os
leitores que buscam romances do gênero jovem adulto com um pé na realidade, um casal
fofo e transbordando amor, personagens manipuladores e planos elaborados, a série
“Entrelinhas” pode ser uma boa indicação.
Avaliação
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