Sabe aquelas
histórias que a gente sempre escuta nossos vizinhos ou familiares comentarem
sobre alguma pessoa bem singular, que transforma cada mini pedaço da vida
normal e do dia a dia em um grande espetáculo (haha), cheio de dramalhões, com
pitadas de sofrimentos, ingratidão, “sabedoria”, conselhos e muito mais?
Então você
já conhece alguém como a Dona Hermínia, uma mulher que não tem papas na língua,
principalmente em se tratando de seus filhos, que é cheia de manias e neuroses,
que gosta de refletir sobre a vida, que se veste de maneira bem peculiar, no
maior estilo Dona Florinda, e mais.
Este é um
livro de crônicas, todas protagonizadas pela personagem Dona Hermínia, então em
cada capítulo vamos acompanhar uma situação diferente e o título é o assunto a
ser abordado naquele momento. Os textos são curtos e bem dinâmicos, então a
leitura flui com rapidez, nos envolvendo e estimulando várias gargalhadas ao
longo do caminho. E tudo isso ainda vem recheado de muito, muito humor, fazendo
com que você ria do começo ao fim.
A leitura
não é sequencial, ou seja, você não precisa ler todas as crônicas, e elas
também não precisam ser lidas na ordem em que foram apresentadas para entender
o contexto.
O enredo
primeiro foi escrito para ser uma peça de teatro, depois foi adaptado para o
cinema e, por fim, virou este livro. Eu comecei minha experiência por este
último, o livro, e amei. Estou querendo assistir a peça e o filme porque tenho
certeza de que vou rir muito e amar também.
Este exemplar
é voltado para quem tem uma mente mais aberta para entender as brincadeiras e
piadas da protagonista, porque as pessoas mais fechadas podem acabam se
sentindo ofendidas com suas críticas sinceras e repletas de ironia.
Dona
Hermínia é uma destas mães bem espirituosas que faz tudo em torno de seus dois
filhos, Marcelina e Juliano. As comparações que faz e a aceitação pelo filho
que quer “sair do armário”, mas ainda não conseguiu, e pela filha acima do peso,
que ela faz de tudo para que se toque, é interessante, mas o carinho excessivo
que tem pelos filhos às vezes torna tudo complicado, pois quer controlá-los e a
todo o resto, mesmo não conseguindo.
Ela possui
um ex-marido, Carlos Alberto, que a largou para ficar com uma moça mais jovem,
Soraia, típico do homem generalizado, que muitas vezes descarta a mais velha
para ficar com a mais nova. Puro machismo. E D. Hermínia o trata bem e “agrada” só para ele não maltratar os filhos porque
os dois são cheios de problemas ao seu ponto de vista.
Uma parte da
qual gostei muito é que, em diversos pontos da trama, há citações sobre
Niterói, minha cidade e também do autor, e eu sempre fico feliz e orgulhosa
quando a vejo ser retratada ou mostrada em algo que leio ou assisto.
Este livro é
muito bom e você pode lê-lo sem ter ido assistir a peça ou o filme, já que as
histórias encontradas aqui são inéditas e não precisam de outras para serem
entendidas. Ou seja, todas são complementares, mas não presas umas com as
outras.
Minha mãe é
uma peça, e realmente o é. Me diverti muito com Dona Hermínia e suas tiradas me
fizeram gargalhar a cada virada de página. Recomendo para todos que curtem
crônicas nacionais recheadas de “ensinamentos”, reflexões e ainda mais,
apresentadas sempre de forma dinâmica e com muito bom humor.
Avaliação
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