Despertar - Abandono #03 - Meg Cabot

>> Nesta resenha não há qualquer tipo de spoilers, nem dos volumes anteriores da trilogia.
Desde que Pierce Oliviera teve uma experiência de quase morte, sua vida mudou totalmente. Isso porque ela conheceu o misterioso e belo John Hayden, ninguém menos do que o Senhor do Mundo Inferior. A vida dela e de todos que conhece vive em perigo por conta das Fúrias, que fazem de tudo para prejudicar (e até matar) as pessoas perto dele.
Agora, com uma posição de poder em mãos e um novo problema (além de vários antigos existentes) ainda mais grandioso do que qualquer outro que teve que enfrentar anteriormente, Pierce vai precisar de muita ajuda e um grande plano para salvar as almas inocentes de um destino horrível e ainda voltar a restabelecer o equilíbrio entre a vida e a morte antes que seja tarde demais.
Esta é a série/trilogia da Meg que eu menos gosto de longe. O primeiro livro eu curti bastante, o nível do segundo caiu (e muito!), o terceiro melhorou um pouco em relação ao segundo, mas ainda assim não foi tudo isso. Já tem resenha dos dois primeiros, “Abandono” e “Inferno”, aqui no blog, e vocês podem clicar nos títulos para conferir o que achei das leituras, e quais foram os motivos de eu não ter criado tantas expectativas para este desfecho, apesar de querer finalizar a história de Pierce e John.
Pierce é uma protagonista engraçada e gosto muito das suas tiradas e comentários, mas não é alguém que eu realmente adore, inclusive porque ela tem algumas atitudes bem imaturas e/ou inconsequentes. Ela sempre pensa em si própria e no que quer fazer, rejeitando qualquer pedido ou conselho de outras pessoas e isso me incomoda. Alguns novos personagens foram acrescentados à trama e acho que foi uma boa escolha, porque curti eles, mas, para falar a verdade, nenhum dos personagens desta trilogia me conquistou profundamente, considero que todos são medianos, não odiei e nem amei nenhum.
Eu não conheço muito da história de Hades e Perséfone e fiquei interessada em saber mais sobre eles, porém, mesmo que o enredo desta trilogia tenha sido baseada na lenda e a escritora tenha explicado certas coisas, ela preferiu focar no romance entre Pierce e John, que teve muitos altos e baixos, e também muitos dramas, sendo a maior parte deles desnecessários, e deixou muitas coisas que poderiam ter sido melhor exploradas de lado.
Mas, um ponto que curti no romance é que nem tudo são flores em nenhum momento, eles brigam, se entendem, aceitam um ao outro e tem opiniões divergentes. E também não são cem por cento melosos ou cheios de declarações de amor, então eu curti a forma como o relacionamento amoroso dos personagens foi construído e explorado. Acho que, por mais sobrenatural que seja o livro, esta questão foi bem realista.
A trama trata bastante sobre a questão da vida e da morte, e sobre alguns mitos gregos, como já comentei antes, e algumas destas particularidades acabam apresentando um teor mais sombrio, mas a escrita da autora faz com que tudo soe bem leve e descontraído, permitindo que pessoas de todas as idades possam ler sem problemas.
A autora sabe nos conectar a acontecimentos dos livros anteriores com facilidade e de forma sutil e competente. Mesmo quem já leu há um bom tempo como eu, que li o segundo em agosto de 2014 (ou seja, mais de um ano antes de ler o terceiro), consegue entender e se encontrar rapidamente na trama, relembrando o que é importante sem muito esforço.
A melhor parte desta leitura é o fato de ser da Meg, já que sua forma de escrita é bem gostosa, leve, envolvente e fluida e, o melhor, tem o seu jeitinho engraçado e cativante, então a gente acaba gostando de como ela nos conta as coisas, mesmo que o conteúdo em si não seja tudo isso.
Considero que este foi um final satisfatório e feliz para a trilogia, apesar de alguns pontos ruins, como uma “batalha” que ocorreu ter sido fraca demais e mal desenvolvida, porque a Meg soube trabalhar com algumas respostas e foi fofa ao enfatizar o poder do amor e a luta do bem contra o mal com um resultado positivo. Além disso, a gente fica sabendo do que aconteceu com diversos personagens, já que ela desenvolveu uma finalização bem fechadinha para cada um deles, incluindo os secundários, e a grande maioria teve algo bom em sua vida no fim. 
“Se um número suficiente de pessoas escolher se deslocar um pouco para ajudar outra pessoa, o espírito da bondade acaba vencendo a escuridão, da mesma forma que os raios de sol irrompem das nuvens depois de uma tempestade e permite que mais atos de gentileza aconteçam.”
Não sei leria novamente esta trilogia se eu soubesse que seria assim lá no começo, mas provavelmente teria feito isso, sim, porque gosto bastante da Meg, que inclusive é uma das minhas escritoras preferidas, e pretendo ler todos os seus livros (faltam poucos!).
A capa segue o mesmo estilo dos livros anteriores e eu gosto dela, apesar de não ser a minha preferida das três, porque este posto é a do primeiro volume. Curto que as fotos dos três são sequenciais e desta vez há uma predominância de roxo. A diagramação interna é simples, mas bem espaçada e com fonte em tamanho confortável, e, no início de cada capítulo, que por acaso não têm nome nem número, há um trecho de “Inferno”, de Dante Alighieri.
Recomendo “Despertar” para todos os leitores que já começaram a se aventurar nesta trilogia, pois aqui sabemos o que aconteceu com os personagens e com todas aquelas dificuldades que surgiram lá no começo da história de Pierce. Mas os volumes foram repletos de altos e baixos que podem incomodar alguns leitores, principalmente os que não são tão fãs assim de romances. Posso não ter amado tudo o que li, mas fiquei satisfeita com várias passagens e a narrativa de Cabot sempre me ganha. Se o enredo te atraiu, indico que faça uma tentativa porque pode gostar bastante, mas peço para não ir com tanta expectativa para o caso de ocorrer o mesmo que aconteceu comigo.
Avaliação



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3 comentários:

  1. Acredita que nunca li nada da Meg Cabot ? :(
    Acredito que tenha outras series bem melhores que essa ne..rsrs se eu for começar a ler quero ler uma das melhores series, é muito ruim quando o segundo livro cai e muito né, da um desanimo, bom que o terceiro melhorou, essa é uma série que pretendo ler, mas acho q vai demorar um pouco..r.srs

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  2. Eu me confundi um tanto com a história de Despertar, pois não acompanhei absolutamente nada sobre os outros livros. mas, percebi alguns aspectos curiosos, como uma maior união do casal, logo pensei que eles possuía mais liberdade. Gostei da série, apesar de ter ficado um pouco perdido, quero muito conhecer a escrita da Meg Cabot.

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