A Filha do Sangue - Joias Negras #01 - Anne Bishop

Pegue seu coração, suas aflições e seu conforto jogue pela janela quando ler A Filha do Sangue (primeiro volume da trilogia das joias negras), da autora Anne Bishop, publicado pela Saída de Emergência. Neste livro Bishop nos apresenta a história de Jaenelle, uma jovem que desperta em quem a conhece a esperança de ter encontrado a Feiticeira que tem mais poder do que todos ao seu redor e que é aguardada como rainha.

Entretanto ela é muito jovem e tem muito a aprender antes de revindicar seu lugar. Com tanto poder e pouco preparo ela torna-se vulnerável aos inimigos, mas três homens ligados pelo sangue irão vencer suas diferenças para proteger sua rainha. Quem vencerá esse jogo de política e magia? Os mais fortes ou mais espertos?

Anne conseguiu criar uma mitologia única, embora ela use demônios e feiticeiras, estas criaturas não aparecem como nas demais obras onde são personagens, aqui eles têm história, estrutura e políticas próprias. Tanto é diferente do normal que o tempo para compreender a estrutura deste universo é muito demorado. Durante todo o livro nos é apresentado dados novos sobre como tudo funciona. Basicamente podemos dizer que temos dois universos, o dos vivos onde Jaenelle mora, e o dos mortos chefiado pelo Senhor Supremo do Inferno, Saetan, e entre estes uma diversidade de possibilidades de dimensões.


 A narrativa tem seu início já na ação, não há uma apresentação, e em nenhum momento uma parada para maiores explicações. É sentar no trem, e aos poucos ir juntando os pedaços para compreender a trama. A empatia com os personagens e universo é bem rápida, e logo você se vê torcendo por essa jovem feiticeira.

Jaenelle é uma alma antiga, mas sua memória quanto a quem é e o que veio fazer não é desperta, ao contrário ela acha que é bem ruim na arte. Consegue executar tarefas quase impossíveis para praticantes da arte treinados, ao mesmo tempo em que não faz as primeiras lições aprendidas. É muito única e peculiar, o que dificulta a ajuda dos que a cercam, e também cria de uma solidão de não ser compreendida pela família. Embora sofra muito com as pessoas que a cercam ela é uma garota doce e que gosta de fazer muitos amigos, sem preconceito, e sem se dar conta do perigo que se coloca.

Saetan é o chefe do inferno, mas honestamente o achei um fofo! A garota consegue despertar nele todo seu lado emocional, e ele se vê fazendo coisas que desconhecia. Ciumento e possessivo tem que aprender a dividir as atenções de Jaenelle com todos que o cercam, e esse é um dos seus muitos desafios com ela. Ele também tem que treiná-la, mas esta tarefa não parece ser das mais fáceis.

Daemon é um escravo do prazer, serve as feiticeiras, mas ao contrário do que se imagina é dono de uma personalidade explosiva e profunda. Sente dentro de si que sua consorte está próxima, e quando a descobre não mede esforços para protegê-la. É conhecido como sádico, e de fato é muito quando está com as mulheres que se aproveitam dele, mas quando o assunto é Jaenelle, ele consegue vencer a frieza e as amarguras que guarda dentro de si. É filho de Saetan, mas vai descobrir sua relação com este aos poucos.

Lucivar é  meio irmão de Daemon, é chamado de mestiço, possui asas e também é um escravo. Dono de muita rebeldia e raiva não surge tanto na história quanto seu irmão, e embora estes se tratem com palavras rudes na hora do aperto se ajudam.

Ao mesmo tempo que explora universos paralelos, criaturas míticas, e o inferno, a autora trabalha com a trama política dos feiticeiros e suas pedras. É um sistema bastante complexo que não ouso explorar. Mas soa engraçado que dentro de um universo fantástico entre os vivos eles encarem com ceticismo tudo que no inferno se esconde.


A trama trabalha ainda cenas fortes, primeiro do que acontece quando um escravo é raspado, e depois detalhes da descoberta da história de vida de Jaenelle. Estômagos fracos podem sofrer, a cada página nestes trechos eu me via pensando- não ela não está escrevendo isso!. A frieza impera entre os feiticeiros, logo os atos são feitos de forma prática, suas emoções são direcionados ao sexo que é fator muito importante entres eles (já que eles tem diversos homens trabalhando como escravos, e casas da lua vermelha com prostitutas).

A Filha do Sangue é, sem ironia, sangue nos olhos. Uma história tão sombria que o inferno parece mais agradável de se estar do que entre os vivos de Terreille. Pegue seu acento, afivele seu cinto e prepare seu baldinho, porque aqui a verdade é dolorida e sangrenta!

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