Sophie vive
na pequena Cedar Hill, onde quase nada diferente acontece, e trabalha no
restaurante de sua família com sua melhor amiga, Millie, que por acaso é a
única que se manteve ao seu lado depois que seu pai cometeu um crime terrível,
pelo qual foi preso. Além disso, ele ainda mudou completamente a vida de sua
filha, que começou a ser vista como uma pária, e tinha que aguentar viver sob
as fofocas, acusações e olhares enviesados em sua direção.
Mas sua
certeza de que o verão seria mais uma vez monótono e chato, acaba de ir por
água abaixo, afinal uma família de italianos se muda para um casarão abandonado
nas redondezas, e os cinco filhos são incrivelmente lindos. Um deles, Nic,
começa a se interessar por Sophie, que logo retribui os sentimentos.
Só que esta
família é muito mais misteriosa do que as aparências revelam e seus objetivos
são cruéis e envolvem a família da própria Sophie, colocando a mesma e seus
entes queridos em um grande perigo iminente. Em meio a perguntas sem respostas,
segredos revelados, e dolorosas verdades sobre pessoas próximas a ela, Sophie
precisará decidir onde está sua lealdade antes que seja tarde demais.
“– A vida é
tão complexa que mal conseguimos ser a pessoa que deveríamos. Em vez disso,
usamos máscaras e criamos barreiras para lidar com o medo e a rejeição, o
arrependimento, a ideia de que alguém talvez não nos ame como somos em nossa
essência, que alguém talvez não entenda nossas motivações. Quero estudar a
verdade da vida, não a superfície.”
Achei a
proposta desta trama muito diferente do que eu costumo ler em livros do gênero
jovem adulto e isso foi uma das coisas que mais me chamou a atenção para a
leitura. A capa linda e o título (adoro histórias de vingança! Hahaha) também
contribuíram para isso, claro. E fico feliz de tê-lo feito, porque adorei a
obra de Catherine Doyle!
Gostei
bastante da narrativa da autora, que mistura pitadas de comédia, sarcasmo
através dos comentários ácidos da protagonista, mistérios, intrigas, família,
paixão, ação, suspense e, claro, vingança. Nos primeiros capítulos o ritmo é
mais lento e as coisas demoram para acontecer, mas sempre paira aquele ar
misterioso que nos faz querer continuar a leitura, esperando por mais.
Sua escrita
é rápida e fluida, e consegue nos envolver de uma maneira tão boa que a gente
não consegue largar o livro até encontrar algumas respostas. E, apesar de se
tratar de uma trilogia, já neste primeiro volume descobrimos vários detalhes
através de revelações surpreendentes, o que é muito bom, já que não nos
sentimos enrolados, pois em vários livros de séries a gente só tem um
conhecimento muito superficial das coisas no primeiro exemplar, que só serão
desenvolvidas nas continuações, o que não aconteceu aqui. Claro que muita água
ainda vai passar por baixo desta ponte e eu não vejo a hora de mergulhar nos
próximos volumes para saber o desfecho disto tudo, o que eu espero poder fazer
logo!
Sophie é uma
personagem carismática, que gostei de conhecer. Acompanhar a história através
de sua visão em primeira pessoa foi ótimo, pois nos deixou bem conectados a ela
e a tudo o que estava vivenciando e também o seu amadurecimento e, para mim,
este é um ponto bem positivo.
Só que ela era
lenta em grande parte das vezes e, mesmo quando a gente já tinha entendido
muita coisa que ainda não havia sido de fato revelada, a garota ainda não tinha
compreendido o que estava bem de baixo do seu nariz. Claro que sabermos que
este enredo tem a ver com máfia pode ter me aberto os olhos antes do tempo, mas
mesmo assim acho que ela poderia ter tido um pouco mais de malícia. Mas tenho
que admitir que algumas coisas ainda conseguiram me surpreender e eu não estava
esperando por elas mesmo, o que foi
ainda melhor.
“Tento
encontrar as características que nem sempre se mostram à primeira vista –
explicou ele. – As características que definem quem somos e como nos sentimos
de verdade. Tento olhar sob a superfície.”
Uma coisa
que me incomodou foi que, logo no começo do livro, quando Sophie passa a se
interessar pelo belo e misterioso Nic, mesmo que todo mundo a mande ficar longe
dele porque é perigoso, ela não escuta e fica indo atrás do garoto, de sua
família e de respostas. A imprudência dela me irrita porque nem conhecia muito
do rapaz, não podia sair confiando nele assim e muito menos deveria ficar perto
mesmo com tantos avisos para manter distância.
Nic é fofo e
faz um casal com ela adorável, mas acho muito pouco provável que seja com ele
que ela fique até o final. Não posso comentar sobre a outra pessoa que faz
parte deste quase triângulo amoroso porque seria um grande spoiler, mas sinto
que a personagem tem uma tendência maior a ficar com ele, porque parece ter
gostado mais deste ao meu ponto de vista. Só vou saber a resposta nas
sequências, claro, mas eu prefiro que ela escolha este segundo também, tenho
que confessar.
“Há
beleza em toda parte; mesmo na escuridão há luz, e é a forma mais rara.”
Quando a
trama se encaminha para o final deste volume, as coisas ficam bem agitadas e
intensas, prendendo nosso fôlego e fazendo nosso coração palpitar com momentos
de tensão bem aflorados, revelações surpreendentes e um ritmo frenético, não
permitindo que nossos olhos desgrudem das páginas até terminar a última linha.
Eu
simplesmente amo a capa que a Agir Now produziu para este exemplar! Assim que a
vi, fiquei apaixonada e desejando ter o livro na minha coleção. A versão
impressa conta com verniz localizado no título e no alvo apontando para o casal
e páginas amarelas. A diagramação interna tem fonte e espaçamentos em tamanhos
bastante confortáveis para uma leitura prazerosa, e em todo início de capítulo
há um coração ilustrado, bem fofo.
“Vingança” é
um livro ótimo, que com certeza merece ser lido por todos os leitores que
gostem de obras do gênero jovem adulto, pois apresenta uma trama bem
desenvolvida, com uma pitada de originalidade, romance, intrigas, muitas
reviravoltas, tensão, mistério e máfia.
“– Deve ser difícil olhar por
baixo da máscara – falei, sentindo o peito de repente apertado.
[...]
– É tão difícil quanto usar uma.
[...]
– Você acha que usa máscaras?
– Estou usando uma agora mesmo. – Valentino sorriu gentilmente. – Nós
dois estamos.
– É um pensamento triste.
– Sim. Mas às vezes me pergunto qual seria a alternativa. Imagine se
não tivéssemos segredos, nada a esconder da verdade. E se tudo fosse dito na
hora que conhecêssemos uns aos outros?
[...]
– Seria terrível – concordei.”
Avaliação
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