Vingança - Blood for Blood #01 - Catherine Doyle

Sophie vive na pequena Cedar Hill, onde quase nada diferente acontece, e trabalha no restaurante de sua família com sua melhor amiga, Millie, que por acaso é a única que se manteve ao seu lado depois que seu pai cometeu um crime terrível, pelo qual foi preso. Além disso, ele ainda mudou completamente a vida de sua filha, que começou a ser vista como uma pária, e tinha que aguentar viver sob as fofocas, acusações e olhares enviesados em sua direção.
Mas sua certeza de que o verão seria mais uma vez monótono e chato, acaba de ir por água abaixo, afinal uma família de italianos se muda para um casarão abandonado nas redondezas, e os cinco filhos são incrivelmente lindos. Um deles, Nic, começa a se interessar por Sophie, que logo retribui os sentimentos.
Só que esta família é muito mais misteriosa do que as aparências revelam e seus objetivos são cruéis e envolvem a família da própria Sophie, colocando a mesma e seus entes queridos em um grande perigo iminente. Em meio a perguntas sem respostas, segredos revelados, e dolorosas verdades sobre pessoas próximas a ela, Sophie precisará decidir onde está sua lealdade antes que seja tarde demais.
“– A vida é tão complexa que mal conseguimos ser a pessoa que deveríamos. Em vez disso, usamos máscaras e criamos barreiras para lidar com o medo e a rejeição, o arrependimento, a ideia de que alguém talvez não nos ame como somos em nossa essência, que alguém talvez não entenda nossas motivações. Quero estudar a verdade da vida, não a superfície.”
Achei a proposta desta trama muito diferente do que eu costumo ler em livros do gênero jovem adulto e isso foi uma das coisas que mais me chamou a atenção para a leitura. A capa linda e o título (adoro histórias de vingança! Hahaha) também contribuíram para isso, claro. E fico feliz de tê-lo feito, porque adorei a obra de Catherine Doyle!
Gostei bastante da narrativa da autora, que mistura pitadas de comédia, sarcasmo através dos comentários ácidos da protagonista, mistérios, intrigas, família, paixão, ação, suspense e, claro, vingança. Nos primeiros capítulos o ritmo é mais lento e as coisas demoram para acontecer, mas sempre paira aquele ar misterioso que nos faz querer continuar a leitura, esperando por mais.
Sua escrita é rápida e fluida, e consegue nos envolver de uma maneira tão boa que a gente não consegue largar o livro até encontrar algumas respostas. E, apesar de se tratar de uma trilogia, já neste primeiro volume descobrimos vários detalhes através de revelações surpreendentes, o que é muito bom, já que não nos sentimos enrolados, pois em vários livros de séries a gente só tem um conhecimento muito superficial das coisas no primeiro exemplar, que só serão desenvolvidas nas continuações, o que não aconteceu aqui. Claro que muita água ainda vai passar por baixo desta ponte e eu não vejo a hora de mergulhar nos próximos volumes para saber o desfecho disto tudo, o que eu espero poder fazer logo!
Sophie é uma personagem carismática, que gostei de conhecer. Acompanhar a história através de sua visão em primeira pessoa foi ótimo, pois nos deixou bem conectados a ela e a tudo o que estava vivenciando e também o seu amadurecimento e, para mim, este é um ponto bem positivo.
Só que ela era lenta em grande parte das vezes e, mesmo quando a gente já tinha entendido muita coisa que ainda não havia sido de fato revelada, a garota ainda não tinha compreendido o que estava bem de baixo do seu nariz. Claro que sabermos que este enredo tem a ver com máfia pode ter me aberto os olhos antes do tempo, mas mesmo assim acho que ela poderia ter tido um pouco mais de malícia. Mas tenho que admitir que algumas coisas ainda conseguiram me surpreender e eu não estava esperando por elas mesmo, o que foi ainda melhor.
“Tento encontrar as características que nem sempre se mostram à primeira vista – explicou ele. – As características que definem quem somos e como nos sentimos de verdade. Tento olhar sob a superfície.”
Uma coisa que me incomodou foi que, logo no começo do livro, quando Sophie passa a se interessar pelo belo e misterioso Nic, mesmo que todo mundo a mande ficar longe dele porque é perigoso, ela não escuta e fica indo atrás do garoto, de sua família e de respostas. A imprudência dela me irrita porque nem conhecia muito do rapaz, não podia sair confiando nele assim e muito menos deveria ficar perto mesmo com tantos avisos para manter distância.
Nic é fofo e faz um casal com ela adorável, mas acho muito pouco provável que seja com ele que ela fique até o final. Não posso comentar sobre a outra pessoa que faz parte deste quase triângulo amoroso porque seria um grande spoiler, mas sinto que a personagem tem uma tendência maior a ficar com ele, porque parece ter gostado mais deste ao meu ponto de vista. Só vou saber a resposta nas sequências, claro, mas eu prefiro que ela escolha este segundo também, tenho que confessar.
“Há beleza em toda parte; mesmo na escuridão há luz, e é a forma mais rara.”
Quando a trama se encaminha para o final deste volume, as coisas ficam bem agitadas e intensas, prendendo nosso fôlego e fazendo nosso coração palpitar com momentos de tensão bem aflorados, revelações surpreendentes e um ritmo frenético, não permitindo que nossos olhos desgrudem das páginas até terminar a última linha.
Eu simplesmente amo a capa que a Agir Now produziu para este exemplar! Assim que a vi, fiquei apaixonada e desejando ter o livro na minha coleção. A versão impressa conta com verniz localizado no título e no alvo apontando para o casal e páginas amarelas. A diagramação interna tem fonte e espaçamentos em tamanhos bastante confortáveis para uma leitura prazerosa, e em todo início de capítulo há um coração ilustrado, bem fofo.
“Vingança” é um livro ótimo, que com certeza merece ser lido por todos os leitores que gostem de obras do gênero jovem adulto, pois apresenta uma trama bem desenvolvida, com uma pitada de originalidade, romance, intrigas, muitas reviravoltas, tensão, mistério e máfia.
“– Deve ser difícil olhar por baixo da máscara – falei, sentindo o peito de repente apertado.
[...]
– É tão difícil quanto usar uma.
[...]
– Você acha que usa máscaras?
– Estou usando uma agora mesmo. – Valentino sorriu gentilmente. – Nós dois estamos.
– É um pensamento triste.
– Sim. Mas às vezes me pergunto qual seria a alternativa. Imagine se não tivéssemos segredos, nada a esconder da verdade. E se tudo fosse dito na hora que conhecêssemos uns aos outros?
[...]
– Seria terrível – concordei.”

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