Lucy
Hemmingway viveu um grande amor quando tinha dezenove anos naquela atmosfera
apaixonante de Veneza. Há uma lenda local que diz que se duas pessoas se beijam
embaixo da Ponte dos Suspiros sob o pôr do sol no momento em que tocam os sinos
da Igreja São Marcos, elas ficarão juntas para sempre. Com toda a magia dos
sentimentos deles no ar, resolvem apostar nesta lenda com a esperança de que nunca
mais se separassem.
Só que
Nathaniel é americano enquanto Lucy é inglesa e, depois que o intercâmbio
termina, o romance à distância acaba não dando certo e eles seguem rumos bem
diferentes. Agora, passados dez anos daqueles deliciosos momentos, os dias de
felicidade plena ainda estão enraizados na memória de nossa querida
protagonista, que nunca mais conseguiu qualquer relacionamento tão bom quanto
com o seu primeiro amor.
Quando Lucy
se muda para Nova York para trabalhar em uma galeria de arte, não imaginou que
iria de fato encontrar com o próprio Nate por lá. Mas aconteceu, e o reencontro
foi incrível, então ela acha que tirou a sorte grande e eles poderão finalmente
ficar juntos para sempre.
Porém, dez
anos são capazes de mudar completamente uma pessoa e Lucy acaba descobrindo
isso rapidamente, o que não é nada bom mesmo. Mas parece que o destino está com
vontade de brincar com eles, que acabam querendo manter distância um do outro
sem sucesso. Em meio a muitas coincidências, algumas delas estranhas demais
para serem verdades (mas sendo ainda assim), Lucy percebe que pode estar
encrencada, pois se livrar de sua alma gêmea nunca pareceu ser tão difícil
assim. Até agora.
Eu sou uma
pessoa que gosta de chick-lits, mas não os leio com tanta frequência quanto
acontecia há uns sete anos. Considero que isto tenha acontecido porque hoje há
muito mais espaço para livros dos meus gêneros preferidos da atualidade: new
adults e jovens adultos mais maduros com toques dramáticos e finais felizes,
ambos contemporâneos, que anos atrás não eram tão trabalhados no Brasil. Isso
somado ao fato de que minha irmã adora chick-lits, então eles acabam ficando
para trás na minha lista de prioridades (geralmente deixo que ela leia), exceto
quando aparece algum que eu queira ler bastante. Foi isso o que aconteceu com “Você
(Não) é o Homem da Minha Vida”. Primeiro eu olhei esta capa e fiquei
absolutamente apaixonada! Adorei as cores e o padrão aquarelado e o título me
deixou super intrigada. E sabe o que é melhor? Eu amei este livro!
Para
começar, tenho que dizer que ultimamente tem sido muito difícil alguma obra
literária conseguir arrancar risadas minhas, alguns risinhos aqui ou ali, mas
com pouca frequência aparecem em diversas ocasiões, e, mesmo a maioria deles sendo
divertido, não me causa reações físicas. Até começar esta leitura de Alexandra
Potter, que é bastante hilária e me fez cair na gargalhada em diversas
ocasiões. E, olha, a sensação é boa demais! Fico desejando encontrar mais
histórias assim.
A narrativa
é em primeira pessoa pelo ponto de vista de Lucy, então podemos acompanhar de
perto seus sentimentos e pensamentos. Ela é sonhadora e romântica, mas com pés
no chão, e dona de uma personalidade incrível, daquele tipo de pessoa que a
gente logo quer se tornar uma grande amiga.
Podemos
acompanhar um prólogo passado em 1999, com o auge do romance entre Lucy e
Nathaniel, que deixa as mais românticas suspirando. Quando a trama pula para o
presente e eles finalmente se encontram, Nate é um verdadeiro chato, então
acabei não gostando nada do personagem, mas não de um jeito que me fizesse
desejar que ele não estivesse ali (inclusive porque se ele não fosse criado a
história não existiria), só de uma maneira que me fizesse criar ainda mais
empatia por Lucy e sua situação e, claro, ficando feliz porque eu não tive que
enfrentar algo nem remotamente parecido.
Outros
personagens que merecem destaque são Kate, Robyn, Magda e Adam. A primeira é a
irmã de Lucy e seu completo oposto, super organizada e toda séria, a segunda é
sua nova amiga com quem divide o apartamento, que também é diferente da
protagonista porque ela é toda mística e acredita plenamente em almas gêmeas,
magia e coisas assim. Magda é a chefe de Lucy na galeria e é uma mulher
marcante devido a sua aparência e personalidade, enquanto Adam é alguém que vai
mexer com as estruturas de Lucy. Todos eles foram bem trabalhados e deram um
gás à trama, além de cenas realmente divertidas, com destaque para Kate e
Robyn, que tiveram também suas histórias sendo desenvolvidas em segundo plano.
Há toda uma
questão de expectativa versus realidade sendo apresentada, gerando
questionamentos no leitor, afinal nem sempre o que esperamos acontecer sai como
imaginado ou desejado, não que isso seja ruim. As situações pelas quais Lucy e
Nate passam são ótimas, diversas são hilárias, e algumas delas bem absurdas,
mas até as mais normais são bem apresentadas.
A autora
brinca muito com a questão das almas gêmeas, e eu terminei o livro sem saber se
ela realmente acredita nelas ou acha tudo uma grande porcaria inventada por
alguém. E posso dizer que a história também tem um toque de magia, o que eu
adorei.
O romance em
si acabou ficando um pouco de lado. Foi fofo? Foi. Fiquei torcendo pelo casal
certo? Fiquei. Mas acredito que poderia ter tido mais cenas entre eles, um
desenvolvimento maior. Só que também compreendo que este não era exatamente o
foco do livro, então entendo ele não ter sido o assunto principal explorado,
inclusive porque acabou sendo diferente a abordagem desta obra em meio a tantos
outros títulos tão parecidos do gênero.
Mesmo com
suas mais de quatrocentas páginas numa edição do tamanho padrão maior
brasileiro (16 cm x 23 cm), a gente não fica muito tempo lendo porque o enredo
construído pela autora é intrigante, sua forma de escrita é bem gostosa e a
leitura flui maravilhosamente bem. A gente deseja um final feliz e fica na
dúvida de como a protagonista vai conseguir finalmente se safar daquela
situação bizarra que está vivenciando.
E curti
bastante o fim que a autora escolheu para a história de Lucy, ela conseguiu nos
dar uma resolução feliz e aceitável, condizente com tudo o que ocorreu até
então, e ainda com um toque bem fofo que nos deixa com um sorriso no rosto.
A única
coisa que achei meio desnecessário foi a extensão da obra, acho que a autora
poderia ter finalizado páginas antes do desfecho real e não teria tido nenhum
problema ou falta de conteúdo. Não que eu não tenha gostado de todas as que li,
mas não me importaria que fosse menor.
Eu amo a
capa deste livro, ela é linda e ainda tem tudo a ver com enredo, já que Lucy é
uma artista (mesmo que não exerça a profissão) e trabalha em uma galeria de
arte. A opção escolhida para a edição nacional se destaca porque é diferente
dos demais títulos do gênero publicados aqui e isso é incrível. O texto interno
é bem diagramado com bons espaçamentos e a fonte escolhida tem um tamanho
confortável para os olhos.
Este definitivamente
entrou para o hall de chick-lits queridinhos que vou reler um dia. Divertido,
engraçado, com personagens espirituosos, uma trama bem desenvolvida e com um
toque inesperado, “Você (Não) é o Homem da Minha Vida” deveria entrar na lista
de leitura de todos os amantes do gênero!
Avaliação
A trama até tem seus atrativos. Gostei da apresentação que você fez da personagem. ela me encantou. Chic-lit não é muito meu estilo, mas vou dar uma chance a história. Só porque quero saber como vai ser o final dele.
ResponderExcluirBeijos.
Eu não sou leitora de chic-lit, nada contra, mas não consigo me interessar pelas histórias, as poucas que li foram legais, mas nada que me fizessem querer ler mais desse tipo.
ResponderExcluirConfesso que depois dessa resenha eu TENHO que ler este livro, to precisando rir!
Entrou para a minha lista de desejados ^_^
Beijos :)
Eu gosto bastante de chick-lits, tem alguns que me agradam mais e outros nem tanto,mas quando quero uma leitura para rir muito vou logo no gênero. O livro parecer ser muito engraçado e divertido,coitada da Lucy parece que ela não consegue se livrar desse Nate kkk.Fiquei com muita vontade de ler e descobrir como tudo termina. Amei a resenha Beijos<3
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